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05 de março de 2005
Editorial
COMBATENTES ANFÍBIOS! Espanha e da Itália. Além desses, publica-se, também, um artigo
O Âncoras e Fuzis tem experimentado um que dará início a uma nova coluna sobre condicionamento físico.
grande aumento de sua divulgação no seio de A coluna “Palavras do Comandante-Geral” apresenta as
nossa tropa, fato confirmado pela quantidade realizações de 2004 e as perspectivas para 2005, comenta os
de colaborações que nos são enviadas. intercâmbios e comissões no exterior previstos para 2005, aborda
Apesar de estarmos bastante satisfeitos com as aquisições realizadas pelo CMatFN em decorrência do envio
sua repercussão e alcance, aproveitamos para de Fuzileiros Navais ao Haiti e anuncia que a chefia da
incentivar, ainda mais, a sua divulgação. Este MARMINAS será exercida por um oficial Fuzileiro Naval. A coluna
periódico tem o propósito de noticiar temas profissionais de Atlântico Sul traz aspectos relevantes sobre o Arquipélago de
interesse dos Fuzileiros Navais. Além disso, as suas colunas, Fernando de Noronha. A Guerra de Manobra é abordada quanto
PENSE e DECIDA, buscam fomentar o debate e praticar à sua execução.
processos decisórios sumários que, acreditamos, em muito As colaborações poderão ser enviadas da seguinte forma:
contribuem para o aprimoramento profissional de nossos respondendo às situações descritas na coluna DECIDA;
militares. Assim sendo, concito, mais uma vez, a todos os remetendo sua interpretação sobre o tema sugerido na coluna
Comandantes de Unidades que se empenhem em divulgar o PENSE; ou enviando pequenos artigos sobre temas técnicos ou
conteúdo deste periódico. táticos que sejam de interesse do combatente anfíbio. Envie sua
Nesta edição abordaremos os seguintes temas: o contribuição diretamente ao Departamento de Pesquisa e Doutrina
encerramento da participação dos Fuzileiros Navais na Argélia, o do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais pelo MBMail
agradecimento à MB do Chefe do Estado-Maior de Defesa pela (33@comcfn), Lotus Notes (cgcfn-33/comcfn/mar), internet
contribuição para as operações de paz em 2004, a Operação Haiti, (vsguilherme@cgcfn.mar.mil.br) ou pelo Serviço Postal da
os intercâmbios realizados por oficiais do CFN com as marinhas da Marinha. ADSUMUS!
Palavras do Comandante-Geral
Inicia-se um novo ano de grandes realizações para o CFN. grupos geradores; 28 containers; sobressalentes para manutenção
O ano de 2004 evidenciou a nossa vocação expedicionária, com de diversos meios; e equipamentos comerciais de comunicações.
magníficas demonstrações de prontidão e mobilização. Como Cabe ressaltar que foram estes equipamentos comerciais
conseqüência, houve importantes aquisições de equipamentos de comunicações que permitiram a execução de algumas ações
e viaturas e obtivemos melhores condições para o adestramento no Haiti, que demandaram a articulação de tropas da Marinha do
do nosso pessoal. Neste ano, continuaremos “NA VANGUARDA Brasil e do Exército Brasileiro.
QUE É HONRA E DEVER!”. Por ocasião do 197º aniversário do Corpo de Fuzileiros
Navais e levando em consideração o excelente desempenho dos
INTERCÂMBIOS E COMISSÕES NO EXTERIOR PARA 2005 Fuzileiros Navais no Haiti, submetidos a uma árdua e incessante
À semelhança do ano de 2004, o Programa de Intercâmbios atividade, assinei Portaria fazendo contar em dobro o tempo de
para 2005 contempla o mesmo número de eventos para oficiais e tropa para os continentes do GptOpFuzNav HAITI e os
praças do CFN e, paralelamente, não houve alterações nos cursos integrantes do EM da MINUSTAH, desde que tenham tido uma
e comissões no estrangeiro previstos para este ano. Desta forma, permanência contínua de no mínimo sessenta dias.
