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MEDICINA LEGAL

TOXICOLOGIA FORENSE

Por Roberto Lobo


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SUMÁRIO

1 CONCEITO DE TOXICOLOGIA .................................................................................................................. 3


2 DAS AMOSTRAS .................................................................................................................................... 3
3 SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS OU PSICOATIVAS .................................................................................... 4
3.1 CONCEITOS .................................................................................................................................... 4
3.1.1 TOLERÂNCIA ........................................................................................................................... 4
3.1.2 DEPENDÊNCIA FÍSICA .............................................................................................................. 4
3.1.3 DEPENDÊNCIA PSÍQUICA ......................................................................................................... 5
3.1.4 DEPENDÊNCIA QUÍMICA ......................................................................................................... 5
3.1.5 TOXICOMANIA........................................................................................................................ 5
3.1.6 TOXICOFILIA ........................................................................................................................... 5
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS ......................................................................................................... 6
3.2.1 PSICOLÉPTICAS (DEPRESSORAS) .............................................................................................. 6
3.2.2 PSICOANALÉPTICOS (ESTIMULANTES)...................................................................................... 7
3.2.3 PSICODISLEPTICOS (PERTURBADORES OU ALUCINÓGENOS) ..................................................... 7
3.3 SUBSTÂNCIAS EM ESPÉCIE .............................................................................................................. 8
3.3.1 ÓPIO (OPIÁCEOS E OPIÓIDES) .................................................................................................. 8
3.3.2 ÁLCOOL .................................................................................................................................. 9
3.3.3 SOLVENTES INDUSTRIAIS: ......................................................................................................12
3.3.4 COCAÍNA ...............................................................................................................................12
3.3.5 ANFETAMINAS (“BOLINHAS”, “REBITES”) ...............................................................................13
3.3.6 ECSTASY OU MDMA ...............................................................................................................13
3.3.7 MACONHA.............................................................................................................................14
3.3.8 COGUMELOS .........................................................................................................................15
3.3.9 LSD-25 ...................................................................................................................................15
4 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................15
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ATUALIZADO EM 09/05/20171

TOXICOLOGIA FORENSE

Caros alunos Ciclos, esse tema é bem maçante, eu sei, com vários nomes estranhos. No
entanto, como vocês perceberão, as questões tratam sempre dos mesmos assuntos: classificação das
substâncias, características das substâncias ou os sintomas de seu uso. Portanto, não se assustem e
deem atenção a esses temas. Bons estudos!

1 CONCEITO DE TOXICOLOGIA

A Toxicologia Forense estuda as reações tóxicas e os venenos causadores destas reações.


Estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas no mundo vivo;
 É multidisciplinar, pois engloba conhecimentos de outras matérias como Bioquímica,
Química, Fisiologia, Genética, Patologia, entre outras;
 Identifica e quantifica os efeitos prejudiciais associados a produtos tóxicos, ou seja,
qualquer substância que pode provocar danos ou produzir alterações no equilíbrio
biológico;
 Tem como principal objetivo a identificação de substâncias tóxicas, em geral,
atendendo solicitações processuais de investigação criminal por parte dos diversos
organismos;
2 DAS AMOSTRAS

Há uma grande quantidade de amostras que podem ser analisadas, como, por exemplo,
órgãos colhidos na autópsia, fluídos biológicos obtidos do cadáver ou do vivo, produtos (líquidos,
sólidos, vegetais...). Vejamos alguns exemplos mais importantes: sangue, fígado, urina (apresenta valor
interpretativo pobre, pois pode variar de acordo com desidratação, ingestão de água...), estômago
(pois algumas substâncias são ingeridas via oral)...
Havendo suspeita de morte relacionada com a presença de compostos químicos lesivos ao
organismo, deve-se realizar o exame toxicológico. Nesses casos, a coleta do sangue deverá ser feita
nas veias femorais.

