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Brazilian Journal of Development 14710

ISSN: 2525-8761

A judicialização do direito à saúde: demandas oncológicas na cidade de


Macapá

The judicialization of the right to health: oncological demands in the


city of Macapá

DOI:10.34117/bjdv7n2-106

Recebimento dos originais: 10/01/2021


Aceitação para publicação: 10/02/2021

Elainy Martins do Nascimento


Bacharel em Direito e Advogada
Centro de Ensino Superior do Amapá
Endereço: Rodovia Duca Serra, Via 17, 350, Alvorada, Macapá - AP
E-mail: elaynecris0@hotmail.com

Kátia Paulino dos Santos


Doutora em Gestão (Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro - Portugal)
Universidade do Estado do Amapá (UEAP)
Endereço: Av. Pres. Vargas, 650, Central, Macapá - AP
E-mail: katia.santos@ueap.edu.br

RESUMO
Após a promulgação da Constituição Federal Brasileira de 1988 tornou-se cada vez mais
frequente a interferência do poder judiciário em questões que, primariamente, são da
competência dos poderes executivos ou legislativos. A este papel exercido pelo Judiciário
para a garantia de direitos difusos dos indivíduos expressos no artigo 6º da Constituição
tem sido atribuído o nome de judicialização. Este artigo objetivou analisar a judicialização
do direito à saúde na cidade de Macapá para pacientes da oncologia e suas contribuições
para garantia do direito à vida. Utilizou-se pesquisa quanti-qualitativa, com demonstração
a estatística brasileira e macapaense das demandas, tratando-se de pesquisa de campo,
que utilizou a técnica de en-trevista. Buscou-se compreender secundariamente as
estratégias de tratamentos, as demandas da cidade de Macapá, a forma que os pacientes
conseguem o tratamento e a forma que as fa-mílias e os pacientes veem esse tratamento.
A pesquisa demonstrou as fragilidades da saúde de Macapá em relação à doença
evidenciando possíveis estratégias de amenização dos pro-blemas detectados, de forma a
se delinear um tratamento de melhor qualidade e com atenua-ção sofrimento dos
pacientes e seus familiares.

Palavras-chave: Direito à saúde, judicialização, tratamento oncológico, Sistema Único


de Saúde.

ABSTRACT
After the promulgation of the 1988 Brazilian Federal Constitution, interferen-ce by the
judiciary in matters that, primarily, fall within the competence of the executive or
legislative powers, became increasingly frequent. This role exercised by the Judiciary to
gua-rantee the diffuse rights of individuals expressed in Article 6 of the Constitution has
been called judicialization. This article aimed to analyze the judicialization of the right to

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health in the city of Macapá for oncology patients and their contributions to guarantee the
right to life. Quanti-qualitative research was used, demonstrating the Brazilian and
macapaense statistics of the demands, in the case of field research, which used interview
techniques and on-site obser-vation. We sought to understand the treatment strategies
secondarily, the demands of the city of Macapá, the way that patients get treatment and
the way that families and patients see this treatment. The research demonstrated the
weaknesses of Amapá's health in relation to the di-sease, showing possible strategies to
alleviate the detected problems, in order to outline a bet-ter quality treatment and mitigate
the suffering of patients and their families.

Keywords: Right to health. Judicialization, oncological treatment, Health Unic System.

