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Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM) Jornalista Responsável: 1º Ten (RM2-T) Camila Marques de Almeida - Reg. MTb
Endereço: Esplanada dos Ministérios - Bl. N, anexo A, 3º andar 10408/DF
Brasília - DF - CEP 70.055-900 Revisor: 1º Ten (T) Paulo Yan Carlôto de Souza
Tel.: (61) 3429-1831
Diagramação e Arte Final: SO-ET Fábio Coelho Damasceno,
Diretor do CCSM: Contra-Almirante Carlos André Coronha Macedo
CB-ET Fábio Santos Schulze e MN-RC Moisés da Silva Alves
Chefe do Departamento de Produção e Divulgação: CF Antonio de Barcellos Neto
Foto de Capa: 3°SG-AR Vitor Lima de Oliveira
Subchefe do Departamento de Produção e Divulgação: CF (FN) Leonardo Sobral
Garcia da Silva Tiragem: 3 mil exemplares
Encarregado da Agência Marinha de Notícias: CC (T) Felipe Picco Paes Leme MB na Internet: www.marinha.mil.br
Editor-Chefe: CT (T) Rafael Dutra de Miranda Agência Marinha de Notícias: www.marinha.mil.br/agenciadenoticias
A edição número 951 da revista Nomar reveste-se de singular importância, visto que traz a cober-
tura dos eventos alusivos ao Bicentenário da Independência do Brasil, dentre os quais destaca-se
a Revista Naval realizada no Rio de Janeiro (RJ), escolhida como matéria de capa deste periódico.
A Marinha do Brasil (MB) celebrou o Dia da Pátria com a Parada Naval, um desfile de navios que
acontece há décadas, e o desfile cívico-militar que atraiu milhares de pessoas para a Esplana-
da dos Ministérios, em Brasília (DF). Os artigos desta edição apresentam as ações militares no
decorrer do processo de independência política do Brasil e o desenvolvimento de uma nação e
suas memórias, após o marco oportuno da legitimidade e formação da identidade brasileira que a
independência do País proporcionou.
No campo das operações, temos a Operação “Formosa”, maior exercício da Marinha no Planalto
Central, que reuniu 3.500 militares das Forças Armadas no Campo de Instrução de Formosa (GO),
onde foram apresentadas a mobilidade, a permanência, a versatilidade e a flexibilidade do Poder
Naval no contexto de uma Operação Anfíbia. Apresentamos ainda nesta editoria, a “UNITAS LXIII”,
exercício marítimo multinacional que, na ocasião, teve o Brasil como coordenador e país-sede; e
a Operação Conjunta “Ágata Oeste”, que foi conduzida pelo Ministério da Defesa e contou com a
efetiva participação da MB e de suas organizações subordinadas no Pantanal (MS).
Também temos matérias sobre: o maior adestramento nuclear, biológico, químico e radiológico
realizado na região de Iperó (SP); os exercícios táticos realizados na tríplice fronteira na Ama-
zônia pelas Marinhas do Brasil, Colômbia e Peru; e as cinco fases que representam a história da
Aviação Naval.
Nesta edição, destacamos importantes avanços operativos e estratégicos para a Marinha, a exem-
plo do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, com a Mostra de Armamento do Submarino
(S40) “Riachuelo” que garantirá a soberania brasileira no mar e a ativação do 1º Esquadrão de
Aeronaves Remotamente Pilotadas, fato que deu início às operações de um novo tipo de meio na
Marinha.
Por fim, foi feita uma matéria sobre o tema “Segurança da Navegação”, destacando a importância
dos faróis como meio de orientação para os navegantes e, na editoria “Cuidando da Nossa Gente”,
apresentamos a redução de acidentes de escalpelamento na Amazônia.
Boa leitura!
