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WEBAULA 2
Governança Corporativa estruturação e escolhas
Estrutura e objetivos da Governança
Esses escândalos e desvios de conduta expõem os investidores ao
risco imperdoável, o risco de gestão e governança, além de
demonstrar situações claras de ausência de controle e falha na
condução executiva. Em termos globais, novas leis tentam aumentar
o controle no mercado de ações, alterando o ambiente de regulação e
também as condições de competição entre empresas, assegurando
um nível menor de exposição à falha de governança e Compliance.
Preservar ativos financeiros e econômicos parece uma preocupação
crível, principalmente com a volatilidade dos mercados e aumento de
problemas decisórios nas grandes e médias corporações. Veja o
exemplo recente do Brasil e a Lei Anticorrupção.
Segundo o Instituto Ethos (2013, p. 1):
A Lei Anticorrupção aprofundou a preocupação das empresas com o controle
interno de suas atividades, pois agora é possível haver a responsabilização objetiva
– independente de culpa – da pessoa jurídica pela prática de atos contra a
administração pública. A legislação está estimulando o desenvolvimento e o
aprimoramento dos sistemas de Compliance, pois a lei prevê que as sanções serão
atenuadas quando a pessoa jurídica tiver instituído ‘mecanismos e procedimentos
internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta’, conforme o texto da Lei nº
12.486/2013.
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Fonte: O autor
O que naturalmente o mercado enxergara como um aumento do nível
de risco das operações e elevação do risco do investidor pode
significar o fim da linha para uma empresa despreparada.
Claramente, o que aconteceu com os bancos americanos em 2008
influenciou o ambiente de negócios em todo o globo e definiu uma
nova questão. Como então são estabelecidos os processos de
governança das grandes corporações? Vamos tentar responder a essa
questão a partir dos nossos tópicos futuros. O primeiro aspecto é o
sentido de propriedade e sua importância para a estruturação da
governança e seus níveis.
Propriedade
Lembre-se de que a discussão sobre estrutura de propriedade de uma
empresa requer uma avaliação da formação do capital das empresas
e a utilização de capitais de terceiros e do controle da empresa. A
compreensão da estrutura de propriedade é de fundamental
importância, tendo em vista que a estrutura de controle da gestão
mostra as decisões e o grau de diversificação de risco dos acionistas
e do potencial problema de má gestão.
A definição da propriedade também pode representar um conflito de
interesses entre os grupos que disputam interesses e ideologias
formadas por diretores acionistas, gerentes, credores entre outros
agentes envolvidos nas escolhas da organização.
Não se pode admitir que as categorias de acionistas detenham um
comportamento diante da expectativa dos investimentos e das
decisões estratégicas como o direcionamento dos lucros. A
propriedade e a posse resultarão em diferentes interesses perante o
futuro da empresa.
A complexidade das relações de propriedade pode ser percebida
nessa reportagem a respeito da disputa pelo controle do Grupo Pão
de Açúcar.
Não há uma completa convergência sobre a correta aplicação das
práticas de governança nos mercados internacionais, entretanto,
pode-se afirmar que todos se baseiam nos princípios da
transparência, independência e prestação de contas (accountability)
como meio para atrair investimentos aos negócios e ao país. No caso
brasileiro, vamos destacar:
a) Equidade
Vamos identificar, por exemplo, a disputa de interesses entre grandes
investidores que diferem das escolhas realizadas por uma empresa,
seus horizontes de investimento, bem como de suas perspectivas.
Como resultado, é razoável esperar que os gestores terão um maior
grau de dificuldade na gestão de suas empresas em comparação a
outros investidores de menor escala. Certamente, práticas de boa
governança não são garantias de um desempenho superior. Não há
garantia de que bem governadas as empresas vão produzir
resultados elevados, ou níveis de retorno suficientes para os fundos
de investimentos, apesar de que uma série de estudos já realizados
têm indicado correlações positivas entre governança e desempenho
das ações.
