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MAKRON Capítulo
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4

Dire ã ~

• Conceito e Características da Direção


• Princípios de Direção
• Meios de Direção
• Emissão de Ordens ou Instruções
• Comunicação
• Motivação
• Liderança
• Coordenação
• Questões para Revisão
• Exercícios
Para que funcione adequadamente, a empresa precisa ser dirigida. Em outros termos,
ela precisa ser governada e orientada para os objetivos pretendidos. Sem a direção, a
empresa fica à deriva, sem rumo certo, ao sabor dos acontecimentos. A direção relaciona-
se diretamente com a maneira pela qual o objetivo deve ser alcançado por meio das
atividades que devem ser realizadas. Estabelecidos os objetivos, definido o plane-
jamento, organizados os trabalhos, cabe à direção fazer executar as coisas. Todo trabalho
dever ser dirigido para o alcance dos objetivos. Se as pessoas que trabalham em uma
empresa não conhecem os objetivos que elas devem alcançar, os seus esforços serão
feitos ao acaso. A administração baseia-se no trabalho de muitas pessoas em conjunto e
torna-se necessário orientar o seu comportamento, integrá-Ias e dirigi-Ias rumo aos
objetivos empresariais.

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40 Iniciação à Administração Geral Capo4

Planejamento 1----+ Organização f-----+ Direção Controle

Figura 4.1 A direção como a terceira etapa do processo administrativo.

CONCEITO E CARACTERíSTICAS DA DIREÇÃO


A direção constitui a terceira etapa do processo administrativo, após o planejamento e a
organização. Enquanto o planejamento e a organização são etapas anteriores à execução
dos trabalhos, a direção é a etapa concomitante ou simultânea. Direção é a função
administrativa que conduz e coordena o pessoal na execução das atividades planejadas
e organizadas. Significa orientar e coordenar o trabalho dos subordinados. No fundo,
dirigir significa interpretar os objetivos e os planos para as pessoas e dar as instruções
sobre como executá-los. Trata-se de atuar diretamente sobre as pessoas para conseguir
que executem as suas atividades dentro do que foi planejado.
A importância da direção parte do pressuposto de que nada adianta um bom
planejamento e uma boa organização se as pessoas trabalham sem orientação e coorde-
nação adequadas. Daí a direção ser considerada a mais importante das funções adminis-
trativas, a essência do trabalho do bom administrador.

PRINCíPIOS DE DIREÇÃO
A direção deve basear-se em quatro princípios básicos, a saber:
a. Princípio da Unidade de Comando
Cada subordinado deve subordinar-se a um e a apenas um superior. A
recíproca deste princípio é a de que deve haver uma autoridade única sobre
cada pessoa na empresa, para evitar a duplicidade de ordens ou mais de uma
chefia para cada pessoa.
b. Princípio da Delegação
É preciso que todas as atividades necessárias à realização dos objetivos empre-
sariais sejam delegadas ao nível hierárquico que possa executá-Ias adequada-
mente. A delegação significa a designação de tarefas, a transferência de
autoridade e a exigência de responsabilidade pela execução daquelas tarefas.
Delegar é transferir responsabilidade para alguém. Quem delega é o chefe,
quando designa tarefas ao subordinado.
c. Princípio da Amplitude de Controle
Também chamado princípio de amplitude administrativa, refere-se ao número
ideal de subordinados que cada chefe pode supervisionar diretamente. Seu
enunciado é o seguinte: cada chefe deve ter um número adequado de subor-
Capo 4 Direção 41

dinados para poder supervisioná-Ios adequadamente. Assim, amplitude de


controle é a quantidade de pessoas subordinadas a um chefe. Quanto mais
simples as atividades dos subordinados, maior amplitude de controle poderá ter
o chefe, face à simplicidade de sua supervisão. Quanto mais complexas, maior
exigência de atenção e detalhes sobre o trabalho dos subordinados e, portanto,
menor a amplitude de controle do chefe.
d. Princípio da Coordenação
Também chamado princípio das relações funcionais. Significa que todas as ativi-
dades devem ser coordenadas e integradas tendo em vista um objetivo
comum. Nas empresas, os objetivos maiores submetem os objetivos menores.
Estes precisam ser coordenados e integrados para o alcance dos objetivos
maiores. A coordenação é um dos maiores desafios das grandes empresas, pois
visa a sincronizar diferentes atividades e diferentes especialidades.