A Operação Conjunta "Ágata e inspeção naval. autuações por pesca ilegal, so-
Oeste", conduzida pelo Ministério Foram fiscalizadas 533 embar- mando cerca de R$ 4 milhões em
da Defesa e realizada pela Mari- cações, notificadas 64 e apreen- multas e materiais apreendidos.
nha do Brasil (MB), Exército Brasi- didas 11. Em terra, Fuzileiros Na- No município de Japorã (MS), na
leiro (EB) e Força Aérea Brasileira vais percorreram 3.992 km para a fronteira com o Paraguai, militares
(FAB), contou com a participação realização de ações de Posto de do Destacamento de Mergulha-
de diversos órgãos de segurança Bloqueio e Controle de Estradas, dores de Combate, com apoio da
pública e de fiscalização federais e com emprego de cães de guer- Polícia Federal, Polícia Militar-MS
estaduais. ra, resultando em 636 veículos e Departamento de Fronteira, reali-
Os navios da MB percorreram, inspecionados. zaram a neutralização de um porto
no total, 3.754 km nos rios Guapo- Além disso, foram apreendidos clandestino utilizado para tráfico
ré, Paraguai e Paraná, nos estados 1.100 kg de maconha, 1.210 kg de internacional de drogas e armas.
de Mato Grosso (MT), Mato Gros- carne imprópria para consumo, O Ministro de Estado da Defesa,
so do Sul (MS) e Paraná (PR), em produtos de contrabando, como Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira,
ações de patrulha, patrulhamento cigarros e eletrônicos, e realizadas visitou o local da operação, na ci-
No chamado calcanhar do Bra- res de Alexandre - O Grande, foi con- peu (séc. I a.C.). A primeira parte da
sil está o Farol de Touros (RN). Já siderado uma das sete maravilhas do frase pode revelar duas característi-
no extremo sul do País encontra-se mundo antigo. A ilha escolhida para cas da arte da navegação: ela é ne-
o Farol da Barra do Chuí (RS). Hoje, a construção do farol chamava-se cessária e requer precisão. Porque
existem 206 faróis distribuídos ao Pharos (pronuncia-se “faros”), deter- o mar é fonte de riquezas e biodiver-
longo da extensa costa brasileira, minando como essas construções sidade e também é utilizado como
sendo 199 administrados pela Mari- seriam conhecidas. forma de transporte, lazer e subsis-
nha do Brasil (MB). Essas constru- Mas por que eles são tão impor- tência. Contudo, o mar nem sempre
ções notáveis estão presentes há tantes? Uma explicação lúdica pode é dócil, podendo surpreender quem
milênios na vida daqueles povos que ser encontrada na famosa frase “na- não se prepara para suas intempé-
precisam se aventurar nos mares. vegar é preciso, viver não é preciso”, ries. Daí a importância de conhecer
Nos registros históricos, o Farol de popularmente atribuída ao poeta as técnicas e instrumentos de nave-
Alexandria, construído por Ptolomeu Fernando Pessoa, mas com fonte gação e de orientação.
II (323 a 285 a.C.), um dos sucesso- provável no general romano Pom- Para que uma navegação seja
jetivo assegurar a salvaguarda da controle, promovemos ações edu- de navegação. Houve, ainda, o
vida humana no mar, rios e lagos, cativas para orientar a população uso de etilômetros para coibir a
além da segurança da navegação sobre segurança da navegação”, navegação sob efeito de bebidas
e a prevenção da poluição hídrica afirmou. alcoólicas.