No entanto, há um entendimento implícito entre a maioria dos
gestores que as empresas mal governadas são mais propensas a
falhas. Portanto, há um forte elemento de interesse para garantir que
o investidor acompanhe o processo de governança para evitar o risco
em empresas mal governadas.
b) Prestação de contas
A transparência é importante no negócio, não só em tempos de crise,
mas durante todo o conjunto de operações e processos de uma
empresa. Ao estabelecer um padrão de comunicação aberta, a
organização pode melhorar os laços com seus clientes e funcionários
e criando relacionamentos profissionais duradouros com investidores
e grupos de interesse.
Podemos perceber que é impossível uma empresa internacionalizada
não agir ou valorizar os aspectos de governança. No nosso exemplo,
a Vale deverá utilizar como forma de comunicação com o mercado a
informação que será utilizada pelos diversos grupos de interesses que
necessitam de informações estratégicas, administrativas, técnicas
negociais, financeiras ou econômicas. Assim, a governança deve
disponibilizar informações que poderão afetar os preços de suas
ações, ou ativos, que poderão influenciar a decisão dos investidores.
Ainda em sua política de divulgação de informações, a Vale
estabelece diretrizes que deverão ser compulsoriamente observadas
pelo acionista controlador, pelos membros do Conselho de
Administração, do Conselho Fiscal e dos Comitês de Assessoramento,
pelos diretores executivos, executivos da Vale, pelos administradores
de suas controladas e por quem quer que, em decorrência de seu
cargo, função ou posição na Vale e/ou nas suas controladas, tenha
conhecimento de informação relativa a Ato ou Fato Relevante sobre a
Vale.
c) Responsabilidade corporativa e ética
Os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das
organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações
de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
De maneira geral, embora a definição convencional reconhece a
existência e a importância de "outras partes interessadas", devemos
destacar que ainda existe a possibilidade de um debate tradicional
sobre a relação entre proprietários e os seus representantes gestores,
principalmente quando essa relação é próxima. Na verdade, é
composta por dois princípios fundamentais na gestão: a
responsabilidade e a ética. São esses princípios que permitiram a
construção de um relacionamento de longo prazo com investidores,
sociedade, governos e outros interessados, como os fornecedores e
colaboradores. Serão estes dois princípios (ética e responsabilidade)
que determinarão os freios e contrapesos, incentivos entre os fatores
na relação dos administradores e dos investidores. Vamos finalizar
essa primeira aula com uma definição do pensador Heráclito, que
reflete nossa forma de analisar a ética e a responsabilidade como
elemento central de nossas escolhas.
Agora vamos analisar a estrutura dos conselhos de gestão e suas
relações com a estrutura decisória das organizações.
Conselho de Administração
A governança precisa de líderes que tenham e transmitam respeito
aos olhos do mercado e também do seu grupo de colaboradores.
Palavras como integridade e desempenho devem ser facilmente
reconhecidas nas pessoas que farão parte do Conselho de
Administração. Então vamos destacar que o Conselho de
Administração é um componente essencial no processo de
governança.
Lembre-se: a principal característica de um conselho deve ser a sua
capacidade de independência e autonomia decisória. Esses fatores
representam um dos motivos principais para que o conselho exerça
suas escolhas de maneira independente. Em uma boa prática de
governança, os seus representantes devem ter origem nos diversos
interesses da empresa, criando um ambiente de diversificação de
ideias. Nesse mundo ideal, as pessoas escolhidas devem ser
comprometidas com a empresa, dedicadas e devem possuir rotinas
úteis e imediatas, além de políticas e estratégias claras.
Toda organização possui um gestor, mas nem todas possuem um
conselho. Em grandes empresas o Conselho de Administração é
formado por um grupo de indivíduos que são eleitos para atuar como
representantes dos acionistas e também têm como objetivo
estabelecer políticas de gestão empresarial relacionadas a interesses
da longevidade das empresas, principalmente de questões
estratégicas. Essas questões incluem a contratação/demissão de
executivos, políticas de dividendos e distribuição de recursos,
políticas e opções de remuneração de executivos, entre outras.
