Você está na página 1de 10

TJ-SC - Apelação Cível : AC 20120299484 SC

2012.029948-4 (Acórdão)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO - DPVAT.


INDENIZAÇÃO POR MORTE. IRRESIGNAÇÃO ENVOLVENDO A COTA PARTE DEVIDA À
AUTORA. DE CUJUS QUE TINHA QUATRO FILHOS, SENDO QUE UM DELES TAMBÉM
VEIO A ÓBITO NO ACIDENTE DE TRÂNSITO. HIPÓTESE DE COMORIÊNCIA.
INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO SUCESSÓRIO ENTRE OS COMORIENTES. INDENIZAÇÃO
QUE DEVE SER RATEADA ENTRE OS TRÊS FILHOS. SENTENÇA MANTIDA, POR
FUNDAMENTO DIVERSO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Na hipótese de comoriência, com o passamento de pai e filho no mesmo acidente, não


se sabendo quem faleceu primeiro, presume-se que os óbitos foram simultâneos, fazendo com
que, entre os extintos, não se saiba quem é herdeiro de quem. Diante de tal cenário, tem-se
como ausente o vínculo sucessório entre ambos, devendo o patrimônio que cada um possuía
ser transferido para os seus respectivos herdeiros, como se entre os comorientes não
houvesse relação de parentesco.

Analisando a jurisprudência acima mencionada, trazendo inicialmente o conceito


de comoriencia; “O fenômeno jurídico da comoriência ocorre quando duas ou mais
pessoas morrem ao mesmo tempo e quando não é possível concluir qual delas morreu
primeiro, razão pela qual o direito trata como se elas tivessem morrido no mesmo
instante.” (Wikipédia, a enciclopédia livre)
Perante o artigo 6º do Código Civil que “a existência da pessoal natural termina
com a morte”, destacando-se assim a importância da indicação do momento da morte, já
que com a morte abre-se a sucessão.
Se duas pessoas ou mais morrerem no mesmo momento sem se poder indicar se
uma morte antecedeu a outra, essas mortes serão consideradas simultâneas.
O Código Civil, em seu artigo 8º, assim estabeleceu “Se dois ou mais indivíduos
falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
Traz a importância citada acima tendo a abertura da sucessão, a morte, a herança
do “de cujus”, designa a herança e transmite-se aos herdeiros legítimos e de testamento ,
lembrando que para que haja sucessão os herdeiros precisam estar vivos.
Valendo dizer que em caso de morte simultânea (comoriência), entre os dois ou
mais falecidos ao mesmo acidente não cabe dizer que existe herdeiros entre os mesmos.
Ensina Maria Berenice Dias:
“Não havendo a possibilidade de saber quem é herdeiro de quem, a lei
presume que as mortes foram concomitantes. Desaparece o vinculo
sucessório entre ambos. Com isso, um não herda do outro e os bens de cada
um passam aos seus respectivos herdeiros.”
Analisado e esclarecendo no caso mencionado, tendo a morte do pai e filho no
mesmo acidente de carro sem saber quem morreu primeiro, serão considerados
comorientes assim, não serão herdeiros entre si. Se os mesmo deixarem descendentes,
com base no artigo 1.829, C.C., lembrando que cada comoriênte deixará sua herança
sem contemplar o outro comoriênte, razão pela qual não se analisa o regime de bens.
Sendo assim, podemos concluir que os valores caberiam 50% aos irmãos e 50%
à mãe do filho falecido, para minimizar dissabores como estes, se indicassem
beneficiários antecipadamente não ocorreria tudo isso.
TJ-SP - Apelação : APL 40091405720138260576 SP
4009140-57.2013.8.26.0576 
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


Registro: 2015.0000678208

Processo: APL 40091405720138260576 SP 4009140-57.2013.8.26.0576


Relator(a): Viviani Nicolau
Julgamento: 16/09/2015
Órgão
3ª Câmara de Direito Privado
Julgador:
Publicação: 16/09/2015

Ementa

"APELAÇÃO CÍVEL.

