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CONTROLE DE VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO EM EDIFÍCIOS ALTOS


COM ESTRUTURA METÁLICA

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Marcelo Maia Rocha Acir Mércio Loredo-Souza


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Experimental Determinations in the Wind Tunnel View project

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CONTROLE DE VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELO VENTO EM
EDIFÍCIOS ALTOS COM ESTRUTURA METÁLICA

André da Silva Czarnobay, Mario Gustavo Klaus Oliveira,


Marcelo Maia Rocha, Acir Mércio Loredo-Souza

Laboratório de Aerodinâmica das Construções, Universidade Federal do Rio Grande


do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. E_mail: lac@ufrgs.br

RESUMO

Com a crescente necessidade de projetos cada vez mais econômicos, bem


como a valorização dos terrenos nos grandes centros urbanos, que leva a
conseqüente necessidade de aumentar o aproveitamento destes, e com o
desenvolvimento das técnicas construtivas e dos processos de análise estrutural, as
edificações tornaram-se mais altas, leves, flexíveis, menos amortecidas, e, portanto,
mais susceptíveis a problemas de vibrações, inclusive as induzidas pela ação do
vento.
Nessa situação, o amortecimento natural da edificação pode tornar-se
insuficiente para reduzir os movimentos causados pela ação do vento, o que pode
gerar desconforto aos usuários, quebra de vidros e até mesmo danos à estrutura.
Para se atingir a redução destes deslocamentos, em alguns casos, requer-se um
suplemento adicional de amortecimento, para evitar tais movimentações excessivas.
Tal suplemento de amortecimento é alcançado pela instalação de um sistema de
dissipação de energia na edificação. Os atenuadores dinâmicos sintonizados (ADS)
constituem-se em um destes sistemas de dissipação de energia, sendo utilizados
para aumentar o amortecimento geral do sistema estrutural.
Foram realizados ensaios no Túnel de Vento Prof. Joaquim Blessmann, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com um modelo em escala reduzida do
CAARC Standard Tall Building a fim de investigar a parcela flutuante da resposta
nas direções longitudinal e transversal ao vento incidente sem adição de
amortecimento e com a utilização de ADS. Foram simulados dois modelos de ADS
do tipo amortecedores de massa, com freqüências, razões de amortecimento crítico
e razões de massa distintas. Os resultados obtidos mostraram que os ADS do tipo
amortecedor de massa são um sistema eficiente para controle de vibrações
induzidas pelo vento. Essa eficiência foi muito maior nos casos em que as vibrações
tinham bandas de freqüência bem definidas, como na ressonância por
desprendimento de vórtices alternados, para as quais foram observadas reduções
de até 97,3% na parcela flutuante do deslocamento transversal ao vento incidente.
1 Introdução
Edifícios altos de estrutura metálica têm sua resposta à ação do vento
influenciada por suas próprias características geométricas, pelas condições de
entorno (topografia e prédios vizinhos), pela intensidade do vento e pelas
características dinâmicas da edificação, entre as quais está o amortecimento
estrutural. Em alguns casos, o amortecimento intrínseco do prédio não é suficiente
para manter as vibrações causadas pela ação do vento dentro dos níveis
considerados ideais para que se mantenha o conforto dos usuários e a integridade
da estrutura, sendo, portanto, essencial o acréscimo de amortecimento à estrutura.
Este incremento no amortecimento pode ser atingido com a instalação de um
sistema de dissipação de energia no edifício.
Entre os sistemas de dissipação de energia já desenvolvidos para edifícios
altos destacam-se os atenuadores dinâmicos sintonizados (ADS), que, por sua vez,
se dividem em atenuadores de massa sintonizada e atenuadores líquidos
sintonizados. Os ADS do tipo amortecedores de massa, que já tiveram sua eficiência
comprovada em empreendimentos como o Citicorp Center (279,0m de altura), em
Nova Iorque, o John Hancock Tower (240,7m de altura), em Boston, o CN Tower
(553,3m de altura), em Toronto, Canadá e o Taipei 101 (509,2m de altura), em
Taipei, Taiwan, serão o foco deste trabalho.