MEIOS DE DIREÇÃO
Para dirigir os subordinados, o administrador - em qualquer nível em que esteja situado
- deve dar ordens ou instruções, comunicar, motivar, liderar e coordenar. Por isso, os
principais meios de direção que o administrador utiliza são: transmissão de ordens ou
instruções, comunicação, motivação, liderança e coordenação. Todos estes meios de
direção são utilizados em relação às pessoas. O talento do bom administrador reside em
saber utilizar adequadamente todos estes meios de direção para lidar com as pessoas, isto
é, para orientá-Ias, motivá-Ias, liderá-Ias e coordená-Ias em direção aos objetivos da
empresa.

Meios
de
Direção

I
+ + + + +
Instruções
e Comunicação Motivação Liderança Coordenação
Ordens

Figura 4.2 Os meios de direção.

EMISSÃO DE ORDENS OU INSTRUÇÕES


Para dirigir os subordinados, o administrador deve dar ordens e instruções, para que
estes saibam o que devem fazer e quando fazer. Tanto a ordem quanto a instrução servem

IKSTITUTO TAUBATE DE
ENSINO SUPFRIOR - LT.E.S .
..BIBLIOTECA-
42 Iniciação à Administração Geral Capo4

para fazer iniciar, modificar ou cessar uma tarefa ou atividade. A ordem refere-se a o que
fazer e quando, enquanto a instrução refere-se a como fazer alguma tarefa ou atividade.
Enquanto a ordem é um imperativo de fazer algo, a instrução é uma orientação sobre a
maneira de fazer algo.
Quanto à sua amplitude ou abrangência, as ordens podem ser gerais ou específicas.
a. Ordens Gerais
São aquelas destinadas a todas as pessoas da empresa, indistintamente. As
ordens gerais constituem obrigações de todos os funcionários da empresa, como
a obrigação de marcar o ponto, o horário de trabalho, a apresentação de crachás
de identificação pessoal etc.
b. Ordens Específicas
São aquelas destinadas a determinadas pessoas. As ordens específicas consti-
tuem obrigações de algumas pessoas relacionadas com algum serviço ou órgão
da empresa, como a elaboração de relatórios de viagem apenas aos vendedores
da empresa que viajam constantemente, a elaboração de relatórios sobre o
veículo apenas aos motoristas de veículos da empresa etc.
Quanto à forma pela qual são transmitidas, as ordens podem ser verbais (orais) ou
escritas.
a. Ordens Verbais
São as ordens transmitidas de viva voz. São as ordens mais freqüentemente
dadas nas empresas, nos contatos diretos entre o superior e seus subordinados.
Entretanto, as ordens verbais precisam ser muito bem explicadas a fim de se
assegurar a adequada compreensão e devem ser repetidas com certa freqüên-
cia para evitar seu esquecimento.
b. Ordens Escritas
São aquelas transmitidas por escrito, seja mediante alguma correspondência,
seja por meio de documento. À medida que a empresa se torna grande, maior
é o volume de ordens escritas. Tanto assim que muitas empresas de grande porte
proíbem as ordens verbais e exigem que toda ordem seja dada por escrito, para
que seja adequadamente documentada. A ordem escrita tem a vantagem de
evitar confusões ou mal-entendidos. Algumas empresas desenvolvem for-
mulários específicos para transmitir ordens escritas, como a ordem de serviços
de manutenção de máquinas, a ordem de compra, a requisição de materiais no
almoxarifado etc. Para as ordens rotineiras e repetitivas, algumas papelarias
especializadas vendem formulários padronizados que servem a uma
variedade enorme de empresas.
Capo4 Direção 43

,. Quanto à
,. Ordens
Gerais

Amplitude -

Ordens
4 Específicas

Emissão
de -
Ordens

Quanto à
-. Ordens
Verbais

4 r--

-.
Forma

Ordens
Escritas

Figura 4.3 Classificação das ordens.