Direito das Sucessões. Ação declaratória de indignidade. Demanda intentada com fundamento na hipótese
do art. 1.814, I do CC. Réu, autor de crime de homicídio contra a esposa e as duas filhas, absolvido na
esfera criminal, ante o reconhecimento de inimputabilidade por doença mental. Sentença de procedência,
que declara a indignidade. Inconformismo. Não acolhimento. A possibilidade de inclusão do agente que
cometeu o crime de homicídio na sucessão das vítimas avilta o fundamento ético da indignidade.
Irrelevância do reconhecimento da inimputabilidade, no âmbito criminal. Exclusão bem determinada.
Sentença mantida. Negado provimento ao recurso." (v.20396).

Analisando a jurisprudência acima mencionada, trazendo inicialmente o conceito


de indignidade; “Na esfera jurídica o significado e os efeitos da indignidade são mais
fortes e abrangentes que na linguagem comum. Na esfera do Direito brasileiro uma
indignidade é causa de deserdação, a exclusão do herdeiro de receber sua herança. São
exemplos de indignidade jurídica o homicídio doloso de ascendente, calúnia em juízo,
impedimento do autor da herança por meios violentos ou fraudulentos e o desamparo.
( art. 1815 do Código Civil brasileiro de 2002)” .” (Wikipédia, a enciclopédia livre).
Observando que o homicídio do 1814, I, é doloso. Como já mencionado, indigno
é quem comete o fato, mesmo não sendo culpado criminalmente, mesmo, pois sendo de
searas diferentes civil e penal como citado na jurisprudência exposta acima.
            A Características com seus efeitos da indignidade (obs: de regra estes efeitos ex
tunc, retroage ao momento da sucessão:
Vistos alguns itens importantes:
Não sendo automática, necessitando a sentença em julgado (1.815 ).
Se o indigno já obteve algum bem ou vantagem, o mesmo fica obrigado a
devolver os frutos da herança (art 1.817 C.C).
Indignidade possui efeito pessoal, só o herdeiro é atingido, a pena não
ultrapassa a pessoa do infrator (art 1.816 C.C).
Como leciona, SILVIO DE SALVO VENOSA :
“a inimputabilidade, que no juízo criminal afasta a punição, deve ser vista
aqui cum granum salis, isto é, com reservas (...) a afirmação peremptória de
que "quando falta a imputabilidade, não há indignidade" (Gomes, 1981:32)
deve admitir válvulas de escape, levando-se em conta, primordialmente, que
há um sentido ético na norma civil que extrapola o simples conceito legal de
inimputabilidade.”
A medida de segurança, segundo ensina MAGALHÃES NORONHA,
“como a pena, é sanção penal, já que não deixa de ser reação contra o ataque
ao bem jurídico. Ambas são manifestações do ius puniendi estatal, colimando
que o indivíduo que delinquiu e se revelou perigoso não torne a delinquir e
ambas são aplicadas jurisdicionalmente.’’
Sendo assim o recurso é plausível de negação, tornando a jurisprudência acima
exposta como real indigno, mesmo sendo por relatos de insanidade mental e gerando
caso de medida de segurança.
TJ-RS - Apelação Cível : AC 70071078927 RS

Dados Gerais

Processo: AC 70071078927 RS

Relator(a): Jorge Luís Dall'Agnol

Julgamento: 09/11/2016

Órgão Julgador: Sétima Câmara Cível

Publicação: Diário da Justiça do dia 11/11/2016

Ementa

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESERDAÇÃO.

Mostra-se possível o testador deserdar herdeiro necessário, pelo desamparo do ascendente por mais de 12
anos, que estava com enfermidade que lhe impossibilitava a locomoção. Ao herdeiro instituído, ou àquele
a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador. Inteligência
do artigo 1.965 do CC. Ausente prova de que o filho tenha realizado injúria grave contra o genitor, nem
que houve abandono na ocasião de doença grave a amparar a pretensão de reconhecimento da deserdação.
Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70071078927, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 09/11/2016).

