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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA


POLO: NINA RODRIGUES
DIRETORIA INTERDISCIPLINAR DE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO - DINTE

DIAGNÓSTICO DA REALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA II:


O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

MARIA DA CONCEIÇÃO DE AGUIAR LOPES

Nina Rodrigues
2020
MARIA DA CONCEIÇÃO DE AGUIAR LOPES

DIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE ESCOLAR: RELATÓRIO “CENTRO DE


ENSINO MÉDIO PROFESSOR NEWTON NEVES (ITAPECURU-MIRIM /MA)”

Trabalho apresentado à disciplina Diagnóstico


da Realidade da Educação Básica II do Curso
de Letras a Distância da Universidade Federal
do Maranhão - UFMA para obtenção parcial da
terceira nota.

Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Mônica da Silva Cruz.

Nina Rodrigues
2020
Sumário

1.INTRODUÇÃO................................................................................................4
2.OS SUJEITOS DA PESQUISA......................................................................6
3. A PESQUISA QUALITATIVA.......................................................................9
3.1 Pesquisa com alunos ...........................................................................11
3.2 Pesquisa com professores....................................................................13
4. RESULTADOS ...........................................................................................16
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................17
REFERÊNCIAS...............................................................................................18
ANEXOS..........................................................................................................19
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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório, tem como objetivo diagnosticar como os professores têm


trabalhado o ensino de língua Portuguesa no ensino médio e como os alunos têm
desenvolvido o processo ensino aprendizagem na língua materna, vale destacar que
curso de licenciatura em Letras-Língua Portuguesa da Universidade Federal do
Maranhão, traz como objetivo: reconhecer os métodos utilizados e os recursos
disponíveis para favorecer o processo profissional; tratar e descrever a realidade
educacional da escola visitada; compreender a construção do ensino e
consequentemente o da aprendizagem no ambiente escolar observado; descrever
através da observação as metodologias aplicadas pelo professor em sala de aula.

Uma importante linha de estudo nos campos da Língua Portuguesa, que não
deve ficar de fora desta breve discussão corresponde ao interacionismo. Nesta
perspectiva, as atividades humanas são consideradas como mediadas
simbolicamente. Além disso, tem-se que, se é pelas atividades de linguagem que o
homem se constitui sujeito, só por intermédio delas é que tem condições de refletir
sobre si mesmo. Pode-se ainda dizer que, por meio das atividades de compreensão
e produção de textos, o sujeito desenvolve uma relação íntima com a leitura –
escrita –, fala de si mesmo e do mundo que o rodeia, o que viabiliza nova
significação para seus processos subjetivos.
Esta visão defendida supõe uma estreita e interdependente relação entre
formas linguísticas, seus usos e funções, o que resulta de se admitir que a atividade
de compreensão e produção de textos envolve processos amplos e múltiplos, os
quais aglutinam conhecimentos de diferentes ordens (OLIVEIRA, 2010).
A concepção de língua, a qual devo adotar na minha prática docente, imiscui-
se no exposto da construção mais recente (a LDB), ratificada (e talvez até
melhorada) pelo pensamento do russo Mikhail Bakhtin, o qual enxerga língua como
“um fenômeno social da interação verbal realizada através do enunciado”,
concebendo a linguagem em uma perspectiva sócio-histórica, ideológica e dialógica,
tendo em vista focalizarmos o perfil de aluno exigido no documento oficial
(Parâmetros Curriculares Nacionais).
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O modelo teórico-metodológico que se adotou nesta pesquisa foi de natureza


qualitativa, como veremos, a seguir. Para realizar o presente estudo, recorreu-se à
pesquisa bibliográfica e à pesquisa de campo, optando-se pela entrevista de
pesquisa, que, segundo Gaskell (2002), as entrevistas permitem a compreensão
minuciosa das motivações, atitudes, valores, e crenças dos sujeitos pesquisados.
Nesse estudo, adotou-se a pesquisa qualitativa. (Bogdan & Biklen, 1982;
Denzin & Lincoln, 2006; Gaskell, 2002; Gil, 1987; Lakatos & Marconi, 993; André,
1995; Minayo, 1992, 1993, 2000).
A pesquisa qualitativa trabalha com dados subjetivos, crenças, valores,
opiniões, fenômenos, hábitos (Denzin et al, 2006; Gil, 1987; Lakatos & Marconi,
1993; Lüdke & André, 1986; Minayo, 1993).
Considerou-se, na pesquisa, a fala contextualizada envolvendo a opinião
dos entrevistados, co-construída com o entrevistador, sobre as relações e
metodologia aplicada em sala de aula para o ensino de língua portuguesa .
Segundo Minayo (1995, p.21-22):
a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se
preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser
quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço
mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Nesse sentido, percebe-se que a pesquisa qualitativa desse estudo