""
COMUNICAÇAO
A comunicação na empresa constitui um dos maiores desafios ao administrador. Para
algumas empresas, a comunicação representa o recurso mais importante para o alcance
de seus objetivos. Se as pessoas não souberem quais são os objetivos da empresa,
torna-se muito difícil trabalhar para alcançá-los da melhor maneira possível. Para que
as pessoas possam saber o que fazer, para que fazer e onde precisam chegar, torna-se
indispensável que elas sejam comunica das a respeito de todas estas coisas.
Comunicação é o processo de transmissão de informação e compreensão de uma
pessoa para outra. Toda comunicação envolve sempre duas ou mais pessoas, pois é um
processo de interação entre as pessoas. A comunicação realiza uma ponte de significados
entre duas ou mais pessoas. Assim, comunicar não é somente transmitir uma mensagem.
É, sobretudo, fazer que a mensagem seja recebida e compreendida pela outra pessoa.
Se não houver esta compreensão do significado, não ocorre a comunicação. Se uma pessoa
transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa, a comuni-
cação não se efetivou.
O processo de comunicação é composto de cinco etapas distintas:
a. Emissor: é a pessoa que pretende comunicar uma mensagem. Pode ser
chamada de fonte ou de origem. É o professor que pretende ensinar aos alunos,
ou a pessoa que quer falar ao telefone etc.
b. Transmissor: é a etapa que codifica a mensagem e a transmite para que o
emissor possa enviá-Ia ao destinatário. Ex.: a voz do professor, a voz humana em
língua portuguesa, o telefone da pessoa que está comunicando a mensagem
etc.
-

4-1 Iniciação à Administração Geral Capo4

c. Canal: é o espaço situado entre o emissor e o destinatário. Ex.: a sala de aula ou


a sala onde as pessoas se encontram, a central telefônica e todos os cabos que
interligam os telefones etc.
d. Receptor: é a etapa que recebe a mensagem e a decodifica para que o desti-
natário a compreenda. Ex.: o ouvido do aluno ou da outra pessoa, o telefone
da pessoa que recebe a mensagem etc.
e. Destinatário: é a pessoa a quem a mensagem é destinada. Constitui o ponto
final do processo de comunicação, ou seja, o ponto de chegada da mensagem. Ex.:
os alunos da classe, a outra pessoa que está ouvindo no telefone etc.
O processo de comunicação nunca é perfeito. Na seqüência de suas etapas sempre
ocorrem perturbações que prejudicam o processo. Essas perturbações são denominadas
ruídos. Ruído é uma perturbação indesejável em qualquer uma das etapas do processo
de comunicação, que pode provocar perdas ou desvios na mensagem. Ex.: a classe está
barulhenta, o emissor fala mal a língua portuguesa ou tem problemas de prol ação, o
telefone apresenta linhas cruzadas etc. O ruído é geralmente uma perturbação dentro
do próprio processo, isto é, uma perturbação inerente ao processo de comunicação.
Todavia, ocorrem outras perturbações de origem externa ao processo. interferência é uma
perturbação externa que interfere no processo de comunicação provocando distorções ou
distúrbios. Ex.: muito barulho devido à proximidade de outras pessoas, intempéries ou
trovoadas que interferem no sistema telefônico etc.

Emissor Transmissor Canal Receptor Destinatário

Ruído

Figura 4.4 O processo de comunicação.