Analisando a jurisprudência acima mencionada, trazendo inicialmente o conceito


de deserdação, sendo “a exclusão ou a privação que uma certa pessoa pode sofrer de
uma herança ou sucessão, que anteriormente lhe era devida”. (Wikipédia, a enciclopédia
livre).
Deserdação Segundo PAULO NADER
“deserdação é a penalidade imposta pelo auctor hereditatis a herdeiro
necessário, mediante justificativa em clausula testamentaria, visando a
exclusão da sucessão em decorrência da pratica de ato moralmente
censurável e catalogado na Lei Civil. Além das causas de exclusão de
herdeiros ou legatários, previstas no art. 1814 e objeto de Estudo anterior,
autorizam a deserdação às faltas relacionadas nos arts. 1962 e 1963 do
Código Civil. Quaisquer outros fundamentos além dos enumerados
legalmente será ineficaz, pois o elenco de causas e numerus clausus. Nem se
admite a interpretação extensiva ou analogia.’’
A deserdação atingem apenas os herdeiros necessários ou forçosos, isto é,
descendentes, ascendentes e cônjuge. Deixando claro que a exclusão do herdeiro ou
legatário deve ser declarado por sentença (art. 1815, CC), e ainda que são pessoais os
efeitos da exclusão, sendo assim, os descendentes do herdeiro excluído assumem s o seu
lugar na abertura da sucessão como se morto fosse. Cabendo ressaltar que existe a
possibilidade do perdão do autor da herança em testamento, habilitando novamente o
indigno a receber herança (art 1818, CC).
Causas próprias de deserdação para descendentes e ascendentes

A deserdação são divididas em 2 grupos:

Primeiro se fala em causas próprias de deserdação para os descendentes, depois


das causas para a deserdação para os ascendentes. A primeira modalidade, no que tange
aos descendentes, conforme esta disposto no artigo 1.969 do Código Civil apresenta um
rol taxativo de atos em que o descendente pode vir a praticar para que seja deserdado.
São eles:
1- Ofensa Física: É a lesão corporal. Ocorre toda vez em que o
filho pratica ofensas ficas contra o pai. Não há aqui necessidade de dolo
ou culpa e é admitida qualquer tipo de lesão.
2- Injúria Grave: Nesta modalidade, a injuria praticada deve ser
na forma grave. Não há aqui necessidade de ação penal, o que difere da
indignidade.
3- Relações Ilícitas com a madrasta ou com o Padrasto: O filho
pode ser deserdado caso venha a ter relações sexuais com a mulher de
seu pai.
4- Desamparo do ascendente em alienação mental ou em grave
enfermidade: caso o filho ou neto venha a desamparar o seu pai ou avô
nos casos de alienação mental ou grave enfermidade, este poderá ser
deserdado.
Com exceção das relações ilícitas com a madrasta ou padrasto, que apenas pode
ser praticado pelo filho do autor da herança, todos os atos podem vir a ser praticados por
qualquer descendente.
Já o artigo 1.963 nos traz as causas de deserdação dos ascendentes para os
descendentes. São elas
1 - Ofensa Física
2 - Injúria Grave
3 - Relações Ilícitas com a mulher  ou companheira do filho ou neto, ou
com o marido ou companheiro da filha ou da neta.
4 – Desamparo do filho ou do neto com deficiência mental ou grave
enfermidade.
Após a abertura do testamento em que o herdeiro foi declarado deserdado,  no
prazo de quatro anos a contar da abertura do testamento, cabe ao herdeiro instituído, ou
aquele em que se aproveitar da deserdação, provar a veracidade da causa alegada pelo
testador. É importante lembrar também que a deserdação deve ser expressa e não há o
perdão do deserdado.
A segundo diferença se dá na fonte de cada um, a indignidade decorre da lei
enquanto a deserdação é uma pena aplicada pelo autor da herança em testamento ao
sucessor que tenha praticado qualquer ato dos artigos 1.962 e 963 do código civil.
Sendo assim o recurso é plausível, analisando o art 1.965 CC que “Ao herdeiro
instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da
causa alegada pelo testador”. Pois na jurisprudência mencionada acima, não se tem
indícios contrários conforme todos artigos e citações expostas acima.
Direito de Família: Alienação Parental

TJ-RS - Apelação Cível : AC 70063718381 RS


Dados Gerais

Processo: AC 70063718381 RS

Relator(a): Jorge Luís Dall'Agnol

Julgamento: 27/05/2015

Órgão
Sétima Câmara Cível
Julgador:

Publicação: Diário da Justiça do dia 01/06/2015

Ementa

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE GUARDA. ALIENAÇÃO PARENTAL.


