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Lição 1

26 de dezembro a 01 de janeiro

Crise de identidade
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Apocalipse 12-14

VERSO PARA MEMORIZAR: “Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os
pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve;
ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã” (Is 1:18).

L E I T U RA S D A S EM AN A : Is 1; 5:1-7

Perdido na terra do esquecimento. Se você dirigir pela Irlanda, ao longo de uma estrada
interiorana estreita, ladeada por cercas vivas, é possível que você encontre a estrada
bloqueada por uma manada de vacas retornando para casa após uma saborosa
alimentação. Mesmo que nenhum pastor as esteja acompanhando, elas voltam para o
curral de seus donos, pois conhecem o lugar a que pertencem e a quem pertencem.

Se um garotinho em uma loja se separa de sua mãe e grita: “Eu me perdi da minha mãe!”,
ele pode não saber exatamente onde está nem onde está sua mãe, mas, em meio a uma
multidão de mães andando pela loja, ele conhecerá a única que é a sua mãe.

Infelizmente, ao contrário das vacas irlandesas e do garotinho perdido, os judeus se


esqueceram de que pertenciam ao Senhor, seu Pai celestial, e, assim, perderam sua
verdadeira identidade como povo da aliança. “Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão
revoltados contra Mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua
manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o Meu povo não entende” (Is 1:2, 3).

Nesta semana, examinaremos a obra de Deus para restaurar Seu povo.


Domingo, 27 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 15-17

Escutem, ó céus! (Is 1:1-9)


Na breve introdução de seu livro, o profeta identifica seu autor (Isaías, “filho de Amoz”), a
fonte de sua mensagem (uma “visão”) e seu assunto (Judá e sua capital, Jerusalém,
durante o reinado de quatro reis). Ele também identifica seu público primário como o povo
de seu país durante o tempo em que ele viveu. O profeta falou com o povo acerca da
condição e do destino dele.

Mencionando os reis em cujos reinados ele atuou, Isaías restringiu o público-alvo e


relacionou o livro aos acontecimentos históricos e políticos de determinado período, que
nos leva aos relatos de 2 Reis 15–20 e 2 Crônicas 26–32.

1. Qual é a essência da mensagem de Isaías 1:2? Como essa ideia é vista ao longo da
história sagrada? Ela também poderia ser declarada sobre a igreja cristã hoje?

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Observe que a mensagem de Isaías inicia com as palavras “Escutem, ó céus, e ouça, ó
Terra” (compare com Dt 30:19; 31:28). O Senhor não estava sugerindo que o céu e a
Terra pudessem ouvir ou entender. Em vez disso, Ele usou essa imagem para dar ênfase.

Quando um antigo rei do Oriente Próximo, como um imperador hitita, fazia um tratado
político com um governante menos importante, ele invocava seus deuses como
testemunhas para enfatizar que qualquer violação do acordo certamente seria observada
e punida. Porém, quando o divino Rei dos reis fez uma aliança com os israelitas nos dias
de Moisés, Ele não Se referiu a outros deuses como testemunhas. Como o único
Deus verdadeiro, Ele convocou os céus e a Terra para que cumprissem essa função (Dt
4:26).

2. Leia com atenção Isaías 1:1-9. Resuma nas linhas a seguir os pecados de Judá. Anote
especialmente os resultados desses pecados. De que Judá era culpado e o que
aconteceu por causa de sua culpa? Ao mesmo tempo, que esperança é apresentada no
verso 9?

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Segunda-feira, 28 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 18, 19

Ritualismo podre (Is 1:10-17)


3. Leia Isaías 1:10. Em sua opinião, por que o profeta usou as imagens de Sodoma e
Gomorra? Qual mensagem o Senhor estava apresentando?

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4. Leia Isaías 1:11-15. O que o Senhor disse ao povo? Por que Ele rejeitou a adoração
que estava sendo oferecida? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) As ofertas eram abomináveis, pois as mãos do povo estavam cheias de sangue.


B. ( ) Eles estavam roubando o Senhor nos dízimos e nas ofertas.

As mesmas mãos que ofereciam sacrifícios e eram erguidas em oração estavam “cheias
de sangue”; isto é, culpadas de violência e opressão (Is 1:15; 58:3, 4). Quando
maltratavam outros membros da comunidade da aliança, eles estavam demonstrando
desprezo pelo Protetor de todos os israelitas. Pecados contra outras pessoas são
pecados contra o Senhor.