volto a recomendar o estudo de idiomas, principalmente o inglês
e o espanhol, essenciais para a seleção para comissões no exterior. CHEFIA DA MARMINAS
A Junta Interamericana de Defesa (JID) solicitou que a
OPERAÇÃO HAITI - ITENS ADQUIRIDOS Chefia da Missão de Remoção de Minas na América do Sul
Com a disponibilização de recursos para a Operação Haiti, (MARMINAS), na fronteira do Peru com o Equador, passasse
foram adquiridos vários itens de material, para complementar as a ser exercida por um Oficial Brasileiro. O Ministério da Defesa
necessidades exigidas: 47 viaturas LAND ROVER; 267 coletes indicou o CF (FN) RENÊ ROSA DE JESUS, após processo
de proteção balística TIPO 3 (com placa resistente a projéteis de seletivo em que concorreram Oficiais das três Forças Armadas
fuzil, similar ao usado pelo USMC no Iraque); cinco reservatórios com habilitação em Engenharia de Combate. O Comandante
flexíveis para Sistemas de Abastecimento de Água e Combustível; RENÊ será o primeiro militar brasileiro a desempenhar tão
quatro estações de tratamento d’água; dez motos-bombas; oito importante cargo.
1-
Atlântico Sul
-2
Fuzileiros Navais da Coréia do Sul
O Corpo de Fuzileiros Navais A principal influência nos programas de aquisição de
da Coréia do Sul (Republic of Korea material do Corpo de Fuzileiros Navais da Coréia do Sul é a
Marine Corps - ROKMC) é uma força sua atribuição de, em situação real, fazer parte de um
principalmente dedicada a proteger as Comando Combinado de Forças de Fuzileiros Navais.
ilhas da nação. Com um efetivo de Atualmente, as viaturas anfíbias do ROKMC são 61 LVTP7
25.000 militares, o ROKMC é (Landing Vehicle Tracked Personnel) e 42
organizado em duas divisões e uma brigada subordinadas AAV7A1 (Amphibious Assault Vehicle).
ao Comando do Corpo de Fuzileiros Navais, cujo Recentemente, num esforço de substituir os
Quartel-General fica em Pohang. Embora LVT7, serão adquiridas 57 viaturas
fazendo parte da Marinha, ele AAV7A1 de terceira geração, num
freqüentemente participa de operações sob o empreendimento em co-produção com os
controle do Exército. Para realizar operações EUA. O ROKMC iniciou um processo de
anfíbias, o ROKMC possui uma variedade de meios modificação desse contrato, visando a
tais como viaturas anfíbias, assim como seus acrescentar mais 67 viaturas AAV7A1.
próprios meios de apoio de fogo. A maior manobra naval durante o
O ROKMC foi criado em 15ABR1949, “Vôo da Águia”, um exercício combinado
com um efetivo inicial de 380 militares. Os anual entre os EUA e a Coréia do Sul, foi um
FN sul-coreanos venceram batalhas em duas assalto anfíbio lançado pelos EUA e a Coréia do Sul, a
guerras, da Coréia e do Vietnã, e jamais foram partir de navios da Marinha Americana pertencentes ao
derrotados. Como resultado, eles receberam as alcunhas Grupo Anfíbio de Pronto Emprego (equivale a uma UAnf e
de “Caçadores de Fantasmas”, “O Invencível Corpo de os meios navais necessários) da Sétima Esquadra, Grupo
Fuzileiros Navais da Coréia do Sul” e “O Legendário Corpo este que está permanentemente pré-posicionado, cuja base
de Fuzileiros Navais da Coréia do Sul”. encontra-se no Japão.
Pense Com objetivo de incentivar o estudo de idiomas, o pense deste número está escrito em português e em inglês.
Sendo assim, as respostas poderão ser enviadas em qualquer dos idiomas.
“Uma das mais valiosas qualidades de um “One of the most valuable qualities of a
Comandante é o sentimento de colocar-se Commander is a flair for putting himself in
no local certo no momento mais importante” the right place at the vital time”
3-
Operação Haiti
Operação de retomada da residência do Ex-Presidente
Na manhã do dia 15DEZ de 2004, dois dias após o 2º Contingente do Imagens das Principais
Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais ter iniciado sua missão, a etapas da Operação
residência do ex-presidente Aristide foi ocupada por cerca de 50 ex-militares (Ao lado capas dos jornais haitianos)
haitianos que reivindicavam emprego e a ocupação legítima do local, para
ali estabelecerem seu quartel-general, ocupação esta considerada ilegal
pelo governo transitório.