DEFERIMENTO DA GUARDA AO GENITOR. INTERESSE DO MENOR.

A guarda deve atender, primordialmente, ao interesse do menor. Verificado que o menor sofre com os
conflitos provocados pelos genitores e que houve atos de alienação parental objetivando afastar o menino
do contato paterno, deve ser mantida a sentença que alterou a guarda em favor do genitor, que, segundo
laudo social, possui condições para tanto. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70063718381,
Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em
27/05/2015).

Analisando a jurisprudência acima mencionada, trazendo inicialmente o conceito


de Alienação Parental, consiste na interferência psicológica provocada na criança ou
adolescente por um dos seus genitores contra outro membro da família que também
esteja responsável pela sua guarda e vigilância.
“A chamada Síndrome de Alienação Parental (abreviada como SAP) é um termo
criado por Richard A. Gardner no início de 1980 para se referir ao que ele descreve
como um distúrbio no qual uma criança, numa base contínua, cria um sentimento de
repúdio a um dos pais sem qualquer justificativa, devido a uma combinação de fatores,
incluindo a doutrinação pelo outro progenitor (quase exclusivamente como parte de uma
disputa da custódia da criança) e as tentativas da própria criança deformar a imagem de
um dos pais. Gardner introduziu o termo em um documento de 1985, descrevendo um
conjunto de sintomas que tinha observado durante o início de 1980. ” (Wikipédia, a
enciclopédia livre).

Para (MADALENO E MADALENO, 2013, p. 42)


“Trata-se de uma campanha liderada pelo genitor detentor da guarda da prole,
no sentido de programar a criança para que odeie e repudie, sem justificativa,
o outro genitor, transformando a sua consciência mediante diferentes
estratégias, com o objetivo de obstruir, impedir ou mesmo destruir os
vínculos entre o menor e o pai não guardião, caracterizado, também, pelo
conjunto de sintomas dela resultantes, causando assim, uma forte relação de
dependência e submissão do menor com o genitor alienante. E, uma vez
instaurado a assedio, a própria criança contribui para a alienação”.
No Brasil, a alienação parental é considerada um crime, conforme previsto na lei
nº 12.318, de 26 de agosto de 2010 (conhecida por “Lei da Alienação Parental”).
Entre as ações que tipificam a alienação parental, conforme estabelecido no
artigo 2º da lei, está:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no
exercício da paternidade ou maternidade; 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência
familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes
sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de
endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou
contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a
dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com
familiares deste ou com avós. 
Ainda de acordo com a lei, a desqualificação de um dos progenitores através da
alienação parental deve ser punida em proporção com a gravidade do caso, que pode ser
desde uma advertência formal ao alienador até o pagamento de multas e suspensão da
autoridade parental.
Gardner (2002) esclarece que:
“A síndrome da alienação parental é um distúrbio da infância que aparece
quase que exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças.
Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos
genitores, uma campanha feita pela própria criança que não tenha nenhuma
justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a
“lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuições da própria
criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência
parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser
justificada, e assim a explicação da Síndrome da Alienação Parental para a
hostilidade da criança não é aplicável.”
Analisando as questões expostas na apelação citada acima, vimos que ambos os
pais possuem condições semelhantes para evolução e criação de ambos os filhos,
inicialmente o genitor devido há acumulo de trabalho proporcionava a visitação dos
filhos 2x ao mês, assim, agora com a estabilidade de horários e analise psicológica dos
filhos sendo os filhos com 13 e 15 anos, já possuindo ciência de escolha o de 15 anos
opta por alternar sua guarda e moradia, assim não querendo viver mais com a genitora, a
sentença por se expressar iguais condições de ambos os genitores e considerando fatos
já vividos, a sentença não alterou o regime atual, mesmo não possuindo itens que se
assemelham com dissabores de convivência paterna.

Você também pode gostar