Evidentemente, o próprio Deus havia instituído o sistema ritual de adoração (Lv 1–16) e
designado o templo de Jerusalém como o local apropriado para tal (1Rs 8:10, 11). Mas
os rituais foram planejados para funcionar no contexto da aliança que Deus havia feito
com o povo. A aliança de Deus com Israel possibilitava Sua habitação entre eles no
santuário/ templo. Portanto, os rituais e as orações realizados ali eram válidos somente se
o povo expressasse fidelidade a Ele e à Sua aliança. As pessoas que ofereciam sacrifícios
sem se arrependerem das ações injustas contra outros membros da comunidade da
aliança estavam apresentando rituais de falsidade. Portanto, seus sacrifícios não eram
apenas inválidos, mas eram pecados! Seus rituais demonstravam lealdade, mas seu
comportamento provava que haviam quebrado a aliança.

5. Leia Isaías 1:16, 17. O que o Senhor ordenou que Seu povo fizesse? Nesse contexto,
como esses versos são semelhantes ao que Jesus disse em Mateus 23:23-28? Que
mensagem encontramos para nós nesses textos e no seu contexto?

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Terça-feira, 29 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 20-22
O argumento do perdão (Is 1:18)
6. O que o Senhor disse em Isaías 1:18? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Que o povo devia fazer mais holocaustos e sacrifícios.


B. ( ) Que os pecados do povo poderiam se tornar brancos como a neve.

Deus apresentou poderosas evidências de que os judeus, os acusados, eram culpados


de quebra de acordo (Is 1:2-15) e apelou para que eles passassem por uma reforma (Is
1:16, 17). Esse apelo sugere que havia esperança. Afinal, por que instigar um criminoso
que merece execução a mudar seu comportamento? Como um prisioneiro no corredor da
morte poderia repreender ao opressor, defender o direito do órfão e pleitear a causa
das viúvas? Mas quando Deus diz: “Venham, pois, e vamos discutir a questão” (Is 1:18),
Ele ainda buscava argumentar com Seu povo, ainda buscava fazê-lo se arrepender e se
desviar de seus maus caminhos, não importando quanto eles haviam se tornado
degenerados.

O Senhor lhes disse que seus pecados, embora fossem vermelhos como o carmesim, se
tornariam brancos. Por que os pecados são vermelhos? Porque vermelho é a cor do
“sangue” (culpa de sangue) que enchia as mãos do povo (Is 1:15). Branco, por outro lado,
representa a cor da pureza, a ausência da culpa de sangue. Nesse texto, Deus Se oferece
para transformar Seu povo. Esse é o tipo de linguagem que o rei Davi utilizou quando
clamou a Deus pelo perdão de seu pecado de tomar Bate-Seba e de destruir o
marido dela (Sl 51:7, 14). Em Isaías 1:18, o argumento de Deus é uma oferta de perdão
ao Seu povo!

7. Como a oferta divina de perdão servia de argumento para que os judeus mudassem
seu comportamento? Compare Isaías 1:18 com Isaías 44:22.

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Agora vemos o propósito das incisivas palavras de advertência de Deus. Elas não foram
ditas para rejeitar o povo, mas para trazê-lo de volta a Ele. Sua oferta de perdão é o
argumento que sustenta Seu apelo para que o povo se purifique (Is 1:16, 17). Seu perdão
possibilita a transformação por Seu poder. Aqui vemos as sementes da “nova aliança” (Jr
31:31-34), fundamentada no perdão. Começamos “no vermelho”, com uma dívida
que nunca poderíamos pagar. Com humilde reconhecimento da nossa necessidade de
perdão, estamos prontos para aceitar o que Deus tem para dar.