envolveu a obtenção de dados com os entrevistados realizados. Esses dados
foram obtidos em contato direto do pesquisador na situação de entrevista de
pesquisa. Assim, é enfatizado mais o processo de que o produto e, portanto, a
preocupação está em retratar a perspectiva dos participantes em interação e
ao co-narrar sua forma de dar aulas de língua portuguesa para alunos do
Ensino médio.
Assim, a pesquisa abordada neste estudo alia duas tensões ao mesmo
tempo. Por um lado, é atraída a uma sensibilidade geral, interpretativa, e, por
outro, por concepções da experiência humana e de sua análise mais restritas
a uma visão humanista.
No modelo interpretativista, foi necessário considerar a importância
desempenhada pela busca da construção da intersubjetividade na construção
do conhecimento, não partilhados necessariamente, ou seja, através da
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interação entre o pesquisador e o indivíduo pesquisado a análise de opiniões


que é construído socialmente.
As professoras entrevistadas são regentes de sala de aula e possuem
formação superior, onde apresentam um regime de trabalho de 40 horas
semanais, trabalhando em dois turnos, manhã e noite, para suprir as
necessidades da escola ambas possuem uma visão de educação bastante
ampla para perceber que os alunos precisam ser trabalhados em sua
afetividade, em sua cognição e na transformação de e suas habilidades e
potenciais, para que sejam realizadas profissionalmente com possiblidade de
se transformarem em profissionais competentes no futuramente.

2 OS SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos entrevistados para essa pesquisa receberam o nome de


A.P.S,e M.V.A.E, a aluna A.P.S é brasileira, de etnia branca, com 15 anos,
filha de pais separados, segundo ela, moradora da Cidade Itapecuru mirim –
Marnhão. Mora atualmente com a mãe e a irmã mais nova, mas morou com
parentes e amigos. Está cursando 1ª ´serie o Ensino Médio.

O local da entrevista, sua residência, foi escolhido pela entrevistada,


que demonstrou assim sua boa acolhida. Foram feitas duas entrevistas. As
duas foram gravadas por um aparelho de gravação de voz digital. Todas as
entrevistas foram realizadas ao longo do mês de novembro de 2020. Todas
tiveram a duração de aproximadamente 40 minutos.

O outro aluno entrevistado recebeu o nome de M.V.A.E de 16 anos de


idade, Brasileiro, de etnia branca, filho de professores do Ensino
Fundamental, M.V.A.E mostra-se seguro em suas respostas e afirma em sua
fala, que estudar tem que se tornar um bom hábito, principalmente português.

O local da entrevista, na biblioteca da escola, foi escolhido pelo


entrevistado, que demonstrou sua intimidade com os livros. Foram feitas duas
entrevistas. As duas foram gravadas por um aparelho de gravação de voz
digital. Todas as entrevistas foram realizadas ao longo do mês de novembro
de 2020. Todas tiveram a duração de aproximadamente 40 minutos.
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As professoras entrevistadas são regentes de sala de aula e possuem


formação superior, onde apresentam um regime de trabalho de 40 horas
semanais, trabalhando em dois turnos, manhã e noite, a primeira professora
entrevistada recebeu o nome de C.A.L, com idade de 40 anos, com formação
superior pela Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, curso: licenciatura
em Letras/Português, a segunda professora entrevistada recebeu o nome de
L.S, com idade de 50 anos, também com formação superior, pela
Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, Curso: Licenciatura em Letra/
Português e suas respectivas Literaturas.

Os critérios para escolha dos professores, foram simples e didáticas, a


princípio foram: formação na área de linguagens, pois a partir da formação identifica-
se o grau de afinidade e preparação para o ensino de língua portuguesa, pontuando
de forma eficaz sua paixão pelo ensino e por sua profissão , observando-se ainda
que por mais que enfrentem diversos problemas cotidianos, não o trocariam por
outra. Devido à paixão pela Língua Portuguesa as professoras promovem aulas que
contagiam os alunos, até mesmo àqueles que não se identificam com a disciplina
ministrada.