gerada pelas embarcações. A Capitania Fluvial da Ama-
De acordo com o Capitão dos Pantanal e Amazonas zônia Ocidental fiscalizou em-
Portos da Amazônia Oriental, Ca- Em setembro, uma opera- barcações de esporte e recreio,
pitão de Mar e Guerra André Luís ção similar ocorreu por terra e como motoaquática, lanchas e
Martini Vieira, durante o verão água, em marinas e colônias de iates nas praias de Ponta Negra,
amazônico os inspetores navais pescadores, utilizando lanchas Tupé, Dourada, da Lua, Prainha e
fazem verificação da capacida- e viaturas, com cobertura em nas marinas no Igarapé do Taru-
de de lotação de passageiros nas todas as áreas de prática das mã. As Capitanias Fluviais de Ta-
embarcações, transporte de carga atividades de esporte e recreio, batinga (AM) e Porto Velho (RO)
e ferryboats, analisando se estão no Mato Grosso do Sul. Equipes e as Agências Fluviais de Pa-
em condições de segurança para da Capitania Fluvial do Pantanal rintins, Eirunepé, Boca do Acre,
a população. “Em períodos como fizeram abordagens em embar- Humaitá, Itacoatiara – todas no
esse, a operação reforça a fis- cações, verificação de documen- Amazonas, Guajará-Mirim (RO)
calização das embarcações que tação, da habilitação dos condu- e Caracaraí (RR) também parti-
transportam pessoas que estão tores, da existência e do estado ciparam da ação em localidades
em passeio, por exemplo. Visa- de conservação do material de próximas a praias e balneários
mos reduzir os acidentes nos rios salvatagem, como também da com maior circulação de embar-
da região. Paralelamente a esse embarcação quanto às regras cações
Revolucionando a tecnologia bra- importante avanço do PROSUB foi a da Amazônia Azul, cuja riqueza das
sileira e a indústria naval, o Programa Mostra de Armamento do Submarino águas, do leito e do subsolo marinho
de Desenvolvimento de Submarinos (S40) “Riachuelo”, realizada no dia 1° são importantes para o desenvolvi-
(PROSUB) representa um significati- de setembro, no município de Itaguaí mento econômico, científico e am-
vo avanço tecnológico no País, pauta- (RJ). biental. É nessa área marítima que
do em capital intelectual, engenharia O “Riachuelo” é o primeiro da os brasileiros desenvolvem ativida-
sensível e tecnologia de ponta, além classe dos quatro submarinos con- des pesqueiras, por onde trafegam
de incentivar a política de defesa, im- vencionais com propulsão diesel- 95% do comércio exterior brasilei-
pulsionar a capacitação de pessoal e -elétrica, que permitirão maior poder ro e exploram recursos biológicos
fortalecer a soberania nacional. Um de dissuasão nos 5,7 milhões de km² e minerais.
“Tupi” (“Tupi”, “Tamoio”, “Timbira” e principais deles: a fabricação das litar, as áreas de fármacos e ali-
“Tapajó”) e são considerados ope- válvulas de água salgada pela em- mentos também podem utilizar
rativamente superiores a diversos presa Micromazza, a fabricação das essa tecnologia, proporcionando
submarinos disponíveis atualmente baterias pela empresa NewPower e um desenvolvimento tecnológico,
no mundo. a fabricação do Mancal de Escora científico e médico para o Brasil”,
Eles contam com sensores pela empresa Miba. complementou o Comandante da
avançados - como o conjunto de Para a construção dos submari- Marinha, após a cerimônia.
sonares e os periscópios com câ- nos brasileiros convencionais e, no
meras para visão noturna -, além futuro, do Submarino Convencio- Capacitação da primeira tripulação
de um sistema de gerenciamento nalmente Armado com Propulsão Os treinamentos da primeira
de combate dotado de modernos e Nuclear “Álvaro Alberto”, foi cons- tripulação duraram cerca de dois
complexos algoritmos, que permi- truído em Itaguaí (RJ) um comple- anos e quatro meses e foram dividi-
tem ao submarino detectar e clas- xo naval que possui diversas insta- dos em três etapas: preliminar, em
sificar alvos a longas distâncias. lações, equipamentos e sistemas terra e a bordo. Na capacitação pre-
Os S-BR contam, também, com especializados. Hoje, ele é um dos liminar, a tripulação foi submetida a
maior autonomia que seu ascen- mais modernos estaleiros de cons- exames teóricos e entrevistas indi-
dente da Classe “Scorpène”, devi- trução naval existentes, já que a viduais. Também foi elaborado um
do a uma alteração no projeto que construção de submarinos exige Plano de Capacitação Preliminar,
incluiu uma seção intermediária mão de obra altamente qualificada executado pelo Centro de Instrução
para aumento das acomodações e e um parque industrial equipado, de e Adestramento Almirante Áttila
dos tanques de água. modo a possibilitar a execução das Monteiro Aché.
