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Unidade IV - Etnografia Rural e Etnografia Urbana
Unidade IV - Etnografia Rural e Etnografia Urbana
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização
Como registrar suas características, seus hábitos e costumes para analisá-los desde uma
perspectiva cultural?
E mais, haveria tribos dentro de sociedades complexas, nas cidades? Haveria tribos
urbanas?
O que é etnografia?
Erro comum em estudos recentes, presente até mesmo em manuais didáticos inclusive
do ensino superior, sem contar no uso recorrente dado pela imprensa, consiste em tomar o
termo “étnico” como designativo da tonalidade da pele do indivíduo ou de um grupo de
indivíduos.
Etnia é muito mais do que isso, e se refere a povo. Logo, um povo não se define
apenas por seus traços biotípicos, mas incorpora todos os seus traços culturais. Mais ainda, um
povo não se define sem um território, sendo assim, a etnia implica também nas relações de
grupos sociais com seu entorno físico.
Para que não sejamos obtusos em nossas primeiras tentativas de definição para esse
complicado conceito, vamos recorrer à etimologia:
O termo ethno, do vernáculo grego,
significa nação, povo, o que implica em todas as
relações acima mencionadas: traços biotípicos,
cultura e relação com um território.
E a Etnografia, no que consiste?
Recorrendo também à etimologia e já
sabendo que ethno se refere a povo, o termo
grego graphein designa ato de escrever. Seria
então o ato de escrever sobre um povo? Na
Antropologia cultural, a Etnografia se agiganta Fonte: www.alltheinternet.com/.../images?q=Etnografia
como um método de coleta de dados sobre um determinado povo, coleta essa que ganha a
dimensão de registro escrito sobre sua constituição biotípica, seus sistemas culturais e sua
relação com o meio ambiente.
Trata-se da atividade primordial dos antropólogos ao estudar um povo, o elemento
mediador entre estudioso e objeto, por meio do qual os registros sobre as impressões do
antropólogo servirão de base de dados para análise posterior.
Mas que tipo de grupos humanos podem ser estudados pela Etnografia? Oras, qualquer
um!
Ocorre que a Antropologia, área que primordialmente utiliza a etnografia (mas não a
única), não estuda qualquer tipo de sociedades humanas; há outras áreas que se confundem
com ela e também estudam grupos humanos, podendo valer-se dos meios etnográficos.
Se utilizarmos as categorias classificatórias de Talcott
Parsons, por exemplo, podemos distinguir grupos sociais entre
simples e complexos, que por sua vez podem existir ou terem
existido, ou seja, do presente ou do passado. Primordialmente, a
Antropologia se ocupou do estudo de sociedades simples do
presente, isso porque sociedades simples do passado são
estudadas pela História (no caso de sociedades portadoras de
escrita) e a Arqueologia (para o caso de sociedades ágrafas); já as
sociedades complexas do presente, seriam estudadas pela
Sociologia.
Fonte: colunistas.ig.com.br/street/tag/gas-festival/
Fonte: copoamericano.wordpress.com/.../
Fonte: revistaintolerante.blogspot.com/2009_03_01_ar...
É claro que esse quadro não é assim tão simples. Isso porque, tendo a Antropologia se
ocupado de sociedades simples, de organização primordialmente tribal e do presente, passou
a perceber a existência de “tribos”, ou seja, sociedades simples, inseridas dentro de sociedades
urbanas e complexas no presente, ou seja, as chamadas “tribos urbanas” (grafiteiros,
comunidades hip-hop, punks, headbangers etc.). Sendo assim, uma Antropologia Urbana
passou a adentrar o terreno da Sociologia, se confundindo com ela e muitas vezes se
sobrepondo. Na mesma medida, isso ocorreu entre todas as áreas aqui mencionadas, que
passaram a se confundir gravemente na busca por vezes dos mesmos objetos de estudos e
com abordagens muito parecidas.
Para complicar ainda mais a questão, a própria Etnografia vem se tornando cada vez
mais autônoma, deixando de ser método da Antropologia e de outras ciências humanas e
reivindicando tornar-se uma área de estudos per se.
Já vimos nas unidades anteriores
a importância que teve a publicação dos
estudos de Bronislaw Malinowski sobre
“Os Argonautas do Pacífico Ocidental”
(1922), que funda para a antropologia
moderna uma moderna forma de
etnografia, envolvendo uma observação
participante.
Fonte: www.vanderbilt.edu/AnS/Anthro/Anth101/notes_o...
Ocorre que tal estudo foi
empreendido tomando como objeto sociedades simples e do presente. Contudo, como podem
ser designadas as sociedades simples e complexas que se confundem e se acotovelam em
espaço cada vez mais limítrofes? Temos então, para a etnografia, duas categorias
fundamentais: etnografia rural e etnografia urbana.
A etnografia rural
nacional.
Fonte: mosaicojornalistico.wordpress.com/2009/09/20/
A etnografia urbana
Ainda sobre o tema “Etnografia rural e Etnografia urbana”, indico os textos abaixo,
disponíveis na internet, a título de leitura complementar:
MAPAS, Nubia Cristina Rodrigues; “Uma abordagem etnográfica sobre o meio urbano no
município de Parauapebas/ PA”; IV Encontro Nacional da ANPASS, disponível no link:
http://www.anppas.org.br/encontro4/cd/ARQUIVOS/GT3-144-30-20080517105527.pdf .
CASTRO, Elisa Guaraná de; “Entre ficar e sair: uma etnografia da construção social de jovem
rural, contribuições para o debate”; VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural,
disponível no link:
http://www.alasru.org/cdalasru2006/02%20GT%20Elisa%20Guaraná%20de%20Castro.pdf .
BLASS, Leila Maria da Silva; PAIS, José Machado (org.). Tribos urbanas: produção artística e
identidades. São Paulo: Annablume, 2007.
CÂNDIDO, Antonio. Os Parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades,
Editora 34, 2001.
MAGNANI, José Guilherme Cantor, “De perto e de dentro: Notas para uma etnografia
urbana”, Núcleo de Antropologia da USP, acessível no sítio: http://www.n-a-
u.org/DEPERTOEDEDENTRO.html, último acesso em 13/08/2007.
REIS, Hiliana; “Fronteiras, territórios e espaços interculturais”, InTexto, UFRGS, n. 10, 2004,
acessível no sítio http://www.intexto.ufrgs.br/n10/a-n10a9.html , último acesso em 19/08/2007.
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