1 INTRODUÇÃO
O fornecimento de medicamentos, exames e pedidos relacionados ao direito à
saúde por ação judicial tornou-se uma prática rotineira nos últimos anos, após a
promulgação da Constituição Federal Brasileira de 1988 tornou-se cada vez mais
frequente a interferência do poder judiciário em questões que, primariamente, são da
competência dos poderes executivos ou legislativos. A este novo papel exercido pelo
Judiciário na garantia de direitos difusos dos indivíduos expressos no artigo 6º de tal
constituição tem sido atribuído o nome de judicialização.
No Estado do Amapá, assim como no restante do Brasil, os números dessas
demandas vêm aumentando consideravelmente, impulsionando o crescimento de
pesquisas relacionados ao tema, nas quais se observa que o foco predominante de análise
são os princípios da reserva do possível e o mínimo existencial. Este artigo, no entanto,
tem como propósito central compreender a percepção do paciente em relação ao processo
de judicialização.
Neste sentido, este artigo possui como objetivo geral analisar a judicialização do
direito a saúde na cidade de Macapá para pacientes da oncologia e e suas influências para
a garantia do direito à vida. Possui ainda como objetivos específicos: compreender os
avanços jurídicos voltados ao tratamento do câncer no Brasil; analisar as estatísticas da
judicialização do direito à saúde em Macapá e as estratégias e os mecanismos para a
garantia do direito à vida.
Utilizou-se a técnica de pesquisa e campo, realizada a partir de entrevistas e
análise de documentos, projetos e matérias jornalísticas. Utilizou-se ainda de pesquisas
estatísticas do IBGE, IJOMA, INCA, entre outros que cuidam.

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2 A TRAJETÓRIA DE TRATAMENTO DO CÂNCER NO BRASIL E AVANÇOS


NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
O presente capítulo apresenta a forma de tratamento do câncer no Brasil e seu
ordenamento jurídico, avanços, desafios e políticas sociais voltadas ao tratamento do
paciente oncológico. Ressalta ainda as regiões que possuem mais estruturas e as menos
estruturadas para um efetivo tratamento.

2.1 A TRAJETÓRIA DE TRATAMENTO DO CÂNCER NO BRASIL


O câncer na linha do tempo brasileira teve a sua primeira aparição de modo
acadêmico como tema de pesquisa científica em 1904, porém em prontuários médicos
especula-se desde 1872, com o médico oftalmologista Hilário que fez a primeira
observação da transmissibilidade hereditária do câncer. “Primeira observação
documentada de transmissibilidade hereditária do câncer, feita pelo médico
oftalmologista Hilário de Gouveia”. (FIOCRUZ, 2011)
O Brasil atualmente busca primeiramente a prevenção e diagnóstico rápido da
doença, o que aumenta significativamente a chance de cura do paciente, visando a
melhora dos aparelhos de imagem, laboratoriais e profissionais da área, porém apesar da
constituição trazer a descentralização do SUS no país, várias fontes de pesquisa mostram
que mais da metade dos hospitais especializados em câncer no Brasil se encontram em
grandes metrópoles, como São Paulo. No Amapá não possui nenhum hospital
especializado em câncer.
Torna-se patente que o direito à saúde dos indivíduos implica um
comprometimento estatal que o garanta. Assim, pode-se concluir que o acesso à saúde,
elencado no rol dos direitos fundamentais sociais, impõe ao Estado a adoção de políticas
sociais e econômicas que objetivem reduzir o risco dos agravos e o acesso universal à
promoção, proteção e a recuperação da saúde. (GADIA, 2006)
Como pode-se ver no mapa 1 o tratamento no Brasil não é de forma única e
igualitária, visto que os grandes centros do país ficam com a maior parte dos recursos
públicos e possuem o maior número de hospitais e leitos disponíveis.

2.2 AVANÇOS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: UM OLHAR AOS PACIENTES


COM CÂNCER
A Lei nº 12.732/12 (em vigor desde 23/05/2013) estabeleceu que o primeiro
tratamento oncológico no SUS deve-se iniciar no prazo máximo de 60 dias a partir da