Outro critério observado foi a paciência em ensinar, elas nunca desistem de


nenhum tipo de aluno, por mais difícil que seja lidar com a pessoa. Estão
constantemente tentando criar novas estratégias para que todos os estudantes se
insiram mais no ambiente escolar e aproveitem o que puder da escola.

Eficiência- são eficientes de aprimorar suas aulas e, por isso, contam com
uma quantidade grande de materiais didáticos que podem aumentar o rendimento
dos alunos, além de estarem sempre dispostos a conhecer novas ferramentas
benéficas.

Confiança- para que a turma tenha uma boa relação com o professor, é
essencial que este demonstre ser uma pessoa confiável, em quem pais e estudantes
podem acreditar. Sendo essa uma característica de bons professores, estão sempre
buscando aprimorar o relacionamento com as pessoas, consagrando-se dentro do
ambiente escolar.
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Os alunos pesquisados foram avaliados através de entrevista individual, não


há como generalizar o perfil dos alunos que estão cursando o Ensino Médio, mas,
no geral podemos perceber que, mesmo confusos e cheios de indecisões, muitos
deles compreendem que lutam para ser o que querem, mesmo sendo por muitas
vezes, apenas o que outros estão querendo que eles sejam. Eles percebem que a
grande decisão é deles, mas que suas atitudes em aula interferem, e muito, neste
processo. Aproveitar os momentos educativos de sala de aula pode ser fascinante.

Cada vez mais é visível a necessidade de exercitar a mente, se envolver num


discurso vivo sobre cada assunto abordado em aula. Quanto maior a participação
ativa do aluno nas aulas, maiores as chances de ele estar seguro na hora de
escolher o curso universitário a seguir. Na verdade, o fato de sair da aula com mais
dúvidas do que quando se entra nela, é um indicativo de que, pelo menos, pode
estar ocorrendo um reconhecimento do terreno, se está travando algum contato útil
com ele. O aluno sente que apenas participar das aulas para “cumprir tabela” é
desastroso, tanto quanto acreditar que pode se dar bem sem elas.

Os alunos entrevistados, A.P.S,e M.V.A.E, discorrem sobre a importancia do


aluno sair do Ensino Médio com a consciência da imersão que deverá fazer no
Ensino Superior: participar das aulas, discutir com professores e colegas de estudos,
conhecer a universidade, outros centros de estudo, laboratórios, áreas de lazer,
participar de diretórios acadêmicos, frequentar palestras e cursos extracurriculares,
estudar outras línguas, tornar-se um habitual frequentador das bibliotecas, trabalhar
em grupos de pesquisa, etc.

Os critérios para escolher os alunos foram características bem óbvias, mas


que tem muita relevância. Alunos que frequentam as aulas, porque ficam por dentro
do que está sendo passado na matéria, além de ficar sabendo de alterações em
datas de provas e trabalhos e não perdem nenhuma avaliação.

Participativo, os alunos têm o costume de participar das aulas, com


perguntas, opiniões e assuntos propostos em discussões. Isso enriquece o
aprendizado e amplia sua capacidade de refletir e formar suas próprias opiniões
sobre determinado assunto.
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Fazer todas as tarefas e atividades propostas, por mais chato e maçante que
um trabalho ou tarefa possa parecer, eles acabam sim, por contribuir em seu
aprendizado, mesmo que seja para realizar uma análise crítica sobre o assunto.

Usa a internet como ferramenta, todos sabemos o quanto a internet, com


suas milhares de informações e compartilhamentos irrelevantes (mas viciantes) nas
redes sociais, pode tomar nosso tempo e atrasar nossa vida. Porém, se bem
utilizada, a internet é uma ferramenta que auxilia seu aprendizado.

Da mesma maneira que é um meio repleto de coisas que nos distraem, ela
também possui inúmeros recursos, como softwares, blogs, videoaulas e grupos de
discussão dos mais variados assuntos, disponíveis gratuitamente.

3 A PESQUISA QUALITATIVA

A pesquisa aplicada a esse relatório foi a pesquisa qualitativa, conforme


Denzin e Lincoln (2006), o berço da pesquisa qualitativa está na sociologia e na
antropologia. Na sociologia, a discussão da importância da pesquisa qualitativa para
o estudo da vida de grupos humanos se deu por meio de trabalhos realizados pela
Escola de Chicago, nas décadas de 1920 e 1930. Na mesma época, na
antropologia, os estudos de autores como Evans-Pritchard, Radcliffe-Brow e
Malinowski trouxeram os métodos de trabalho de campo.