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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3 SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS OU PSICOATIVAS

Essas substâncias têm ação no Sistema Nervoso Central - SNC, são capazes de influir no
estado de ânimo das pessoas, de interferir na capacidade de pensamento, análise, abstração,
julgamento e nas ações.
Vamos estudar alguns conceitos:

3.1 CONCEITOS

3.1.1 TOLERÂNCIA

É a necessidade de doses cada vez maiores para conseguir os mesmos efeitos. Algumas
drogas, depois de repetidas administrações, levam a um efeito chamado TOLERÂNCIA (estado de
resposta reduzida a um efeito de uma substância) que com o tempo leva o usuário a duas opções:
 Aumentar a quantidade da droga ou o número de doses para obter o mesmo efeito
ou;
 Mudar para uma substância mais forte, a fim de continuar mantendo os mesmos
níveis de prazer.
Em ambas, há o perigo da overdose. Logo, algumas drogas causam a dependência física no
organismo, que se ajusta à presença da droga, fazendo com que essa passe a ser necessária. Desta
forma, surgem os transtornos de ordem fisiológica. Sem a droga, o indivíduo poderá apresentar crises
de abstinência: calafrios, cefaleia, cãibras, sudorese, taquicardia...
Ocorre o sistema de recompensa do cérebro. Ou seja, a quantidade de dopamina
(neurotransmissor ligado ao prazer) aumenta no centro do sistema nervoso central (chega a ser 10
vezes maior que a produzida por prazeres cotidianos) e, como resultado, o sistema de recompensa
reage e diminui a sua sensibilidade. A partir daí, para conseguir o mesmo prazer inicial, o usuário tem
de consumir cada vez mais a substância.

3.1.2 DEPENDÊNCIA FÍSICA

É a necessidade física e anormal causada pela suspensão abrupta ou dosagem insuficiente das
drogas, denominada síndrome de abstinência. Consiste na necessidade presente ao nível fisiológico, o
que torna impossível a suspensão brusca das drogas. Essa suspensão acarretaria a chamada crise da
"abstinência". A dependência física é o resultado da adaptação do organismo, independentemente da
vontade do indivíduo.
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A dependência física e a tolerância podem se manifestar isoladamente ou associadas,
somando-se à dependência psicológica. A suspensão da droga provoca múltiplas alterações
somáticas, causando a dramática situação do "DELIRIUM TREMENS". Isto significa que o corpo não
suporta a síndrome da abstinência entrando em estado de pânico.

3.1.3 DEPENDÊNCIA PSÍQUICA

É a fissura, manifestação psíquica que leva o indivíduo a usar a droga por qualquer meio. A
pessoa é tomada por uma forte vontade de administrar a droga à qual se habituou. Existe um
compulsão para o uso contínuo da droga. Em estado de dependência psíquica, o desejo de tomar
outra dose transforma-se em necessidade, que, se não satisfeita, leva o indivíduo a um profundo
estado de angústia (estado depressivo).

3.1.4 DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Engloba a dependência física e psíquica. A dependência química é sempre física e psíquica,


podendo predominar uma ou outra.

3.1.5 TOXICOMANIA

A OMS definiu toxicomania ou toxicofilia “como um estado de intoxicação periódica ou


crônica, nociva ao indivíduo ou à sociedade, produzida pela repetido consumo de uma droga natural
ou sintética”.

3.1.6 TOXICOFILIA

A OMS definiu toxicomania ou toxicofilia “como um estado de intoxicação periódica ou


crônica, nociva ao indivíduo ou à sociedade, produzida pela repetido consumo de uma droga natural
ou sintética”.
Diante do que vimos, vamos fazer um breve resumo de como identificar a dependência:
 Forte desejo ou compulsão para consumir a substância;
 Dificuldade no controle de consumir a substância em termos do seu início, término
ou níveis de consumo;
 Estado de abstinência fisiológica quando o uso cessou ou foi reduzido
 Evidência de tolerância
 Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da
substância psicoativa;
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 Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências
manifestamente nocivas.

3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

Alunos Ciclos, atenção, pois será esse tópico o perguntado na sua prova. De acordo com os
efeitos produzidos no Sistema Nervoso Central, as drogas podem ser classificadas em 3 categorias
(decorar os sinônimos):
 Depressoras = PSICOLÉPTICOS;
 Estimulantes = PSICOANALÉPTICOS
 Perturbadoras = PSICODISLÉPTICOS