2 Atenuadores de Massa Sintonizada


O ADS do tipo amortecedor de massa consiste em uma massa ligada à
estrutura da edificação como uma espécie de pêndulo, nas proximidades ou no
ponto de máximo deslocamento, funcionando como um sistema do tipo “mola-
amortecedor”, sendo que a dissipação de energia ocorre quando há deslocamentos
relativos entre a massa do ADS e a edificação. Pode-se considerar, para fins
teóricos, que o conjunto ADS + edifício alto funciona como um sistema com dois
graus de liberdade, como esquematizado na figura 1(a). A eficiência do atenuador
dinâmico sintonizado pode ser avaliada por meio da razão de amortecimento crítico
equivalente (eq), que consiste no amortecimento viscoso necessário para que a
estrutura, tomada como um sistema equivalente com um grau de liberdade, como
apresentado na figura 1(b), apresente uma resposta de mesma magnitude que a da
estrutura com o atenuador, quando submetidas a uma mesma excitação.
Ka K eq
Ke
ma
ceq me
ce me ca

(a) (b)

Figura 1 - a) Sistema com dois graus de liberdade; (b) Sistema com um grau de liberdade.

Xu, Kwok e Samali (1992) constataram, através de ensaios em túnel de vento,


que se obtêm melhores resultados em termos de supressão de deslocamentos da
estrutura quando a razão de sintonia definida como o quociente entre a
freqüência natural de vibração do amortecedor e a freqüência natural de vibração da
estrutura se aproxima de 1, ou seja, quando as freqüências naturais da estrutura e
do ADS são próximas. Neste mesmo estudo, eles ainda concluíram que o quociente
entre a massa o amortecedor e a massa do edifício, denominado razão de massa 
exerce influência tanto no valor considerado ótimo para a razão de sintonia  (para o
qual se obtém a maior redução de deslocamentos da estrutura), reduzindo-o em até
20% com o aumento da massa do amortecedor, como na supressão de
deslocamentos da estrutura. Os resultados da pesquisa mostraram que são
atingidas diminuições significativas nas deformações com o aumento da razão de
massa até cerca de 8%.
Tanaka e Mak (1983) desenvolveram um estudo matemático baseado em
modelos de 1 e 2 graus de liberdade, como os mostrados na figura 1, com uma
razão de massa de 4%, e também concluíram que os melhores resultados, em
termos de dimuição de deslocamentos da estrutura são obtidos quando  é próxima
de 1. Outra conclusão tirada deste trabalho foi que não se tem melhoras de
resultados com o aumento do amortecimento do ADS, o valor ótimo para a razão de
amortecimento crítico do ADS ao qual Tanaka e Mak (1983) chegaram foi de 10%.
Portanto, o dimensionamento de um ADS do tipo amortecedor de massa é feito,
usualmente, a partir de seis parâmetros: freqüência natural do atenuador (f a), razão
de amortecimento do atenuador (a), massa do atenuador (ma), freqüência natural de
vibração da edificação (fe), razão de amortecimento da edificação (e) e a massa
total da edificação (me).