Quarta-feira, 30 de dezembro
Ano Bíblico: Repassar o Novo Testamento

Comer ou ser devorado (Is 1:19-31)


8. Qual é o tema de Isaías 1:19-31 e que é visto em toda a Bíblia? Assinale a alternativa
correta:

A. ( ) Bênçãos mediante a obediência e maldições em caso de rebeldia.


B. ( ) O livramento de Deus.

Observe a estrutura lógica em Isaías 1:19, 20: Se o povo escolhesse obedecer a Deus,
comeria “o melhor desta terra” (Is 1:19). Por outro lado, se recusasse Sua oferta de
perdão e restauração e se rebelasse contra Ele, seria devorado “pela espada” (Is 1:20).
A escolha era deles. Esses versos, portanto, contêm bênção e maldição condicionais.

Isaías 1 reiterou e aplicou as palavras de Moisés, registradas quando a aliança com Israel
havia sido estabelecida: “Hoje tomo o céu e a Terra por testemunhas contra vocês, que
lhes propus a vida e a morte, a bênção e a maldição” (Dt 30:19, 20).

9. Examine essas palavras de Moisés. Observe que não há meio-termo. É vida ou morte,
bênção ou maldição. Por que existe apenas uma das duas opções? Por que não pode
haver transigência?

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Essas palavras de Moisés resumem a sequência de advertências, bênçãos e maldições


que concluem o estabelecimento da aliança em Deuteronômio 27–30 (compare com Lv
26). Os elementos dessa aliança incluem (1) recapitulação do que Deus havia feito por
eles; (2) condições/estipulações (mandamentos) a ser observadas para que a aliança
fosse mantida; (3) referência a testemunhas; e (4) bênçãos e maldições a fim de advertir o
povo do que aconteceria caso eles violassem as condições da aliança.

Os estudiosos descobriram que esses elementos aparecem na mesma ordem nos


tratados políticos que envolviam povos não israelitas, como os hititas. Portanto, a fim de
estabelecer Sua aliança com os israelitas, Deus usou um meio para que eles
entendessem. Ele queria que ficassem gravadas em sua mente, com a maior força
possível, a natureza e as consequências do relacionamento que os obrigava
mutuamente, no qual eles estavam escolhendo entrar. Os benefícios da aliança eram
surpreendentes, mas, se Israel quebrasse o acordo, estaria em pior situação do que
nunca.

Como você tem vivenciado o princípio de bênçãos e maldições na sua vida cristã?
Quinta-feira, 31 de dezembro
Ano Bíblico: Vista geral de toda a Bíblia

Um sinistro cântico de amor (Is 5:1-7)


10. Leia o cântico de Isaías 5:1-7. Qual é o significado dessa parábola?

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Deus explicou o significado da parábola somente no final, no verso 7. Ao usar uma


parábola, Ele fez com que o povo se examinasse objetivamente, a fim de admitir sua
verdadeira condição. Deus usou efetivamente essa abordagem com o rei Davi (veja 2Sm
12:1-13). Ao chamar isso de “cântico de amor”, o Pai revelou desde o início Sua
motivação para com o povo. Seu relacionamento com ele se originava de Seu caráter,
que é amor (1Jo 4:8). Ele esperava, em troca, uma resposta de amor. Mas, em vez de
“uvas”, ele recebeu “uvas bravas”, que significa, no hebraico, “coisas estragadas”.

11. O que o Senhor quis dizer em Isaías 5:4: “Que mais se podia fazer à Minha vinha, que
Eu não lhe tenha feito”?

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Deus declarou nos versos seguintes: “Pois Eu lhes digo o que vou fazer com a Minha
vinha: Derrubarei sua cerca para que ela seja transformada em pasto; derrubarei o seu
muro para que seja pisoteada. Farei dela um terreno baldio” (Is 5:5, 6, NVI).

Quando pecamos, Deus não nos afasta de Si, removendo Sua proteção e nos destruindo.
Ele pacientemente nos dá uma oportunidade de receber perdão (2Pe 3:9). O Senhor não
elimina ninguém que atenda ao Seu convite, mas apela enquanto há esperança de
resposta. O Senhor não aceita imediatamente o “não” como resposta porque sabe que
somos ignorantes e enganados pelo pecado. Mas se não Lhe correspondermos, Ele
reconhecerá nossa escolha e nos deixará no caminho em que escolhemos estar (Ap
22:11).

Se rejeitarmos persistentemente os apelos de Deus por meio de Seu Espírito, a situação


pode ficar finalmente irreversível (Mt 12:31, 32). Afastar- se de Cristo é perigoso (Hb 6:4-
6). Há um limite para o que Deus pode fazer, porque Ele respeita nossa livre escolha.