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assinatura do laudo patológico ou em prazo menor conforme necessidade terapêutica do


caso registrada no prontuário do paciente.
Em novembro de 2012, a então presidente Dilma Rouseff aprovou a lei que ficou
conhecida como a Lei dos 60 dias, que assegura o início do tratamento ao paciente com
câncer em até, no máximo, 60 dias, contados a partir do resultado da biópsia. Segundo o
MS, porém, 40% dos pacientes esperam bem mais do que isso para começar o tratamento.
"É uma série de jogar para lá e para cá; faz outro exame; revisa a lâmina da biópsia.
Hospitais estão lotados e que precisam de infraestrutura e de pessoal", explica Luciana
Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, uma associação que reúne profissionais de saúde
e pacientes e ex-pacientes de câncer. (CONTAIFER, 2016)
E em alguns estados como o Amapá a biópsia de alguns tipos de câncer não é
realizado no estado, e as que são realizadas aqui o material é enviado para outros estados,
fazendo o paciente aguardar por dias o resultado. A ineficácia da lei não está somente na
demora do diagnóstico completo, mas também para alguns casos de câncer como a
leucemia aguda, que precisa de um diagnóstico rápido para o início do tratamento
imediato. O Brasil já possui muitas leis, o que resta é a o cumprimento destas. De acordo
com o artigo 7º da lei 12.845/2013:

As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou


conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos
de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios: IX - descentralização político-
administrativa, com direção única em cada esfera de governo: (...) b)
regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.

A assistência humanizada, também chamada de cuidados paliativos, é utopia para


alguns estados brasileiros, visto que não existe o setor de humanização na maioria dos
hospitais, tal pouco a capacitação dos profissionais da saúde para saber lidar com as
pessoas em tratamentos de alta complexidade, dentro dessa humanização do serviço tem-
se a capacitação dos profissionais da saúde em relação ao trato com o paciente, a
regionalização do tratamento e consequentemente uma maior participação da família do
paciente para ajudar no lado emocional da pessoa doente.
Dada à complexidade do câncer e do seu tratamento, é de extrema importância
garantir atenção integral e humanizada na assistência ao paciente e aos seus familiares,
assegurando o serviço multi e interdisciplinar, o respeito aos direitos específicos previstos
em legislação e aos aspectos subjetivos, sociais, culturais e espirituais no enfrentamento
da doença.

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O artigo 1º da Portaria Ministerial da Saúde nº 874/2013 dispõe que fica instituída


a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde
das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa
portaria aparentemente visa melhorar a saúde mental do paciente diagnosticado com
neoplasia maligna (câncer), afirmar a vida e tratar a morte como um processo natural,
uma fase da vida, que não implica em apressar ou adiar a morte, apenas fazer o melhor
para o paciente se sinta o máximo possível bem e feliz. Afinal saúde é o significado de
uma vida digna e ter dignidade é ter saúde ou o máximo possível desta para, assim, poder
trabalhar, estudar e ser feliz.

3 POLÍTICAS SOCIAIS DO TRATAMENTO DO CÂNCER: CONFLITOS E


ESTATÍSTICAS
O caminho para a tratamento oncológico pelo SUS: O caminho básico para quem
é diagnosticado com câncer na rede pública é, ao sentir sintomas, ser encaminhado para
uma unidade de saúde ou a um hospital apto a atendê-lo. São feitos exames para
comprovar o diagnóstico. Só então, o paciente é encaminhado a uma Unidade de
Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou para um Centro de
Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), instituições vinculadas ao
Ministério da Saúde (MS), que estão espalhadas por todo país para tratar diferentes tipos
de tumores. Ao todo, são 284 unidades. Em casos mais específicos e complexos, o doente
é transferido para um centro de excelência, como o Inca, no Rio de Janeiro, ou para o
ICESP, em São Paulo. (CONTAIFER, 2016)
O câncer é a segunda causa de óbitos no país, cerca de um terço dos casos novos
de câncer no mundo poderiam ter sido evitados houvesse a prevenção. Atualmente o
câncer é o nome dado para um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o
crescimento desordenado de células, que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos.
(INCA, 2018)
Cumprida a etapa, o paciente passa por mais uma triagem. Entra na fila da cirurgia,
da radioterapia ou da quimioterapia. Muitas vezes, precisa ser submetido aos três. O
tratamento oncológico na rede particular: Na rede privada, o desenrolar do diagnóstico
acontece muito mais rápido. Ao perceber os sintomas, o paciente marca uma consulta. Se
encaminhado para um oncologista, a ANS garante em lei que o atendimento seja feito em
até 14 dias. A partir daí o médico decide o tratamento e, se tudo der certo, o paciente
começa logo a luta pela vida. (CONTAIFER, 2016)