Veja esse exemplo da estrutura do Conselho de Administração do
Bradesco, apresentada no quadro:
O Conselho de Administração do Bradesco é um órgão de deliberação
colegiada formado por nove membros, sendo um presidente e um
vice-presidente. Todos têm mandato de um ano e podem ser
reeleitos. Também faz parte do Conselho um membro independente
indicado pelo Banco Espírito Santo, S.A. – BES –, de Portugal.
O Conselho, que se reúne ordinariamente a cada 90 dias e
extraordinariamente sempre que necessário, tem entre suas
principais atribuições: estabelecer a estratégia da Organização
Bradesco segundo as melhores práticas de: revisar os planos e
políticas de negócios, protegendo e maximizando o retorno do
investimento dos acionistas; e supervisionar as atividades da
Diretoria Executiva, garantindo o respeito aos princípios da ética.
(CONSELHO..., 2014, p. 1).
Dentre as responsabilidades do Conselho de Administração destacam-
se: discussão, aprovação e monitoramento de decisões, envolvendo:
a) Estratégia: O resultado positivo é fundamental para qualquer
empresa. Em termos reais precisamos de projetos para entender o
papel das estratégias nos desafios empresariais. Medir a estratégia é
identificar quais são os fatores que isolados ou complementares
resultaram em uma posição melhor de posicionamento no ambiente
de mercado. Assim as organizações buscam identificar
posicionamentos competitivos voltados para a realidade do ambiente
e sua ação estratégica. O conselho deve se preocupar com a
supervisão das rotinas e das novas estratégias sistematicamente
implementadas.
b) Estrutura de capital: Estrutura de capital pode ser definida como
a identificação dos recursos que irão compor a cesta de
financiamentos e opções de investimentos da organização e de seus
ativos. O volume de financiamento depende da proporção de capital
próprio e de terceiro destinado a formar a estrutura de capital.
c) Limitar o apetite e tolerância a risco (perfil de risco): O risco
de uma decisão pode ser definido como o grau de incerteza na
obtenção do retorno e das consequências de sua escolha. Os
executivos são supervisionados pelos conselheiros. Dessa forma, as
ações estratégicas são avaliadas e aprovadas pelo Conselho.
d) Analisar e discutir a aprovação dos impactos das fusões e
aquisições em relação às estratégias do negócio.
e) Contratação, dispensa, avaliação e remuneração do diretor-
presidente e dos demais executivos, a partir da proposta
apresentada pelo diretor-presidente.
f) Escolha e avaliação de uma empresa de auditoria
independente.
g) Analisar as regras e definir procedimentos do processo
sucessório dos conselheiros e executivos.
A formação do conselho
Como regra, o conselho deve ser um órgão colegiado composto por
membros internos e profissionais independentes. É responsável por
definir as estratégias dos negócios e a gestão em busca de um
crescimento sólido e sustentável da organização e sua longevidade.
Entre as outras atribuições do Conselho de Administração também
estão incluídas: selecionar os membros dos comitês, eleger e destituir
membros da Diretoria, definir suas atribuições e fiscalizar sua
atuação, ou seja, pensar em uma construção única de negócios.
Veja algumas falas que poderão ser encontradas nos discursos e
conversas dos executivos, quanto ao papel do conselho diz:
“Objetivo principal do conselho “é assegurar a prosperidade da
empresa, direcionando coletivamente os assuntos da empresa,
respeitando os interesses apropriados de seus acionistas e partes
interessadas”“.