Por meio de um processo de diversas atividades de fabricação, As fases de capacitação em ter-
transferência de tecnologia, a cons- comissionamento e testes. ra e a bordo foram realizadas por
trução dos S-BR está sendo reali- “O Programa Nuclear da Ma- instrutores da Défense Conseil In-
zada com mão de obra brasileira rinha é a espinha dorsal do Pro- ternational, que é uma empresa par-
(engenheiros e técnicos), contando grama Nuclear brasileiro. Nós ceira do Ministério da Defesa fran-
com a assistência técnica de fran- produzimos pastilhas de urânio cês, responsável pela transferência
ceses da empresa Naval Group. para que as Indústrias Nucleares internacional do seu know-how mi-
O Programa de Nacionalização já do Brasil possam manter Angra 1 litar para as Forças Armadas dos
qualificou cerca de quarenta em- e Angra 2 funcionando, por exem- países amigos. “Nos qualificamos
presas brasileiras para a fabricação plo. O programa permite que haja nos diversos sistemas do subma-
de componentes do submarino, em um aproveitamento dual dessa rino e realizamos exercícios, com
mais de cem projetos, sendo os tecnologia nuclear. Além da mi- o propósito de tornar a tripulação
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OPERAÇÕES
Com 5.500 militares, 21 aero- da Esquadra, o Grupo-Tarefa (GT) Anfíbios (CLAnf) e o apoio das se-
naves e 21 navios, incluindo um brasileiro foi composto pelos se- guintes aeronaves: UH-15 "Super
submarino, a Operação "UNITAS" guintes navios: Navio-Aeródromo Cougar"; SH-16 "Seahawk"; AH-11
LXIII foi realizada no mês de setem- Multipropósito “Atlântico”; Navio- A/B "Super Linx"; UH-12 "Esquilo";
bro e teve o Brasil como coordenador Doca Multipropósito “Bahia”; e AF-1 "Skyhawk", da Marinha do
e país-sede. Criada em 1960, a Navio de Desembarque de Carros Brasil; além das aeronaves “Orion”
UNITAS é o exercício marítimo mul- de Combate “Almirante Sabóia”; (P-3AM) e “Bandeirante Patrulha”
tinacional mais antigo organizado Fragata “Constituição”; Fragata (P-95), da Força Aérea Brasileira.
pelos norte-americanos. Os prin- “Liberal”; Fragata “União”; Este ano, a operação contou
cipais objetivos da operação são Embarcação de Desembarque de com a participação de dezoito
incrementar a interoperabilidade Carga Geral “Camboriú”; Navio- marinhas estrangeiras: Camarões,
das Marinhas por meio da condução Patrulha Oceânico “Amazonas”; Chile, Colômbia, Coreia do Sul,
de operações navais, aeronavais e Navio-Patrulha “Macaé”; Navio de Equador, Espanha, Estados Unidos,
de fuzileiros navais, além de estrei- Apoio Oceânico “Purus”; e Navios- França, Guiana, Jamaica, México,
tar os laços de cooperação entre os Varredores “Aratu” e “Araçatuba”. Namíbia, Panamá, Paraguai, Peru,
países participantes. O GT contou, ainda, com um Reino Unido, República Dominicana
Comandado pelo Contra- destacamento de Mergulhadores e Uruguai.