Isto significa que nem sempre aquilo que o emissor pretende comunicar é
exatamente aquilo que o destinatário interpreta e compreende. E é este o desafio das
comunicações nas empresas e na nossa vida diária. Além dos desvios, distorções e perdas
a que nos referimos, as comunicações podem sofrer acréscimos, como é o caso do boato.
Quanto ao seu tipo, a comunicação pode ser:
a. Formal: é a comunicação endereçada por meio dos canais de comunicação
existentes no organograma da empresa. A mensagem é transmitida e recebida
dentro dos canais de comunicação formalmente estabelecidos pela empresa na
sua estrutura organizacional. É basicamente a comunicação veiculada por meio
da estrutura formal da empresa. Quase toda a comunicação formal é feita por
Cap.4 Direção 45

escrito e devidamente documentada por meio de correspondência interna ou


de formulários específicos.
b. Informal: é a comunicação desenvolvida espontaneamente pela estrutura in-
formal da empresa e fora dos canais de comunicação estabelecidos pelo or-
ganograma da empresa. Geralmente, a comunicação informal trafega mensagens
por meios orais e não escritos e que podem ou não ser referentes às atividades
da empresa.
As comunicações formais fluem dentro da empresa por meio dos seguintes canais
de comunicação:
a. Canais Verticais
Podem ser descendentes (de cima para baixo) e referem-se à comunicação entre
o superior e os subordinados, veiculando ordens ou instruções. Podem ser
ascendentes (de baixo para cima) e referem-se à comunicação entre o subordi-
nado e o superior, veiculando informações a respeito do trabalho executado.
b. Canais Horizontais
Referem-se às comunicações laterais entre dois órgãos (dois departamentos ou
duas seções, por exemplo) ou dois cargos (dois gerentes ou dois escriturários)
no mesmo nível hierárquico.

--. Descendentes

,. Verticais

Ascendentes
--.
--. Internos

Canais
de
Comunicação
4 Horizontais
---. Laterais

--. Externos

Figura 4.5 Os canais de comunicação na empresa.


46 Iniciação à Administração Geral Capo4

MOTIVAÇÃO
Vimos que, para dirigir os subordinados, o administrador deve dar ordens e instruções,
comunicar e motivar. A motivação é um poderoso instrumento de direção. Um motivo é
qualquer coisa que leva uma pessoa a praticar uma determinada ação. Um motivo é a
causa, a razão de algum comportamento. Como as pessoas são diferentes entre si e
reagem individualmente a uma mesma situação, a direção deve levar em conta essas
diferenças individuais e tratar as pessoas considerando essas diferenças.
Motivação significa proporcionar um motivo a uma pessoa para que ela se com-
porte de uma determinada forma. Motivar, portanto, significa despertar o interesse e o
entusiasmo por alguma coisa. O estudo da motivação parte do estudo dos motivos ou
necessidades humanas. Embora profundamente diferentes entre si, as pessoas apresentam
determinadas necessidades humanas básicas, a saber:
a. Necessidades Fisiológicas (ou Vegetativas)
São as necessidades vitais e biológicas relacionadas com a sobrevivência da
pessoa. Ex.: necessidade de comer, beber água, dormir, fazer exercício físico,
agasalhar-se etc.
b. Necessidades de Segurança
São as necessidades relacionadas com a proteção contra os perigos reais ou
imaginários. São também relacionadas com a sobrevivência da pessoa, mas
são mais psicológicas que biológicas. Ex.: necessidade de fugir do perigo,
desejo de estabilidade na empresa, desejo de proteção e segurança etc.
c. Necessidades Sociais
São as necessidades relacionadas com a vida associativa com outras pessoas,
portanto necessidades de cunho social. Ex.: desejo de amor, de afeição, de
participação no grupo social, de relações de amizade etc.
d. Necessidades de Estima
São as necessidades relacionadas com o amor-próprio e com a auto-avaliação
que a pessoa tem a respeito de si mesma. Ex.: desejo de auto confiança, de
reputação, de reconhecimento, de prestígio, de status etc.
e. Necessidades de Realização
São as necessidades relacionadas com o auto desenvolvimento da pessoa em
direção à sua máxima realização. Ex.: auto-realização, auto-satisfação etc.
Constituem as necessidades humanas mais sofisticadas, mais elevadas e
espiritualizadas.
Todas as necessidades humanas básicas estão situadas em uma hierarquia, onde as
necessidades mais elevadas predominam sobre as mais baixas, como na pirâmide a
seguir:
Cap.4 Direção 47