Nesses métodos, a perspectiva metodológica utilizada era entender o outro,


que normalmente era proveniente de uma cultura menos civilizada do que a cultura
do pesquisador. Conforme Schwandt (2006), apesar de muitas décadas antes
antropólogos e sociólogos já realizarem trabalhos de campo que incluíam
investigação qualitativa, é na década de 1970 que a pesquisa qualitativa ganha
força. Foi desenvolvida como um movimento de contraposição à concepção
positivista de ciência, cujo foco são os fatos ou causas dos fenômenos sociais,
devotando pouca consideração pelos estados subjetivos individuais. A perspectiva
positivista, diferente da qualitativa, busca informações através de dados
quantitativos que permitem estabelecer e provar relações entre variáveis definidas.

O método utilizado foi questionário para entrevista, a entrevista de pesquisa


representa um dos instrumentos básicos para a coleta de dados, dentro da
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perspectiva da pesquisa qualitativa. Nesse sentido, Lakatos e Marconi (1993, p. 196-


201) ressaltam que na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma
atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde.

A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do


entrevistado, sobre sua vivência no decorrer da sua carreira como professor de
Língua portuguesa, seus desafios em sala de aula e suas dificuldades. Assim, nesta
investigação, os dados foram gerados através de uma entrevista aberta, pois
pensamos ser este o instrumento mais apropriado para a pesquisa qualitativa.

Sobre esse recurso, Gil (1987, p. 113) afirma que o pesquisador pode
formular perguntas ao entrevistado com o objetivo de obter dados que interessam à
investigação e que a entrevista é uma forma de interação social e uma forma de
diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se
apresenta como fonte de informação.

Conforme Minayo (1996, p. 122), o entrevistador não faz formulações


pré- fixadas, e sim a entrevista deve ser considerada como um roteiro
facilitando a comunicação entre ambos.

Cabe salientar que se optou por realizar entrevistas abertas, devido ao


interesse em produzir um material mais aprofundado, para compreendermos
as especificidades de alunos e professores no processo ensino aprendizagem
de Língua portuguesa no ensino médio.

Durante a pesquisa, foram realizadas 04 entrevistas de


aproximadamente 40 minutos cada. Ao estudarmos as entrevistas,
selecionamos o estudo de caso como o método a ser utilizado, pois nos ajuda
a analisar as complexas ligações causais nas intervenções na vida
profissional de professores de Língua Portuguesa, e de alunos do Ensino
médio em sua aprendizagem no que diz respeito a língua portuguesa, onde as
intervenções avaliadas possuam resultados claros e específicos.
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3.1 PESQUISA COM OS ALUNOS

1. Nome completo (opcional): 2. Sexo:


A.P. S (INFORMANTE 1) F: M:X O:

3. Estado civil: 4. Idade:


Solteira 15
Série que estuda: 1ª do Ens. Médio

1. Nome completo (opcional): 2. Sexo:


M.V.A.E (INFORMANTE 2) F:X M: O:

3. Estado civil: 4. Idade:


Solteiro 16
Série que estuda: 2ª do Ens. Médio

Questão 1: Você gosta da disciplina de Língua Portuguesa?


Respostas
Informante 1: “Sim, por que ensina a fala corretamente em certas ocasiões.”

Informante 2: “Sim! Consigo aprender varias coisas, mudar meu vocabulário e


entender melhor muitas outras disciplinas através do português
(interpretando).”

Questão 2: Quando você ouve falar em Língua Portuguesa, o que imagina


estudar?
Respostas
Informante 1: “Imagino que quando se estuda português aprendemos todas as
coisas que há no português, incluindo as formalidades e a história da língua
portuguesa.”
Informante 2: Penso estudar as regras gramaticais, a formalidade da língua como
se escreve corretamente e falar melhor.

Questão 3: O que você estuda em sala de aula corresponde ao que


esperava da disciplina? Explique.
Respostas
Informante 1: “Sim, tudo que estudo tem correspondido com o que eu esperava.”
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Informante 2: “Sim, corresponde o que a Língua portuguesa tem de melhor pra nos
dar.”

Questão 4: Você consegue aplicar no seu dia-a-dia o conteúdo de Língua


Portuguesa que estuda em sala de aula?
Respostas
Informante 1: “Às vezes dar pra fazer essa aplicação, mas nem sempre, pois, a
linguagem que mais uso sempre é coloquial e nada formal com meus amigos.”
Informante 2: “Sim. Fazendo atividades que o professor passa e trabalhos.”