Apesar das negociações, o problema político não foi resolvido,
ensejando a ordem da ONU para retirada dos ex-militares da residência.
Às 03:00h do dia 16DEZ, o CMG(FN) Oswaldo Queiroz de Castro,
Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais
(GptOpFuzNav) Haiti, recebeu do General Vilela, Comandante da Brigada
Haiti, a ordem para retomar a residência do ex-presidente.
O pouco tempo disponível para planejamento, associado à escassez
de informações sobre os rebeldes em termos de efetivo e armamento
Idéia de manobra ao General Heleno –
utilizado e, principalmente, sobre a casa, aparentemente idealizada como
Force Commander
um verdadeiro quartel, com muros altos e guaritas em todo o perímetro
que dominavam toda a área externa, tornavam a situação ainda mais tensa.
A situação requeria bastante cautela, pois além das dificuldades levantadas na parte
tática, ainda havia o componente político, especificamente com relação às regras de
engajamento estabelecidas pela ONU, que definem as condições para realização do tiro e do
uso da proporcionalidade da força.
O planejamento da operação foi pautado no emprego gradativo da força, orientado para
a retomada com o mínimo de agressividade possível, porém em condições de ser reajustado
caso, numa pior hipótese, fosse encontrada resistência durante a entrada na residência.
As ações foram desencadeadas a partir das 04:00h do dia 16DEZ, mediante o Preparativos para a invasão
estabelecimento de quatro posições de bloqueio, seguido do cerco à residência, com o
conseqüente corte nos suprimentos dos rebeldes.
A partir daí, foram iniciadas intensas negociações com os rebeldes, ocasião em que
foram oferecidas várias concessões pelo governo transitório, para que eles se rendessem e
entregassem as armas, porém, todas sem êxito. Durante a realização das negociações, o
GptOpFuzNav ampliou seus conhecimentos sobre a área de atuação e reajustou seu
planejamento inicial.
No dia 17DEZ, às 14:00 horas, o General Heleno, Comandante da MINUSTAH entregou
o ultimato aos rebeldes, com prazo de 45 minutos para a rendição. Expirado o prazo estipulado,
o Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, CMG (FN) Queiroz de Castro,
recebeu a ordem de retomada imediata da residência. Para o cumprimento desta missão o CCT/ Fuzileiros Navais invadindo a residência
GptOpFuzNav recebeu o reforço de um Pelotão do EB, embarcado em quatroViaturas URUTU.
Inicialmente, nossas tropas realizaram o cerco à residência, sendo estabelecidas posições
de bloqueio.
Às 16:00h foi dada a ordem para o início das ações ofensivas. Simultaneamente, o 1º
Pelotão de Fuzileiros Navais (1ºPelFuzNav) e o Pelotão do EB desencadearam o movimento
em direção ao objetivo.
O 1ºPelFuzNav progrediu pelo terreno, aproveitando a cobertura dos blindados, e apoiado
pelo fogo por uma SeçMtrP .50, uma SeçMtr MAG e por 09 peças de AT-4, portando, ainda,
granadas de mão OF/DEF e fuzis lançadores de granada M-203 carregados, compondo o
binômio carro-infantaria, com a tarefa de desencadear o ataque principal, caso houvesse
resistência inimiga, e respectiva limpeza da área externa.
Prisioneiros formados
Com o intuito de provocar alguma pressão psicológica sobre os rebeldes foram detonados
petardos de TNT.
Os rebeldes, com inferioridade numérica e, principalmente, de poder de combate renderam-se.
Os 43 ex-militares, assim como, as armas e munições capturadas foram escoltadas para a
Academia da Polícia Nacional Haitiana, onde foram entregues às autoridades competentes.