3 Construção dos modelos


Os ensaios em túnel de vento foram realizados utilizando-se um modelo rígido
do CAARC Standard Tall Building. Este prédio, largamente utilizado em calibração
de técnicas de modelagem aerolelástica, tem base com formato retangular, medindo
30 m de largura por 45 m de profundidade, e altura de 180 m. A distribuição de
massa é uniforme, a uma razão de 160 kg/m³, os modos de vibração são lineares,
com freqüência natural de vibração de 0,20 Hz em ambas as direções. O
amortecimento estrutural, medido pela razão de amortecimento crítico (s) é igual a
0,01, também em ambas as direções.
O modelo ensaiado foi construído em MDF segundo uma escala geométrica
de 1:400, ficando com base de 75 mm de largura por 112,5 mm de profundidade e
altura de 450 mm. A simulação das características dinâmicas do modelo foi feita por
um suporte flexível capaz de simular os dois modos fundamentais de vibração livre
(flexão em duas direções ortogonais) melhor descrito em Oliveira (2003). Sem a
instalação de ADS o modelo foi calibrado com freqüência de vibração igual a 7,5 Hz
na direção X e 7,3 Hz na direção Y. O amortecimento, medido pela razão de
amortecimento crítico (s), foi ajustado em 1,018% na direção X e 1,035% na direção
Y, também para o modelo sem ADS instalado.
Os atenuadores de massa sintonizada foram modelados por pêndulos de
flexão suspensos no topo do modelo do edifício, como ilustrado na figura 2. Esses
pêndulos eram compostos por uma massa de chumbo suspensa por haste metálica
cilíndrica (corda de piano com diâmetro de 1mm), e foram dimensionados como
vigas engastadas em uma extremidade e livres na outra, com uma carga
concentrada na extremidade livre, através da equação 1:
1 K
f (Equação 1)
2π m
Onde f é a freqüência de vibração do ADS, K é a rigidez da haste e m é a massa do
ADS.
A rigidez K é conferida pelas características geométricas e do material da
haste metálica, já o amortecimento dos modelos de ADS foi ajustado com a fixação
de fitas adesivas na haste metálica, uma vez que o amortecimento do pêndulo
simples era muito baixo.
Foram modelados dois atenuadores, cujas características são mostradas na
tabela 1. Os valores utilizados para os parâmetros razão de massa, razão de
sintonia e razão de amortecimento crítico foram escolhidos por se situarem dentro
de faixas de valores considerados como os melhores para a eficiência do ADS pela
bibliografia existente sobre o assunto.
Tabela 1 – Parâmetros dos ADS modelados.
Atenuador Massa (g)  Freqüência  a
(Hz)
ADS1 23,75 3,91% 7,9 1,05% 3,51%
ADS2 28,95 4,77% 8,2 1,09% 5,23%

Figura 2 – Modelo do CAARC Standard Tall Building com Atenuador de Massa Sintonizada.

O modelo foi instrumentado com dois acelerômetros piezoelétricos, marca Brüel &
Kjaer, fixados nas extremidades dos eixos do suporte flexível para ensaios em
modelos aeroelásticos (ortogonais entre si) – figura 3. Cada acelerômetro foi
conectado a um amplificador de sinal, específico para este tipo de instrumento,
também marca Brüel & Kjaer, com uma escala de saída de sinal de 0,1V/g. Dos
acelerômetros, o sinal elétrico passava por uma caixa de conexão para placa A/D, e
desta, finalmente, a um microcomputador, equipado com placa de aquisição A/D.
Os dados foram adquiridos a uma taxa de 1024 pontos por segundo, e os períodos
de aquisição empregados foram de 64s.

Figura 3 – Suporte flexível para ensaios de modelos aeroelásticos instrumentado com


acelerômetros.

4 Técnica Experimental
Foram testadas três configurações do modelo do CAARC Standard Tall
Building: a primeira sem nenhum sistema de atenuador dinâmico sintonizado
instalado e as demais com modelos de ADS distintos instalados. Cada configuração
foi ensaiada em duas posições em relação ao vento incidente. Na primeira,
referenciada como vento a 0°, a face de maior área foi posicionada de modo a
formar um ângulo reto com a direção do escoamento. A figura 4 mostra,
esquematicamente, as posições dos ensaios.
75,00
112,50

,50

0
75,0
112
VENTO VENTO

Y X

X Y

VENTO A O° VENTO A 9O°

Figura 4 – Posições dos modelos durante os ensaios.

Os ensaios foram realizados no túnel de vento Prof. Joaquim Blessmann da


Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Blessmann, 1982 & Cook, 1990),
mostrado na figura 5. Trata-se de um túnel de vento de camada limite de retorno
fechado, projetado especificamente para ensaios estáticos e dinâmicos de modelos
de construções civis. Este túnel permite a simulação das principais características de
ventos naturais. Tem relação “comprimento / altura” da câmara de ensaios superior a
10. A velocidade máxima do escoamento de ar nesta câmara, com vento uniforme e
sem modelos, é de 150 km/h. A simulação correta das principais características do
vento natural em túneis de vento é requisito básico para aplicações em Engenharia
Civil (Davenport & Isyumov, 1967), sem a qual os resultados obtidos podem se
afastar consideravelmente da realidade.

Figura 5 – Túnel de vento Prof. Joaquim Blessmann.