3.2.1 PSICOLÉPTICAS (DEPRESSORAS)

São substâncias que deprimem a atividade mental, diminuem a vigília, reduzem a atividade
intelectual, sedam a tensão emocional, induzem o sono, relaxam os músculos e diminuem a ansiedade.
 Diminuem a atividade cerebral, alterando as respostas funcionais e reflexos.
 O Sistema Nervoso Central trabalha mais lentamente e as reações do usuário são de
o Lentidão, sonolência, apatia,
o Falta de coordenação motora,
o Dificuldade de concentração e
o Perda de memória.
 Estes tipos de drogas podem atuar
o Sobre o estado de vigília (noolépticos), onde ficam incluídos os hipnóticos
(soníferos), barbitúricos ou não; ou
o Sobre o humor (timolépticos), subgrupo em que se incluem os
 Neurolépticos (fenotiazina, reserpínicos e butirofenonas) e
 Tranquilizantes (meprobamato, diazepínicos).
Neste grupo incluem-se:
 Álcool
 Alguns hipnóticos que combatem a insônia, barbitúricos (Gardenal), não-barbitúricos
(Mogadon, Dalmadorm, Dormonid, Sonebon), ansiolíticos que são calmantes que
diminuem a ansiedade.
 Opiáceos naturais (morfina e codeína),
 Opiáceos semi-sintéticos (heroína) e
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 Opiáceos sintéticos (Metadona)
 Solventes (cola de sapateiro, benzina, acetona).

3.2.2 PSICOANALÉPTICOS (ESTIMULANTES)

São substâncias que estimulam a atividade mental, aumentam a vigília, causam insônia,
excitam a atividade intelectual, exaltam a tensão emocional, aumentam a atividade do Sistema
Nervoso Central
Sob seus efeitos o usuário se sente com muita energia, disposição, pois estas drogas afastam
o cansaço e a fome. Aumentam a percepção, ficando os demais sentidos ativados.
Exemplos dessa categoria são:
 COCAÍNA
 CRACK
 CAFEÍNA
 TEOBROMINA
 MDMA OU ECSTASY
 ANFETAMINAS (BOLINHA, ARREBITE)
Iremos estudar cada uma adiante.

3.2.3 PSICODISLEPTICOS (PERTURBADORES OU ALUCINÓGENOS)

São substâncias que perturbam a atividade mental, gerando distorção da realidade (delírios),
alucinações, ilusões, estados confusionais e despersonalização. São drogas que agem modificando a
qualidade da atividade cerebral (não a quantidade), levando o usuário a alteração de sua percepção,
podendo ocorrer confusão mental, delírios, alucinações, despersonalização, distorção do tempo e do
espaço.
São exemplos:
 Maconha (THC)
 Skunk
 Chá de cogumelo
 Cogumelo (espécie de fungo que parasita excremento de animais - DMT)
 LSD-25 (ácido lisérgico) conhecido vulgarmente “doce”
 Anticolinérgicos (como Artane® e o Bentil®).
Tabela resumo
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PSICOLÉPTICAS PSICOANALÉPTICAS PSICODISLÉPTICAS
Deprimem a atividade mental, Estimulam a atividade mental, Perturbam a atividade mental,
diminuem a vigília, reduzem a aumentam a vigília, causam gerando distorção da realidade
atividade intelectual, sedam a insônia, excitam a atividade (delírios), Agem modificando a
tensão emocional, intelectual, exaltam a tensão qualidade da atividade
emocional cerebral (não a quantidade),
Álcool, ópio, Fenorbarbital Coca, crack, oxi, anfetamina Maconha, LSD, cogumelo
(gardenal), barbitúricos (bolinha, speed, ecstasy, (santo daime), meta
(calmantes), soníferos, cola de cristal, rebite)
sapateiro, morfina, heroína,
álcool

3.3 SUBSTÂNCIAS EM ESPÉCIE

Colocarei apenas as mais importantes (as outras é preciso saber apenas a que grupo
pertencem) e, para facilitar, falarei primeiro das psicolépticas, em seguida das psicoanalépticas e só
então das psicodislépticas (na ordem):

Psicolépticas:

3.3.1 ÓPIO (OPIÁCEOS E OPIÓIDES)

 São depressivas (PSICOLÉPTICAS)


 É extraído da papoula e produz excitação inicial, que é ilusória, seguida de depressão,
além de sono não reparador de fadiga.
 Alcalóides (Morfina, Narcotina, Papaverina, Codeina...)
 É utilizado de várias maneiras (fumado, em pílulas, injetável e como supositório).
 Ópio, morfina e heroína ativam diretamente os receptores das endorfinas (opióides
do próprio corpo) no núcleo acumbente. A função delas normalmente é regular o
teor final de dopamina no sistema nervoso central. Com a ação dessas drogas, a
produção de dopamina se eleva o que traz a sensações de euforia e bem-estar.
Dentre os sintomas causados pelo abuso de opiáceos, a perda da vontade é o
principal. O dependente abandona tudo, inclusive família e trabalho.
Vejamos alguns dos derivados mais importantes do ópio:
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É solúvel em água e álcool. Seus efeitos são a ansiedade, anomalias do
caráter, mitomania (mania de mentir), diminuição sensorial, perda do
MORFINA pudor, hepatite, lesões cerebrais (por embolia), etc. É um dos mais
potentes analgésicos naturais.
É uma substância depressora seminatural, obtida através da mistura de
HEROÍNA (DIACETIL- morfina e ácido acético, apresentado em forma de pó branco, cinza ou
MORFINA) castanho; solúvel e cinco vezes mais potente que a morfina; Utilizada
inalada ou injetável.
CODEÍNA Alcaloide natural obtido do ópio, usado no tratamento da dor e da tosse.