A situação exigia profissionalismo e, sobretudo, muito autocontrole de todos os
participantes da Operação, pois, um simples disparo seria capaz de desencadear conseqüências
que poderiam vir a comprometer definitivamente, em face dos poderes de combate envolvidos,
o clima favorável em que se desenrola a Operação para Manutenção da Paz no HAITI. Nesta
ação o GptOpFuzNav, com seu elevado nível de prontificação, honrou o nome da Marinha do
Brasil e do Corpo de Fuzileiros Navais, cumprindo a missão sem a necessidade de realizar um
único disparo e sem baixas. ADSUMUS!!! Armas apreendidas
-4
Agradecimento
Chefe do Estado-Maior de Defesa agradece contribuição
da Marinha do Brasil nas Operações de Paz em 2004.
Em carta endereçada ao Exmo Sr. Chefe do Chefe do Estado-Maior de Defesa enaltece a
Estado-Maior da Armada, Almirante-de-Esquadra participação da Marinha do Brasil nas operações de paz
RAYDER ALENCAR DA SILVEIRA, o Exmo Sr. em 2004. Eis o texto na íntegra:
Guerra de Manobra
Esta coluna abordará nesta edição a execução da guerra O emprego de uma divisão do trabalho no comando entre
de manobra para sedimentar os conceitos vistos anteriormente as operações correntes e as operações futuras, com a ativação
sobre a aplicação deste estilo de condução das ações pelos de uma célula de planejamento futuro, eliminará a pausa para
GptOpFuzNav. planejamento habitualmente existente entre o cumprimento de
Neste estilo de combater, a quebra da coesão mental e uma tarefa ou fase e o início de outra. Com isso, será possível
sistêmica do oponente torna-se o principal foco de nossas ações um ciclo OODA mais ágil que o do inimigo.
impedindo que ele desenvolva ações coordenadas e integradas Na manobra, procurar-se-á afetar os centros de gravidade
com os seus meios disponíveis. Observa-se que este enfoque (CG) inimigos, via engajamento das vulnerabilidades críticas,
difere da forma de atuar sobre seus meios e organizações ou, enquanto os próprios CG são protegidos.
ainda, com ênfase no controle de terreno, comuns na guerra de São buscados os engajamentos assimétricos, evitando-
atrito. Para tanto, as ações visarão atuar nos campos moral, se as superfícies e explorando-se as brechas, com o emprego de
mental e físico, simultaneamente, sempre considerando os armas combinadas e forte orientação para o inimigo, focada em
atributos da guerra: a dimensão humana, a violência, o perigo, sua coesão mental e sistêmica.
a incerteza, a fluidez, a desordem, a fricção e a interação de A elaboração adequada da intenção do comandante, a
forças. designação do ponto focal de esforço e a atribuição de tarefas
Para reduzir os efeitos da fricção, desordem, incerteza e aos subordinados pelos efeitos desejados permitirão a
complexidade em nossas forças, serão necessários os melhores flexibilidade e a iniciativa buscadas na guerra de manobra,
meios para gerar conhecimentos e capacidade ampliada de fornecendo um enquadramento geral a ser seguido por todos.
comando e controle. Deverão ser levadas em conta a Adicionalmente, o emprego da técnica da ação ditada
simplicidade, a clareza e a concisão nas ordens, além de cadeias pelo reconhecimento, em conjunto com um planejamento flexível,
de comando apropriadas. deixará a definição final de como a manobra será desencadeada
A execução será marcada pela descentralização, levando- para quando os conhecimentos necessários tenham sido
se em conta que a decisão deve ser tomada pelo escalão que disponibilizados pelo reconhecimento. Deste modo, as ações
melhor conheça a situação. estarão perfeitamente adaptadas à situação vigente em cada
Para ampliar os efeitos da fricção, desordem, incerteza e momento.
complexidade no inimigo, serão necessárias ações passivas e A iniciativa das ações será constantemente perseguida,
ativas contra os seus elementos geradores de conhecimentos, tendo-se o cuidado de não se enveredar por um comportamento
forte emprego de ações diversionárias e manutenção de um meramente reativo às situações impostas pelo inimigo.
ciclo OODA (OBSERVAÇÃO - ORIENTAÇÃO - DECISÃO - Surpresa, audácia, agilidade e liderança são aspectos
AÇÃO) mais ágil. imprescindíveis na guerra de manobra.
