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Warthog Special Operations

Nha Trang Base Camp


Curso Básico de Airsoft Scout Sniper nível 2
Plano de Ensino do SSR-DI-002 20/1

Nota de Instrução UD29


Módulo 06 – Maneabilidade e conduta de patrulha
UD-29 Generalidades e fundamentos de condutas de patrulhas
Carga Horária 01 hora-aula Escopo Teórico

Objetivos
Esta Unidade Didática específica visa os seguintes objetivos:

• Apresentar o fundamento sobre Patrulhas de Reconhecimento de Longo-Alcance;


• Apresentar as doutrinas correlatas a condutas de Patrulhas, no padrão da Escola de
Reconhecimento Terrestre de Nha Trang (Nha Trang Recondo School);
• Estabelecer os critérios e padrões para condução de patrulhas de Recondo.

Pré-requisitos
Nenhum.

Desenvolvimento da Sessão de Instrução

“Scouting” e Patrulhas de Reconhecimento de Longo-Alcance


6.1 Aspectos históricos das Patrulhas de Reconhecimento de Longo-
Alcance
6-1. Ao longo da história da nossa Civilização, e existência de batedores e rastreadores foi também
importante para o desbravamento de novas terras, bem como para seguir no encalço de animais de caça que
eram essenciais à sobrevivência das comunidades aborígenes.
6-2. Conceitualmente, na cultura popular sempre, se teve em mente que o “batedor” era o camarada que ia
à frente de uma equipe de indivíduos, para “bater” a vanguarda do deslocamento em busca de perigos ou
levantamento de trilhas ou rastros, já aí se confundia o batedor com o “rastreador”, sendo que este último era
um especialista em seguir pistas e rastros. No entanto, nada impede, de modo algum, que o “batedor” seja um
“rastreador”.
6-3. No meio militar, no Brasil principalmente, o Exército Brasileiro possui uma função de integrante de
patrulhas chamada de “esclarecedor”, que nada mais é do que um vigia que se movimenta, ou mesmo, um vigia

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avançado, que vai à frente da patrulha. Para os militares, o esclarecedor é o indivíduo empenhado em pequenas
missões de reconhecimento, para tanto, podendo ser um elemento destacado à frente ou nos flancos (laterais)
de um grupo ou equipe de militares que se desloca, a fim de reconhecer o itinerário, ou mesmo com a função de
reconhecer um trecho do terreno, sendo então, nada mais que um vigia que muda cons-tantemente o seu posto
de observação (PO). Geralmente trabalhando aos pares.
6-4. Um esclarecedor (batedor/explorador) tem por missão a responsabilidade de observar sem ser
percebido pelo seu inimigo e também a prestar todas as informações colhidas ao seu comandante, durante o
cumprimento da missão. Um esclarecedor militar “não deve atirar”, a não ser para se defender ou dar um
alerta. Por ai, podemos verificar que a importância de um esclarecedor militar não é o combate, mas sim o
levantamento de informações ao seu canal superior hierárquico.
6-5. Vulgarmente, essa missão individual é conhecida como “batedor”.
6-6. Até o momento, fora alguns parcos livros publicados especificamente sobre rastreamento humano e
rastreamento de combate, não encontramos literatura em Língua Portuguesa sobre Reconhecimento Terrestre,
a não ser alguns manuais militares, sendo que os únicos abertos ao público foram disponibilizados na Biblioteca
virtual do Exército Brasileiro, que são os manuais de campanha edições de 1986, o C 21-74 Instrução Individual
para o Combate e C 21-75 Patrulhas. Fora esses, não encontramos nenhuma outro referencial detalhado sobre
as missões de reconhecimento terrestre, bem como sobre as funções desempenhadas dentro de uma patrulha
de reconhecimento.
6-7. RESSALTA-SE QUE MUITAS TÉCNICAS APRESENTADAS EM TAIS MANUAIS PODEM SER ADAPTADAS,
COM TODA TRANQUILIDADE, A SITUAÇÕES CIVIS, como por exemplo, para equipes de resgate e salvamento em
áreas de matas ou montanhas.
6-8. Trazendo ainda um paralelo histórico, Sir Baden Powell foi um tenente-general do Exército Britânico que
quando era major, participou de uma campanha contra os Matabele, na Rodhésia, local de onde adquiriu suas
experiências para adquirir os fundamentos do escotismo. Em 1907 reuniu um grupo de 20 jovens, para a ilha de
Browsea, no Canal da Mancha, sendo o primeiro acampamento de escoteiros do mundo.
6-9. O que conhecemos como “escoteiros”, no Brasil, refere-se a grupos de jovens que são organizados e
treinados dentro da filosofia criada por Baden Powell, mas aqui salientamos parte da história justamente pelo
fato do seu significado na língua inglesa, que é “boy scout” (esta última palavra se pronuncia “SCAUT”).
6-10. Na terminologia militar americana e inglesa, o termo “scout” é empregado até os dias de hoje para
designar justamente o “esclarecedor” militar, mas o sentido do termo é “batedor/rastreador”.
6-11. Fazendo ainda uma analogia de tais termos, no Brasil temos a função do “caçador militar”, que é o
indivíduo apto a abater alvos de oportunidade, mas que também trabalha em funções de reconhecimento, essa
função é conhecida em inglês como “sniper”. Porém, o termo completo na terminologia inglesa é “Scout Sniper”,
justamente pelo fato do militar nessa designação realizar ambas as funções, tanto a de caçador, como a de
esclarecedor. Mais ainda, tanto para uma quanto para a outra, sempre estará desempenhando as funções de
um rastreador, por isso o termo “batedor” se confunde com o “rastreador”. Podemos até mesmo dizer que
“rastreamento” é uma técnica empregada pelo “batedor”.
6-12. Diferentemente do Brasil, o público norte americano conta com uma gama vastíssima de manuais
militares versando sobre Reconhecimento Terrestre (Ground Reconnaissance), Patrulhas de Reconhecimento de
Longo Alcance (Long-Range Reconnaissance Patrol – LRRP), Rastreamento (Tracking e Couter Tracking) e
patrulhas de reconhecimento (Scout/Recon Patrooling).
6-13. Dos materiais disponibilizados na língua inglesa, como dissemos, vasto material, podemos tomar
contato detalhado e pormenorizado com a Doutrina de Reconhecimento Terrestre, estruturação de uma
patrulha de reconhecimento, bem como suas funções dentro do grupo, técnicas e métodos de reconhecimento,
objetivos, protocolos e muito mais.
6-14. Como salientamos todo esse material, técnicas e doutrina, pode tranquilamente ser adaptada ao mundo
civil, em um foco de atuação de patrulhas de reconhecimento em simulação de MilSim nessas áreas, nada mais
é do que um Grupo de Operações Especiais, pois irá empregar técnicas de operações especiais voltadas e
adaptadas para simulações de games de combate em atividades de Airsoft. Da mesma forma, quando falamos
de Reconhecimento Terrestre, o que muda será o foco, no entanto as técnicas empregadas serão as mesmas.