Cabe ao conselho de julgar, caso a caso, quais aspectos são
"relevantes" e como interagem com os interesses da companhia. O
conselho respeita a lei, os regulamentos relevantes e considerações
comerciais. Na busca desse objetivo principal, um conselho de
administração enfrenta um conjunto excepcionalmente exigente de
responsabilidades e desafios. Ele também enfrenta uma série de
objetivos que às vezes pode parecer contraditório aos interesses
estratégicos e operações
O conselho deve ser voltado para interesses comuns e conduzir o
negócio para o futuro de maneira prudente. É necessário informação
para tomar melhores escolhas e ser informados sobre o
funcionamento real da empresa, assim o conselho será capaz de se
afastar da administração do dia -a-dia da empresa e manter um
objetivo, visão de longo prazo que é o seu papel. O conselho deve ser
sensível às pressões de questões de curto prazo e ainda ter em
estratégias amplas voltadas a análise de longo prazo. Devem estar
bem informados sobre as questões "locais" e ainda estar ciente de
potenciais ou reais influências competitivas mais amplas que
envolvem os riscos de um negócio. Deve ser focado nas necessidades
reais de seus negócios, agindo com responsabilidade em relação aos
seus funcionários, parceiros de negócios e para a sociedade como um
todo.
Cada membro do conselho deve reconhecer esses desafios e garantir
que eles pessoalmente contribuir para encontrar o equilíbrio certo
entre as várias pressões exercidas na função. Na tentativa de fazê-
lo , os administradores executivos podem entrar em conflito com o
conselho que desenvolve uma visão estratégica e não operacional
Veja agora as perspectivas da empresa Vale
O Conselho de Administração da Vale estabelece as políticas e
diretrizes gerais das empresas do grupo e controla a implementação
delas pelos executivos da empresa.
O Conselho se reúne ordinariamente todo mês e extraordinariamente
sempre que convocado pelo seu presidente, vice-presidente ou outros
dois membros. Suas decisões exigem um quorum que represente a
maioria dos membros e são tomadas por voto majoritário. [...]
[...] O Estatuto Social da Vale estabelece que deve ser composto por
onze membros e onze suplentes. Os empregados da organização têm
o direito de eleger um membro titular e seu respectivo suplente.
Conforme a legislação societária brasileira, os conselheiros devem ser
acionistas da Vale. São eleitos por prazo de gestão de dois anos,
permitida a reeleição, e cada suplente auxilia e representa um
determinado membro. Na ausência de um conselheiro efetivo, seu
respectivo suplente poderá participar das reuniões do Conselho de
Administração e votar. (CONSELHO..., 2014b, p. 1).
Lembre-se: Na maioria das empresas a missão do Conselho de
Administração é proteger o patrimônio e maximizar o retorno do
investimento dos proprietários, agregando valor ao empreendimento
e à sociedade. O Conselho de Administração deve zelar pela
manutenção dos valores da empresa, crenças e propósitos dos
proprietários, discutidos, aprovados e revistos em reunião do
Conselho de Administração.
1.1. Práticas de gestão, governança e compliance
Como vimos anteriormente, por
muitos anos as organizações têm sido, quase sem exceção,
submetidas à intensa pressão de investidores para melhorar o
desempenho econômico e financeiro. Na prática, a pressão resulta
em tentativas de aumentar a eficiência, reduzir estruturas e
desperdícios, participar de novos mercados e, principalmente,
garantir a lucratividade em ambientes cada vez mais complexos. É
possível imaginar situações por que os acionistas buscam
organizações de alto desempenho sem conhecer a fundo suas
características. Como consequência, os membros do conselho são
pressionados a encontrar saídas para o desempenho das
organizações com uma visão imediatista, limitada e pressionada pelo
aumento da rentabilidade.
Em suma, deve-se destacar que as práticas de boa gestão
representam uma separação do que é propriedade e do que é gestão,
então, os donos exercem forte pressão nos gestores, este é um
mundo cruel. Essa pressão desenfreada pode resultar em novas
necessidades, como o estabelecimento de regras e de formação de
um código de conduta que preserve investidor e também gestores.
Assim, a organização da gestão e a boa governança devem ter como
objetivo a redução dos riscos e falhas nas ações.