5-
Fuzileiros encerram participação na Argélia
No período de 27 de
setembro a 14 de
outubro de 2004, foi
realizada a Operação
Destined Glory, na
região de Cabo
Teulada-Sardenha,
na Itália. A principal finalidade da Operação era o
trabalho de forma combinada entre as forças
pertencentes aos países membros da OTAN. O
exercício fez parte do programa de intercâmbios com
outras marinhas para 2004, e contou com a presença
do CF(FN) ROBERTO SBRAGIO JUNIOR, do
CRepSupEspCFN, embarcado no LPD San Giorgio.
Esta operação constou, basicamente, de
adestramentos a nível Companhia, semelhantes
àqueles que são realizados na Ilha da Marambaia
(SUBEX), sendo coroado com um exercício de resgate
de não-combatentes. O foco principal da Marinha
Militar Italiana era a preparação de uma Companhia
7-
Intercâmbio com a Marinha da Espanha
No período de 23 de novembro a 03
de dezembro de 2004, foi realizado
o exercício GRUFLEX, na região do
Campo de Adestramento da Sierra
del Retin, próximo à cidade de
CADIZ na Espanha. O evento
compreendeu uma Incursão
Anfíbia, envolvendo a Brigada de Infantaria de Marinha –
BRIMAR. O exercício fez parte do programa de intercâmbios
com outras marinhas para 2004, contando com a presença do
CC(FN) CEZAR SIMPLICIO FERNANDES, do CMatFN.
A Infantaria de Marinha ou Terço da Armada (Tercio de
Armada – TEAR), como são chamados, foi criada em 1537 pelo
Imperador Carlos I e é considerada como a unidade de Infantaria
de Marinha mais antiga do mundo. Atualmente, o Terço da
Obus 155mm AP
Armada é composto por dois grandes blocos, a Unidade Base e
a BRIMAR. A primeira de cunho administrativo e de apoio e a lado a lado aos homens, desempenhando-as com a mesma
Segunda constituída por elementos de combate. vibração. A foto abaixo apresenta uma cabo ladeada por dois
A BRIMAR é composta por dois Batalhões de soldados de sua Esquadra de Tiro.
Desembarque (BD-I e II), um Batalhão Motorizado (BDMZ-II), A BRIMAR é uma unidade moderna, equipada com os
uma Unidade de Operações Especiais (UOE), um Grupo de mais avançados equipamentos, veículos e sistemas de armas.
Artilharia (GAD), um Grupo de Armas Especiais (GAE), um Grupo Emprega viaturas HUMMER com diversas configurações,
de Apoio de Serviço ao Combate (GASC) e um Batalhão do caminhões EVECO e CLAnf. Dentre o armamento, destaca-se o
Quartel General (BCG). Seus efetivos somam por volta de oito Obus 155mm AP.
mil militares, sendo cerca de sete por cento deste total formado Ela possui grande capacidade de comunicações, devido
por mulheres. As mulheres desempenham funções de combate ao emprego de terminais satélites, que permitem a cada batalhão
o enlace com o Posto de Comando da Brigada
por voz, dados ou vídeos.
A BRIMAR participa de Forças
multinacionais tais como: EUROMARFOR –
Força Marítima Européia; SIAF – Força Anfíbia
Hispano-Italiana; e CAFMED – Força Anfíbia
Combinada do Mediterrâneo.
Recentemente, os Infantes de Marinha
encontram-se presentes no Haiti, com uma
força expedicionária (FIMEX-H Fuerza de
Infanteria de Marina Expedicionaria en Haiti)
composta por 200 militares, que participam da
Missão de Estabilização da ONU no Haiti -
MINUSTAH.
A Armada Espanhola
dispõe de diversos navios
para apoiar a BRIMAR,
entre eles o Navio
Aeródromo Príncipe de
Astúrias (foto ao lado),
dois NDD (Galícia e
Castilla) e dois NDCC
(Hernán Cortes e Pizarro).