3.3.2 ÁLCOOL

 O álcool também é uma droga PSICOLÉPTICA, depressora.


 O álcool ativa diretamente os neurônios do VTA, que passam a liberar mais dopamina.
O resultado é o aumento da concentração de dopamina. O uso prolongado prejudica a
estrutura dos neurônios e afeta a comunicação entre eles.
 Tem como consequências mudanças psíquicas, com distúrbios sensoriais e motores. Se
ingerido em quantidade elevada, podem ocorrer convulsões, coma e morte por parada
cardíaca ou respiratória.
I. EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA
A ação tóxica sobre o organismo revela-se por reações físicas, neurológicas e psíquicas:
REAÇÕES FÍSICAS REAÇÕES NEUROLÓGICAS REAÇÕES PSÍQUICAS
Congestão das conjuntivas, Alteração do equilíbrio, da Essas alterações começam de
taquicardia, taquipnéia e hálito marcha, há perturbações da maneira progressiva pelas
alcoólico-acético coordenação motora. alterações do humor, do senso
As alterações do equilíbrio ético, da atenção, da
manifestam-se pelo SINAL DE sensopercepção, do curso do
ROMBERG, em que o pensamento e da associação
examinador pede para o de ideias. Pouco a pouco o
paciente permanecer em pé indivíduo apresenta atitudes
com os pés juntos, mãos ao caracterizadas pelo exagero e
lado do corpo e olhos fechados pelo ridículo
por um minuto.
A marcha do embriagado tem a
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denominação de marcha
ebriosa, cerebelar ou em
ziguezague.
As alterações de coordenação
motora traduzem-se no
movimento e na fala.

II. EXAME PERICIAL


 Hálito
 Motricidade (marcha)
 Romberg simples e combinado
 Psiquismo (atenção, memória, consciência)
 Funções vitais
 Aparência geral
Exames complementares (devem ser colhidos com autorização do periciado)
 Sangue – Valor quantitativo e qualitativo
 Urina – Valor apenas qualitativo
III. FASES DA EMBRIAGUEZ:
 FASE EUFÓRICA / FASE DA EXCITAÇÃO / FASE DO MACACO- 1º período: de euforia
com extroversão exagerada.
 FASE AGITADA / CONFUSÃO / FASE DO LEÃO - (perturbações psicosensoriais
profundas), com diminuição das faculdades mentais e falta de auto-controle. É A FASE
DE MAIOR INTERESSE POR ISSO É TAMBÉM CHAMADA DE FASE MÉDICO-LEGAL.
 PERÍODO COMATOSO / FASE DA DEPRESSÃO / FASE DO PORCO - caracterizado por
arreflexia, atonia, midríase, pulso lento, hipotensão e hipotermia.
Lembre-se, pois já caiu em prova, a fase médico-legal é a fase da confusão.
IV. FORMAS DE EMBRIAGUEZ
Pode ser:
 Voluntária,
 Acidental/fortuita ou
 Preordenada
Além de:
 Completa ou
 Incompleta
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Conforme estudamos em direito penal, a embriaguez que pode conceder isenção de pena ao
autor, se completa, é a acidental ou fortuita.