Almirante Marcelo Menezes de Combate, uma tropa de 500 “Nesta edição, houve uma
Cardoso, Comandante da 1ª Divisão Fuzileiros Navais, Carros Lagarta unidade-tarefa específica voltada à
Amapá
No Amapá, a Capitania dos
Portos do Amapá (CPAP) realizou,
entre os dias 26 e 29 de agosto,
ações alusivas ao Dia Nacional
de Combate e Prevenção ao
Escalpelamento, com palestras
educativas sobre o tema aos
estudantes de Enfermagem e
Pedagogia da Faculdade Madre
Tereza em Santana, e aos alunos
da Escola Municipal de Educação
Cobertura de eixo de motor feita por militar da Marinha
Básica Leonice Dias Borges, na
Ilha de Santana.
Seguindo a programação de costuma acontecer quando, por sentou na parte traseira de um
ações, a CPAP empregou uma descuido, os cabelos compridos barco que não tinha proteção
equipe de militares para realizar se enrolam no eixo do motor de no eixo do motor. Os cabelos
cobertura dos eixos dos motores pequenas embarcações durante estavam soltos e foram puxados
das embarcações no Igarapé das uma pesca ou transporte para a violentamente. “Desde que sofri
Mulheres, município de Macapá, escola ou trabalho, fazendo com o acidente, nunca fiquei boa. A
onde fica localizada a Associação que parte ou todo o couro cabelu- pessoa pensa que não vai aconte-
de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas do seja arrancado bruscamente. cer com a família dela e que, por
de Escalpelamento. Durante todo As vítimas, a maioria mulheres causa do descuido, os acidentes
o período, a equipe de inspeção e meninas, podem até ter suas acontecem”. Regina reforçou que
naval orientou os condutores orelhas, sobrancelhas, pálpebras mulheres e crianças devem usar
das embarcações que trafegam e parte do rosto e pescoço arran- os cabelos presos e cobertos
pelo rio Amazonas sobre os cados, causando deformidades com boné ou toucas para que não
riscos de um acidente com eixos que irão acompanhá-las por toda sejam mais uma vítima. Também
e partes móveis de motores des- a vida. Em casos mais graves, o destacou o trabalho da MB. “É
protegidos, bem como divulgou o acidente pode causar o óbito. muito importante o movimento
trabalho que vem sendo executa- Regina Formigosa de Lima, da Marinha, que está sempre nos
do para diminuir as ocorrências. vítima de escalpelamento aos rios, fiscalizando e educando.
22 anos no estado do Pará, Espero que as pessoas tenham
Escalpelamento contou que o acidente ocorreu este mesmo olhar para nossa
Esse tipo de acidente quando saiu para passear e se causa”, concluiu
O mês de agosto em São Pedro da das da cidade. curso que a Força Aeronaval aguar-
Aldeia, na Região dos Lagos (RJ), é Neste ano, a cerimônia militar da receber mais dois helicópteros
marcado por várias comemorações em comemoração ao aniversário da AH-15B "Super Cougar", que atuam
em virtude do aniversário da Avia- Aviação Naval foi realizada no dia 26 em missões de busca e salvamento
ção Naval, celebrado no dia 23. As de agosto. O evento contou com so- e apoio a ações humanitárias, além
festividades contam com corrida de brevoos das principais aeronaves da de concluir o programa de moder-
rua, exposições, além do tradicional Marinha do Brasil (MB). Na ocasião, nização dos helicópteros AH-11B
desfile militar realizado anualmente o Comandante da Marinha, Almiran- "Wild Lynx".