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Condicionamento Físico
O cuidado com o preparo físico é primordial para a atividade e para carreira do Fuzileiro Naval. É comum ouvirmos de nossos
companheiros escusas do tipo: “não tenho tempo”, “vou começar segunda-feira”, “assim que eu emagrecer um pouco, vou
começar a correr” e outras. A DGPM-601 - NORMAS SOBRE TREINAMENTO FÍSICO MILITAR, TESTE DE AVALIAÇÃO
FÍSICA E TESTE DE SUFICIÊNCIA FÍSICA - prescreve orientações e programas de Treinamento Físico Militar para os militares
da MB. Sempre de acordo com o prescrito nessa Norma e com vistas a motivar a prática de exercícios físicos, o Âncoras e Fuzis inicia
uma coluna que trará sempre artigos que orientem os militares que já estão em boa forma e mostrem aos que estão destreinados uma
maneira correta de obter um bom condicionamento físico.
Resposta do Decida nº 27
Um grande número de leitores enviou suas decisões para a Os seguintes militares destacaram-se na formulação de suas
missão imposta ao Comandante da 3ªCiaFuzNav do GDB-3 no decisões:
DECIDA Nº 27. Boa parte destas decisões se inspirou nos conceitos CIASC: CT (FN) Zupo Valente, CT (FN) Marcos Ferreira,
de GUERRA DE MANOBRA para explorar a oportunidade que se CT (FN) Veras, CT (FN) Gláucio, CT (FN) Carlos Gonçalves, CT
apresentava de atacar a Seção de Mísseis Superfície-Ar, que (FN) Alexandre Rocha, CT (FN) Marcio Abreu, CT (FN) Kochulinski,
inviabilizaria o movimento helitransportado da 2ªCiaFuzNav(Ref), CT (FN) Costa Santos, CT (FN) Leandro Santos, CT (FN) Aristone,
previsto para a Hora-I (0500h). A destruição, ou a neutralização, CT (FN) Fabio Roberto, CT (QC-FN) CARLOS GOMES, CT (FN)
desta Seção, certamente teria grande influência na condução das FLÁVIO MORAES, CT (FN) LOURENÇO, CT (FN) RAMIRES, CT
ações de todo o GDB, tendo em vista que, o movimento (FN) MARINHO, TN (IM) DIAZ, CT (FN) CUNHA BARBOSA,
helitransportado passou a ter uma importância maior devido ao CT (FN) LEONEL, CT (FN) PRUDÊNCIO, CT (FN) WERNER, CT
estado violento do mar. (FN) RUSSO e CT (FN) ROSETTI. Destaque especial para o 1o Ten
O objetivo desta coluna não é o de apresentar uma solução (FN) RUBIN do1oBtlInfFuzNav que enviou sua resposta do Haiti.
padrão para a situação apresentada. Busca-se, sim, estimular o debate Na página seguinte apresentamos o enunciado do DECIDA
em cima de conceitos de emprego de força, de forma a disseminar Nº 27, para que os leitores possam relembrar a situação a que se
estas idéias e praticar o hábito da decisão em combate. refere a solução apresentada.
9-
Resposta do Decida nº 27 (continuação)
Apresentamos a solução enviada pelo alunos do CAOCFN: CT (FN) Zupo Valente, CT (FN) Marcos
Ferreira, CT (FN) Veras, CT (FN) Gláucio, CT (FN) Carlos Gonçalves, CT (FN) Alexandre Rocha.
“EXAME DE SITUAÇÃO: antenas no PCot81, perfazendo um total de trinta militares. A
A 3ªCiaFuzNav(Ref) possuía as seguintes tarefas: desembarcar, SeçMSA foi detectada por uma Ptr de reconhecimento enviada
por EDPn, à Hora-G do Dia-D, na encosta sul da Ilha Inacessível e após o desembarque, e tal presença inviabiliza o desembarque
destruir, à Hora-H, o parque de antenas localizado no PCot81. A helitransportado da 2ªCiaFuzNav(Ref). Desta forma, o GDB-3 terá
missão do nosso escalão superior (GDB-3) é “Conquistar a Ilha sérias dificuldades para o cumprimento de sua missão.