V. ALCOOLISMO CRÔNICO

Podem desencadear o alcoolismo crônico fatores:


 Biológicos – baseadas na hereditariedade
 Psicológicos - baseados em
o Personalidade – características individuais de dependência, insegurança,
passividade.
o Aprendizagem – o indivíduo aprende a lidar com problemas pessoais através do
álcool.
o Elementos socioculturais – baseada no consumo diferenciado na sociedade em
razão do sexo, cor, educação, religião...
O alcoolismo crônico pode desencadear:
Quadro de desorientação, com alucinações visuais, ausência de memória. é
DELIRIUM TREMENS um estado psicopático caracterizado por confusão mental, delírio (zoopsias,
com visão de animais geralmente minúsculos), tremor, sudorese, debilidade
dos membros inferiores e febre.
ALUCINOSE Surge sob forma de sons inespecíficos, como chiados, zumbidos, ruídos de
ALCOÓLICA sinos, roncos, assobios ou vozes que têm as mais variadas características. O
dependente escuta vozes.
DEMÊNCIA E Trata da destruição progressiva da personalidade e ataques epiletiformes.
ENCEFALOPATIA Decadência moral, familiar, social.
ALCOÓLICA
Consumo esporádico, mas em grande quantidade. Nos intervalos não bebe e
DISPSOMANIA tem aversão a álcool. Possuem alta tolerância a álcool.
SÍNDROME DE Também chamada de síndrome amnésica ou psicose polineurítica. Está
KORSAKOW caracterizada por um quadro clínico de amnésia, desorientação no tempo e
no espaço, confabulação e sintomas da polineurite
É um comprometimento de vários neurônios periféricos por um processo
POLINEURITE degenerativo. É uma síndrome sensitivo-motora representada por
parestesias das extremidades, hiperestesias cutâneas, hipoestesia superficial,
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mialgias, alterações de reflexo, etc
Caracterizada por sintomas resultantes de lesões por minúsculos focos
POLIENCEFALITE hemorrágicos dos nervos cranianos do tronco cerebral. Seus sintomas são:
SUPERIOR paralisia dos músculos do globo ocular, sintomas trigeminais (nevralgia
HEMORRÁGICA DE facial), paralisia dos músculos faciais e, algumas vezes, disfonia, disfasia,
WERNICKE tremor da língua e tremores peribucais.

3.3.3 SOLVENTES INDUSTRIAIS:

 São depressoras (PSICOLÉPTICAS)


 São líquidos e substâncias que contém compostos utilizados geralmente pelas crianças
e adolescentes, para terem a sensação de “tonteira”
 Os mais comuns são éter, clorofórmio, benzeno, xileno, tolueno, acetona, colas (de
madeira, de sapateiro, etc.).
 São utilizados diretamente de seus recipientes ou em pedaços de panos, sacos
plásticos, etc.
 Seus efeitos são rápidos (segundos a minutos), contudo de pouca duração (de 15 a
40 minutos)
Psicoanalépticas:

3.3.4 COCAÍNA

 Alcalóide de ação estimulante (PSICOANALÉPTICA)


 Seu princípio ativo natural é extraído da folha de coca (Erythroxylon coca)
 É usada por aspiração nasal (forma mais comum), endovenosa ou raramente
injetada. Pode ser também fumada (pasta base da coca), na forma também
conhecida como crack, que tem efeitos semelhantes ao pó, mas que são sentidos mais
rapidamente.
 Age bloqueando o processo de reciclagem da dopamina pelos neurônios, aumentando
sua duração e seus efeitos nas sinapses, o que leva à sensação de euforia característica
da droga. O uso continuado danifica os neurônios e pode levar à redução dos efeitos
da dopamina, provocando depressão e agressividade, perda do prazer no uso da
droga, mas persistindo o vício para evitar os sintomas insuportáveis do não uso.
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 São características do cocainômano: vive o presente, possui delírio de perseguição,
excitação, insônia, emagrecimento, impotência, frigidez. A cocaína transforma
medroso em corajoso. O abuso da droga conduz a estados alucinatórios, com cenas de
violência ou suicídio. O usuário crônico da cocaína inalada apresenta perfuração do
septo nasal, configurando o denominado nariz de rato.
 Os vestígios de consumo de cocaína podem ser pesquisados na urina, sangue, saliva,
cabelo. Na urina fica de 2 a 3 dias. No cabelo de 2 a 3 meses. Cabelo é a melhor forma
de amostra.
Vejamos alguns derivados da cocaína:

É um subproduto da cocaína, obtida a partir da pasta base de coca, mais barata


MERLA ainda do que o crack. Seu uso é através de cigarros ou cachimbos, misturados
com fumo ou puro.
É a cocaína na forma de bicarbonato, sem refino, fumada em cachimbo. É muito
CRACK forte e barata, gera rápida dependência, já a partir da terceira ou quarta dose.
BAZUCA É o sulfato de cocaína, misturado geralmente no cigarro de maconha.
OXI É uma variante do crack, mais potente e letal.