Foram simulados três tipos de vento para cada configuração do modelo. O


primeiro vento, do tipo suave, sem a utilização de qualquer tipo de rugosidade ou
elemento gerador de turbulência. Os outros dois ventos foram do tipo deslizante e
turbulento, caracterizados por perfis de velocidade, dados pela lei potencial do tipo
da equação 2, com expoentes p iguais a 0,23 e 0,34, sendo que o primeiro
corresponde a terrenos com rugosidade entre as categorias III (terreno plano ou
ondulado com obstáculos, tais como sebes e muros, poucos quebra-ventos de
árvores, edificações baixas e esparsas) e IV (terreno coberto por obstáculos
numerosos e pouco espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada) da
Norma Brasileira NBR-6123 (1988) e o segundo corresponde a terrenos com
rugosidade da categoria V (terreno coberto por obstáculos numerosos, grandes,
altos e poucos espaçados) da NBR-6123 (1988). As principais características dos
ventos simulados (ESDU, 1982) podem ser vistas nas figura 6 e 7.

Vz   z 
p

  (Equação 2)
Vref  z ref 
Onde: V(z) é a velocidade média na altura z, Vref é a velocidade média de referência
na altura zref, zref é a cota de referência tomada como 450mm a partir do piso do túnel
de vento, z é a cota vertical a partir do piso do túnel de vento e p é o expoente da
curva de potência.
Para cada configuração do modelo foram ensaiadas 24 velocidades de vento,
variando entre 1,8m/s e 12,5m/s dentro do túnel de vento.
600 600 600

500 500 500


eixo do túnel eixo do túnel eixo do túnel

400 400 400


z [mm]
z [mm]

z [mm]

300 300 300

200 200 200

100 100 100

0 0 0
0 50 100 0 5 10 15 20 0 100 200 300 400
V(z)/V(450) [%] I1 [%] L1 [mm]

(a) (b) (c)


Figura 6 – Principais características do vento simulado p = 0,23: (a) perfil vertical das
velocidades médias, (b) intensidade da componente longitudinal da turbulência (I1),
(c) macroescala da componente longitudinal da turbulência (L1).

(a) (b) (c)


Figura 7 – Principais características do vento simulado p = 0,34: (a) perfil vertical das
velocidades médias, (b) intensidade da componente longitudinal da turbulência (I1),
(c) macroescala da componente longitudinal da turbulência (L1).
5 Comparação dos resultados
As figuras 8, 9 e 10, a seguir, mostram um comparativo entre as respostas flutuantes
das três configurações do modelo frente aos três ventos ensaiados:

(a) (b) (c) (d)


Figura 8 – Resposta dos modelos ensaiados para vento suave.

(a) (b) (c) (d)


Figura 9 – Resposta dos modelos ensaiados para vento p=0,23.

(a) (b) (c) (d)