1.2 – Auditoria Independente
Um dos princípios fundamentais é a importância da auditoria externa,
ou financeira. Conduzido por uma organização independente, que
será capaz de analisar a prestação de contas para confirmar, ou não,
a respeito das informações e dados divulgados no balanço e em
outros documentos fiscais. No início das primeiras auditorias, os
relatórios externos representavam um processo para comunicar aos
proprietários das decisões realizadas pelos diretores e executivos que
estavam ligados à administração. Auditoria abordava os principais
riscos percebidos no período, e principalmente os aspectos de
natureza exclusivamente financeira. Nos dias atuais, para garantir
informações precisas e atualizadas para todas as partes interessadas,
o conceito de auditoria tem sofrido grandes alterações. Por exemplo,
a auditoria não é esperada para identificar apenas fraudes, e sim
para diagnosticar riscos presentes e futuros na conduta de uma
organização.
Na prática, os auditores independentes ajudam os conselheiros a
avaliar a eficácia de qualquer aspecto relacionado à estrutura de
governança e também de supervisão de risco. De maneira geral,
ocorre uma avaliação e garantia de que a gestão de riscos está
sintonizada com os interesses da organização.
A auditoria independente examina as atividades desempenhadas por
profissionais das diversas áreas de uma organização empresarial, de
acordo com a finalidade estabelecida no contrato de prestação de
serviços de auditoria.
O auditor independente pode ser contratado por uma sociedade, sem
vínculo empregatício, com diversas finalidades. Um auditor
independente é uma pessoa, ou organização que credencia o registro
contábil de uma empresa ou organização que não tem quaisquer
ligações com a empresa sobre a qual ele ou ela oferece seu trabalho.
Os auditores independentes são muitas vezes utilizados para
aumentar a integridade da auditoria executada pela empresa,
assegurando que os conflitos de interesse não ocorrerão. Quando
uma auditoria é realizada , o objetivo é um exame honesto de
registros financeiros e contábeis, se a auditoria está sendo feito para
resolver as discrepâncias , investigar fraude, para verificar a
conformidade com a norma e as práticas reconhecidas , ou com a
finalidade de determinar se, ou não a empresa está relatando
informações financeiras com precisão.
As auditorias ajudam os comitês internos na avaliação e na eficácia
da auditoria interna através da utilização de uma visão diferenciada
dos processos, de métodos de controle mais eficientes, entre outras.
Durante as duas últimas décadas, a auditoria interna passou por uma
transformação em seu papel, competência e atitudes. Principalmente
pelo aumento das ferramentas tecnológicas e a utilização de sistemas
informatizados cada vez mais sofisticados e com grande amplitude de
controle.
Em muitas organizações modernas, a auditoria interna deixou de ser
uma extensão do controle financeiro, centrando-se sobre as contas
financeiras, rotinas, controles, para se tornar uma função de staff, ou
seja, um órgão de assessoria para redução de riscos. As auditorias
apresentam um papel importante na garantia da execução das
operações em relação a riscos, especialmente aqueles que têm um
impacto em nível estratégico, e que serão fonte de subsídios para a
criação e manutenção das comissões e comitês internos de auditoria.
As pessoas, os processos e a tecnologia devem ser desenhados e
direcionados de tal maneira que o alcance dos objetivos seja
mensurado, os riscos sejam avaliados e melhorias contínuas sejam
realizadas para apoiar a prática da atividade de Gestão de Riscos e a
de Compliance de forma eficaz (FEBRABAN, 2014).
Na prática, o que se espera é que a identificação dos riscos torne-se
um movimento de preocupação de toda empresa. Esse papel de
comprometimento e controle interno é normalmente incipiente,
aumentando a necessidade de auditores internos e externos,
principalmente pelo controle dos processos. A auditoria interna, além
de prestar serviços de segurança, deve ser um catalisador para a
qualidade e segurança dos processos internos. Os levantamentos são
voltados para aplicação de controle e para a redução das falhas
históricas que foram percebidas durante a execução da auditoria.
Portanto, a única maneira prática de auditoria interna agregar valor,
principalmente para os agentes externos, é o direcionamento para o
todo – ou para a formação de uma visão sistêmica. Um sistema de
controle voltado à redução de riscos e para garantir a execução dos
objetivos da organização.
É importante destacar também as limitações frequentes de pessoas
não preparadas normalmente para a execução das tarefas e padrões
de auditorias. Um outro fator é que não existem auditores internos
suficientes para acompanhar todos os processos estratégicos em sua
totalidade.
