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O Desafio Do Administrador Do Futuro Ser Um Eterno Aprendiz
O Desafio Do Administrador Do Futuro Ser Um Eterno Aprendiz
1 INTRODUÇÃO
todos foram (e ainda são, na maioria dos casos) estimulados a lutar contra todos. A
competição seria, presumivelmente, própria da natureza humana. Além disso,
representaria, presumivelmente, a chave para todas as portas” (Mariotti, 1996, p. 51).
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intuição, perspectivas, crenças e valores que as pessoas formam como um resultado de suas
experiências, e que determina como as organizações constróem suas decisões e formam o
comportamento de seus membros. A definição de capital intelectual é baseado na exploração
desses dois tipos de conhecimentos e é constituído por três elementos que encorajam a criação
de valor e manutenção das estratégias de negócios das empresas (Saint-Onge, 1996;
Stewart,1998):
a) capital humano. São as capacidades dos ndivíduos ni divíduos requeridas para fornecer
soluções para os clientes. Pode ser considerado a fonte de renovação e inovação.
b) capital de clientes. A profundidade (a penetração), a amplitude (cobertura), a
devoção (lealdade)
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valores requeridos por algum produto ou serviço oferecidos a eles e com isso geram
conhecimento e agregam valor para a organização. O capital de clientes é o valor dos
relacionamentos de uma empresa com as pessoas com as quais faz negócios.
c) capital estrutural. Está em toda empresa. Pode ser utilizado como um instrumento
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estrutura, a estratégia e a cultura.
O conhecimento tácito tem um impacto em todos os quatro elementos, mas ele nasce
da cultura organizacional. Assim, o que nós somos ou desejamos para a organização, o que nós
devemos e podemos fazer, tudo está associado ao comportamento organizacional (Saint-Onge,
1996).
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dentro das organizações. Não é uma tarefa fácil, pois depende diretamente de uma gestão
empresarial que priorize a pesquisa, o desenvolvimento dos recursos humanos, a capacidade de
inovação e aprendizagem de todos os níveis da empresa. Isso requer muita flexibilidade,
investimentos em tecnologia de informação, e desenvolvimento gerencial. Os administradores
devem adquirir a capacidade de gerenciar o fluxo de informações que comanda todas as ações
da organização.
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transforme em um empresa criadora e transformadora de conhecimento. No ambiente econômico
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e correr riscos, que ampliam a capaci
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dade de ação. A criação do conhecimento requer uma
integração de saber e fazer, de forma que as idéias possam ser testadas e as capacidades
humanas ampliadas (Nonaka,
(Nonaka, 1991, Gold, 1995
1995;; Salm & Amboni, 1997).
1997).
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*
Do ponto de vista administrativo, meta é “um objetivo caracterizado por prazo relativamente curto e por
realizações específicas e mensuráveis “ (Stoner & Freeman, 1995, p. 138). Não queremos menosprezá-las, mas
mostrar que a forma como são determinadas e alcançadas nesse modelo de ensino não são adequadas ao
novo ambiente empresarial.
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O autor acima citado propõe um novo tipo de aprendizado, capaz de se adequar a esse
novo ambiente, marcado pela incerteza e por transformações rápidas na maneira de pensar e de
agir das pessoas, denominado de aprender como um modo de ser , , “um conjunto
permanente de atitudes e ações empregadas por indivíduos e grupos para se manterem em
dia com os eventos surpreendentes, novos, confusos, obstrutivos e recorrentes gerados por
macrossistemas. No mínimo, o aprendizado como modo de ser deve suplementar o
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de um ponto central: temos que desenvolver a auto-aceitação dos sentimentos que surgem,
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verdade,
ade, “a sensação de aprender é um dos
sinais mais confiáveis de que o aprendizado está ocorrendo” (Vaill, 1997, p. 83). Muitas
vezes, durante o processo de aprendizagem, as atitudes e os sentimentos são deixados de lado,
em detrimentos dos fatos e métodos. Desta forma, não se conseguem obter bons resultados
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e) aprendizado no trabalho . O aprendizado não se limita a sala de aula. Como afirma
Gardner apud Vaill (1997, p. 85), “o mundo é uma sala de aula incomparável e a vida um
professor memorável para aqueles que não a temem ”. Desta forma, podemos aprender
através de experiências no trabalho, através da exploração de idéias, de processos, de rotinas,
de manuais e até do treinamento formal e informal. Os administradores tem um papel muito
importante nesse tipo de aprendizado, já que são os facilitadores em todos os níveis
organizacionais. Isso depende muito da sua concepção sobre o que vem a ser a aprendizagem
real, o que depende muito de conhecimentos sobre o que vem a ser aprendizagem e como levar
essa aprendizagem para o ambiente de trabalho.
