Ebook Tesourodireto

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ÍNDICE

03 Introdução
05 O que é o Tesouro Direto
08 Características básicas do Tesouro Direto
13 Selic vs. Inflação
17 Modalidades de títulos
24 Qual é o melhor título para você
27 Tesouro Direto na prática
30 Liquidez do Tesouro Direto
32 Tributação do Tesouro Direto
34 IOF
36 Custos para investir no Tesouro Direto
38 Poupança vs. Tesouro Direto
42 Passo a passo para investir
46 Outros canais para aplicação
48 Modalidades de aplicação
51 Declaração do Imposto de Renda
54 Dúvidas mais comuns sobre o Tesouro Direto
INTRODUÇÃO

Atendendo a pedidos de meus seguidores nas redes sociais, decidi criar, juntamen-
te com a minha equipe do MaisDinheiro.com.br, este manual para que você possa
entender e explorar o principal meio de investimentos no Brasil: os títulos da dívida
pública federal.

Você certamente já ouviu a recomendação de deixar de aplicar na poupança e passar


a investir no Tesouro Direto. De fato, o programa Tesouro Direto, que permite que
qualquer pessoa física compre títulos públicos federais brasileiros, tem sido reco-
mendado por especialistas como o melhor programa de investimentos para se iniciar
um processo de multiplicação de riquezas, já sendo reconhecido como o substituto
definitivo da antiga caderneta de poupança.

Motivos para isso não faltam. Implementado em 2002, em parceria com a an-
tiga BM&FBovespa (agora chamada de B3), o Tesouro Direto se tornou o mais
acessível programa de investimentos para os brasileiros, por permitir aplicações
simples, feitas diretamente pela internet, a partir de valores baixos e adequados
à realidade da maioria da população brasileira.

Até então, somente investidores institucionais tinham acesso a essa modalidade de


investimento, enquanto as pessoas físicas só a acessavam se adquirissem cotas de
fundos de investimento.

Hoje, qualquer pessoa que tenha alguns reais pode se dispor a comprar Títulos da
Dívida Pública emitidos pelo governo e, assim, iniciar seu projeto de geração de ri-
queza por meio dos juros amplamente conhecidos e divulgados, pagos pelo emprés-
timo concedido – como um aluguel pelo uso dos recursos que colocamos à disposi-
ção do governo.

Mas, apesar das facilidades e de ser considerada a modalidade de aplicação mais se-
gura para você investir o seu dinheiro, existem alguns detalhes sobre ela que muitas
vezes podem inibir novos investidores.

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Exigências burocráticas, como declaração de patrimônio, e o grande leque de opções
de títulos, com rentabilidades e prazos variados, muitas vezes se tornam empecilhos.
Esses obstáculos devem ser compreendidos para evitar a perda de uma excelente op-
ção para gerar riquezas e, assim, atingir seus objetivos financeiros.

O objetivo deste e-book é conscientizar das oportunidades e dos riscos e facilitar o


acesso a este programa cada vez mais utilizado pelos brasileiros, que pode ser utiliza-
do como ferramenta para você alcançar a sua independência financeira.

Para isso, exploraremos detalhadamente os seguintes temas:

· Compreensão do Tesouro Direto;


· Características e vantagens do Tesouro Direto;
· Títulos disponíveis no Tesouro Direto;
· Como comprar títulos públicos;
· Como investir em Títulos Públicos;
· Como declarar seus rendimentos no Imposto de Renda.

Espero que esta leitura seja extremamente útil para ajudar você na construção da
vida que deseja ter.

Enriquecer é sempre uma questão de escolha!

04
O QUE É O
TESOURO
DIRETO
Antes de discutir o passo a passo para investir e montar uma estratégia de investi-
mentos em títulos públicos, é importante nos atermos à compreensão do que é o
Tesouro Direto e de como esse programa tem sido capaz de levar boa rentabilidade a
investidores que há até pouco tempo atrás não tinham acesso a oportunidades seme-
lhantes.

O Tesouro Direto é um programa do governo federal que tem como objetivo ofere-
cer a qualquer pessoa residente no Brasil (ou inscritas no Cadastro de Pessoas Físicas
- CPF) a possibilidade de comprar títulos públicos – papéis emitidos pelo governo
para financiar e alongar a dívida pública – como forma de investimento.

Ao investir em um título público, o investidor passa a ser credor do governo, assim


como seria credor de bancos se investisse em Certificados de Depósito Bancários
(CDBs). O que garante o resultado ao investidor é a promessa de devolução do di-
nheiro, com acréscimo de juros, na data em que o investidor determinar.

Apesar de obrigatoriamente contar com um intermediador – como uma corretora


de valores –, ao contrário de outras modalidades de aplicação, as decisões, valores e
estratégias para investimento devem ser tomadas pelo próprio investidor. Por isso, é
necessário possuir conhecimento dos títulos disponíveis no mercado, das rentabili-
dades oferecidas e dos riscos envolvidos.

O governo e os Títulos Da Dívida Pública (ou, simplesmente, Títulos Públicos)


Financeiramente, o governo funciona como qualquer empresa. Possui RECEITAS
(aqui entram os impostos, as contribuições no INSS, os lucros das estatais como
Caixa Econômica e Petrobrás, etc.); DESPESAS (folha de pagamento de todos os
funcionários públicos, os programas sociais, a aposentadoria, entre outros); e, ao
abater as despesas das receitas, tem como resultado um superávit primário (receitas
maiores do que as despesas) ou um déficit primário (despesas maiores do que as re-
ceitas).

Da mesma forma que acontece com pessoas físicas e empresas, quando a conta fica
no vermelho – coloco no singular porque o Brasil possui uma única conta no Banco

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Central para receber a arrecadação de impostos e realizar pagamentos –, o governo
vai atrás de empréstimos com o objetivo de reduzir o prejuízo financeiro (déficit
orçamentário) ou refinanciar a dívida já existente. Isso é feito por meio do Tesouro
Nacional, que é responsável pela administração financeira do país.

Como, por lei, não é permitido ao governo pegar empréstimos no Banco Central, a
alternativa é emitir títulos públicos, que são como “notas promissórias” com as quais
ele se compromete a pagar o valor emprestado, acrescido de juros ou de algum índi-
ce de correção, como a taxa Selic ou a inflação.

Até 2001, antes da implementação do programa Tesouro Direto, pessoas físicas


compravam títulos públicos apenas indiretamente, por meio de fundos de inves-
timento. Com a criação do programa pelo governo federal, poupadores ganharam
uma forma de aplicação direta, sem intermediários ou taxas de administração adi-
cionais, o que possibilitou a escolha pelo título mais adequado para cada estratégia
de investimento.

07
CARACTERÍSTICAS
BÁSICAS DO
TESOURO DIRETO
Como enfatizei no início deste e-book, qualquer pessoa física pode comprar títu-
los do Tesouro Direto. Basta ter CPF e se cadastrar em alguma agência de custódia
(bancos ou corretoras de valores), que irá fornecer para você o login e a senha para
acesso ao site do Tesouro, sem interferir na compra.

Nas próximas páginas, você terá acesso a um passo a passo para entender como abrir
uma conta em corretora para fazer seu primeiro investimento no Tesouro Direto.

Se você já pesquisou o preço de títulos do Tesouro Direto, deve ter percebido que
os valores unitários não são muito baixos – normalmente, variam de R$500,00 a
R$8.000,00.

No entanto, os investimentos podem ser comprados de forma fracionada, em


múltiplos de 1% (ou 0,01) do valor de um título. Cabe apenas observar que o
valor a ser aplicado precisa respeitar o limite financeiro mínimo, de R$ 30,00
(trinta reais) por mês, e o máximo, de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Não existe limite para resgates. No site do Tesouro Direto¹, você pode conferir
os limites para cada investimento específico.