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Essa estrutura idealizada acima seria a desejada para todas as UNACON´s do


Brasil, com cirurgias, quimioterápicos, radioterapia, tratamento do câncer em crianças e
adolescentes, hematológico, apoio paliativo (psicológico, nutricional, odontológico, etc).
Essas unidades são especificadas no tratamento do câncer, as Unacon’s são as
unidades que existem dentro de hospitais gerais dos estados, chamadas de “alas” é o que
o Amapá possui, uma Unacon dentro do hospital geral da capital Macapá. As Cacon’s
são hospitais especializados somente no tratamento do câncer, o que o Amapá ainda não
tem, um exemplo mais próximo do nosso estado é o hospital do câncer em Belém/PA
Ophir Loyola, um hospital inteiro direcionado ao tratamento do câncer.
A medicação precisa estar incluída no rol de Procedimentos e Eventos em Saúde,
definido pela ANS, que é atualizado a cada dois anos. Se não for o caso, o paciente doente
deve solicitar na Justiça o atendimento, protagonista de um processo conhecido como
judicialização da saúde.

Art. 25 - Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-
lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS,
1948).

A primeira parte desta explanação ainda é uma utopia para a grande maioria dos
seres humanos, porém a segunda parte fala do dever do estado em prestar esses serviços
em circunstâncias que fogem do controle da pessoa, o que infelizmente são poucos os que
possuem essa oportunidade. No Brasil, além da corrupção ainda existe a falta de interesse
do estado em prestar serviços de qualidade. Está sociedade anseia pela oportunidade de
gozar de uma saúde pública de qualidade, mas para isso a sociedade precisa se impor
como tal e lutar por seus direitos.
O Tratamento Fora de Domicílio (TFD) consiste na garantia de acesso dos
pacientes (atendidos na rede pública ou conveniada do SUS) de um município, a serviços
assistenciais de outro município, uma vez esgotadas todas as formas de tratamento
naquele em que os mesmos residem. As despesas permitidas pelo TFD são aquelas
relativas a transporte aéreo, terrestre e fluvial, diárias para alimentação e pernoite para
paciente e o acompanhante, devendo ser autorizadas de acordo com a disponibilidade
orçamentária do município/estado, a autorização de transporte aéreo para
paciente/acompanhantes será precedida de rigorosa análise dos gestores do SUS.

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A Constituição Federal Brasileira tenta de todas a formas proteger o direito a


saúde e dar livre acesso a esta, a Portaria nº. 55/99 da Secretaria de Assistência à Saúde,
hoje o Ministério da Saúde instituiu o TFD que consiste em uma ajuda de custos aos
pacientes que são enviados a centros de referência por ordem médica.

4 A ATUAÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ E A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE


PARA OS PACIENTES ONCOLÓGICOS
Este capítulo contempla o objetivo primordial deste artigo, apresentado o estudo
de caso realizado no IJOMA e no Ministério Público Estadual, para demonstrar o olhar
do paciente e da Promotoria de saúde do Estado do Amapá em relação aos pacientes
oncológicos.