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6.2 Um breve histórico das Unidades de Reconhecimento Terrestre
militares
6-15. No Exército Brasileiro as missões de reconhecimento sempre foram empregadas por pequenas frações
de tropa, patrulhas estas designadas em suas unidades de origem, no entanto, unidades especializadas como
Comandos e Forças Especiais e os combatentes de Selva sempre foram treinados de uma forma mais
aprofundada em missões de reconhecimento.

Fig 6-1. Brasão da Cia ReconTer (reprodução)[pronuncia recontér]

6-16. Já a Marinha, em seu Corpo de Fuzileiros Navais, havia um Batalhão chamado Toneleiro, onde se
reuniam a nata dos Grupos de Operações Especiais, como os Comandos Anfíbios (Comanf), o Grupo de
Mergulhadores de Combate (Grumec), dentre outros, porém, havia uma companhia especificamente treinada
para missões de reconhecimento, chamada de Companhia de Reconhecimento Terrestre (Cia ReconTer).
6-17. As missões de Reconhecimento sempre foram uma necessidade de vital importância no meio militar,
pois ela é a chave para um excelente planejamento operacional ou estratégico.
6-18. Nos Estados Unidos, esse culto aos batedores índios sempre fez parte da história de tropas especiais,
desde os primórdios das Forças Armadas americanas, sempre integrantes indígenas especializados em
rastreamento foram utilizados como elementos chave em grupos de operações especiais, sendo muito
empregados como batedores.
6-19. Um exemplo típico disso foram os primeiros grupos de Forças Especiais, que empregaram batedores
índios (apaches) como integrantes de suas patrulhas, tanto que o culto desses batedores índios foi perpetuado
no brasão das Forças Especiais, que são duas flechas cruzadas sendo sobrepostas por uma adaga.
6-20. Com relação aos Estados Unidos, as missões de reconhecimento terrestre eram tão importantes para a
consecução de seus planejamentos estratégicos ou operacionais, que, durante a Guerra do Vietnã, o 5º Grupo
de Forças Especiais criou em Nha Trang uma escola especializada em reconhecimento, chamada Recondo
School.
6-21. Interessante salientar que a palavra Recondo é um acrônimo de RECONnaissance and CommanDO
(comandos de reconhecimento) ou mesmo Reconnaissance Commando Doughboy (rapaz dos comandos de
reconhecimento).

Fig 6-2. Brasão do MACV-SOG RECONDO SCHOOL (bolso) e brevê do Recondo 5th Special Forces Group (manga)

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Fig 6-3. Ranger da Companhia L, Divisão 101 Aerotransportada, em Patrulha de Reconhecimento, Vietnam 1968 (reprodução)

6-22. A Recondo School era praticamente mantida e gerenciada pela MACV-SOG (Military Assistance
Command, Vietnam, Studies And Observation Group).
6-23. O curso era chamado de One-Zero Course (Curso Um-Zero) para treinamento de equipes de
Reconhecimento Terrestre (RT training – Reconnaissance Teams training). O treinamento específico girava em
torno de três semanas, no entanto, vários outros treinamentos anteriores eram pré-requisitos como, por
exemplo:
6-24. Treinamento Individual Avançado (8-12 semanas), Infantaria Leve (8 semanas), Escola de Salto (3
semanas), Técnicas e Táticas de Forças Especiais (4 semanas), Contraguerrilha que tinha a Fase I e Fase II em 1
semana e mais a Fase III em 2 semanas. No entanto, não parava por ai, os recrutas recebidos tinha ainda
treinamento especializado em Engenharia (12 semanas), Armas leves e pesadas (8 semanas), Operações e
Inteligência (12 semanas), Comunicações (16 semanas), atendimento médico e primeiros socorros (32 semanas).
Por aí se verifica que para cursar o Recondo School era necessária uma alta qualificação em outras
especialidades, pois o curso ensinaria métodos e técnicas específicas sobre Reconhecimento Terrestre, que
apro-veitariam todas as outras especialidades.
6-25. Dessa escola, vários manuais foram materializados servindo como padrão e base doutrinária para o
futuro.
6-26. No entanto havia outras tropas militares de exércitos de outras partes do mundo, como os Selous Scouts
da Rodhesia, exímios batedores/rastreadores e os RECCE da África do Sul. Até hoje existe um sítio de Internet
dos Selous Scouts, contando sua história e apresentando as técnicas de rastreamento que utilizavam, muitas das
quais plenamente aplicáveis nos dias de hoje.