Escolher o melhor título público para aplicar o seu dinheiro depende de uma série
de fatores, como o objetivo do seu investimento e o momento em que você pre-
tende utilizar seus frutos na sua vida. Alguns conceitos básicos de investimentos
são essenciais para se fazer boas escolhas na hora de investir em títulos públicos. Os
principais conceitos a entender são os seguintes:

Taxa Pré-Fixada ovu Pós-Fixada?


Quando se diz renda fixa, pressupõe-se que, no momento do investimento, já sabe-
remos quanto iremos ganhar durante o tempo em que o dinheiro estiver investido.
Mas, não é exatamente verdade essa afirmação. Existem formas de determinar o ren-
dimento de títulos, cada uma subdividida em outras modalidades: a de títulos prefi-
xados, com rentabilidade definida no momento da aplicação; e a de títulos pós-fixa-
dos, em que o que é definido é a regra de remuneração, onde os rendimentos variam
de acordo com as variáveis da economia, como a inflação e a taxa básica de juros.

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Principal ou semestral
No programa Tesouro Direto, a decisão não se limita apenas à escolha do indexador
econômico. É possível decidir também se você deseja receber os rendimentos so-
mente na hora de solicitar o resgate dos títulos, ou se pretende deixar seus recursos
investidos e contar com o recebimento de juros semestralmente.

A escolha do investimento ideal varia de acordo com os objetivos de cada investidor.


Se você quer complementar a sua renda enquanto aguarda o vencimento do títu-
lo – os de longo prazo podem ter vencimento até daqui a 35 anos –, o recebimento
semestral de rendimentos (modalidade Semestral) pode ser uma grande alternativa
para você.

Agora, se a ideia não for a de complemento de renda, mas sim de acumulação de


riquezas em médio e longo prazo, é melhor optar pela modalidade Principal, com
recebimento de rendimentos somente ao solicitar o resgate ou no vencimento da
aplicação (que acontece no prazo escolhido no momento da compra). Como sempre
enfatizo, tudo depende dos seus objetivos.

Liquidez
Liquidez é o nome que se dá à rapidez de poder contar com o dinheiro caso você
precise dele antes do planejado. A liquidez do Tesouro Direto é diária, ou, como se
diz no meio financeiro, com compensação em D+1. Isso significa que, ao vender
um título (solicitar o resgate dele), no próximo dia útil o dinheiro já estará disponí-
vel na sua conta da corretora (1 dia depois da Data de resgate, por isso D+1).

Vencimento
Diferentemente da Caderneta de Poupança, em que não existe um prazo pré-deter-
minado para o resgate, o Tesouro Direto possui data de vencimento.

Isso quer dizer que, na data pré-determinada, o seu investimento retornará à sua
conta com o valor integralmente investido (caso tenha optado por pagamentos se-
mestrais) ou acrescido de juros (caso opte por pagamento de juros no vencimento).

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Riscos
Como os títulos do Tesouro Direto são garantidos pelo Tesouro Nacional, com o
objetivo de financiar ou prolongar o déficit primário do governo, dificilmente há
aspectos negativos em relação a essa modalidade de investimento.

É extremamente baixa, por exemplo, a possibilidade de calote, que seria o caso de o


governo não conseguir ou não querer saldar suas dívidas, um indicador de que esta-
ríamos sofrendo com falta de arrecadação ou aumento discrepante nas despesas do
governo.

Mas, mesmo diante da crise econômica que o país vive desde 2014, que costuma se
repetir de tempos em tempos no país, esse cenário é hoje impensável. Para ocorrer
o calote, seria preciso que toda a economia entrasse em colapso. Não há interesse
algum, por parte do Tesouro Nacional, de deixar de contar com a confiança de in-
vestidores para arrecadar os recursos necessários à continuidade das atividades do
Estado.

Os títulos da dívida pública são conhecidos como ativos livres de risco, considera-
dos os últimos instrumentos de segurança do Estado. Daí a explicação de serem tão
indicados pelos especialistas.

Na verdade, o risco que é de fato real para o investidor em momentos de maior


instabilidade econômica é o de necessitar do dinheiro aplicado antes do vencimen-
to. Neste caso, dependendo do título, os papéis podem se desvalorizar e você pode
perder dinheiro. As estratégias que explorarei ao longo deste e-book ajudarão você a
evitar isso.

No caso do Tesouro Selic, que explicarei mais adiante, não existe risco de desvalori-
zação do papel.

Custos envolvidos em um investimento em Tesouro Direto


Existem dois custos (um obrigatório e outro não obrigatório) quando você faz in-
vestimentos em títulos públicos:

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1) Taxa de custódia de 0,25% ao ano

A taxa de custódia, cobrada pela B3, tem como finalidade disponibilizar e manter os
seus títulos cadastrados e organizados em seu CPF.

Essa taxa é provisionada diariamente e cobrada semestralmente, no primeiro dia útil


de janeiro e no primeiro dia útil de julho. A cobrança pode ser antecipada em casos
de pagamento de juros semestrais, resgate ou vencimento do título.

2) Taxa de Serviço do Agente De Custódia (Instituição Financeira)

É a taxa cobrada livremente pela instituição financeira, que vai da isenção (mais in-
dicada) a até 2%.

Como todas as compras são realizadas no mesmo canal (o site do Tesouro Direto) e
com os mesmos procedimentos, você deve procurar o agente de custódia que ofere-
ça menor custo e, ao mesmo tempo, mais auxilie no seu aprendizado.

Atenção: algumas corretoras oferecem taxa de serviço de 0%. Caso isso ocorra, fi-
que atento. Muito provavelmente, essa será uma tática para que lhe ofereçam outros
tipos de serviços, como ações, fundos de investimentos, entre outros. Esteja prepa-
rado para receber uma enxurrada de propagandas de outros serviços das instituições
que praticam a isenção no Tesouro Direto, pois, de alguma maneira, essas insti-
tuições precisam encontrar uma maneira de remunerar seus serviços e a tecnologia
colocada à sua disposição. Você só passará a ser um cliente interessante para esses
agentes de custódia quando começar a fazer investimentos diferentes dos títulos pú-
blicos.

No próprio site do Tesouro² é disponibilizado um ranking com as taxas cobradas


por cada instituição. Vale a pena conferi-lo com calma.
² http://www.tesouro.gov.br/web/stn/tesouro-direto-ranking-dos-agentes-de-custodia

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QUANTO REALMENTE
SE GANHA?
SELIC versus
INFLAÇÃO
Para você entender a dinâmica dos títulos, é fundamental que conheça detalhada-
mente as duas variáveis que influenciam seus rendimentos: a Taxa Selic e o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), índice usado pelo governo para defi-
nir a inflação.

Taxa Selic
Diariamente, os bancos recebem e transferem uma quantia enorme de dinheiro,
tanto em notas quanto eletronicamente. E como, por lei, todo banco é obrigado a
depositar uma porcentagem dos depósitos de seus clientes em uma conta no Banco
Central ao final do dia, por conta do alto volume, é comum alguns terem um saldo
com percentual acima do exigido e outros com necessidade de saldo.

Assim, inicia-se entre eles uma operação diária de empréstimos de quem tem recur-
sos sobrando para quem tem recursos em falta (chamados de Certificados de Depó-
sitos Interbancários ou CDI), com taxa de juros negociada entre os bancos.

Como essas transações são de quantias enormes, todas precisam ter uma garantia,
chamada de Lastro, para ninguém sair prejudicado. No caso do CDI, os emprésti-
mos são garantidos pelos títulos do Tesouro.

Para que tudo isso aconteça, as negociações são controladas pelo Banco Central em
um sistema chamado de Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). E, como
essas transações são “garantidas” por títulos do Tesouro, é a Selic que define qual
será a taxa base para negociação.