Link
Ao longo da história da Microsoft, o Conselho de Administração
tem desenvolvido políticas de práticas para ajudá-lo a cumprir
suas responsabilidades com investidores, acionistas e a
sociedade. Estas políticas de governança estão presentes nas
diretrizes utilizadas pelo Conselho de Administração, que tem a
autoridade necessária para analisar e avaliar as operações de
negócios da Companhia e de tomar decisões em todos os países
em que a empresa opera. As diretrizes estão sujeitas às
alterações que o Conselho imaginar como políticas necessárias
ou convenientes para atingir os objetivos traçados no
planejamento. Na Microsoft ocorre a eleição do Conselho de
Administração para supervisionar a gestão e garantir que os
acionistas alcancem os seus interesses no longo prazo. Através
da supervisão, o Conselho de Administração estabelece as
condições em que serão realizados os negócios da Microsoft e
também quais serão os objetivos estratégicos organizacionais e
sua sequência.
O Conselho supervisiona assuntos estratégicos relacionados aos
negócios e a integridade estrutural da empresa. Também
trabalha com os gestores para determinar a missão da empresa
e as estratégias de longo prazo, realizando a avaliação anual do
desempenho do diretor presidente-executivo. O Conselho de
Administração supervisiona o planejamento da sucessão do
diretor presidente – CEO, e também supervisiona o controle
interno sobre os relatórios financeiros e de auditoria externa.
Assim, deve-se destacar que o Conselho é responsável por
supervisionar a gestão de risco na empresa.
O Conselho de Administração exerce supervisão direta dos
riscos estratégicos e outras áreas, como o desempenho
financeiro, gestão de investimentos, impostos, entre outros
compromissos econômico-financeiros. O Conselho reconhece
que os interesses de longo prazo dos acionistas abordam as
preocupações de outras partes interessadas, incluindo
empregados, clientes, fornecedores, governo e comunidade.
Imagine como esse ambiente é difícil e como são complexas as
escolhas realizadas pelos gestores. Pense em como a estrutura
de Governança da Microsoft deve seguir os princípios
estabelecidos pelo Conselho de Administração e, ao mesmo
tempo, adaptá-los ao contexto das economias espalhadas pelo
mundo.
Para finalizar, você deve lembrar que não existe um modelo de
gestão empresarial e, sim, diversas formas e ferramentas que
podem contribuir para o desenvolvimento de uma visão a
respeito daGovenança e do Compliance .
Lembre-se de que essas discussões e ferramentas devem estar
na rotina empresarial de qualquer organização e devem estar
associadas à realidade do mercado e do ambiente de regulação
aplicada de forma eficaz na estrutura da companhia.
Como executivo pense que no futuro ocorrerão diversos
avanços e essas mudanças irão contribuir de forma efetiva para
as boas práticas da gestão. Nesse sentido, as empresas se
adaptam e você também pode imaginar que existe uma
tendência sem volta para um posicionamento diferenciado de
empresários, clientes e acionistas que agiram de uma maneira
mais próxima e sincera de seu dia-a-dia.
Espero que a partir desse nosso curso introdutório você possa
aprimorar seus conhecimentos em relação às práticas de
compliance e governança e que, de alguma forma, você possa
contribuir na melhoria dos sistemas de apoio à decisão de sua
empresa. Espero também que como participante você tenha
adquirido conhecimentos técnicos sobre as boas práticas de
gestão, para rever e formular políticas gerenciais que consigam
inserir e manter a sua empresa no mercado competitivo,
otimizando também o retorno dos investimentos. Finalmente,
espero que os participantes tenham desenvolvido uma
capacidade de reflexão a respeito do papel da empresa nos dias
atuais.
Vamos em frente e forte abraço. Para finalizar, uma nova
reflexão. “A estratégia sem tática é o caminho mais lento para
a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota”
(SUN TZU).
ANDRADE, George Albin Rodrigues de; ANDRADE, Alexandre
Rodrigues de. Governança corporativa: estudos de escândalos
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