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A chamada população de rua é a que utiliza o espaço da rua como moradia fixa
ou temporária. A precarização do trabalho, o alcoolismo e o uso de drogas, a dificuldade
em arcar com os gastos de uma moradia fixa, o aumento da violência nas periferias e a
loucura são os principais fatores pra que essa população exista.
A política de assistência à população de rua em Belo Horizonte se compõe com
os seguintes serviços: o Serviço de Abordagem, que conta com uma lógica de redução
de danos, pensando alternativas para essa população; o Centro de Referência à
População de Rua, que é um espaço de referência para o morador de rua fazer sua
higiene, guardar pertences, lavar sua roupa, endereço para correspondências e a
possibilidade de participação em oficinas para que se pensem alternativas para sua
condição; repúblicas para moradia temporária, sendo a república Reviver masculina e a
Maria Maria feminina, além do Albergue Noturno Municipal e do Abrigo São Paulo,
que oferecem pernoite, café da manhã, higienização e atendimento e acompanhamento
social, no caso do primeiro e o Serviço de Atenção Sócio Familiar, que realiza
acompanhamento social das famílias com trajetória de rua inseridas no programa Bolsa
Moradia da URBEL.
Após a abordagem no Albergue, no Centro de Referência ou no Serviço de
Abordagem, as pessoas são encaminhadas para os serviços que atendam suas demandas.
São encaminhados para os albergues ou para o Bolsa Moradia, quando se verifica
demandas relacionadas a habitação e para a eficácia do trabalho é necessária a
participação direta dos usuários, o que demanda tempo. Nessa tentativa de resolução dos
problemas, diversos contratempos apareceram e a falta de diálogo entre os setores foi o
principal problema evidenciado.
Os usuários enfrentam estigmas mesmo nos atendimentos. Há a ideia de que, por
serem “casos sociais”, não há a necessidade de acompanhamento pelo SUS,
desconsiderando que a vulnerabilidade em que vivem é um dos fatores do agravamento
de casos de saúde. Em relação à saúde mental, a territorialização dos casos é o maior
problema, já que implica em devolver o usuário para a rua após a crise. A humanização
do SUS, assim, passa na ideia de que nenhum morador de rua será discriminado ao
precisar de seus serviços, garantindo o princípio da universalidade.