4.1 METODOLOGIA DA PESQUISA


Utilizou-se pesquisa qualitativa, com procedimentos técnicos de pesquisa de
campo, com técnicas de entrevistas com pacientes em tratamento oncológico no Estado e
fora do Estado e ainda e análise documental.
Este artigo possui como objetivo analisar a judicialização do direito a saúde na
cidade de Macapá para pacientes da oncologia e suas influências para a garantia do direito
à vida. Teve-se como foco central de análise a Unidade de Oncologia (UNACON),
localizada no Hospital Alberto Lima. Dentre as técnicas e instrumento utilizou-se durante
a pesquisa observação simples e análise documental.
Para o alcance dos resultados entrevistou-se pacientes com câncer da UNACON
e ainda pacientes que fazem tratamento em outros Estados. Entrevistou-se também
representantes do Ministério Público Estadual, para que avaliar as percepções sobre a
judicialização no prisma desse órgão, bem como representantes do Instituto de Prevenção
do Câncer Joel Magalhães (IJOMA), que representa uma das maiores organizações não
governamentais de apoio ao tratamento oncológico de pacientes com câncer.

4.2 O ATENDIMENTO AO PACIENTE ONCOLÓGICO NO ESTADO DO AMAPÁ


Dentre as entrevistas realizadas com pacientes, familiares e representantes do
Ministério Público Estadual, percebe-se a carência do Amapá de políticas públicas para
o efetivo tratamento oncológico na cidade de Macapá. São inúmeras as reclamações da
estrutura da Unacon, localizada no Hospital Alberto Lima, lugar onde se concentra todo
tratamento oncológico estadual.

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Não houve a permissão da visita “in loco” por parte da secretaria de saúde
amapaense, aos olhos dos pacientes para não demonstrar a fragilidade do local, visto que
para estes que frequentam constantemente essa estrutura encontra-se em precárias, além
de não serem ofertados todos os mecanismos necessários para o combate ao câncer, tais
como aparelhos apropriados, falta de funcionários especializados em algumas áreas,
exames de modo geral, entre muitas outras falhas percebidas.
Realizou-se entrevistas e análise documental de pesquisas realizadas pelo IJOMA,
cedidas pelo Pe. Paulo e a assistência social do instituto.
O Hospital Alberto Lima e a Secretaria de Saúde do Estado não possuem registros
específicos de casos oncológicos no Amapá, porém o IJOMA, que é uma organização da
sociedade civil amapaense, sem fins lucrativos que visa a prevenção do câncer criou um
setor que tem a proposta de formatar dados estatísticos de casos de câncer no Amapá,
para que possam trabalhar melhor na prevenção, já que este é o principal objetivo do
instituto.
No ano de 2017 como observa-se no quadro abaixo o Amapá teve 139 casos de
pessoas diagnosticadas com câncer, sendo 63% desse total mulheres, os médicos de
acordo com o Pe. Paulo em uma palestra do dia 17/05/2018 não possuem uma explicação
cientifica para isso, o motivo mais relevante é que as mulheres vão com mais frequência
ao médico, diferentemente dos homens, que muitos morrem sem saber o real motivo ou
o diagnóstico vem através de autópsias pós-morte.

Tabela 1: Registro de Casos de Câncer no Amapá em 2017

FONTE: Relatório Estatístico – IJOMA 2017.

Este gráfico mostra a estatística de câncer por sexo no Estado do Amapá, como
relatado anteriormente, vê-se a discrepância dos diagnósticos entre homens e mulheres.
O que é preocupante, já que de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) 40%