Questão 5: Você considera importante o ensino dessa disciplina? Por quê?


Respostas
Informante 1: “Porque é bom saber falar e escrever bem.”

Informante 2: “Porque moro no Brasil e preciso falar a língua bem.”

3.2 PESQUISA COM OS PROFESSORES

1. Nome completo (opcional): 2. Sexo:


C.A.L (Informante 1) F: x M: Outro

3. Estado civil: 4. Idade:


Solteira 41
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5. Formação acadêmica: 6. Disciplina(s) que ministra:


Letras/ Português Literatura e Língua Portuguesa
Série em que Leciona: 1ª do Ens. Médio

1. Nome completo (opcional): 2. Sexo:


L.S (Informante 2) F: x M: Outro

3. Estado civil: 4. Idade:


Casada 50

5. Formação acadêmica: 6. Disciplina(s) que ministra:


Letras/ Português Literatura e Língua Portuguesa
Série em que Leciona: 2ª do Ens. Médio

Questão 1: O que é ensinar português?

Respostas
Informante 1: É ensinar os mecanismos da língua, aproveitando nos alunos as
experiências trazidas de casa por eles.

Informante 2: É aperfeiçoar e ampliar o arcabouço linguístico dos educandos,


segundo a norma culta, respeitando a linguagem deles. Transmitir o que é a língua
portuguesa.

Questão 2: Como você trabalha língua portuguesa em sala de aula?

Respostas
Informante 1: Minha aula acredito que seja dinâmica, pois não me prendo somente
a livro didático e nem a certos currículos inadequados; viso muito o nível da turma
para que siga isto ou aquilo estabelecido.

Informante 2: Em primeiro lugar explora-se a capacidade de cada aluno,


verificando assim uma possibilidade de agrupar as necessidades de captação de
cada um, ou seja, um a outro, para que haja rendimento da aprendizagem.

Questão 3: Qual foi a situação mais difícil que você enfrentou como
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professor de português e como a resolveu? 


Respostas
Informante 1: Adotar manuais e utilizar as novas tecnologias para ensinar a língua
portuguesa. Criar materiais e projetos que motivem os alunos – resolveu-se com
muito trabalho.

Informante 2: Há cerca de 4 anos, recebemos um aluno surdo, que aprendeu


português de maneira autodidata, e quis vir à escola para socializar e continuar
aprendendo. Ele fazia leitura labial, e inclusive podia vocalizar. Foi todo um desafio,
pois ele estava num grupo e tínhamos que procurar estratégias para atender ele e
ao mesmo tempo todo o grupo.

Questão 4: como deve ser a aula de português?


Respostas
Informante 1: Mais criativa e menos monótona. ... deve ser bastante dialogada,
mas com bastante calma e várias explicações da matéria. Devemos ganhar
credibilidade dos alunos e levarmos em consideração o seu repertório para que
assim possamos ter um bom andamento das aulas.

Informante 2: Eu acho que o professor deve adquirir a credibilidade do aluno, e


este ter uma certa liberdade de não se intimidar, ao fazer qualquer pronunciamento
(aluno). Os textos devem ser comentados democraticamente. O aluno não pode ter
receio de dar o seu ponto de vista.

Questão 5: Qual é o maior desafio ao ensino de português hoje? 

Respostas
Informante 1: Criar oportunidades para os alunos utilizarem a língua fora da sala
de aula. Treinar bons professores e atualizá-los de maneira constante, em práticas,
novas abordagens e discussões sobre temas pertinentes para o ensino e formação
continuada do professor.

Informante 2: A falta de materiais didáticos apropriados e, principalmente, a não


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integração entre os pares interessados em língua portuguesa. A convergência de


interesses nos colocaria um passo à frente.

Questão 6: Qual foi o maior reconhecimento pelo seu trabalho que você já
recebeu? 
Respostas
Informante 1:Um dia, cheguei em minha sala de aula, era o meu aniversário, e um
grupo de alunos tinha colocado balões, faixas, estrelinhas e mensagens de feliz
aniversário e, como eles sabem que eu não como carboidratos, cozinharam e
trouxeram para a aula um bolo de chocolate para mim. O carinho deles é o maior
reconhecimento.
Informante 2: Convites para palestrar, oficinas de professores, revisora de textos e
livros acadêmicos, etc... mas o melhor é ver alunos agradecendo pela oportunidade
de ter uma aprendizagem significativa comigo.
Questão 7:Em que medida você acha que colabora com o crescimento
linguístico dos alunos?
Respostas
Informante 1: Na medida em que eu verifico que o aluno realmente pôde fixar
algumas normas de língua padrão. Colaboro à medida que o aluno apreende ou fixa
um conteúdo regularmente suficiente para frequentar a série seguinte.