Considere o conceito encontrado em Isaías 5:4, sobre o “que mais se podia fazer à vinha”. À
luz do sacrifício feito na cruz pelas nossas transgressões, o que mais poderia ter sido feito
por nós? Isso nos dá certeza de salvação e nos leva ao arrependimento e mudança de vida?
Sexta-feira, 01 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 1-3

Estudo adicional
No contexto de Isaías 1:4, Ellen White escreveu: “O professo povo de Deus havia se
separado Dele, perdido a sabedoria e pervertido seu entendimento. Via só o que estava
perto, pois tinha se esquecido da purificação de seus pecados de outrora. Movia-se de
maneira inquieta e incerta na escuridão, procurando apagar de sua mente a recordação
da liberdade, da tranquilidade e da felicidade das quais desfrutava em sua
condição anterior. Mergulhava em todo tipo de loucura presunçosa e
imprudente, colocava-se em oposição às providências de Deus e aprofundava a
culpa que já tinha sobre si. Dava ouvidos às acusações de Satanás contra o caráter divino
e representava a Deus como se Ele fosse destituído de misericórdia e perdão”
(Comentário Bíblico Adventista do S.timo Dia, v. 4, p. 1251, 1252).

Perguntas para consideração

1. Como podemos “nos lavar” (Is 1:16)? O que essa expressão significa? (Veja Fp 2:12,
13).
2. Como Jesus adaptou, expandiu e aplicou o cântico sobre a vinha?(Mt 21:33-45; Mc
12:1-12; Lc 20:9-19). Quais são as lições da história acima para nós, adventistas do
sétimo dia?
3. Qual é a relação entre o perdão que Deus oferece e a transformação que Ele realiza
em nossa vida? O que vem primeiro: a transformação ou o perdão? É importante saber
isso?
4. O que significa se colocar em oposição às “providências de Deus”?

Resumo: Quando a nação Se esqueceu de Deus e desprezou Suas bênçãos, o Senhor


mostrou que ela devia prestar contas de sua aliança com Ele. Felizmente, Ele apontou a
condição dela, advertiu-a sobre as consequências destrutivas de abandonar Sua
proteção e a instigou a permitir que Ele a curasse e purificasse.
Respostas e atividades da semana: 1. Embora Deus cuide de Seus filhos e os crie, eles
se distanciam Dele e se rebelam contra Ele. Desde a queda, vemos uma interminável
sequência de episódios de afastamento de Deus. Infelizmente, essa é uma realidade de
grande parte da cristandade hoje, visto que, em virtude do pecado, é muito mais fácil nos
afastarmos do que nos aproximarmos Dele. 2. Judá abandonou o Senhor e blasfemou
contra o Santo de Israel. Como consequência, sua terra e cidades foram assoladas, e as
lavouras estavam sendo devoradas por estrangeiros. Se Deus não tivesse intervindo e
deixado alguns sobreviventes, a terra de Judá teria sido destruída como Sodoma e
Gomorra. 3. Sodoma e Gomorra foram destruídas por causa de seus graves pecados. O
Senhor advertiu o povo acerca de um destino semelhante ao daquelas
cidades. 4. A. 5. Deus ordenou que o povo cessasse de fazer o mal, que se lavasse e se
purificasse das maldades e injustiças que havia cometido contra os mais
vulneráveis. Além disso, Deus pediu que eles voltassem seus olhos para os órfãos e
viúvas. 6. B. 7. O perdão e graça oferecidos por Deus não custaram nada para o povo,
mas tudo para Deus. Seu perdão tornava possível a transformação do povo. 8. A. 9. A
aliança envolve uma escolha no contexto do conflito entre o bem e o mal; não
podemos ficar com as duas opções. 10. Deus é o Senhor da vinha, e a vinha que produziu
uvas bravas é o povo de Deus. O Senhor da vinha fez tudo ao Seu alcance para que ela
produzisse uvas boas, porém, ainda assim, ela produziu uvas bravas. Portanto, a vinha
não servia para mais nada senão para ser destruída. 11. Deus faz tudo o que Ele pode
para que sejamos restaurados e transformados, mas precisamos fazer a nossa escolha.

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