na Base Aérea Naval da cidade. te de Esquadra Almir Garnier Santos, “O futuro, sempre desafiador, nos
O município foi escolhido na ressaltou os feitos dos 106 anos da impulsiona a buscar constantes in-
década de 1960 para a instalação Aviação Naval. vestimentos para dotar nossa Força
da Base, sendo uma das 13 Orga- "Pioneira em nosso País, a Força com o que há de mais moderno e
nizações Militares que integram Aeronaval remonta ao ano de 1916, avançado em termos de meios aé-
atualmente o Complexo Aeronaval. quando a Marinha introduziu a avia- reos e a aprimorar a formação dos
A partir daí, mantém uma relação ção militar no Brasil. Uma iniciati- aeronavegantes. Fruto disso, a Alta
histórico-cultural com a atividade, va que se mostrou visionária e que Administração Naval tem propor-
sendo conhecido como morada da ainda hoje inclui nossa Marinha no cionado a renovação do inventário
Aviação Naval. Na entrada de São seleto rol das que operam aviação de aeronaves, a modernização dos
Pedro da Aldeia, na orla da Praia embarcada", enalteceu. meios e a realização de cursos, no
do Centro, foi instalada, em 2020, Durante a cerimônia, o Coman- País e no exterior, proporcionando
uma aeronave militar modelo AF-1 dante da Força Aeronaval, Contra- maior e melhor operacionalidade
"Skyhawk", retrato dos vínculos -Almirante Augusto José da Silva para a Força”, pontuou o Almirante
históricos e símbolo de boas-vin- Fonseca Junior, disse em seu dis- Fonseca Junior.
AERONAVE REMOTAMENTE
TRIPULADA SERÁ EMPREGADA
NA DEFESA DO BRASIL
Por: Agência Marinha de Notícias
Foto: Cabo-ES Iremar Vinícius da Silva Castro
A operação conduzida pelas exercícios táticos navais destinados no estado do Amazonas, ocorreu
Marinhas do Brasil, Colômbia e às operações ribeirinhas, enfatizan- nos Rios Solimões e Negro, no mês
Peru, conhecida como BraColPer, do comando, controle e comunica- de setembro, justamente por oca-
realizou exercícios táticos visan- ções”, destacou o Comandante do 9º sião da comemoração dos 200 anos
do a proteção da tríplice fronteira Distrito Naval, Vice-Almirante Tha- da Independência do Brasil.
e aprofundou a confiança mútua e deu Marcos Orosco Coelho Lobo. “A Operação 'BraColPer Naval'
a interoperabilidade entre as Mari- A operação foi dividida em três 2022 contribui para o fortaleci-
nhas participantes. fases e envolveu mais de 400 mili- mento de nossos estreitos laços
Os Navios-Patrulha Fluvial “Ra- tares. As fases I e II foram realizadas de amizade, o compartilhamento
poso Tavares” e “Rondônia” e o Navio no Rio Marañon - o Rio Solimões pe- de informações e experiências. Os
de Assistência Hospitalar “Oswaldo ruano - entre as cidades de Letícia exercícios conjuntos e a cooperação
Cruz” participaram da Operação Na- (Colômbia) e Iquitos (Peru), nos perí- mútua têm apresentado resultados
val. Ao todo, foram 35 dias de comis- odos que coincidiram com as datas consideráveis para a defesa da trí-
são na Amazônia. das Independências desses países, plice fronteira, contribuindo para a
“Anualmente, percorremos cerca comemoradas nos dias 20 e 28 de segurança e para o desenvolvimen-
de 5 mil quilômetros pelos rios Ma- julho, respectivamente. Como nos to da Amazônia”, afirmou o Almiran-
ranõn, Negro e Solimões, realizando anos anteriores, a fase III, realizada te Lobo
O APRESTAMENTO DA ESQUADRA:
OS MEIOS NAVAIS E SEU PESSOAL
Por: Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM)
Imagem: Acervo da DPHDM
Uma das primeiras ações mili- nos Corpos de Oficiais e Praças para
tares no decorrer do processo de ocuparem os postos de combates
independência política do Brasil foi nesses navios e com portugueses
a imediata incorporação dos navios relutantes em aderir à causa da
de guerra portugueses deixados nas independência, causando motins a
instalações navais do Rio de Janeiro, bordo de navios empregados para as
medida esta tomada pelo Capitão de lutas contra o domínio de Portugal,
Mar e Guerra Luís da Cunha Moreira, o General Francisco Felisberto
brasileiro nato e nomeado Ministro Caldeira Brant Pontes de Oliveira
da Marinha do Brasil, o primeiro a Horta organizou o recrutamento de
exercer tal cargo. marinheiros na Europa. Tais homens
Esses navios foram recupera- do mar vinham principalmente da
dos e rebatizados, vindo a formar o Armada Britânica, onde muitos es-
núcleo da primeira Esquadra brasi- tavam desmobilizados devido ao fim
leira. As principais belonaves foram: das Guerras Napoleônicas.