Autodesenvolvimento
e auto-satisfação

Amor-próprio, desejo de
Necessidades de
autoconfiança, reconhecimento,
Estima reputação, prestígio e status

Vida associativa, desejo de


Necessidades amor, afeição, relações de
Sociais amizade, participação social

Proteção contra perigos,


Necessidades de
desejo de estabilidade,
Segurança
proteção e segurança

Alimentação, sono,
Necessidades
repouso, exercício
Fisiológicas
físico, agasalho

Figura 4.6 A Pirâmide das Necessidades Humanas.


À medida que tem suas necessidades fisiológicas - de se alimentar, de morar, de se
abrigar etc. - plenamente satisfeitas, a pessoa passa a se preocupar com suas necessidades
de segurança. Quando estas estão satisfeitas, a preocupação se volta para as necessidades
ociais. Se estas estão satisfeitas, o comportamento passa a focalizar a satisfação das
necessidades de estima. As necessidades de auto-realização somente são estimuladas quando
todas as demais necessidades inferiores estiverem satisfeitas. Além disso, a pirâmide
mostra que as necessidades inferiores são sempre mais urgentes do que as necessidades
situadas no topo.
Uma outra maneira de aplicar a teoria sobre a motivação humana é utilizar os
=-- _ de motivação que influenciam as necessidades básicas, como por exemplo:
~A&~~------------------------------------------------~------------------------~

48 Iniciação à Administração Geral Cap.4

Fatores de Motivação Necessidades Envolvidas II

• Trabalho interessante e que traga • Sociais, estima e auto-realização


benefícios para a pessoa

• Remuneração adequada ao • Fisiológicas, segurança social e


trabalho executado estima

.
• Oportunidades de progresso na • Segurança, sociais, de estima e
empresa de auto-realização •

• Projeção profissional e prestígio • Estima e auto-realização


social decorrente do trabalho feito

• Reconhecimento pelo superior e • Estima


pelos colegas de trabalho
II
Figura 4.7 Os Fatores de Motivação e as Necessidades Envolvidas.

LIDERANÇA
Para dirigir as pessoas, não basta apenas dar ordens e instruções, comunicar e motivar.
É preciso ainda liderar. E aí está outro desafio para o administrador. Liderança é a
capacidade de influenciar o comportamento das pessoas. Para dirigir pessoas, deve-se
influenciar os seus comportamentos. Durante muito tempo, achava-se que a liderança
era uma qualidade pessoal determinada por características de personalidade. Atual-
mente, aceita-se a existência de três fatores de liderança, isto é, três fatores que influem na
capacidade de liderar as pessoas: Os três fatores de liderança são:
a. Posição hierárquica: decorrente da autoridade em relação aos subordinados.
Quanto mais alta a posição hierárquica, maior a força de liderança oferecida
pela estrutura organizacional ao administrador.
b. Competência profissional: é resultante dos conhecimentos gerais (cultura
geral) e específicos (cultura técnica) que o administrador possui. Quanto maior
a competência profissional, maior a força de liderança que o próprio adminis-
trador possui.
c. Personalidade: decorrente das qualidades pessoais do administrador, como
seu temperamento, caráter, relacionamento humano, inteligência, com-
Capo 4 Direção 49

preensão etc. A personalidade constitui uma base importante para a liderança.