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Fig 6-4. Patrulha de Recon Selous Scouts e seu brasão (reprodução)

Fig 6-5. Seleção de RECCEs Africa do Sul (reprodução)

Fig 6-6. COMANF – Comandos Anfíbios da Marinha do Brasil em missão de reconhecimento (reprodução)

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Fig 6-7. Militar do 5th Special Forces Group em uma LRRP (Long-Range Reconnaissance Patrol) – Patrulha de Reconhecimento de longo
alcance. (reprodução)

Fig 6-8. Boinas Verdes “MIKE” do


5th Special Forces Group no Vietnam (reprodução)

6.3 Estruturação e organização de uma PRLA


6-27. Para a implantação doutrinária da atividade de Reconhecimento Terrestre na Nha Trang Base Camp
(batizando o campo de treinamento com o mesmo nome, em homenagem àquela escola), nós adaptaremos dos
materiais bibliográficos do Recondo School, por ser o mais detalhado e minimamente explicado que
encontramos, no entanto, faremos algumas alusões e adaptações de outros materiais.
6-28. A estruturação mínima de uma PRLA deve se embasar nos requisitos de segurança já estabelecidos, em
que não é permitido menos que 3 (três) membros operadores para compor uma patrulha. No entanto, em se
tratando de um serviço operacional de caráter técnico é imperativo que o Comandante de Patrulha seja um
operador possuidor do EONT nível 3 (Estágio Intermediário de Orientação e Navegação Terrestre). Seu
assistente deve ser possuidor de EASAS e EONT nível 1 ou 2 e comporá a patrulha mais um Operador possuidor
de EASAS ou EONT (ou ambos).
6-29. As codificações utilizada para desig-nação dos integrantes da patrulha será de dois números separados
de hífen (“-”). O primeiro dígito ou será “0” (zero) ou “1” (um), sendo que “1” designa o membro Operador
possuidor do EONT nível 3 e o iniciado por “0” indica que o membro operador deve ser ou possuidor de apenas
EASAS ou, preferencialmente, EONT, ou ambos, mas não tem o EONT nível 3.
6-30. A composição de uma patrulha de 3-Operadores (3-Opr) será:
• Comandante de Patrulha
• Assistente Cmt Ptr
• 0-1 Batedor ou 1-2 Batedor

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6-31. Cada composição de patrulha, para haver mais de uma equipe, sempre deverá observar o parâmetro
mínimo de segurança (3 Operadores). Se uma patrulha contiver, por exemplo, 5 Operadores, não poderá ser
subdividida em duas equipes.
6-32. Uma composição de patrulha de 6-Opr será:
• Comandante de Patrulha
• Assistente Cmt Ptr
• 0-1 Batedor ou 1-2 Batedor
• Líder de equipe
• 0-2 Batedor ou 1-4 Batedor
• 0-3 Batedor ou 1-5 Batedor
6-33. Uma composição de patrulha de 9-Opr será:
• Comandante de Patrulha
• Assistente Cmt Ptr
• Lider da Equipe A
• Líder da Equipe B
• 0-1 Batedor ou 1-4 Batedor
• 0-2 Batedor ou 1-5 Batedor
• 0-3 Batedor ou 1-6 Batedor
• 0-4 Batedor ou 1-7 Batedor
• 0-5 Batedor ou 1-8 Batedor
6-34. Eventualmente, mais que 3 Operadores, poderão ser redistribuídos de acordo com as necessidades
operacionais da missão.
6-35. IMPORTANTE: É obrigatório Comandantes de Patrulha ou Líderes de Equipes serem possuidores do
EONT nível 3.

6.4 Funções dos Operadores dentro de uma PRLA


6-36. Dentro de uma PRLA existirão algumas funções a serem exercidas durante o cumprimento da missão.
Essas funções poderão ser desempenhadas de forma cumulativa. São elas: Comandante de Patrulha, Líder de
Equipe, Batedor, Rastreador, Escriba, funções de Equipe de Navegação. Abordaremos cada função em
particular.

6.4.1 Comandante de patrulha


6-37. Deve ser obrigatoriamente um Operador de Busca e Salvamento possuidor do EONT nível 3.
6-38. Será o responsável em receber a missão de reconhecimento, fazer o estudo de situação, realizar o
planejamento operacional da missão, fará a escolha ou seleção dos integrantes da patrulha, realizará a
coordenação e o controle durante o cumprimento da missão, será o responsável em elaborar o Relatório de
Missão de Reconhecimento.
6-39. O Cmt Ptr, deverá ser um integrante com expertise no trabalho de reconhecimento terrestre, a ele
caberá constante consulta a apontamentos, anotações, observações, bem como constante verificação de
itinerários, acidentes capitais, objetivos de reconhecimento e sua consequente verificação em cartas,
pictomapas e controle por equipamento GPS.

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6.4.2 Assistente do Comandante de Patrulha
6-40. Será um Operador também possuidor do EONT nível 3. Atuará em apoio ao Cmt Ptr, sendo o
responsável direto na preparação administrativa e logística para o cumprimento da missão. Durante a realização
da missão, o Assistente desempenhará também a função de Escriba, devendo anotar e fazer apontamentos
gerais e específicos, de pontos importantes observados pelo Cmt Ptr, bem como marcar os horários, tempos de
deslocamentos, coordenadas de pontos capitais no terreno e tudo mais designado pelo Cmt.

6.4.3 Líder de equipe


6-41. O Líder de Equipe também deverá ser um Operador experiente, possuidor do EONT nível 3. Poderá
dentro da patrulha como um todo, atuar como sub-comandante da patrulha, em caso de necessidade.
6-42. Atuará de forma análoga ao Cmt Patr, no entanto, em nível de equipe de reconhecimento (RT),
realizando as mesmas atribuições do comando, porém subordinado ao Cmt Ptr.

6.4.4 Batedor
6-43. O Batedor é um Operador com expertise em procedimentos de patrulha, bem como conhecedor das
técnicas de Observação Avançada e Rastreamento.
6-44. O Batedor sempre seguirá à frente do dispositivo, como “ponta”, podendo ainda, dependendo da
situação, atuar aos pares, deslocando-se à vanguarda da Patrulha, ou seja, preservando-se uma certa distância
entre esta e a Patrulha propriamente dita. Nesse caso, será primordial o uso de equipamentos de
radiocomunicação.

6.4.5 Rastreador
6-45. Rastreador é a função (cumulativa) a ser desenvolvida por um Batedor, ou mesmo por um Operador
mais experiente no rastreamento humano, dessa forma, poderá utilizar seus conhecimentos e técnicas para
identificar rastros deixados por outras equipes, ou mesmo, detectar a passagem de pessoas pelo local, da
mesma forma, identificando situações de risco ou perigo à patrulha ou sua equipe.