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dos casos de mortalidade relacionados ao câncer poderiam ter sido evitadas com um
diagnóstico precoce. (OPAS, 2017)
As principais causas do câncer, segundo pesquisas realizadas pelo IJOMA, são:
30% a má alimentação, seguida do mesmo índice de 30% o tabagismo, 15% a
hereditariedade, 5% infecções, 5% a exposição profissional em condições insalubres, 3%
o álcool, 5% a obesidade e a falta de exercício físico, 2% a exposição a raios UV sem
proteção, 2% o excesso de medicação e a automedicação, 2% também a poluição e 1%
outros fatores. (IJOMA, 2017)
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo,
estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e
aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas
são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do
organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir
de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células
normais. (OPAS, 2017)
No primeiro trimestre de 2018, o IJOMA registrou 36 pessoas diagnosticadas com
câncer no estado do Amapá, a média de homens e mulheres diagnosticados continua entre
60% e 70%, observa-se também que nos três primeiros meses do ano a maior incidência
de câncer continua em pessoas de idade entre 40 e 69 anos, adultas que ainda possuem
força de trabalho.
A prevenção e controle dessa doença em nosso país - de dimensões continentais e
fortes diferenças regionais por abrigar uma população de comportamentos, crenças e
atitudes de modo bem diversificado - representa, atualmente, um dos grandes desafios
que a saúde pública enfrenta. A descrição da distribuição dos tipos mais incidentes de
câncer, por meio do tempo, tem sido uma das principais estratégias para o estabelecimento
de diretrizes em políticas públicas e, principalmente, para o planejamento de ações de
prevenção e controle do câncer. (INCA, 2018)
A verdade, dizem os especialistas, é que a palavra “câncer” é genérica demais hoje
para a ciência. Dá nome a uma série de doenças que, para a medicina, podem ser
completamente diferentes, do tratamento ao nível de ameaça. Mesmo assim, sempre que
é dita em um consultório, gera calafrios. “No primeiro momento, a impressão é que o
mundo está desabando mesmo”, pontua o oncologista Fernando Vidigal, diretor médico
da clínica Cettro. Mas contra todos os monstros, é preciso se colocar de pé. Curar o
coração é tão importante quanto curar o corpo. (SAMORANO, 2015)

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O que os quadros e estimativas percebidos até aqui mostram são sinais de uma
sociedade marcada por uma doença adormecida dentro de todo ser vivo, até animais
possuem diagnósticos de câncer, o que nem mesmo os médicos conseguem explicar a real
causa, a sociedade amapaense assim como a sociedade mundial está a mercê da sorte de
ter ou não câncer, a única diferença são que em alguns lugares vê-se grandes centros de
tratamento e assim um maior número de pacientes curados.

4.3 MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL – PROMOTORIA DA SAÚDE


Este item foi construído através da entrevista realizada com o Dr. André Luis Dias
Araújo, no dia 10 de maio de 2018 promotor de justiça e chefe do setor da Promotoria de
Saúde e Educação, que cuida da judicialização da saúde e das visitas “in loco” na
UNACON- unidade de assistência de alta complexidade.
O promotor entrevistado do Ministério Público do Estado do Amapá, Dr. André
Luiz Dias Araújo, atua na Promotoria de Saúde e Educação há alguns anos. Já trabalhou
com inúmeros processos de saúde relacionados à oncologia, tanto para a solicitação de
exames e medicamentos, quanto para o pedido de tratamento fora de domicilio, o seu
trabalho dentro do Ministério Público é voltado para a defesa dos direitos difusos da
população, tais como educação e saúde, principalmente.
De acordo com a sua percepção, o Estado não tem conseguido atender a totalidade
de sua demanda, em face da estrutura inadequada, falta de leitos, medicamentos, não
possuir máquina de radioterapia, a falta de leitos na UTI faz com que as cirurgias sejam
remarcadas. Dessa forma, percebe que o Estado tem o atendimento oncológico, mas não
da forma como a lei estabelece.
A lei 12.732/12, conhecida como a lei dos 60 dias regula o tempo entre o
diagnóstico e o início do tratamento oncológico, porém no Amapá os pacientes que
necessitam de radioterapia tem um pouco mais de dificuldade e a lei é para o tratamento
após o diagnóstico, para o promotor Dr. André este diagnostico fechado para começar o
tratamento demora bastante, o que pode agravar a situação dos pacientes, mesmo
judicializando às vezes demora até três meses ou mais, já que os primeiros pedidos feitos
pelo Ministério Público é para biopsia, exames de imagem, entre outros. Além de tudo o
Ministério Público precisa intervir sempre para que funcione, talvez sem essa intervenção
a Unacon nem funcionasse mais, ano passado o MP lutou para tirar esta unidade da
terceirização, já que aumentava significativamente os custos do tratamento oncológico
que já tem um valor elevado.