Isso significa que os títulos públicos são usados pelos bancos como forma de garan-
tia e como investimento. Esse é mais um argumento poderoso para não ter receio de
aplicar nesses títulos.

Curiosidade: e se os bancos perdessem a confiança nos Títulos Públicos?


Uma vez que é a confiança no governo que garante dinheiro no caixa do Tesouro
Nacional, se bancos e investidores passarem a não confiar mais nos títulos públicos,
o Estado pode perder sua capacidade de honrar compromissos. Por isso, quando a
confiança cai, uma forma de “seduzir” o mercado a continuar investindo nos títulos

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públicos é aumentar a taxa de rendimentos desses títulos. Em outras palavras, quan-
do o governo eleva a taxa Selic, ele está tentando estimular o mercado financeiro a
comprar mais títulos públicos. Quando essa confiança aumenta, o governo se sente
confortável em reduzir a taxa Selic.
Por essa razão, devemos apenas nos preocupar com a segurança dos títulos públicos
quando os juros (taxa Selic) começarem a subir muito acima do que é normal histo-
ricamente. Olho vivo se estiver lucrando demais na renda fixa: pode ser essa a hora
de sair desse investimento.

INFLAÇÃO (IPCA)
O índice IPCA é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
mensalmente para identificar a variação dos preços no comércio. Esse dado é consi-
derado o índice oficial da inflação ou deflação pelo Banco Central do Brasil.

O índice IPCA reflete o custo de vida para famílias com renda de 1 a 40 salários
mínimos e é medido em nove regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janei-
ro, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Recife, Belém, Fortaleza, Salvador e
Curitiba, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Gran-
de.

Como as taxas são definidas


As diretrizes da política monetária e a definição da taxa básica de juros são feitas
pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central do Brasil
que, a cada 45 dias, realiza uma reunião para avaliar a economia do país e definir a
nova taxa de juros (Selic). Participam do encontro de dois dias membros da direto-
ria do BCB e chefes de departamento da instituição.

De forma bem resumida, a diretriz do Copom é garantir a estabilidade da


inflação para dentro da meta, que atualmente está em 4,25% ao ano (Outu-
bro/2019).

Quando a inflação fica acima da meta estabelecida, o Copom age para aumentar a
taxa de juros com o objetivo de reduzir a desvalorização da moeda. Com os juros
altos, naturalmente, empréstimos e financiamentos ficam mais caros, o que diminui

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o consumo e estabiliza a inflação.

O inverso também ocorre. Em um cenário de inflação muito baixa (ou até negativa,
conhecida como deflação), em que a economia se mostra estagnada, a queda da taxa
de juros é necessária para que a população volte a consumir e as empresas, a investir,
para retomar o crescimento.

Enquanto esse mecanismo estiver surtindo efeito, é sinal de que a economia brasilei-
ra está funcionando dentro do chamado equilíbrio macroeconômico, que depende
essencialmente da segurança que o Tesouro Nacional transmite aos investidores que
compram títulos públicos. Uma vez quebrado esse equilíbrio, o governo passaria a
usar a taxa Selic para atrair investidores e não mais para controlar a inflação, trans-
formando a hoje segura economia em um indesejado mercado especulativo (ou
mercado de apostas).

O Impacto Dos Indicadores no Tesouro Direto


Os títulos negociados no programa Tesouro Direto possu1em uma taxa de rentabi-
lidade e um preço de compra. Conforme esses indicadores (Selic e IPCA) oscilam,
podemos ter variações tanto nos retornos dos juros quanto no preço dos títulos.

Por isso, é extremamente importante que você se familiarize com esses indicadores
daqui por diante, pois, ao mesmo tempo em que pode trazer prejuízos, uma tomada
de decisão correta lhe proporcionará em poucos meses o retorno esperado para um
ano inteiro.

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MODALIDADES
DE TÍTULOS
Tesouro Selic

O Tesouro Selic (conhecido anteriormente como LFT – Letra Financeira do Tesou-


ro) é um título pós-fixado que acompanha a taxa básica de juros da economia – a
Selic, como o próprio nome indica.

É um título considerado de risco nulo, pois a rentabilidade acompanha o “sobe e


desce” da taxa Selic, isto é, você recebe mais juros nos momentos em que a taxa au-
menta – normalmente, em momentos de turbulência econômica – e menos em mo-
mentos em que a economia está mais saudável. O risco é considerado zero porque o
mercado financeiro também tende a acompanhar o sobe e desce da taxa Selic, e ao
investir no Tesouro Selic você não corre o risco de fazer uma escolha que possa per-
der da média do mercado.

Sua remuneração é dada pela variação da taxa Selic diária registrada entre a data de
liquidação da compra e a data de vencimento do título, acrescida, se houver, de ágio
ou deságio no momento da compra.

O Tesouro Selic não possui pagamento semestral: o investidor recebe o valor investi-
do, acrescido de juros, na data de vencimento ou do resgate do título.

Essa modalidade é indicada para investidores que podem necessitar dos recursos in-
vestidos antes do vencimento – ou que não têm um prazo/objetivo definido para os
recursos da aplicação.

Características do Tesouro Selic


- Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada
à Selic (ou que não sabe determinar com segurança a tendência de evolução da
Taxa Selic);
- Bastante simples: você investe e recebe o dinheiro acrescido de juros no mo
mento do resgate;
- Muito seguro e previsível: único título que não possui desvalorização (rentabi
lidade negativa);
- Ideal para momentos em que há percepção de aumento de juros na economia.

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Tesouro Prefixado
Conhecido anteriormente como LTN (Letra do Tesouro Nacional), é um título pre-
fixado, ou seja, você já conhece previamente a rentabilidade do título ao comprá-lo.

Assim como no Tesouro Selic, não possui pagamento semestral de rendimentos: o


investidor recebe o valor investido acrescido de juros na data de vencimento ou do
resgate do título.
Apesar da segurança, este título esconde um grande risco: se a taxa de juros (Selic)
começar a subir, ele perde valor. E o inverso também acontece: em um cenário de
queda de juros, seu título pode se valorizar (mais detalhes no item “O Ponto crucial
do Tesouro Pré-fixado).

Características do Tesouro Prefixado


- O investidor conhece exatamente a rentabilidade a ser recebida até a data do
vencimento, e realmente terá essa rentabilidade se permanecer com o título até
a data de vencimento;
- O investidor sabe exatamente o valor bruto em reais a ser recebido por unida
de de título na data do vencimento (R$1.000,00);
- Tem fluxo de pagamento simples: o investidor recebe o valor principal acresci
do de juros na data do vencimento ou resgate;
- Indicado para o investidor que acredita que a taxa prefixada será maior do que
a taxa de juros básica da economia naquele mesmo prazo de título ou até a data
prevista para seu resgate;
- Importante: se você permanecer com seus investimentos até a data de venci
mento, não terá nenhuma perda e terá seu valor investido acrescido dos juros
pré-a cordados.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais


Anteriormente conhecido como NTN-F (Nota do Tesouro Nacional – Série F), é
um título prefixado em que o investidor recebe um fluxo de pagamento semestral
de juros e, ao final do período da aplicação, o valor investido acrescido dos juros do
último semestre de investimento.

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Este tipo de investimento é uma alternativa interessante para quem tem como ob-
jetivo obter uma rentabilidade conhecida, como é realizado em aluguéis de imóveis,
por exemplo.

Os meses dos pagamentos semestrais variam de acordo com o título, que podem ser
realizados no mês de aniversário do título (que coincide com a data do vencimento)
e, posteriormente, seis meses depois. Como atualmente todos os títulos prefixados
têm vencimento em janeiro, os pagamentos são realizados nos meses de janeiro e
julho.

Assim como os títulos prefixados com pagamento de juros na data do vencimento


ou resgate, o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais pode ter valorização ou desva-
lorização de acordo com a queda ou o aumento da taxa de juros vigente na econo-
mia.