6.4.6 Escriba
6-46. É uma função “administrativa”. Normalmente será desempenhada pelo Assistente do Cmt Ptr, no
entanto, se houver mais de uma equipe, essa função será desempenhada por um dos Batedores.
6-47. Nessa função é primordial registrar tudo, em seus mínimos detalhes, pois tais dados serão compilados
pelo Comandante de Patrulha quando da elaboração do Relatório de Missão.
6-48. Visando facilitar o trabalho durante o cumprimento da missão e, conse-quentemente, o perfeito
entendimento por parte de quem vá receber os dados anotados, deverá haver uma padronização de notações,
ou seja, datas, horários, tempos, coordenadas, deverão seguir um “layout” padrão, por exemplo:
• Grupo data-hora: 101608Out2018 (composto por “data 2 dígitos” + “hora 4 dígitos” + “mês 3 letras” +
“ano 4 dígitos”)
• Hora: 15h10 ou mesmo apenas os quatro dígitos 1510 (no “papel” – relatório oficial – deverá ser no
padrão hora “h” minuto : exemplo 15h10)
• Coordenadas UTM (Easting e Northing com a mesma quantidade de dígitos) exemplo: 4582; 450825;
45058255 (observar a escala do mapa e seus múltiplos)

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• Coordenadas GPS Latitude e Longitude 22°25’33’’S – 47°55’35’’O, ou mesmo apenas os dígitos,
separados de 2 em 2 (grau, minuto e segundo, com possibilidade de décimos de segundos), exemplo:
222533/ 475535 ou 222533,0/475535,6
6-49. Maiores detalhes sobre a padronização de linguagem e formatação do Relatório de Missão de
Reconhecimento Terrestre serão apresentados mais à frente.

6.5 Apronto operacional


6-50. Chamamos de apronto operacional e preparação material e de equipamentos a serem utilizados pelos
Operadores quando em missão de reconhecimento. Poderão existir equipamentos e materiais de uso coletivo,
como também de uso individual, no entanto, os materiais essenciais para o cumprimento da missão serão de
responsabilidade do Comandante de Patrulha e de seu Assistente.

6.5.1 Materiais e equipamentos necessários (sugestões)


6-51. Segundo as normatizações da Organização, já haverá um consenso geral uma padronagem mínima
quanto à equipagem material de cada operador, para cumprimento de suas missões rotineiras, esses materiais e
equipamentos poderão ser tranquilamente utilizados em missões de reconhecimento.
6-52. Durante o deslocamento até o local onde será fixada uma base itinerante, em um Ponto de Reunião
Próximo do Objetivo (PRPO), o material completo será transportado pelo Operador. Será interessante que o
operador tenha uma mochila menor, secundária, para que, após montar seu acampamento no PRPO, poderá
acondicionar nessa “mochila de ataque” os materiais essenciais ao cumprimento de sua missão, bem como,
materiais de primeiros socorros e sua ração. Cabe salientar que em nossas missões de reconhecimento, esse
PRPO em específico será a própria base operacional montada em um local estratégico, que facilite a liberação
das patrulhas e equipes de reconhecimento terrestre (RT ou ERT), além do que, o acampamento montado no
PRPO deverá obedecer aos padrões de acampamento do GRT.
6-53. Para o cabal cumprimento da missão de Recon, não podem ser esquecidos os materiais de Orientação e
Navegação Terrestre (ONT) que auxiliarão na condução da missão nos locais específicos, são eles:
• Bússola (tanto tipo Silva, de acrílico, quanto ao modelo militar de retículo);
• Caderneta Operacional (impermeabilizada – feita de PVC);
• Lapiseira 2.0;
• Escalímetro pequeno;
• Régua pequena;
• Esquadro de locação de coordenadas (na escala específica);
• Cartas Topográficas e Pictomapas da área de operações;
• Binóculos, ou monóculos;
• Rangefinder, ou telêmetro;
• Trena improvisada;
• Máquina fotográfica com filmadora.
• Radio-comunicador HT.
6-54. Uma coisa que devemos considerar é que uma coisa é a equipagem padrão para missões de 72 horas,
no entanto, após a instalação do acampamento padrão, é conveniente que se pegue uma mochila menor, ao
que comumente se chamam de “mochila de ataque”, na qual serão colocados os equipamentos e materiais
essenciais ao cumprimento da missão de Recon, bem como a alimentação, facilitando assim o deslocamento em
meio à mata.

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6.6 Conduta de patrulha
6.6.1 Generalidades
6-55. A organização dos grupos ou equipes em patrulhas é muito importante por diversos fatores:
• Facilitar a coordenação e controle;
• Proporcionar segurança durante a atividade de reconhecimento;
• Facilitar o deslocamento em áreas de difícil acesso;
• Proporcionar uma melhor maleabilidade durante a realização da atividade de reconhecimento;
6-56. Dentre outras que poderíamos citar.
6-57. A conduta de patrulha tem muito a ver com os procedimentos de cada indivíduo dentro das equipes.
Esses procedimentos devem ser padronizados, sempre que possível havendo um rodízio entre as funções.
TODOS DEVEM CONHECER AS FUNÇÕES DE TODOS.
6-58. No entanto, não se pode esquecer-se das responsabilidades principais dos coman-dantes de patrulha e
dos líderes de equipes.
6-59. Os procedimentos de forma padronizada facilita, inclusive, a atuação em conjunto com patrulhas de
outras organizações, instituições ou Unidades.