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O processo nº 0010203-14.2010.8.03.0001, que tramita na justiça estadual é


acionado sempre que o Ministério Público precisa para defender o direito à saúde como
cumprimento de sentença da garantia à saúde, para a Promotoria de Saúde a maior
dificuldade é a carência estrutural do Estado. O Ministério da Saúde comprou máquinas
de radioterapia para os estados que não possuíam, o Amapá é um desses beneficiados,
porém precisa haver a construção de uma sala adequada para recebê-la já que essa
máquina tem conteúdo nuclear, o Ministério da Saúde faria esse investimento para tal
construção só precisa da disponibilização do espaço físico, o que até então não aconteceu
por parte do Estado.
O MP não considera burocrática a busca pelo tratamento fora do domicilio, acha
que é um pouco dificultoso pelo GTFD que é um gerenciador de vagas do TFD
(tratamento fora do domicilio) em todo Brasil, o que às vezes demora já que o problema
da saúde pública é de caráter nacional.
O promotor percebe que muitos medicamentos, tais como antibióticos,
antifúngicos, remédios para enjoo, suplementos entre outros necessários para o
tratamento oncológico os pacientes acabam tendo que comprar com recursos próprios, já
os quimioterápicos constantemente são alvos de ações coletivas por parte do MP para o
seu fornecimento adequado, já que se houver a falta desse medicamento haverá a
interrupção do tratamento dos pacientes em tratamento.
Para o Ministério Público ultimamente não há nenhum avanço no tratamento
oncológico no Estado do Amapá, o que se percebe é cada vez mais o aumento da
incidência de câncer na população e a saúde estadual não está acompanhando esse
aumento estruturalmente, o que ocasiona em inchaço e dificulta ainda mais o acesso a
essa área da saúde.
O que melhoraria bastante o tratamento oncológico no estado seria uma estrutura
única direcionada a esse segmento, uma construção separada do Hospital Alberto Lima.
Apesar do MP intervir bastante a iniciativa para que isso ocorra ainda precisa vim do
legislativo e executivo, o poder judiciário não pode ir além de sua competência, o que se
percebe é que essa iniciativa não está sendo tomada, talvez por falta de interesse ou pela
corrupção. Enquanto nada vem sendo feito, o MP continua tentando amenizar o
sofrimento e a espera dessas pessoas para um tratamento de qualidade, mas sabemos que
quem sofre mais com isso são as pessoas de menor poder aquisitivo, que não possuem
planos de saúde, infelizmente isso só poderá ser mudado com a mudança e cobrança do
próprio povo amapaense.