f) aprendizado contínuo . Esse tipo de aprendizado baseia-se na necessidade
incessante de explorar o significado de todas as qualidades do aprendizado como uma filosofia
de vida, de maneira interdisciplinar e sistêmica. É um processo evolutivo, pois “quanto mais a
pessoa evoluir dentro de um processo, mais perceberá que sempre haverá algo a ser
aprendido” (Vaill, 1997, p. 88). Como afirma Senge (1995, p. 20), “quanto mais você
aprende mais se torna consciente de sua ignorância ”. A essência do aprendizado contínuo é
estar consciente de que você é um principiante, ou seja, é um processo contínuo que deve segui-
lo por toda a sua vida. Afinal, o mundo evolui e muda constantemente e nós também temos que
evoluir aprendendo com a vida.
g) aprendizado reflexivo. Nesse novo modelo de aprendizado, denominado de
aprendizado como modo de ser, a reflexão faz parte da consciência humana humana.. De
Devemos
vemos nos
questionar sobre idéias a respeito de como podemos aprender efetivamente; determinar desafios
e oportunidades para determinar como aprender mais e melhor; utilizar o aprendizado como um
instrumento para melhorar o nosso desempenho e aprender a atuar de forma proativa, refletindo
sobre os prós e os contras de determinadas metas, ações ou acontecimentos. O aprendizado
reflexivo muito importante para a vida de qualquer indivíduo e crucial para o sucesso de um
administrador,
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tempo (Vaill, 1997).
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Experiência Concreta
(EC) Experiência Reflexiva
(ER)
Experimentação Ativa
(EA) Conceituação Abstrata
(CA)
Figura 01: Ciclo de aprendizado de Kolb.
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Todos os aspectos levantados anteriormente demonstram que o maior desafio do
administrador do futuro é ser um eterno aprendiz e levar o seu aprendizado para o ambiente das
organizações. Além disso, o aprendizado pode se tornar um instrumento capaz de guiar todas as
suas ações,
a ções, tornando-
tornando-se
se uma verdade
verdadeira
ira filoso
filosofia
fia de vida.
As empresas devem se tornar organizações de aprendizagem e gerar e compartilhar o
conhecimento necessário
mudanças no ambiente para ajudá-las
empresarial. a se transformar
Nesse sentido, continuamente
o capital intelectual e sobreviver
é o principal às
elemento
capaz de conduzi-la ao sucesso e o administrador é o responsável por seu gerenciamento. Para
isso, é necessário a mudança no perfil desse profissional, que além de uma formação técnico-
científica, deve ter uma formação humanística, interdisciplinar e sistêmica, levando a
aprendizagem para todos os níveis organizacionais,
organizacionais, através de informa
informações
ções que possam ser
transformadas em conhecimento. Isso requer a introdução de uma nova concepção de gerência
nas organizações.
O Administrador deve estar consciente desse processo, que é lento e gradual, mas que
no futuro pode transformá-lo no principal agente de transformação da organização, e se essa
nova concepção de organização for introduzida com sucesso, provocará uma mudança de
mentalidade em todos os atores organizacionais, e esses novos valores e atitudes ultrapassaram
as fronteiras da organização, chegando aos lares dessas pessoas, o que pode mudar toda uma
sociedade. É um novo tipo de responsabilidade social que está nas mãos dos grandes condutores
das organizações: seus administradores de fato e de direito.
8 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
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SILVA, Anielson Barbosa da. Globalização, tecnologia e informação: a tríade que desafia a
administração. Brasília, Revista Brasileira de Administração. v. 8, n. 22, p. 10-19,
1998.
STEWART, T. A.. Capital Intelectual. A nova vantagem competitiva das empresas. Rio
de Janeiro: Campus, 1998.
STONER, James A. F., FREEMAN, R. E. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: PHB, 1995.
VAILL, P. B. Aprendendo Sempre. Estratégias para sobreviver num mundo em
permanente mutação. São Paulo: Futura, 199 .
WICK, C. W., León, L. S. O desafio do Aprendizado. Como fazer sua empresa estar
sempre à frente do mercado. São Paulo: Nobel, 199 .