6.6.2 Comunicações e sinais e gestos de comando


6-60. Sem sombra de dúvidas, a comunicação através de equipamento de rádio é muito importante,
garantindo celeridade no processo, bem como o principal: a segurança.
6-61. No entanto, haverá situações em que devemos ter a chamada “disciplina de sons e luzes”, ou seja, o
silêncio será muito mais importante a fim de garantir a segurança da patrulha.
6-62. Para tanto, várias unidades do mundo, sejam elas policiais, militares ou civis, treinam um sistema de
comunicações através de sinais e gestos, meio que de forma padronizada, garantindo certa compreensão
quando em contato com outros operadores de outras instituições, porém, a compreensão de tais sinais e gestos
deve ser imediatamente compreendida entre os membros das equipes dentro de uma patrulha.
6-63. Existem situações em que alguns sinais devem ser convencionados no momento, dependendo da
situação.
6-64. Vamos apresentar alguns sinais convencionais internacionais, os mais importantes, que facilitarão a
compreensão da comunicação por gestos, principalmente entre a vanguarda de batedores com o restante da
patrulha.

6.6.2.1 Alto

ou

Fig 6-9. Comando “Alto”

6-65. Este comando é feito com a mão espalmada, indicando que os elementos imediatamente atrás de quem
o deu, devem parar onde estão, mas se atentarem aos próximos sinais de comunicação.

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6.6.2.2 Alto Congelar

Fig 6-10. Comando “Alto Congelar”

6-66. Este comando é dado com o punho cerrado, indicando que os elementos da equipe devem
obrigatoriamente parar e não se mover, requerendo atenção visual e auditiva redobrada, pois algo de errado
pode estar à frente.
6-67. Ainda há uma continuidade no comando, em caso de emergência de algo que esteja ocorrendo e que
possa colocar em risco a integridade física dos elementos da patrulha, que é o Alto Guardado.

6.6.2.3 Alto Guardado

Fig 6-11. Comando “Alto Guardado”

6-68. Partindo da posição de Alto Congelar, em um movimento lateral descendente, a mão com o punho
cerrado é baixada à lateral do corpo, com isso indicando aos elementos da patrulha atrás de si que saiam da
trilha e se escondam, dessa forma, se protegendo. Devem, contudo, continuar mantendo o silêncio até ordem
em contrário.

6.6.2.4 Reunir ou Reunião


6-69. Por vezes é necessário reagrupar, para não haver aquele berreiro todo dentro do ambiente operacional,
dessa forma, o comandante de patrulha, o líder de equipe ou mesmo um dos membros da patrulha podem
utilizar esse comando a fim de que os demais integrantes se reúnam em torno de si, para a transmissão de
informações ou demais ordens.

Fig 6-12. Comando “Reunir”


Este comando é dado com os dois dedos esticados e os demais fechados, fazendo-se um movimento circular acima da cabeça.

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6.6.2.5 Acelerado
6-70. Da mesma forma, às vezes é necessário indicar que algum determinado comando deve ser realizado
com brevidade ou com celeridade, assim, o comando “Acelerado” encerra essa motivação, dando a indicação
para quem o recebe que deve cumprir o que está sendo determinado com a velocidade necessária.

Fig 6-13. Comando “Acelerado”


Este comando é dado com o punho cerrado, com a costa da mão voltada pra fora, e num movimento para cima
e para baixo repetidas vezes. Como se um maquinista de trem estivesse puxando a cordinha do sino ou apito.

6.6.2.6 À direita ou à esquerda

Fig 6-14. Olhe à esquerda ou à direita

6-71. Com o braço esticado e um ou dois dedos em riste, aponta-se para à direita ou para à esquerda, com
isso indicando “vá nesta direção”, ou “observe nesta direção”.

6.6.2.7 Observe ou Veja

Fig 6-15. Comando “Observe”

6-72. Este comando é dado com a mão fazendo o sinal de “heavy metal” ou um “V” indicando os olhos, dessa
forma, transmitindo para outro elemento a determinação ou orientação que este preste atenção visualmente
em algo.

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6.6.2.8 Considerações
6-73. Existe uma infinidade de comandos que poderiam ser explicados aqui, mas estes são os principais, como
exemplo.

6.7 Conduta e procedimentos de patrulha


6-74. Independentemente do tipo de patrulha que se realiza, seja de reconhecimento terrestre, seja de
simulação de combate, algumas considerações devem ser feitas, principalmente pelo fato de que não se sabe
com quem vai se “trombar” durante o deslocamento, pelo local, principalmente em áreas de cobertura vegetal
de alto risco, existe a possibilidade de encontrar caçadores, palmiteiros ou até mesmo de marginais que estão
homiziados (escondidos) na mata. Portanto, a SEGURANÇA vem em primeiro lugar.
6-75. Como neste pequeno manual estamos abordando a questão do reconhecimento terrestre, então
consideraremos alguns procedimentos importantes que auxiliarão na segurança da patrulha durante o
deslocamento.
6-76. O ponto mais importante é que, via de regra, uma patrulha em simulação militar de Airsoft, ainda assim
é civil e em quase toda sua totalidade NÃO PORTA ARMAS, o que isso acaba sendo uma grande vulnerabilidade
no deslocamento na mata, pois, ainda mais se um grupo em simulação militar estará utilizando uniforme,
poderá ser até mesmo confundido com entidades governamentais ou de segurança ao encontrar caçadores ou
palmiteiros na prática de seus delitos.
6-77. Dessa forma, a “disciplina de sons” deve ser respeitada, ou seja, deve-se utilizar de forma moderada e
em volume baixo o rádio comunicador HT, ou mesmo comunicação por sinais e gestos. O SILÊNCIO DURANTE O
DESLOCAMENTO DEVE SER UMA ROTINA.
6-78. Quando falamos em “silêncio no deslocamento” não estamos apenas nos referenciando em não
conversar, estamos também nos referindo a caminhar fazendo o mínimo de barulho possível, ou seja,
CAMINHAR EM SILÊNCIO. Isso já será um grande atributo para a questão da segurança individual e da equipe.
6-79. Existem algumas posturas que podem ser adotadas, principalmente na questão das formações das
equipes de patrulhas durante o deslocamento.
6-80. Várias unidades militares de reconhecimento terrestre experimentaram diversas possibilidades, das
quais abordaremos algumas mais interessantes que podem ser devidamente adequadas ao mundo civil, por
permitirem coordenação e controle, além de segurança.