Principais Características do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais


- O investidor sabe, no momento da aplicação, exatamente a rentabilidade a ser
recebida até a data do vencimento, e realmente terá essa rentabilidade se per
manecer com o título até a data de vencimento;
- O investidor sabe exatamente o valor bruto, em reais, a ser recebido por uni
dade de título na data do vencimento (R$1.000,00);
- O investidor sabe exatamente o valor bruto, em reais, a ser recebido semes
tralmente, a título de rendimentos;
- Ideal para investidores que desejam ter um rendimento semestral (cupons de
juros) atrelados a uma taxa pré-determinada;
- Indicado para o investidor que acredita que a taxa prefixada será maior do que
a taxa de juros básica da economia naquele mesmo prazo de título ou até a data
prevista para seu resgate;
- Os primeiros pagamentos semestrais sofrerão maior tributação de renda, con
forme a tabela regressiva, que analisaremos nos próximos capítulos;
- Importante: se você permanecer com seus investimentos até a data de venci
mento, não terá nenhuma perda, e o valor investido será acrescido dos juros
pré-acordados.

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O Ponto Crucial do Tesouro Prefixado
Ao entrar no site do Tesouro Direto, na seção “Preços e Taxas dos Títulos”, você per-
ceberá que o preço unitário cobrado pelo título prefixado sempre será menor do que
R$1.000,00.

No momento em que escrevi este e-book (Outubro de 2019), o Tesouro Prefixado


com vencimento em 01/01/2022 estava com o valor de R$ 899,17, com taxa de
rentabilidade predefinida em 4,99% ao ano.
Isto quer dizer que, se você comprasse este título e o mantivesse até o vencimento,
com a taxa de juros mencionada acima, você receberia exatos R$1.000,00.

Outro ponto importante: a taxa de juros do título, de 4,99%, estava abaixo da Taxa
Selic naquela data ( 5,5%). Isso acontece porque a rentabilidade praticada não é so-
bre a taxa atual, mas, sim, sobre a expectativa do mercado pela taxa futura (no caso,
janeiro de 2022). Neste caso, existe um consenso de que a taxa de juros na data do
vencimento estará em torno de 4,99% ao ano.

Ao longo do dia, essa expectativa pode mudar, fazendo o preço do título valorizar
ou desvalorizar. Por exemplo: um ano após a compra do título, os indicadores pas-
sam a apontar uma inflação bem acima da esperada, fazendo com que a taxa de ju-
ros da economia tenha uma alta e que os títulos prefixados, que antes remuneravam
4,99%, passem para hipotéticos 15% ao ano. O que aconteceria com seu título?
Quem gostaria de comprar um título de 4,99% ao ano se o mercado agora está pa-
gando 15%?

Para compensar essa diferença, o título passa a ser revendido com um desconto
enorme, a ponto de eliminar a diferença e fazer com que o investidor tenha os mes-
mos R$1.000,00 na data do vencimento. Com isso, o título que você comprou por
R$ 899,17, poderia passar para R$846,72 (valor que o investidor teria que inves-
tir nesse novo cenário, para ganhar 15% ao ano), fazendo seu título se desvalorizar
5,83% em um ano.

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Importante (Mais uma vez): Se você permanecer com seus investimentos até a
data de vencimento, você não terá nenhuma perda e o valor investido será
acrescido dos juros pré-acordados.

Agora, em um cenário inverso, se a economia for favorável e a taxa de juros prati-


cada nos títulos prefixados para 2020 cair para 3% ao ano (exemplo hipotético), o
inverso também acontecerá.

O mercado se sentirá atraído por um título pagando 4,99% em um cenário com


uma taxa bem menor e pagará um “prêmio” para também eliminar a diferença,
para, assim, o título continuar valendo R$1.000,00 no vencimento.

Com este movimento, seu título valerá R$965,41(valor que o investidor teria que
investir nesse novo cenário, para ganhar 5% ao ano), o que garante uma valorização
de 7,37% no ano.

Tesouro IPCA+
Anteriormente conhecido como NTN-B Principal (Nota do Tesouro Nacional – Sé-
rie B Principal), o Tesouro IPCA+ é um título cuja rentabilidade acompanha a va-
riação do IPCA, acrescido de uma taxa de juros previamente definida (por exemplo,
IPCA + 5%, ou 5% ao ano acima da variação apurada pelo IPCA).

O ponto forte deste título é proteger o investidor da perda do poder de compra cau-
sada pela inflação, pois ele garante um ganho real, acima da variação média de pre-
ços na economia.

Características do Tesouro IPCA+


- Proporciona um ganho real, pois o IPCA é acrescido de taxa de juros entre a
data da compra até o vencimento (ou resgate) do título;
- Possui um fluxo simples de pagamento, pois os juros são acumulados até o
vencimento (ou resgate) do título;
- Ideal para investidores que estejam na fase de acumulação de patrimônio para
a independência financeira, com objetivos de longo prazo.

Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais

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Anteriormente conhecido como NTN-B (Nota do Tesouro Nacional), o Tesouro
IPCA+ com Juros Semestrais é um título idêntico ao Tesouro IPCA+, porém os pa-
gamentos de juros são semestrais, ficando para o vencimento apenas a devolução do
valor investido e os juros do último semestre de investimento.

Características do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais:


- Pela forma de pagamento, o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais é um título
interessante para quem quer viver de rendimentos semestrais e manter o patri
mônio protegido de riscos;
- O investidor sabe exatamente a regra de cálculo do valor que vai receber no
futuro, que será o montante investido inicialmente acrescido dos juros do últi
mo semestre;
- Os primeiros pagamentos semestrais sofrerão maior tributação de renda, con
forme a tabela regressiva, que analisaremos nos próximos capítulos.

Ponto crucial para o Tesouro IPCA+


Assim como o Tesouro Prefixado, a rentabilidade fixa informada no momento da
compra do Tesouro IPCA+ é garantida somente se o investidor ficar com o título
até o seu vencimento. Vendendo-o antes disso, a rentabilidade poderá ser diferente.

Isso acontece porque o preço dos títulos é determinado pelo interesse dos investido-
res por eles (ou seja, pelo mercado), e pode oscilar conforme as expectativas de juros
pelos agentes financeiros. Um aumento na taxa de juros de mercado em relação à
taxa que foi comprada pelo investidor fará com que, em um determinado período, o
título tenha uma rentabilidade inferior à informada na compra. Uma queda na taxa
tem o efeito inverso.

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QUAL É O
MELHOR TÍTULO
PARA VOCÊ?
Não existe um título ideal para todas as pessoas. Em qualquer projeto de construção
patrimonial e aumento de riquezas, é preciso definir claramente os objetivos de uso
do dinheiro, para então adequar as melhores escolhas de investimentos que garan-
tam o sucesso desse projeto.

Mas, independentemente da modalidade que você escolher, existe uma que se encai-
xará na sua realidade. Por isso, elaborei uma lista esclarecedora para te auxiliar com
a sua escolha. Confira:

1) Preciso do dinheiro do investimento a qualquer momento, para necessi-


dades pontuais ou emergências ou para uma compra no curto prazo (até dois
anos).
O Tesouro Selic é o título mais recomendado para este caso, pois não sofre variações
no preço, apenas na rentabilidade, como qualquer outro investimento em renda
fixa. Portanto, não há o risco de perder dinheiro ao investir neste título.

2) Desejo resgatar o dinheiro em um período de 3 a 9 anos e quero saber exa-


tamente a taxa que receberei neste período.
Títulos do Tesouro Prefixado são os mais recomendados neste caso, pois possuem
uma taxa pré-determinada e os juros são pagos apenas no vencimento ou no resgate
do título. Títulos prefixados são indicados se você tem algo para comprar no futuro
e já tem hoje certeza do preço.