Se não houver habilidade no tratamento com as pessoas, de nada valem a
posição hierárquica e a competência profissional do administrador. Convém
lembrar que liderar é sobretudo influenciar o comportamento das pessoas.

Personalidade

Qualidades pessoais,
como: temperamento, caráter,
relacionamento humano,
inteligência, compreensão.

Posição Hierárquica Competência Profissional

Decorrente da posição Conhecimentos gerais


organizacional ocupada (cultura geral) e específicos
e da autoridade formal. (cultura técnica) que o
administrador possui.

Figura 4.8 Os Três Fatores de Liderança.

Quanto maior a presença dos três fatores de liderança - posição hierárquica, competência
profissional e personalidade -, maior a possibilidade de que o líder possa exercer efetiva
influência sobre seus subordinados.
Existem três tipos de liderança, a saber:
a. Autocrática: é também chamada liderança autoritária. Sua principal caracte-
rística é a de que o líder é quem toma as decisões e impõe as ordens aos
subordinados, sem sequer explicá-Ias ou justificá-Ias. Os subordinados não
têm liberdade de atuação, pois o líder autocrático controla rigidamente a sua
atividade e não lhes explica suficientemente o objetivo de seu trabalho. As
pesquisas têm demonstrado que a liderança autocrática cria sentimentos de
insatisfação nas pessoas, alienação quanto ao trabalho e falta de motivação.
Isto faz com que esse tipo de liderança seja apenas utilizado em trabalhos
simples, rotineiros e repetitivos.
b. Liberal: também chamada laissez-jaire (do francês, deixar fazer). O líder omite-
se e não se impõe, enquanto os subordinados se tornam os donos da situação.
--
50 Iniciação à Administração Geral Capo4

Há uma completa e total liberdade de atuação para os subordinados e nenhum


controle sobre o seu trabalho. Todavia, os objetivos do trabalho também não
são explicados. As pesquisas mostram que a liderança liberal também cria
sentimentos de desorientação, de insatisfação e falta de cooperação entre as
pessoas. Sua utilização tem sido restrita a trabalhos altamente criativos e de
inovação pessoal, onde a liberdade de atuação faz com que outros tipos de
liderança não sejam bem-sucedidos.
c. Democrática: é o tipo de liderança que fica no meio-termo entre a autocrática e
a liberal, evitando as desvantagens de ambas. O trabalho é apresentado pelo
líder aos subordinados, que lhes dá as diversas alternativas de execução e os
objetivos que devem ser alcançados. O assunto é debatido com os subordi-
nados que fazem sugestões, que, se viáveis, são aceitas pelo líder. Os resultados
das pesquisas mostram que a liderança democrática conduz a sentimentos de
participação, satisfação, envolvimento pessoal, espírito de equipe e de colabo-
ração, além de elevada motivação para resultados. Daí, sua utilização intensiva
em quase todos os tipos de atividades, principalmente naquelas que envolvam
alto grau de especialização e sofisticação. Um dos grandes problemas da direção
é o de desenvolver liderança democrática e participativa com os subordinados,
para que passem a participar e a sugerir formas de melhor atuação na empresa
visando ao alcance de objetivos.

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Liderança Autocrática Liderança Liberal Liderança Democrática

Centralização do poder Descentralização do O líder orienta e assessora


no líder poder nos subordinados os subordinados, dando-Ihes
alternativas de objetivos
Somente o líder toma Somente os subordinados e de execução
as decisões tomam as decisões I
,
O líder debate com os
subordinados e pede
Subordinados não têm Subordinados têm total
sugestões a respeito
liberdade de atuação liberdade de atuação
do trabalho
Controle rígido do líder Nenhum controle sobre I'
sobre os subordinados os subordinados O líder desenvolve
sentimentos de participação, I
satisfação, envolvimento
II pessoal, espírito de equipe
e de colaboração
Ideal para equipes Ideal para equipes Ideal para equipes I,
com trabalhos com trabalhos com trabalhos
simples, rotineiros altamente criativos especializados
e repetitivos e inovadores e sofisticados
- ,~
- -
Figura 4.9 Os Três Tipos de' Liderança.
Cap.4 Direção 51