6.7.1 Formação em coluna por um

Fig 6-16. Deslocamento em Coluna por Um

6-81. A formação mais básica é a “coluna por um” (vulgarmente chamada de “fila indiana”). No exemplo
acima uma patrulha de 6 operadores, sendo que os dois primeiros à testa, ou à frente da patrulha são
batedores, sendo seguidos pelo Cmt Ptr e pelo Assistente do Cmt Ptr, fechando-se a coluna com outros dois
batedores.

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6-82. Essa posição do Cmt Ptr facilita a coordenação e controle. O espaçamento entre os operadores irá variar
de acordo com as dificuldades do terreno, em mata fechada dependerá da visibilidade, mas é prudente não
ficarem muito próximos uns dos outros.
6-83. Eventualmente, na necessidade de se abrir uma picada na mata, por questões de segurança apenas o
primeiro homem usa o facão-de-mato, assim, evita-se a possibilidade de um operador acabar acidentalmente
atingindo alguém (e por mais bobo que isso possa parecer, isso acontece quando menos se espera, então,
cautela e segurança, nunca é de mais). Nessa situação, é conveniente estabelecer um tempo de trabalho,
fazendo-se o rodízio entre os operadores na função de abertura da picada.
6-84. No entanto, até mesmo por questões de segurança, bem como de preservação da Natureza, os
operadores precisam treinar muito em caminhar em meio à mata sem a necessidade de abertura de trilhas ou
picadas.
6-85. Deve-se estar muito atento aos possíveis sinais e gestos de comunicação, sendo a partir do primeiro
repetido por todos os demais, assim, o comando chegará até o último homem.

6.7.2 Deslocamento em linha

Fig 6-17. Deslocamento em Linha

6-86. Às vezes quando batemos uma área grande, pode ser necessário cobrir vários setores ao mesmo tempo,
então, uma formação interessante é o deslocamento em linha, dessa forma, pode-se utilizar todos os batedores
disponíveis. Da mesma forma, a distância entre os homens irá variar dependendo do grau de dificuldade do
terreno.

6.7.3 Formação em coluna por dois

Fig 6-18. Deslocamento em coluna por dois

6-87. Em algumas situações é necessário o deslocamento mais agrupado, isso facilita a velocidade de
deslocamento, ao passo que, dependendo da quantidade de integrantes da patrulha, em coluna por um ficaria
uma formação muito extensa.
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6-88. Sempre é realizado o rodízio dos batedores que vão à frente da patrulha.

6.7.4 Deslocamento em “T”


6-89. Em algumas situações, devido ao espaço reduzido, mas ainda sim com possibilidade de cobrir uma área
mais larga durante o deslocamento e considerando o tamanho da patrulha, pode-se adotar a formação em “T”,
dividindo-se a patrulha em duas, sendo que à frente se forma em linha e no centro se forma em coluna por um.
Sempre a posição do Cmt Ptr é para facilitar a coordenação e o controle.

Fig 6-19. Deslocamento em “T”

6.7.5 Considerações
6-90. Outros tipos de formação podem ser utilizadas de acordo com a necessidade ou mesmo a dificuldade de
deslocamento imposta pelo terreno dentro do ambiente operacional.
6-91. Aqui, apenas exemplificamos algumas das formações mais utilizadas.

6.8 Acampamento
6-92. Por uma questão de celeridade na montagem e desmontagem de acampamentos, aconselha-se a
utilização de redes e uma cobertura de lona plástica.
6-93. É possível, aconselhável até, que a rede tenha mosquiteiro, pois o momento de descanso e repouso é
um tempo para se recompor as energias e nada pior do que ser devorado por mosquitos em meio à mata. Há
muitos que não são adeptos ao uso do mosquiteiro, tudo bem se o leitor for um desses, apenas estamos dando
uma sugestão que, com certeza, melhorará muito a qualidade desse descanso. Para quem não sabe, as redes de
selva do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), do Exército Brasileiro, possuem mosquiteiro conjugado
e também já tem o telhado fixado em uma só peça.

Fig 6-20. Rede de sela com mosquiteiro e telhado (reprodução)

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Fig 6-21. Rede mais leve, com mosquiteiro (reprodução)

6-94. Na página anterior nós apresentamos esses dois tipos de rede como sugestão. Salienta-se que o modelo
de rede de selva do CIGS pesa em torno de 2,5 km, enquanto outros modelos nacionais, mas de qualidade,
pesam menos de 1,0 kg e a lona em torno de 400 gr.
6-95. A utilização de redes facilita grandemente a montagem e a desmontagem do acampamento, ao mesmo
tempo em que provê o conforto necessário para o descanso do operador.
6-96. Dependendo das condições, talvez seja necessária “disciplina de sons e luzes”, por conta da segurança,
não devendo ser acesa uma fogueira.
6-97. No entanto, dependendo das condições e local da missão, uma fogueira pequena e controlada provê
iluminação noturna no acampamento, bem como proporciona uma melhoria na qualidade de vida do operador
nesse período, por exemplo, muitos grupos escoteiros fazem o chamado “fogo de conselho”, onde se reúnem
ao redor da fogueira para conversar e contar histórias.
6-98. Embora a atividade de reconhecimento terrestre seja um trabalho técnico a ser levado com seriedade,
nada impede que se tenham esses momentos de descontração no período de descanso, DESDE QUE NÃO SE
DESCUIDE DA SEGURANÇA.
6-99. No entanto, existirão situações em que não haverá possibilidade de se montar um acampamento
padrão, seja pela velocidade de patrulhamento ou mesmo por questões de segurança, assim, o operador deverá
dormir charutado, com sua lona ou capa de chuva.