Informante 2: Tudo que eu coloco em prática de ensino é satisfatório. Acho que


colaborei pouco, mas a cada ano de experiência tentarei ser melhor.

Questão 8: Como você trabalha com livro didático?


Respostas
Informante 1: Com muito cuidado e cautela. Faço uso quase somente dos textos.
Alguns exercícios e assuntos são aproveitados.

Informante 2: Não tenho um critério fixo. Sigo o planejamento, muito embora saia
da norma prescrita e revisada pela diretora. (às vezes).

4. RESULTADOS
A partir de questionários apresentado, foi possível constatar que os
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dois alunos considerou o ensino de Língua Portuguesa importante, entretanto,


não conseguem apresentar uma justificativa para o ensino de Língua Materna.
Verificamos, ainda, que os alunos considera “falar/escrever bem” como uma
necessidade social, mas considera que tal habilidade depende unicamente do
conhecimento das normas gramaticais.
Quando questionados sobre gostar ou não da disciplina, os
informantes, responderam que sim, gostava da disciplina. No entanto, em suas
respostas, mostraram uma concepção de que a aula de português restringe-se à
prescrição de normas, panorama metodologicamente desinteressante.
Consideramos, então, a possibilidade de que as respostas positivas quanto ao
gostar da disciplina tenham sido condicionadas pelo próprio ambiente de
aplicação do questionário (na biblioteca da escola, de no ambiente familiar, no
momento da aplicação do questionário).
No que diz respeito as vozes das professoras, faz-se oportuno oferecer um
ensino de qualidade, a partir da incorporação do texto nas aulas de língua
portuguesa, principalmente através de gêneros textuais diversificados,
despertando neles, o hábito e o prazer pela leitura crítica. Para tanto, é preciso
que os professores ousem, inovem, estudem, tendo na interação linguística a
base de sustentação de sua prática docente.
Nesse sentido, o contexto atual exige que o professor tenha conhecimento
desta realidade de ensino, principalmente vendo a fala como contraparte da
escrita da língua, de sorte que a interação, a comunicação ocorram face a face
nos falantes nativos, desde que se parta das noções do outro, do sujeito, do
discurso e do texto, consolidados no uso de gêneros textuais diversificados e
significativos nas salas de aula.

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados levantados e a análise das vozes dos alunos e
professores, é possível concluir que, mesmo reconhecendo a importância do ensino
de Língua Portuguesa, os alunos não conseguem, no geral, apresentar uma
justificativa para essa importância, mesmo sendo essa a disciplina com maior carga
horária do currículo escolar básico.
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Dessa maneira, encontramos, nesse panorama, respostas mais concretas às


nossas indagações enquanto professores em formação inicial. Tais resultados
apontam para a necessidade de se repensar a prática docente de Língua
Portuguesa e a eficácia dos métodos de ensino que vigoram atualmente nas salas
de aula de língua materna.

REFERÊNCIAS

JÚNIOR, Gilmar Luís Silva, O ensino de língua portuguesa- Posições teóricas, Disponível
em: http://lounge.obviousmag.org/pilulas_da_literatura/2014/08/o-ensino-de-lingua-
portuguesa---posicoes-teoricas.html, acesso em 02 de dezembro de 2020.

MALACARNE, Vilmar, Os Alunos do Ensino Médio e os Desafios das Escolhas Para a


Formação Profissional, disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2419-8.pdf, acesso em 02 de
dezembro de 2020.

PERNAMBUCO, Juscelino, Análise do trabalho do professor de português: a prescrição,


a realização e a representação, Disponível em:
http://publicacoes.unifran.br/index.php/colecaoMestradoEmLinguistica/article/view/397/0,
acesso em 24 de novembro de 2020.

SILVA, Aline Patrícia da, GOMES, Camila Maria, O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES, Disponível em:
http://www.cchla.ufrn.br/shXVIII/artigos/GT22/O%20QUE%20OS%20ALUNOS%20DIZEM
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%20SOBRE%20O%20ENSINO%20DE%20LNGUA%20PORTUGUESA%20VOZES%20E
%20VISES.pdf, acesso em 02 de dezembro de 2020.

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