Inacessível a fim de contribuir com o controle da área marítima no O terreno apresenta dois movimentos dominantes (PCot118 e
estreito de acesso ao Mar de Poseidôn”. PCot81), o solo é firme, de natureza pedregosa e com vegetação
Nossa missão vem sendo cumprida com dificuldades, pois predominantemente rasteira. Pode-se concluir que o terreno não é
ocorreu o desembarque conforme planejado, porém houve a perda impeditivo a tropa a pé, possibilitando o movimento coberto e
de elementos de comunicações e da 3ªSeçMAG, além do abrigado através campo.
equipamento de comunicações que possibilitaria o contato com o A 3ªCiaFuzNav(Ref) encontra-se com seus PelFuzNav
GDB-3. Os demais elementos da 3ªCiaFuzNav(Ref) encontram-se completos e prontos. Seu PelPtr encontra-se sem a 3ªSeçMAG,
prontos. extraviada durante o desembarque, porém o demais meios desse
O inimigo faz-se presente na ilha com uma SeçMSA protegida Pel encontram-se completos, incluindo a SeçMrt60mm.
por um GC e por cerca de dez militares guarnecendo o parque de (Continua)
- 10
Resposta do Decida nº 27 (continuação)
LIÇÕES APRENDIDAS
1. Esclarecer a Situação: é um dos fundamentos da ofensiva. Tão propósito da missão, consolidando, além deste: os efeitos desejados
logo estabeleça o contato, o comandante deve desenvolver ações para mais amplos almejados pelo seu escalão superior; os Centros de
determinar o valor, a composição e a disposição das forças inimigas. Gravidade, as Vulnerabilidades Críticas e os Pontos Focais de Esforço
Procurará, assim, sobrepujar suas forças de segurança, localizar sua selecionados; a visão geral de como será cumprida sua missão; e a
posição defensiva e levantar quaisquer deficiências que possam ser situação final visualizada para que a missão seja considerada cumprida.
exploradas. Desse modo, o comandante disporá de elementos para A intenção do comandante é um instrumento que ajudará seus
elaboração de sua diretiva. subordinados a entender o contexto maior em que suas tarefas estão
2. Iniciativa: os comandantes, em todos os escalões, devem adotar enquadradas, possibilitando-lhes o exercício da iniciativa quando uma
uma postura pró-ativa e não se contentarem em serem meros situação inesperada ocorrer, sem que seja afetada a unidade de esforço
cumpridores de ordens superiores. A fluidez do combate, a fugacidade do conjunto.
das oportunidades, o caos e a fricção dos campos de batalha, não A intenção do comandante, que constará de seu plano/ordem de
permitirão que um comandante sempre interrompa suas ações para operação, será redigida de forma clara e objetiva, sem conter
perguntar ao seu superior se pode ou não prosseguir na ação. O detalhamentos próprios de outras partes de sua diretiva.
comandante, ciente dos propósitos e intenções dos comandantes dos O Comandante da 3ª Cia decidiu pelo ataque a Seção de Mísseis
dois escalões acima do seu, tem condições de decidir, acertadamente, Superfície-Ar em decorrência de ter ciência da manobra do escalão
sem precisar questioná-los. acima (seu Comandante de Batalhão) e de sua iniciativa, atributo
3. Intenção do Comandante: constitui uma ampliação do fundamental de um combatente na Guerra de Manobra.
(Continuação)
“A História relata os feitos por eles [marinheiros mortos em guerra] protagonizados, e inspirados nos seus
sacrifícios e exemplos, formamos hoje uma geração de marinheiros com forte mentalidade marítima e
desenvolvido espírito de dedicação e de cumprimento do dever.”
Extrato da Ordem do Dia nº 4/2004, em homenagem à memória dos marinheiros mortos em guerra.
Almirante-de-Esquadra MAURO MAGALHÃES DE SOUZA PINTO, Comandante de Operações Navais.
Muitas colaborações nos foram enviadas, dentre as quais A concepção estratégica prevalecente para países de recursos
ressaltamos que 181 foram de Aspirantes da EN, comprovando financeiros escassos reside no poder de dissuasão de suas Forças.