3) Planejo minha independência financeira e preciso proteger meu dinheiro


da inflação.
Por ser um investimento de longo prazo, o Tesouro IPCA é o título mais recomen-
dável, pois protege o seu poder de compra.

4) Quero utilizar os rendimentos dos meus investimentos.


A opção mais recomendada neste caso é o Tesouro IPCA com Juros Semestrais, pois
é um título pós-fixado indexado à inflação, também indicado para quem tem obje-
tivos de longo prazo, como a aposentadoria. A diferença é que o seu rendimento é
pago ao investidor a cada seis meses, e não somente na data de vencimento.

25
5) Preocupo-me com a tendência de queda da taxa de juros.
Se você tem objetivos de longo prazo e não quer perder uma oportunidade de queda
na taxa de juros, os títulos prefixados são os mais indicados, pois, além de “trava-
rem” uma taxa de juros mais alta que será praticada no futuro, eles podem se valori-
zar. É importante ressaltar que o ideal é investir com o objetivo de levar os investi-
mentos até a data de vencimento.

DICA: O ideal é começar com os investimentos mais conservadores – Tesouro Selic


ou talvez uma combinação do Tesouro Selic + Tesouro IPCA. Quem deseja viver de
renda, vai preferir os investimentos de pagamentos semestrais. Prefixado só é reco-
mendável com a orientação de especialistas e corretoras que já entendem do assun-
to.

26
TESOURO
DIRETO
NA PRÁTICA
Agora que já conhecemos os títulos oferecidos pelo Tesouro Direto e as característi-
cas de cada um deles, vamos analisar cuidadosamente o modelo de tabela de rendi-
mentos disponível na página oficial do programa do governo federal.

(http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-precos-e-taxas-dos-titulos)

Algumas observações sobre a tabela:

- Os títulos estão agrupados em sessões como “Indexados ao IPCA”, “Prefixa-


dos” e “Indexados à Taxa Selic”;

- Todos os títulos possuem o ano correspondente ao vencimento. Exemplo: Tesouro


Selic 2025, no qual 2025 é o ano de vencimento;

- Os títulos que possuem pagamentos semestrais estão com a descrição “com Juros
Semestrais”. Naqueles que não possuem essa descrição, o pagamento do valor inves-

28
tido acrescido de juros é pago na data do vencimento ou no resgate antecipado;

- Apesar dos valores aparentemente altos no campo “preço unitário”, é possível ini-
ciar investindo com o valor mínimo, apresentado no campo logo à esquerda;

- Quem investiu em Tesouro IPCA+ com vencimento em 15/08/2024, garantiu


uma rentabilidade de IPCA+ de 2,27% ao ano. Se o IPCA de um determinado ano
for, por exemplo, de 4%, a rentabilidade bruta do título será de 6,27% ao ano, sem
considerar a taxa de custódia, a taxa de agente e o Imposto de Renda sobre o inves-
timento;

- Entre os títulos do Tesouro IPCA, o mais rentável é o Tesouro IPCA +


2035 e Tesouro IPCA + 2045, com taxa de 3,17% ao ano. Isso gera umarentabili-
dade mensal de 0,26% ao mês acima da inflação, valor
considerado alto se comparado aos padrões mundiais;

- Quem investiu no Tesouro Prefixado 2025, garantirá um retorno de 6,19% ao


ano se o título for mantido até o vencimento. Se, por conta de novas percepções
econômicas, o mesmo título for vendido com uma taxa acima dessa taxa da tabela,
os títulos adquiridos sofrerão uma desvalorização. Ao mesmo tempo, se o inverso
ocorrer, acontecerá uma valorização;

- O Tesouro Selic tem uma taxa de0,02%, que é o valor do deságio na compra. Isso
significa que você receberá a taxa Selic com um acréscimo de 0,02% ao ano.

29
LIQUIDEZ DO
TESOURO
DIRETO
A liquidação do resgate no Tesouro Direto é diária, porém não imediata.
Caso o resgate seja realizado em dias úteis, de 00:00hrs às 18:00hrs, o dinheiro ficará disponí-
vel a partir das 13hrs no 1° dia útil posterior à solicitação do resgate.
Caso seja realizado entre 18:00hrs e 00:00hrs, ou em finais de semana e feriados, o resgate
será realizado a partir das 13hrs no 2° dia útil posterior à solicitação de resgate.
Outra vantagem do programa do Tesouro Direto12 é a possibilidade de fazer a programação
automática de novas aplicações, reinvestimentos de cupom de juros e reinvestimento de títu-
los vencidos.

A única exceção são as quartas-feiras em que ocorrem as reuniões do Comitê de Política Mo-
netária (Copom), onde são definidas mudanças na taxa Selic: nesses casos, apenas o Tesouro
Selic (LFT) fica disponível para compra. As vendas dos outros títulos são reabertas normal-
mente no dia seguinte.

31
TRIBUTAÇÃO DO
TESOURO
DIRETO
Imposto de Renda
O imposto cobrado sobre a rentabilidade do Tesouro Direto é semelhante ao dos
fundos de renda fixa. Segue a chamada Tabela Regressiva de Imposto sobre a Renda
Fixa, conforme apresentado no esquema abaixo:

· 22,5% – Sobre os rendimentos nas vendas, nos vencimentos de títulos e no


pagamento de cupons (pagamento semestral) ocorridos até 180 dias após a aplica-
ção;
· 20% – Sobre os rendimentos nas vendas, nos vencimentos de títulos e nos
pagamentos de cupons ocorridos entre 181 e 360 dias após a aplicação;
· 17,5% – Sobre os rendimentos nas vendas, nos vencimentos de títulos e pa-
gamento de cupons ocorridos entre 361 e 720 dias após a aplicação;
· 15% – Sobre os rendimentos nas vendas, nos vencimentos de títulos e paga-
mento de cupons ocorridos a partir de 721 dias (ou dois anos) da aplicação.

Importante: recomenda-se estar atento à data de aplicação dos recursos, registrando


essa informação de forma a resgatá-la facilmente no futuro, para que, diante da ne-
cessidade de venda de títulos (ou resgate da aplicação), você possa avaliar se é o caso
de aguardar alguns dias a mais – ou optar pelo resgate de outro título – para poder
se enquadrar em uma faixa tributária menos onerosa.

33
IOF
(Imposto sobre Operações
de Crédito, Câmbio
e Seguros)
IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros)
Caso o título seja vendido/resgatado antes de 30 dias após sua compra, o IOF será
cobrado sobre a rentabilidade, conforme apresentado na tabela abaixo:

O imposto já é calculado e retido pelo agente de custódia dos seus títulos (correto-
ra).

Para simular os encargos do seu investimento, você poderá utilizar o simulador dis-
ponibilizado pelo Tesouro Direto em https://www.tesourodireto.com.br/simulador/

35
CUSTOS PARA
INVESTIR NO
TESOURO
DIRETO
Ao acessar a página do Tesouro Direto, você encontrará apenas os retornos brutos
dos títulos. Ou seja, a taxa de 6,19% ao ano em um Tesouro Prefixado 2025 não in-
clui os demais custos de administração da operação. São eles:

1 – Taxa de Custódia = 0,25% ao ano.


Referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos
saldos, que é cobrada semestralmente, no primeiro dia útil de janeiro ou de julho, ou na
ocorrência de um evento de custódia (pagamento de juros, venda ou vencimento do
título). O que ocorrer primeiro.

2 – Taxa de administração = Cobrada livremente


É a taxa de serviço cobrada pela corretora. O ideal é procurar uma corretora que ofere-
ça um baixo custo ao mesmo tempo em que auxilie no seu aprendizado.

Como a taxa é estabelecida pela própria corretora, algumas optam por não cobrá-la.
Mas, como já ressaltei aqui, esta costuma ser uma estratégia de marketing para atrair
novos investidores e, assim, vender mais produtos. Fique de olho.