COORDENAÇÃO
Para dirigir os subordinados, o administrador deve dar ordens ou instruções, comuni-
car, motivar, liderar e, além disso tudo, também coordenar as diferentes atividades dos
diversos subordinados. Coordenar significa unir e harmonizar todas as atividades e
esforços de diferentes pessoas ou órgãos da empresa, tendo em vista o alcance de um
objetivo comum.
A importância da coordenação reside no fato de que todas as diferentes atividades
de uma empresa precisam ser integradas e sincronizadas para que os seus objetivos
sejam alcançados plenamente. Se apenas algumas pessoas ou órgãos funcionam bem,
os objetivos empresariais podem ser sacrificados. Torna-se necessário que a empresa -
como um todo - funcione bem e integradamente para o seu pleno sucesso. Este é o papel
da coordenação.
Há fatos interessantes a observar com respeito à coordenação. Não basta a boa
vontade dos funcionários ou o bom funcionamento de cada órgão da empresa. É preciso
que todos os esforços das pessoas e todas as atividades dos diversos órgãos da empresa
sejam conjugados e integrados para o pleno alcance dos objetivos empresariais. Essa
conjugação e integração somente podem existir se houver a coordenação.
A coordenação deve estar presente em todas as etapas do processo administrativo,
tanto no planejamento, como na organização, na direção e no controle. A razão pela qual
incluímos, neste livro, a coordenação como um dos meios de direção, é porque didati-
camente torna-se mais fácil explicá-Ia mediante a condução e orientação simultânea do
trabalho de várias pessoas ou órgãos.

QUESTÕES PARA REVISÃO


1. Conceitue direção.
2. Quais as principais características da direção?
3. Quais os princípios fundamentais de direção?
4. O que significa o princípio da unidade de comando?
5. O que significa o princípio da delegação?
6. Quais os principais meios de direção?
7. O que é emissão de ordens ou instruções?
8. Quais os tipos de ordens?
9. Conceitue comunicação.
10. Como funciona a comunicação como um processo?
11. O que é ruído?
12. O que é redundância?
13. Quais os canais de comunicação na empresa?
14. Qual a diferença entre comunicação formal e informal?
15. Quais as características da comunicação formal e da informal?
16. O que você entende por motivação?
17. Quais as necessidades humanas básicas?
••

52 Iniciação à Administração Geral Capo4

18. O que são as necessidades vegetativas?


19. Explique a pirâmide das necessidades.
20. Como se pode motivar para o trabalho?
21. Conceitue liderança.
22. Explique os fatores de liderança.
23. Quais os principais tipos de liderança?
24. Explique a liderança autocrática.
25. Explique a liderança liberal.
26. Explique a liderança democrática.
27. Conceitue coordenação.
28. Quais as principais características da coordenação?
29. Explique a importância da coordenação.
30. Qual a relação entre coordenação e planejamento, organização, direção e controle?

EXERCíCIOS
1. Faça um gráfico demonstrando as ordens gerais, as ordens específicas, as verbais
e as escritas que você recebe em sua escola, como aluno.
2. Faça um gráfico demonstrando como ocorre o processo de comunicação em sua
sala de aula, envolvendo ruídos, interferências, boatos etc.
3. Elabore uma relação de assuntos tratados por meio da comunicação formal e da
comunicação informal em sua sala de aula.
4. Elabore um gráfico sobre os canais de comunicação em sua escola.
5. Elabore um gráfico sobre a pirâmide das necessidades humanas.
6. Tente demonstrar, em gráfico, a relação que ocorre entre a coordenação e as funções
administrativas de planejamento, organização, direção e controle.

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