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4.4 TRATAMENTO DO CÂNCER NO AMAPÁ NA PERSPECTIVA DOS


PACIENTES E FAMÍLIAS
Realizou-se entrevistas com pacientes e familiares de pessoas em tratamento
oncológico, dentre 10 dos entrevistados destacou-se duas figuras, o Paciente 1 que está
em tratamento há 10 anos entre viagens Macapá - São Paulo por conta de um câncer de
mama que volta constantemente, após seu diagnóstico feito em Macapá o tratamento
começou em aproximadamente cinco meses, na visão do Paciente 1 a busca pelo
tratamento fora de domicilio no Amapá é extremamente burocrática, muitas das vezes
desencorajadora, porém o tratamento em São Paulo em seu ver é maravilhoso, com
profissionais especializados no tratamento humanizado, que sabem receber e falar com a
pessoa em tratamento que geralmente encontram-se fragilizados emocionalmente. Conta
ainda que durante seu tratamento nunca houve interrupção por falta de quimioterápicos
ou qualquer outro motivo, que recebe toda medicação necessária para o seu tratamento,
tais como antibióticos, antifúngicos, remédios para enjoo e suplementos, em sua
percepção o Amapá em relação ao resto do Brasil encontra-se em calamidade pública e
que não consegue encontrar nenhum aspecto positivo no tratamento estadual no
momento, e enfatiza que para melhorar o atendimento no estado precisa-se de uma
liderança administrativa que se importe com a saúde pública.
Os pontos positivos apontados pelo Paciente 2 são apenas os médicos e alguns
funcionários que fazem o que pode, dentro das limitações estruturais da Unacon por amor
a profissão. Para que haja um melhor tratamento no Amapá em seu ver precisa-se de uma
profissionalização humanitária para alguns funcionários, um ambiente melhor de
trabalho, uma máquina de radioterapia e a priorização de pessoas em tratamento para
exames de acompanhamento da evolução da doença, para que não haja filas para esses
casos, já que a luta contra o câncer é constante.
O tratamento oncológico amapaense está longe do adequado, pois na análise das
respostas dos pacientes mostra a insatisfação, principalmente depois de conhecerem
grandes centros de tratamento oncológico, como foi falado por uma paciente “todos
achamos que a saúde no norte do Brasil é isso aqui, essa precariedade, mas depois que
precisei fazer sessões de radioterapia em Porto Velho, percebi que o Amapá é o que possui
a pior estrutura, pois como outro estado do norte consegue ter aquela estrutura e a gente
aqui parado, não anda nem pra frente, nem pra trás?” (Paciente 3, 2018).

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Quadro 1: Análise das principais respostas dos pacientes

FONTE: Elaborado pela autora.

A sociedade tem que cobrar, não se deve achar normal o que os pacientes
oncológicos passam para terem um tratamento minimamente adequado, não é escolha
deles sair do estado, é necessidade, é a busca por um prolongamento de vida, ir para um
lugar desconhecido sem a família pra apoiar, uma pessoa já fragilizada emocionalmente
pelo diagnostico e ainda ter que enfrentar inúmeras barreiras para conseguir se tratar é
desumano, uma sociedade que luta pelos direitos humanos deve se atentar a saúde
também, não basta o Brasil assinar inúmeros tratados de humanidade e tratar os brasileiros
feito descartáveis, os ideais precisam sair de papéis e começar a fazer parte de nossa
realidade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca de um tratamento oncológico de qualidade é da grande maioria dos
brasileiros, visto que a maior parte dos centros de tratamento oncológico encontram-se
nas cidades mais desenvolvidas. E Macapá, para haver uma melhora significativa nesse
segmento precisa-se minimamente melhorar a estrutura física da UNACON ou para longo
prazo construir uma unidade unicamente direcionada ao tratamento oncológico,
disponibilizar um local adequado para a construção da sala especial para receber a tão
desejada máquina de radioterapia, proporcionar ao corpo técnico, enfermeiros e médicos
cursos e acompanhamento psicológico para melhor atenderem os pacientes e familiares
oncológicos.

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Percebe-se que o grande problema amapaense é a falta de interesse do poder


Legislativo e Executivo para a criação de políticas públicas, adequação e gestão da saúde,
a própria estrutura da secretaria de saúde encontra-se inadequada, tudo muito manual,
sem inovações tecnológicas para um melhor atendimento, com a modernização do
sistema interno haveria uma percepção maior por parte dos gestores das pessoas
diagnosticadas, do tipo de câncer com maior incidência no Estado, podendo assim haver
campanhas de incentivo e conscientização para assim haver diagnósticos precoces e
aumentar a chance de sobrevida do paciente, o Estado do Amapá é frágil no trabalho com
a prevenção.
A saúde amapaense em relação a oncologia precisa avançar bastante, e a totalidade
dos casos relatados neste estudo precisaram da judicialização da saúde, por meio do
Ministério Público ou de advogados particulares, para conseguir o tratamento necessário
para o câncer, o que é preocupante, visto que a saúde pública deveria ser ofertada de
forma espontânea pelo Estado, sendo a judicialização uma forma de suprir alguma
necessidade incomum, ou seja, ser a exceção, porém no cenário amapaense de hoje em
dia a judicialização tornou-se a regra.

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