3.3.5 ANFETAMINAS (“BOLINHAS”, “REBITES”)

 São drogas sintéticas estimulantes (PSICOANALÉPTICAS)


 Provocam insônia, perda de apetite e a sensação de plena energia, o que faz com
que o usuário fale mais rápido que o habitual. A boca fica seca e os olhos bem
abertos. Ocorre a dilatação das pupilas (midríase), bem como o aumento do número
de batimentos cardíacos (taquicardia). Podem causar degeneração de células do
cérebro.

3.3.6 ECSTASY OU MDMA

 Também é estimulante (PSICOANALÉPTICA)


 É uma anfetamina modificada, mas não age como uma, porque libera dopamina
diretamente no núcleo acumbente cerebral, sem reabsorvê-la. Como a cocaína,
impede a reabsorção da dopamina e essa ação é tão duradoura que o prazer pode se
prolongar por horas.
 Indivíduo torna-se muito falante, com movimentos exacerbados, Como efeitos
colaterais incluem-se taquicardia, insônia, hipertensão, convulsões, trombose,
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hemorragia cerebral, hipertermia (elevação da temperatura corporal acima de 40ºC),
boca seca, muita sede, diminuição de apetite, atenção dispersa, episódio de pânico,
irritabilidade, ansiedade que podem levar à morte súbita.
Psicodislépticas:

3.3.7 MACONHA

 Causa delírios (PSICODISLÉPTICA)


 Nome científico é Cannabis sativa (cânhamo)
 Princípio ativo é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC)
 A maconha é fumada em forma de cigarro, com o auxílio ou não de uma espécie de
piteira conhecida como “marica”.
 Altera a sensopercepção, a memória, a capacidade de orientação. Gera síndrome
amotivacional (perda do interesse pelas coisas), confusão mental e enfraquecimento
da concentração. Os danos à memória são maiores quanto mais cedo se inicia o
consumo.
 Traz a sensação de bem-estar, relaxamento e vontade de rir, mas pode causar
angústia no usuário, bem como a perda da capacidade de calcular tempo e espaço e
prejuízo da memória e da atenção. Os olhos ficam avermelhados, a boca fica seca e o
coração dispara. Com o uso continuado, há problemas respiratórios (bronquites) e
pode causar infertilidade no homem.
 Na urina pode ser detectada de 3 a 7 dias após o uso. Até 60 dias se usuário crônico.
Derivados da maconha:
SKUNK É maconha cultivada em estufas especiais e que possui alta concentração de
THC.
HAXIXE É uma resina viscosa retirada da inflorescência da “Cannabis sativa D”

Vamos estudar também na lei de drogas, mas há importante julgado do STJ tratando da
maconha:
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - Inf. 582 do STJ - LEI DE DROGAS. Presença de canabinoides na
substância é suficiente para ser classificada como maconha, ainda que não haja THC. Classifica-se
como "droga", para fins da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas), a substância apreendida que possua
"canabinoides" (característica da espécie vegetal Cannabis sativa), ainda que naquela não haja
tetrahidrocanabinol (THC).
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3.3.8 COGUMELOS

 Alucinógenos naturais (PSICODISLÉPTICOS)


 Consumidos sob a forma de chá.

3.3.9 LSD-25

 É uma substância alucinógena (PSICODISLÉPTICO)


 São as iniciais que designam a DIETILAMIDA DO ÁCIDO LISÉRGICO
 Derivado do alcaloide do ergot, que é um produto do fungo que dá no centeio.
Sintetizada em laboratório (a partir da substância produzida pelo fungo conhecido
como “ESPORÃO DO CENTEIO”).
 O principal perigo consiste na perda da habilidade de perceber e avaliar situações de
perigo. Causa distorções perceptivas nas cores, formas e contornos, provocando
fusão dos sentidos (cinestesia) na qual os sons parecem adquirir formas que ficam
coloridas. A noção de tempo e espaço é perdida. O LSD-25 tem poucos efeitos no
corpo: a pulsação pode ficar mais rápida, as pupilas dilatarem e a pessoa sentir
excitação.
 Pode causar “flashback”, ou seja, seus efeitos podem ser sentidos semanas depois de
ela ter sido consumida.

4 BIBLIOGRAFIA

Esse material é uma fusão das seguintes fontes:


- Med Leg DC. Delton Croce & Delton Croce Júnior Manual de Medicina Legal 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
- Medicina Legal e Noções de Criminalística – Neusa Bittar – Editora Juspodivm
- Livro de Genival Veloso França
- Anotações pessoais de aulas.

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