37
POUPANÇA VS.
TESOURO
DIRETO
Como você sabe, a Caderneta de Poupança é a modalidade de investimento mais
popular no Brasil. Não é exigido um valor mínimo para abrir uma conta, usá-la é
extremamente simples e ainda há isenção de Imposto de Renda e taxa de adminis-
tração e tarifas.

Segundo dados de Outubro de 2019 da página do Banco Central (www.bcb.gov.br),


mais de R$ 817 bilhões estavam aplicados nesta modalidade.

Para efeito de comparação, no mesmo período, o estoque investido em Tesouro Di-


reto era de R$ 58,1 bilhões. Uma evolução significativa quando comparada aos R$
20 bilhões de quatro anos antes, mas ainda distante do montante aplicado na mais
antiga modalidade de investimentos do país.

Mas, há tempos que a poupança deixou de ser uma boa alternativa disponível para
guardar o seu dinheiro. Seus rendimentos são inferiores aos de outros produtos de
renda fixa do mercado financeiro. Nos últimos anos, a Poupança só tem sido melhor
do que deixar dinheiro parado na conta – e, mesmo com a tendência de queda na
taxa de juros e queda do IPCA, ainda não proporciona ganhos significativos.

A seguir, listo as principais diferenças entre os dois produtos e o motivo que tem
levado tantas pessoas a migrarem suas aplicações da Poupança para os títulos do Te-
souro.

Rentabilidade
A Caderneta de Poupança é remunerada pela Taxa Referencial (TR) acrescida de
0,5% ao mês, equivalente a 6,17% ao ano. A Taxa Referencial é variável, divulgada
mensalmente pelo Banco Central.

Em maio de 2012, houve uma alteração na regra de rentabilidade da poupança.


Quando a Taxa Selic for igual ou menor a 8,5% ao ano, a remuneração será a Taxa
Referencial acrescida de 70% da Taxa Selic Mensal.

Já o Tesouro Direto possui cinco tipos de títulos disponibilizados (conforme apre-


sentado no capítulo anterior). Quanto maiores as taxas de inflação e de juros, mais
atrativos estes investimentos se tornam.

39
Segurança
A Caderneta de Poupança é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito. Isso sig-
nifica que, em caso de quebra ou intervenção da instituição financeira, o cliente tem
seus investimentos garantidos até o limite de R$250mil.

Isso costuma fazer brilhar os olhos de quem não tem o costume de investir. Simples
e seguro. Mas o Tesouro Direto possui ainda mais segurança. Na verdade, por fun-
cionar por meio da emissão de títulos pelo Tesouro Nacional, este é o produto mais
seguro do mercado financeiro.

É fácil observar isso: como já mencionei anteriormente, as próprias instituições fi-


nanceiras nas quais está aplicado o dinheiro da Caderneta de Poupança compram
títulos públicos para serem utilizados como lastro de garantia para operações interfi-
nanceiras.

Riscos
A Caderneta de Poupança possui um risco do qual não se pode escapar: a quebra da
instituição financeira. Claro, existe a garantia do Fundo Garantidor de Crédito para
até R$ 250 mil. Mas, se a instituição onde seu dinheiro está guardado quebrar e
você tiver mais do que esse valor, sairá no prejuízo. E bancos quebram.

O Tesouro Direto, por sua vez, não possui essa garantia específica. No entanto, por
estar diretamente atrelado à capacidade de pagamento do Tesouro Nacional, ele só
apresentaria riscos semelhantes ao da quebra de um banco se houvesse um colapso
de toda a economia do Brasil.

Neste caso, as próprias instituições financeiras estariam quebradas. E não há, nem
houve, nenhum sinal no horizonte, mesmo no auge da crise que enfrentamos nos
últimos anos, de que isso venha a acontecer.

Caso sua corretora de valores quebre, isso não será nem de longe um problema. Ela
é apenas uma intermediadora do investimento, por isso, em uma situação como
essa, você continuaria com a posse de todos os seus títulos.

40
Liquidez
Tanto a Caderneta de Poupança quanto o Tesouro Direto possuem liquidez diária,
portanto, podem ser vendidos ou sacados a qualquer momento. A diferença é que,
enquanto o recurso da primeira é disponibilizado imediatamente, os dos títulos do
governo levam um dia útil para ser liquidados. Por outro lado, recursos investidos
na Caderneta de Poupança são remunerados apenas na chamada data de aniversário,
ou seja, mensalmente no mesmo dia em que foi feita a aplicação. Ao resgatar pouco
antes da data de aniversário, a rentabilidade do último mês é perdida, fazendo da
Caderneta de Poupança uma péssima escolha para investimentos de curtíssimo pra-
zo.

41
PASSO A PASSO
PARA INVESTIR
Agora que você já conhece a fundo os detalhes sobre o Tesouro Direto, chegou a
hora de entender exatamente como iniciar um plano de investimentos nos títulos
públicos emitidos pelo governo.

Para isso, preparei um passo a passo para você seguir e fazer suas aplicações do zero.
Confira abaixo:

1) Primeiramente, você precisa ter CPF e conta corrente em alguma instituição


financeira;
2) A partir daí, escolha uma instituição financeira, que pode ser um banco ou
uma corretora, também chamada de Agente de Custódia, para intermediar suas
transações com o Tesouro Direto. No site do Tesouro Direto você encontra um link
com a relação de todas as instituições credenciadas para operar. Essa relação está na
forma de ranking, mostrando quais são as instituições mais utilizadas pelos investi-
dores.
3) Importante: leve sempre em consideração o custo/benefício (taxas + consultoria
para aprendizado) de cada corretora. A gratuidade é interessante, mas o aprendizado
e um bom serviço possuem custos;
4) Se optar por uma corretora, que costuma ser mais vantajosa do que um banco,
você terá um acesso semelhante ao que tem com os internet banking de bancos co-
merciais. É nesta página que você consultará sua posição e a rentabilidade de seus
investimentos.
5) Caso você escolha uma corretora ligada ao seu banco, seus investimentos serão
debitados diretamente da sua conta corrente. No entanto, se optar por uma correto-
ra independente, você precisará criar uma conta corrente na instituição para transfe-
rir os recursos via TED/DOC antes de executar a operação de investimento. Avalie
os custos dessas remessas de dinheiro para decidir;
6) Entre em contato com a instituição financeira escolhida e solicite seu cadastra-
mento no site do Tesouro Direto. Algumas corretoras já possuem um botão no pró-
prio ambiente mencionado no item 4, no qual você fará a solicitação;

43
7) Feito o cadastramento, você receberá uma senha provisória da B3 para o primeiro
acesso à área restrita do Tesouro Direto, em que são realizadas as operações de com-
pra e venda, assim como consultas a saldos e extratos. Você precisará trocar a senha
provisória por uma nova senha, que deverá conter entre 8 e 16 dígitos, composta
por letras, números e caracteres especiais.

Link : https://tesourodireto.bmfbovespa.com.br/portalinvestidor/

8) Para começar a investir, acesse o portal do Tesouro Direto e clique na opção “In-
vestir e Resgatar”;
9) Avalie qual investimento é mais adequado para o seu perfil e digite o valor deseja-
do para a aplicação. Você pode optar pela aplicação em um ou mais títulos (não há
limite para isso);
10) Atenção: antes de confirmar seu investimento, é fundamental que você se certi-
fique de que há saldo suficiente na sua conta corrente – ou na conta corrente da cor-
retora – e de que todas as informações passadas ao Tesouro Nacional estão corretas;
11) Para resgatar seus investimentos, vá ao menu principal e clique em “resgatar”;

44
12) Você pode optar pelo resgate imediato ou agendá-lo por meio da instituição
financeira em que o título está custodiado;
13) A partir daí, o site do Tesouro Direto exibirá na tela todos os títulos custodiados
na corretora. Basta escolher o valor do resgate e clicar em confirmar.