as Fragatas "União" (rebatizada, pos- Em março de 1823, o escocês
teriormente, como "Piranga") e "Real Thomas Cochrane, ex-oficial da
Carolina" (rebatizada, "Paraguaçu"); Marinha britânica, que ajudou os
e as Corvetas "Maria da Glória" e chilenos na vitória contra os espa-
"Liberal". nhóis nas lutas de Independência
Foi fundamental também o tra- do Chile, assumiu o comando em
balho do Arsenal de Marinha do Rio chefe da Esquadra brasileira. Para
de Janeiro, onde foram recuperados tanto, recebeu o posto de Primeiro-
alguns dos navios que estavam em Almirante da Armada Imperial do
mau estado de conservação, sendo Brasil.
a Nau "Martin de Freitas", rebatizada O aprestamento da Esquadra
"Pedro I" e tornada o navio capi- utilizando o pessoal recrutado e os
tânia da nova Esquadra; a Fragata meios navais adquiridos ou reapro-
"Sucesso", rebatizada "Niterói"; e veitados da metrópole portuguesa
o Brigue "Reino Unido", rebatizado se fez necessário para o cenário de-
"Cacique". O Ministério da Marinha safiador que se descortinava. Após
adquiriu ainda outros navios impor- a proclamação da independência
tantes, como os Brigues "Maipu", por D. Pedro I apenas algumas
adquirido de David Jewett, ex-oficial províncias aderiram ao governo
da Marinha dos Estados Unidos e que Imperial. A atuação dos navios que
aderiu à causa da Independência, e constituíram a Primeira Esquadra
"Nightingale", de origem inglesa. foi fundamental para a consolidação
Ambos foram rebatizados "Caboclo" da independência assim como a
e "Guarani", respectivamente. integridade e unidade do vasto terri- Thomas Cochrane. Autoria: James Hamsay
Com poucos brasileiros natos tório que formava a jovem nação e Henry Meyerw
do Museu Naval (1868) e sua ma, era possível estimular uma sua vez, são relevantes para
inauguração em 1888, além das consciência marítima. a coesão de uma comunidade
publicações dos historiadores Duzentos anos depois, o cam- imaginária, para o fortaleci-
navais. po da história não é igual àque- mento dos laços que unem os
O IHGB foi o local de memó- le de 1800. Ele sofreu grandes indivíduos que compõem uma
ria onde foram realizadas as in- transformações, acompanhando Nação. Quando os brasileiros
terpretações históricas e a sua a sociedade. Ainda assim, os conhecem e valorizam sua tra-
integração ao projeto de poder documentos, os monumentos, jetória, preservam seu patrimô-
do Império do Brasil. Em conco- os museus e as instituições per- nio. Ao compreenderem que es-
mitância, o Ministério da Mari- manecem desempenhando im- ses lugares de memória fazem
nha usou a história naval como portante papel de guardiões da parte de sua identidade e que
instrumento para consolidar a memória coletiva brasileira. podem ser visitados para, dia-
própria instituição e demons- A memória possui relação riamente, redescobrirem novos
trar o seu papel no processo de direta com a construção das fatos, é possível assegurar sua
formação do Estado. Dessa for- narrativas históricas. Elas, por independência