6.9 Segurança da patrulha


6-100. Toda patrulha dentro de uma simulação de MilSim Airsoft, por estar com marcadores identicos a armas
reais e uniformizados, poderão ser confundidos com forças governamentais, pois existe a possibilidade de
encontrar caçadores ou palmiteiros pela região, ao que provavelmente estarão praticando cada qual seus
delitos, além do que, diferentemente da patrulha, é muito provável que estejam armados com armamentos
reais.
6-101. Dessa forma, deve-se ter muita cautela e, em sendo possível, buscar estar muito atento de forma
preventiva, se antevendo de qualquer possibilidade de encontrar com tais indivíduos. Ao perceber que é
possível o encontro inesperado com tais elementos, deve-se buscar técnicas de camuflagem e se esconder fora
das trilhas, permanecendo imóvel, até que passe o alerta de perigo.
6-102. A segurança deve ser feito tanto à frente do deslocamento, quanto nas laterais e mesmo à retaguarda.
6-103. Em se levantando dados ou informações sobre a atividade de caçadores ou palmiteiros, deve-se, por
uma questão de cidadania, comunicar às autoridades competentes sobre a provável localização de tais
indivíduos, para que sejam tomadas as devidas providências.

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6.9.1 Segurança no deslocamento
6-104. Como dito no item anterior, durante o deslocamento, A SEGURANÇA É DE RESPONSABILIDADE DE
TODOS, no entanto, a pronta segurança é de responsabilidade dos batedores que estão à frente, na vanguarda.
6-105. Deve sempre ser observada a disciplina de sons e luzes, sempre, além do que os batedores à frente
devem transmitir os sinais de comando necessários, como por exemplo, o “alto congelar” e o “alto guardado”
cada vez que suspeitar de que haja algum risco à segurança.
6-106. Se for dado o comando de “alto guardado” é imprescindível que todos os elementos da patrulha saiam
da trilha ou caminho de deslocamento e se camuflem o quanto possível, permanecendo imóveis, aguardando o
sinal convencionado para que retornem à marcha de deslocamento.

6.9.2 Segurança durante a observação


6-107. Da mesma forma, quando estacionar em um PRPO ou mesmo em um posto de observação, os cuidados
devem ser os mesmos, se possível, observar de um local encoberto, por razões de segurança.
6-108. Nunca se descuidar “das costas”.
6-109. Sempre manter a disciplina de sons e luzes.

6.9.3 Segurança no acampamento


6-110. No acampamento, é conveniente que sempre tenha um operador de vigia, mesmo que não haja
fogueira, pois deverá estar atendo e dar o sinal de alarme no caso de algo que venha a comprometer a
segurança.
6-111. Preferivelmente, o local para a montagem do acampamento deve ser longe de trilhas, caminhos ou
estradas, mas, se possível, próximo a fontes de água.
6-112. Deve ser convencionado um azimute ou rota de fuga em caso de emergências.

6.9.4 Segurança num possível contato com indivíduos que apresentem


risco à patrulha (palmiteiros, caçadores ou marginais homiziados em
áreas de cobertura vegetal de risco ou de difícil acesso)
6-113. Conforme abordado nos itens anteriores, caso haja contato visual ou pessoal com palmiteiros,
caçadores ou mesmo a eventualidade de encontro de marginais homiziados em meio à mata, justamente pelo
fato de a patrulha estar desarmada, o diálogo e a diplomacia devem ser levados a efeito de forma benéfica,
nunca e em hipótese alguma se deve confrontá-los, devendo os tratar com urbanidade e educação, DEIXANDO
BEM CLARO QUE A PATRULHA SE TRATA DE UM GRUPO EM ENTRETENIMENTO NA MATA.
6-114. Todo encontro desse tipo é uma caixa de surpresas, não havendo uma “receita de bolo” pronta para
cada situação. Aqui, nesse caso, impera o bom senso.
6-115. NO CASO DE CONTATO PESSOAL, EM HIPÓTESE ALGUMA DEVE HAVER CONFRONTAÇÃO OU
HOSTILIZAÇÃO DE TAIS INDIVÍDUOS, que poderão tranquilamente também estar assustados e extremamente
desconfiados, principalmente quando encontram um grupo uniformizado em meio à mata, então, os resultados
sempre são imprevisíveis.
6-116. Assim, se possível deve-se estar extremamente alerta o tempo todo, como dizem os escoteiros:
“SEMPRE ALERTA”!

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6.10 Métodos de Reconhecimento
6-117. Neste item vamos apresentar alguns métodos e técnicas de reconhecimento terrestre, devidamente
adaptados das técnicas militares à realidade de Grupos de Busca e Salvamento. Vários são os métodos que
podem ser utilizados, bem como podem ser mesclados uns com os outros.
6-118. De início, podemos sempre trabalhar com um azimute conhecido, no entanto, pode ocorrer de se fazer
uma varredura pelo terreno em que não temos qualquer parâmetro no local, sendo o azimute desconhecido,
então, podemos utilizar um dos métodos a seguir.

6.10.1 Processo Quadrado crescente


6-119. Neste processo, nós começamos de um ponto central no terreno e passamos a seguir sempre duas
“pernas” com a mesma medida, do ponto “A” para o ponto “B” seguindo a “zero grau”, ou ao Norte, depois
seguindo-se 90° à direita, caminhando a mesma distância anterior, do ponto “B” para o ponto “C”. No entanto,
um cuidado aqui deve ser tomado, sempre andaremos esse “cotovelo”, ou seja, sempre duas pernas com a
mesma medida de distância, depois, o próximo “cotovelo” será sempre a medida de uma perna inicial “A-B” a
mais, a cada cotovelo subsequente.

Fig 6-22. Processo Quadrado-Crescente (fonte: IP 21-80/EB)

6-120. O esquema na figura acima, por exemplo, significa que a perna A-B tem 20 metros, então B-C também
tem 20 metros.
6-121. Como “20 metros” é a medida inicial, a cada mudança de “cotovelo” nós acrescentamos 20 metros na
nova direção, ou seja, a perna C-D e a D-E cada uma tem 40 metros, depois, soma mais 20 metros, assim, E-F
tem 60 metros e F-G também, e dessa forma, a cada cotovelo novo, acrescentamos sempre a mesma medida da
perna inicial (no caso, 20 metros).