que a mentalidade marítima citada na frase do Exm o Sr. Os recursos humanos que compõem a Marinha do Brasil refletem
Comandante de Operações Navais está realmente essa concepção, são tripulações forjadas sob o exemplo dos
desenvolvida nos marinheiros e fuzileiros da atualidade. antepassados que, contribuindo para o cumprimento das tarefas
Dentro deste enfoque, destacamos as respostas dos Aspirantes básica inerentes ao Poder Naval, tombaram em ação pela soberania
FN-4053 NEPOMUCENO, FN- 4079 ANDERSON CARLOS, do País. Marcílio Dias, Greenhalgh, Jansen, Brito, Gastão Moutinho
FN-4135 SUZART, FN-3059 EDUARDO RODRIGUES, 1099 e Garcia D´Ávila são nomes que se juntam aos nove tripulantes da
GUSTAVO MELLO e 1219-RADOMAN. Porém, selecionamos Canhoneira “BELMONTE” e ao Imediato da Canhoneira
a resposta do CT (T) ROBSON OBERDAN BISPO DE SOUZA, “IGUATEMI” na Batalha Naval do Riachuelo, aos 176 integrantes
do CPesFN, que realça muito bem o espírito de dedicação e da Divisão Naval de Operações de Guerra, durante a 1ª Guerra
de cumprimento do dever expressados na Ordem do Dia do Mundial e aos 16 Oficias, 15 Suboficiais, 42 Sargentos, 224 Cabos
Almirante SOUZA PINTO. e Marinheiros e 29 Taifeiros, tripulantes do Cruzador “BAHIA”
que pereceram no decorrer da 2ª Guerra Mundial. São expoentes
“O processo de obtenção de pessoal para as fileiras da Marinha que nos deixaram um legado de patriotismo, lealdade e dedicação
do Brasil desenvolve-se num ambiente de rigorosa seleção de ao serviço, razões para acreditarmos na importância de nossas
candidatos, oriundos das diversas regiões do país e das mais águas e na necessidade de estarmos sempre prontos a dissuadir
variadas camadas sociais, e tem seu ápice quando os Órgãos de qualquer intento aventureiro que ameace nossa soberania.
Formação entregam para os diversos corpos e quadros de Oficiais Conforme registrado no livro Fleet Marine Force, elaborado
e Praças, via de regra, militares perfeitamente ajustados ao pelo então Comandante-Geral do “United States Marines Corps”
pensamento marítimo e aos anseios da nação, principalmente no (USMC), General A M. Gray, “há duas funções militares básicas:
que concerne à aplicação do Poder Naval. fazer a guerra e preparar-se para ela”. Ora, preparar-se implica,
Nesse contexto de formação de marinheiros e fuzileiros, a entre outras coisas, conhecer como ninguém a história e a arte e
História ocupa papel de destaque, ressaltando os feitos ciência da guerra, suas nuances, estratagemas, inventivas
protagonizados pelos homens do mar nas odisséias por eles audaciosas e feitos heróicos, nos quais os interesses da pátria
vivenciadas, por ocasião das situações de beligerância, nas quais foram postos acima do instinto natural de preservação da própria
a nossa Marinha se fez presente. Tais exemplos, com muita vida. “Todo Fuzileiro Naval tem a responsabilidade básica de
propriedade abordados na Ordem do Dia nº 4/2004, do Exmº Sr. estudar a sua profissão. Um líder sem interesse ou conhecimento
Almirante-de-Esquadra Mauro Magalhães de Souza Pinto, da história e da teoria da arte da guerra – a essência intelectual
Comandante de Operações Navais, estabeleceram o da sua profissão – é um líder somente em aparência”, assevera o
“benchmarking” para as gerações vindouras e eternizaram os General Gray em sua obra literária.
feitos daqueles heróis que se dedicaram inteiramente ao serviço Por tudo isso, neste Brasil de vocação essencialmente marítima,
da pátria cuja honra, integridade e instituições, defenderam com o terra onde as “águas são muitas; infindas. E em tal maneira é
sacrifício da própria vida. Sem dúvida, a formação não se restringe graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem
aos bancos acadêmicos, mas aperfeiçoa-se e acumula-se ao longo das águas que tem”, conforme descrito por Pero Vaz de Caminha,
dos anos, resultando no que somos hoje, uma geração de formamos hoje uma geração de homens do mar cuja mentalidade e
marinheiros conscientes da importância vital de nossas águas virtudes coadunam-se com essa vocação, com a mesma grandeza,
territoriais e certos de que defendê-las exige abnegação e sacrifício. dignidade e honra de nossos marinheiros mortos em guerra.”
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