45
OUTROS CANAIS
PARA APLICAÇÃO
Além do portal apresentado acima, você pode investir o seu dinheiro através dos
seguintes canais:

No site da instituição financeira: algumas instituições habilitadas integraram seus


sites ao do Tesouro Direto, tornando-se agentes integrados. Isso significa que você
pode comprar e vender títulos públicos no site da própria instituição financeira, a
qualquer momento, com os mesmos preços e taxas do site do Tesouro Direto. Em
alguns casos, no entanto, pode haver um “delay” entre o site do Tesouro Direto (o
mais atualizado) e os valores dos títulos ficarem diferentes.

Através do aplicativo do Tesouro Direto (disponível para Android e IOS): com a sua
senha, você acessa a área restrita do site e realiza a compra, a venda, a programação
de investimentos, a consulta de extrato, entre outras transações.

47
MODALIDADES
DE APLICAÇÃO
Investimento Tradicional
O investimento tradicional refere-se às operações de compra e venda que podem
ser realizadas a qualquer momento do dia, dentro do período de funcionamento do
Programa.
Após o acesso à área restrita do investidor, por meio do site do Tesouro Direto ou do
site da sua instituição financeira, você escolherá, dentre os títulos disponíveis para
compra, aquele que melhor se encaixa à sua preferência. O valor da compra poderá
ser ajustado pela quantidade de títulos desejada ou pelo montante total a ser investi-
do.
A operação de venda é realizada da mesma maneira. Com a recompra diária, você
poderá vender seus títulos todos os dias para o Tesouro Nacional. Para isso, basta
acessar a área restrita do site e escolher a quantidade de títulos que deseja vender.

Investimento Programado
O investimento programado contempla o agendamento de compras e vendas, a re-
aplicação automática dos juros semestrais (cupons) e do valor a ser resgatado nas
datas de vencimento dos títulos. Ele representa uma significativa conveniência para
você planejar suas finanças.
No caso de novas compras, você pode agendar a compra de um título ou de uma
composição de títulos durante o período que determinar. A programação será feita
sempre pelo valor financeiro.
No agendamento de vendas é possível programar antecipadamente o dia de venda
de seus títulos para qualquer data, pela quantidade de títulos. As transações são rea-
lizadas com base nos preços e taxas vigentes do dia previsto para liquidação das ope-
rações programadas.
Nesta modalidade, você pode direcionar o dinheiro recebido no vencimento de um
título ou proveniente de cupom de juros automaticamente para uma nova aplicação
– basta indicar sua opção de compra do novo título. Além disso, você pode optar
por reinvestir tudo ou somente parte dos recursos recebidos.
Até um dia antes da data agendada para a realização da operação, todos os agenda-
mentos feitos podem ser consultados, cancelados ou alterados. Caso um determi-
nado título envolvido na programação deixe de ser ofertado, você será avisado por
e-mail e poderá refazer sua programação. Caso não altere seu agendamento, este será

49
cancelado.
As funcionalidades do investimento programado são disponibilizadas de acordo
com a opção de cada instituição financeira.

50
DECLARAÇÃO
DO IMPOSTO
DE RENDA
Como explicado anteriormente, o Imposto de Renda sobre o Tesouro Direto é re-
colhido automaticamente pela corretora e incide somente sobre o pagamento do
cupom, sobre as vendas e sobre os vencimentos dos títulos. Assim, o investidor já
recebe o valor líquido que tem à disposição e não precisa fazer nada em relação à
tributação.

Declarar também é bastante simples. Tudo o que você precisa fazer é ter em mãos
o informe de rendimentos enviado pela corretora – serviço obrigatório e gratuito.
Caso você não o tenha recebido pelos Correios, acesse a plataforma da instituição
financeira e procure pelo documento.

A seguir, ensino o passo a passo para você fazer sua declaração no programa IRPF
(Imposto de Renda Pessoa Física):

1) Entre na opção Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva:


2) Clique no botão Novo;
3) No campo “Tipo de Rendimento”, clique no botão acima de 06. Rendimentos
de aplicações financeiras
4) Na seção abaixo do campo Especificação, digite o nome e o CNPJ da corretora,
conforme consta no Informe de Rendimentos;
5) No campo Valor, digite o valor dos ganhos (rendimentos líquidos) no Tesouro
Direto, exatamente como consta no Informe de Rendimentos;
6) Se o Informe de Rendimentos mostrar apenas os campos Rendimentos Brutos e
Imposto Retido na Fonte, sem apresentar o líquido, utilize o valor resultado da dife-
rença entre eles.
6) Clique em OK
7) Se necessário, repita o procedimento dos passos 3 a 6 para incluir o rendimento
de títulos públicos no Tesouro Direto por meio de outras corretoras.

52
Como declarar o saldo investido no Tesouro Direto
O valor que deve ser declarado na seção de Bens e Direitos corresponde à soma do
montante investido sem taxas (de negociação e custódia).

No caso de vendas ou pagamentos de cupom, os valores investidos são atualizados


proporcionalmente. Confira a seguir o passo a passo:
1) Entre na opção Bens e Direitos;
2) Clique no botão Novo;
3) No campo Código, escolha a opção 45 – Aplicação de renda fixa (CDB, RDB
e outros);
4) No campo Discriminação, digite uma descrição contendo o tipo do investi-
mento (Títulos Públicos/Tesouro Direto), o nome e o CNPJ da corretora, conforme
consta no Informe de Rendimentos;

5) No campo Situação em 31/12/XXXX, onde XXXX é o ano da declaração em


questão, digite o valor do saldo investido no Tesouro Direto exatamente como cons-
ta no Informe de Rendimentos;
6) Clique em OK;
7) Se necessário, repita o procedimento dos passos 2 a 6 para incluir as aplicações
no Tesouro Direto por outras corretoras

53
DÚVIDAS
MAIS COMUNS
SOBRE TESOURO
DIRETO
Por que o site do Tesouro Direto sempre aplica um saldo menor do que o inicial-
mente planejado?
No Tesouro Direto, você compra títulos – e cada título tem seu preço. Você pode
comprar o título inteiro ou uma fração dele. Por exemplo, com o Tesouro Prefixado
ao custo de R$1.026,84, você consegue comprar apenas múltiplos de R$10,27.

Comprei Tesouro Selic e o valor do título foi reduzido nos primeiros dias.

Por conta possível ágio (valor adicional cobrado em operações financeiras) do título,
o preço de venda do Tesouro Selic tende a ser ligeiramente menor do que o preço de
compra, fazendo que o investidor tenha uma rentabilidade negativa nos primeiros
dias.

Posso retirar meu dinheiro a qualquer momento sem sofrer perdas?


Todos os títulos do tesouro direto, possuem uma data de vencimento. Isto quer di-
zer que após aquela data, o seu dinheiro retornará para a sua conta corrente corrigi-
do de juros. Independentemente do título, se aguardar o vencimento você não terá
perdas.
Caso queira resgatar antes do vencimento, os títulos atrelados à inflação e os pré-fi-
xados poderão sofrer perdas, como vimos nas sessões “O Ponto crucial do Tesouro
Prefixado” e “O Ponto crucial do Tesouro IPCA+”

O Tesouro Selic não possui perdas caso seja resgatado antes do vencimento.

Eu tenho uma conta em uma corretora e preciso pagar taxa de TED/DOC para
transferência. Tenho que considerar este valor no custo do investimento?
Sim. Para volumes pequenos, tarifas de TED/DOC podem tornar inviável o retorno
financeiro. Exemplo: uma tarifa de R$8,70 para um investimento de R$87,00. Isso
quer dizer que você teve uma despesa de 10% só no primeiro ano, ou seja, o rendi-
mento não compensa. Para investimentos pequenos, é interessante procurar bancos
que não cobram essa taxa de TED/DOC para transferir dinheiro para a corretora,
ou abrir conta na corretora do próprio banco. Este tipo de comodidade é normal-
mente oferecida por bancos digitais ou fintechs.