Figura 10 – Resposta dos modelos ensaiados para vento p=0,34.
As figuras 8(a), 8(b), 8(c) e 8(d) apresentam as comparações entre os modelos
ensaiados para o vento tipo suave. Para este vento, foram percebidas as maiores
amplitudes de oscilações transversais à direção do vento no modelo sem ADS, para
um ângulo de incidência do vento igual a 0°. Esse efeito era esperado, devido à
melhor correlação do desprendimento de vórtices ao longo da altura do modelo
causada pela baixa turbulência. Nas figuras 8(a) e 8(b), respostas longitudinal e
transversal para vento suave a 0°, respectivamente, nota-se que os dois modelos
com ADS tiveram seus deslocamentos rms atenuados, especialmente na situação
de ressonância por desprendimento de vórtices, observada na velocidade reduzida
10, quando o deslocamento transversal foi suprimido em 93,7% pelo ADS A2 e em
94,4% pelo ADS A1.
Nas figuras 9(a), 9(b), 9(c) e 9(d) são apresentadas as respostas flutuantes dos
modelos ensaiados para o vento com perfil vertical de velocidades de expoente da
lei potencial p igual a 0,23. No gráfico da resposta longitudinal flutuante para vento a
90° são notadas pequenas reduções nos deslocamentos rms, chegando a 13% para
o atenuador A1 e 26% para o atenuador A2. No gráfico dos deslocamentos
transversais rms para vento incidindo a 0°, figura 9 (b), se percebe o pico de
deslocamento provocado pela ação do desprendimento de vórtices em todos os
modelos ensaiados, porém nota-se que nos modelos equipados com atenuadores
dinâmicos sintonizados este pico de deslocamento é bem inferior ao obtido no
modelo sem atenuadores instalados, sendo que a redução dos deslocamentos do
modelo equipado com o atenuador A1 chegou a 61%, e o modelo equipado com o
atenuador A2 teve seus deslocamentos suprimidos em 77%. Pode-se perceber
ainda que os picos de deslocamentos observados nos atenuadores estão
deslocados em relação ao pico do modelo sem atenuador, ocorrendo, portanto, em
uma velocidade reduzida menor. O provável motivo deste deslocamento do ponto de
ressonância por desprendimento de vórtices é que, ao adicionar-se o atenuador ao
sistema do edifício ensaiado, as suas características intrínsecas foram alteradas,
pois o atenuador dinâmico sintonizado é em uma “massa extra” colocada no topo da
edificação, o que acaba por baixar a freqüência natural de oscilação da edificação.
As figuras 10(a), 10(b), 10(c) e 10(d) reproduzem os resultados obtidos nos ensaios
com o vento com expoente da lei potencial igual a 0,34. Nestes gráficos a eficiência
dos atenuadores dinâmicos sintonizados fica mais evidenciada, podendo-se
perceber claramente as reduções nos deslocamentos. Fica clara, também, a maior
eficiência do atenuador A2, quando comparado ao atenuador A1, na redução dos
efeitos da vibração provocada pela ação do vento sobre a edificação. Esta maior
eficiência do atenuador A2 está de acordo com a bibliografia existente, devido a
suas razões de massa e amortecimento crítico serem ligeiramente superiores às de
A1. Para a resposta transversal ao deslocamento do vento, com o ângulo de
incidência do vento de 0°, figura 10(b), chegou-se a reduções nos deslocamentos
rms máximos de 76% para o atenuador A1 e de 82% para A2. Na mesma situação,
a redução nas acelerações foi de 86,5% para o atenuador A1 e de 90,7% para o
atenuador A2.
6 Conclusões
A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que os atenuadores dinâmicos
sintonizados (amortecedores de massa) são um sistema de prevenção e controle de
vibrações induzidas pelo vento eficiente, especialmente no controle de vibrações em
ressonância. Isto ficou claro com o grande aumento da eficiência deste sistema para
excitações com banda de freqüência bem definida, observado na ressonância
provocada pelo acoplamento das freqüências de desprendimento de vórtices com a
freqüência natural da estrutura.

7 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira NBR-
6123 (NB-599): Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: 1988. 88p.

BLESSMANN, J (1982). The Boundary Layer Wind Tunnel of UFRGS. Journal of


Wind Engineering and Industrial Aerodynamics, Amsterdam, v.10: 231-248.

COOK. N. J. (1990). The designer’s guide to wind loading of building structures.


Part 2: Static Structures. London, UK. Building Research Establishment.

Davenport, A.G. and Isyumov, N. (1967). The Application of The Boundary Layer
Wind Tunnel to the Prediction of Wind Loading. In: Proceedings of the
International Research Seminar: Wind Effects on Buildings and Structures.
Ottawa, Canada. September 11-15. Vol. 1: 201-230.

Engineering Sciences Data Unit. (1982). Strong winds in the atmospheric


boundary layer, Part 1: mean hourly wind speeds. Data item 82026. London,
ESDU.

OLIVEIRA, M.G.K.. Desenvolvimento de um suporte flexível para ensaios de


modelos aeroelásticos em túnel de vento. Dissertação de Mestrado – Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre, 2003. 101p.

TANAKA, H.; MAK, Y. Effect of tuned mass dampers on wind induced response of
tall buildings. Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics,
Amsterdam, v. 14, p. 357-368, 1983.

XU, Y.L.; KWOK, K.C.S.; SAMALI, B. Control of wind-induced tall building vibrations
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XU, Y.L.; KWOK, K.C.S.; SAMALI, B. The effect of tuned mass dampers and liquid
dampers on cross-wind response of tall/slender structures. Journal of Wind
Engineering and Industrial Aerodynamics, Amsterdam, v. 40, p. 33-54, 1992.

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