6.10.2 Processo Retangular


6-122. Neste processo, a partir de um ponto de origem, nós caminhamos ao norte uma determinada distância
(por exemplo 100 metros), depois viramos 90° à direita e caminhamos mais 20 metros, em seguida,
caminhamos mais 100 metros, agora viraremos 90° à esquerda e percorremos mais 20 metros, novamente 90° à
esquerda e mais 100 metros, assim, continuamos seguindo esse padrão até onde for necessário.

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Fig 6-23. Processo Retangular (fonte: IP 21-80/EB)

6-123. Cabe salientar que as medidas podem ser adaptadas, apenas citamos essas como exemplo. No entanto,
deve-se seguir um padrão para que se cubra o terreno caminhando-se em faixas.

6.10.3 Processo de Recon em Leque


6-124. Este processo é quando os pontos a serem reconhecidos estão próximos ao PRPO, dessa forma, saímos
em um azimute e ao percorrermos certa distância, fazemos um pequeno trajeto curvilíneo, procurando retornar
à rota original do azimute, retornando ao PRPO.

Fig 6-24. Processo de Recon em Leque


(fonte: Manual IP 21-80 Exército Brasileiro)

6.10.4 Processo Recon em Ventilador (fan method)


6-125. Este processo nós podemos também nos deslocar de forma semelhante ao Leque, no entanto, faremos
deslocamentos circulares, retornando ao PRPO.

Fig 6-25 Processo do Ventilador (fan method) (fonte: Manual FM 7-92 Pelotão de Recon Infantaria/EUA)
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6-126. Cabe salientar que para esses tipos de processos em que caminhamos em rotas circulares, se faz muito
necessária a monitoria do deslocamento através de um equipamento GPS.
6-127. Neste método, podemos realizar um ventilador a cada PRPO que pararmos. Além do que pode ser
realizado por mais de uma equipe de reconhecimento.

6.10.5 Processo de Rotas Convergentes


6-128. Este processo deve ser realizado simultaneamente por mais de uma patrulha ou equipe.

Fig 6-26. Processo Rotas Convergentes (fonte: FM 7-92/EUA)

6-129. Neste processo, por exemplo, saem três patrulhas simultaneamente do PRPO em rotas pré-
determinadas, e a cada ponto de controle é realizado um mini ventilador, sendo que bem à frente, as três
patrulhas se encontrarão em um Ponto de Reunião pré-determinado.
6-130. Esse método possibilita a cobertura de uma extensa faixa do terreno, de forma mais rápida.

6.10.6 Processo de Rotas Sucessivas


6-131. Este processo é semelhante ao método de Rotas Convergentes, no entanto, o ponto de encontro será o
próprio PRPO, que no caso está servindo tanto d Ponto de Liberação (P Lib), quanto de Ponto de Reunião (P
Reu).
6-132. Neste método, patrulhas saem do PRPO em rotas com direções meio que paralelas, fazendo uma
circundação de um ponto destacado mais à frente e depois dando continuidade e retornado ao ponto de
origem.
6-133. O método de Rotas Sucessivas permite a realização do reconhecimento de uma extensão do terreno
vasta em profundidade e também em largura.

Fig 6-27. Método de Recon por Rotas Sucessivas (fonte: FM 7-92 EUA)
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6.10.7 Processo da “Caixa”
6-134. Este é um processo simples e efetivo não requere muita prática para seu emprego. A partir de um ponto
de origem, segue-se sempre por azimutes retos (270°, 0°, 90° e 180°). Caminha-se certa distância em uma
direção, vira-se à direita 90°, caminha-se o mesmo tanto, depois torna a virar, mas sentido contrário caminha-se
metade da distância, novamente vira-se no mesmo sentido, caminha-se a mesma pequena distância, vira
novamente no mesmo sentido e caminha-se a mesma distância maior, fechando-se um pequeno quadrado e
assim se continua consecutivamente, conforme a figura abaixo:

Fig. 6-28. Processo da “Caixa”


(fonte: SOG Recon Manual)

6.10.8 Processo do “Oito”


6-135. Semelhantemente ao processo da “Caixa”, o processo com a técnica do “Oito” fará desenhos aleatórios,
porém, não há uma rigidez de se manter ângulos retos durante o deslocamento, ao contrário, caminha-se
fazendo movimentos curvilíneos, conforme a figura abaixo, no entanto, cabe salientar que sempre é bom ter um
equipamento GPS para poder monitorar o movimento, principalmente dentro da mata, pois não temos pontos
de referência:

Fig. 6-29. Processo da Figura “Oito”


(fonte: SOG Recon Manual)

6.10.9 Processo da “Escada”


6-136. Este processo é parecido com o processo da “Caixa”, no entanto, sempre se caminhará certa distância
fazendo “cotovelos” em ângulo reto, procurando que cada perna de deslocamento tenha mais ou menos a
mesma distância, e num dado momento muda-se a direção, mas sempre caminhando no formato de uma
“escada”. É interessante que essa escada não tenha tantos degraus, no máximo 2 ou 3, assim, cobrimos uma
faixa mais estreita do terreno.

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Fig. 6-30. Processo da “Escada”
(fonte: SOG Recon Manual)

6.10.10 Processo de “Ângulos”


6-137. Neste processo, deslocando-se pelo terreno em distâncias aproximadas, no entanto, sempre se
“quebra” em um ângulo esse deslocamento. Da mesma forma, é interessante estar com sempre com um
equipamento GPS para fazer o monitoramento do deslocamento, bem como (sempre) estar com uma carta
atualizada do terreno, para as devidas conferências.

Fig. 6-31. Processo de Deslocamento em “Angulos”


(fonte: SOG Recon Manual)

6.10.11 Considerações
6-138. Apresentamos aqui alguns métodos que são bastante eficazes na realização de reconhecimentos de
ponto, área ou itinerários. Outros métodos podem ser utilizados, mesclando-se estes ou criando-se novos,
maiores detalhes poderão ser verificados nos manuais destacados e na bibliografia consultadas, que serviu de
base para esta obra.

Referencial *
Manuais constantes na Biblioteca Virtual, materiais de referencial bibliográfico e
documentação administrativa.
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