55
Existe diferença entre comprar títulos do governo no site do Tesouro Direto ou na
corretora?
Existem duas opções para compra de títulos do Tesouro Direto: diretamente com o
governo (daí o nome Tesouro Direto) ou pela corretora. E, naturalmente, há algu-
mas diferenças entre cada uma delas. Quando você compra diretamente pelo pro-
grama Tesouro Direto, o governo garante liquidez diária e recomprará seus títulos
sempre que você quiser vendê-los, enquanto que, com a corretora, somente ela pode
recomprá-los, o que faz você perder liquidez, já que ela o faz só for interessante para
os objetivos dela.

Essa diferença também ocorre em relação às taxas. No Tesouro Direto é cobrada


uma tarifa de 0,25% relativa àB3 , enquanto que, no caso das corretoras, essa taxa
não existe, apesar de ela poder cobrar uma taxa fixa.

Outra diferença entre as duas opções é em relação ao acompanhamento de seus ren-


dimentos. No Tesouro Direto, você consegue acompanhar a valorização e desvalo-
rização diariamente. Já a corretora só reconhece o ganho ou perda no vencimento
ou na liquidação. Além disso, o preço do título da corretora costuma ser um pouco
abaixo do Tesouro Direto.

O que acontece se o investidor fizer um investimento no Tesouro Direto e os seus


recursos não estiverem disponíveis na conta da instituição financeira até a data limi-
te?

De acordo com o regulamento do Tesouro Direto, no caso de ocorrência de não


pagamento de um investimento realizado no Tesouro Direto, o investidor, primeira-
mente, irá receber uma advertência por e-mail, alertando-o sobre o evento e sobre as
penalidades previstas em caso de reincidência.
Havendo reincidência, o investidor não poderá realizar aplicações no Tesouro Dire-
to por um prazo de 15 dias. A suspensão vai para 30 dias no caso de mais uma ocor-
rência de não pagamento e, em caso de três, passa a ser de 60 dias.
Se, após a advertência ou o término da suspensão, o investidor permanecer 60 dias
sem novas ocorrência de inadimplência, ele será autorizado a voltar a investir no
Tesouro Direto.

56
Se o investidor fizer somente o cadastro no Tesouro Direto e não efetuar nenhum
outro investimento, terá de pagar alguma tarifa mensal?
Não. O investidor só pagará taxas se fizer algum investimento em títulos.

Qual o valor mínimo para investir no Tesouro Direto?

O valor mínimo para aplicações corresponde a 1% do valor de face de um título.


Se o resultado deste cálculo for inferior a R$30,00, o sistema aumentará em 1%
(2%,3%...) o fator de multiplicação até que alcance o valor mínimo de R$30,00.
O valor mínimo de negociação de um título valendo, por exemplo, R$900,00, é de
R$90,00 ou 0,01 vezes 900.

Posso programar aplicações periódicas no Tesouro Direto?


Sim. No site do Tesouro Direto, na sessão “Investir”, há opção de programar paga-
mentos. A programação pode ser de um único investimento no futuro ou com uma
recorrência. É importante programar o aporte de fundos para a corretora, nos valo-
res indicados, para não ter problemas com insuficiência de fundos.

Por que algumas corretoras e bancos não cobram nenhuma taxa para administração
ou transação dos títulos do Tesouro Direto?
As corretoras utilizam a isenção do Tesouro Direto para atrair mais clientes e, assim,
apresentar outros portfólios de produtos. Lembre-se que você não é obrigado a ad-
quirir nenhum outro produto da corretora (nem mesmo o Tesouro Direto).

Se meu agente de custódia quebrar, eu perco o meu dinheiro?


A corretora é apenas um intermediador. Seus títulos estão custodiados pela Câmara
de Ações e Renda Fixa Privada (antiga CBLC - Câmara Brasileira de Liquidação e
Custódia), também administrada pela B3. Esse título ficará vinculado ao seu CPF
e a sua corretora é responsável apenas por intermediar a operação. Isso garante que
você acesse o seu investimento mesmo em caso extremo de falência.

Agora se você possuía algum saldo parado na conta corrente da corretora, ele pode

57
ser ressarcido pelo Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP) daB3 . Porém
o valor é limitado a R$ 120 mil por ocorrência.

O Tesouro Direto é garantido pelo FGC?


O Tesouro Direto não é garantido pelo FGC. Por serem títulos do governo, é o in-
vestimento mais seguro que existe no mercado.
Vale a pena investir em Tesouro Selic por alguns dias para pagar a fatura do cartão
de crédito depois?
O dinheiro parado em conta corrente ou aplicado em uma conta poupança por me-
nos de 30 dias renderá zero de juros. Por isso o Tesouro Selic (ou um bom Fundo
DI, onde a sua estratégia é investir em títulos públicos, com taxa zero de adminis-
tração) são boas opções para quem quer aplicar o dinheiro por poucos dias.

58
Esse guia foi elaborado com o objetivo de facilitar o acesso de
RECADO FINAL novos investidores àquele investimento que já costuma ser apeli-
dado pela mídia especializada como a Nova Poupança Brasileira.
A ideia de nova poupança nasceu do fato de títulos públicos su-
perarem a tradicional caderneta de poupança em todos os aspec-
tos relevantes: rentabilidade, segurança e liquidez.
Sim, é um investimento de maior complexidade, mas outro ob-
jetivo deste guia foi mostrar que essa complexidade serve para
prestar um serviço de investimento mais completo aos brasilei-
ros. Cabe a nós, para aproveitar essa oportunidade, adquirir o
03 - Introdução
conhecimento necessário para abraçar tal oportunidade.
Se o-que
03 O oque
impedia de avançar
é o Tesouro para escolhas melhores para a
Direto
construção de sua independência financeira era a dúvida ou a
03
falta- deCaracterísticas
conhecimento, esperobásicas do Tesouropara
ter contribuído Direto
iniciar seus
primeiros
03 - Selic investimentos.
vs. InflaçãoO conhecimento trabalhado neste guia
é suficiente para começar, e daqui para frente a prática se encar-
03 - Modalidades
regará de títulos
de lhe ensinar mais detalhes.
03
Como - Qual é o melhor
complemento título para ressalto
ao aprendizado, você que títulos públi-
cos devem ser parte de uma carteira inteligente de investimentos.
03 - Tesouro
Na verdade, Direto dos
na maioria na prática
casos deve ser a parte predominante
03 - Liquidez
de uma doinvestimentos.
carteira de Tesouro Direto
Para aprender como montar uma carteira eficiente de investi-
03 - Tributação do Tesouro Direto
mentos, faço o convite para estender seu aprendizado com a lei-
03
tura-doIOFlivro de minha autoria Investimentos Inteligentes (Edi-
tora Sextante) .
03 - Custos para investir no Tesouro Direto
Além disso, lembre-se de que uma boa carteira de investimen-
03 - Poupança
tos será aquela que vs. Tesouro
atende Direto de um bom projeto
às necessidades
de enriquecimento.
03 - Passo a passo Se você
para deseja aprender a montar um plano
investir
eficiente, seguro e blindado contra crises e imprevistos, faço o
03 - Outros
convite canaisopara
para conhecer aplicação
Programa Inteligência Financeira, onde
eu pessoalmente
03 - Modalidades ajudode a construir
aplicação e ajustar planos de alunos de
todo o mundo.
03 - Declaração
Sucesso do Imposto de Renda
e prosperidade!
03 - Dúvidas mais comuns sobre o Tesouro Gustavo
DiretoCerbasi

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