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WENDELL LÉO

ÉTICA
Ética nas Organizações

Para que haja conduta ética, é preciso que exista o agente


consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre o bem e o
mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício.

A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também se


reconhece como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas, e de
agir em conformidade com os valores morais, sendo, por isso, o
agente responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas
consequências do que faz e sente.

Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida


ética.
O Conceito de Ética

Ética tem origem no grego “ethos”, que significa modo de ser. A


palavra moral vem do latim ¨mos¨ ou ¨mores¨, ou seja, costume
ou costumes. A primeira é uma ciência sobre o comportamento
moral dos homens em sociedade e está relacionada à Filosofia.

Sua função é a mesma de qualquer teoria: explicar, esclarecer ou


investigar determinada realidade, elaborando os conceitos
correspondentes.
A segunda, como define o filósofo Vázquez, expressa “um
conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que
regulam o comportamento individual dos homens”.
O Conceito de Ética

Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabe formular juízo


valorativo, mas, sim, explicar as razões da existência de
determinada realidade e proporcionar a reflexão acerca dela.

A moral é normativa e se manifesta concretamente nas diferentes


sociedades como resposta a necessidades sociais; sua função
consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e entre
estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem
social.
O Conceito de Ética

Moral x Imoral x Amoral

Ético x Antiético x Aético


O Conceito de Ética
1- Disciplina filosófica: que tem por objeto a moral ou a moralidade.
Moral: Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, éticas, quer de
modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa
determinada, ou seja, regras estabelecidas e aceitas pelas comunidades humanas
durante determinados períodos de tempo.

“A moral tem por objeto o comportamento humano regido por regras e valores
morais, que se encontram gravados em nossas consciências, e não existe nenhum
código. É apenas comportamento resultante de decisão da vontade que torna o
homem, por ser livre, responsável por sua culpa quando agir contra as regras
morais.”

Ex. A corrupção é um ato que vai contra a moral.


Imoral: contra uma moral ou a idéia moral vigente. Muitas vezes, o indivíduo que
questiona uma ética dominante tem idéias morais próprias ou diferentes.
Amoral: sem moral (aquém ou além dela), mas não contra uma ou outra moral.
O Conceito de Ética

Moralidade: Qualidade do que é moral. Sistema de regras,


valores, ideais e princípios que corresponde ao padrão ético
geral de uma sociedade, isto é, comum a todos e de
conhecimento de todos. A moralidade é, substancialmente, um
sistema de exigências mútuas que tem a finalidade de garantir
o respeito aos vários interesses dos indivíduos que compõem
uma sociedade. Assim, enquanto a moral é a designação de um
conjunto de princípios, normas, imperativos ou idéias morais
de uma época ou de uma sociedade determinada, a moralidade
se refere ao conjunto de relações efetivas ou atos concretos
que adquirem um significado moral com respeito a “moral”
vigente.
O Conceito de Ética

2- Ética profissional: padrão a que determinado conjunto de


pessoas (geralmente definido em termos profissionais) está
submetido na medida em que atua como médico, jornalista,
servidor público, administrador, etc. Naturalmente, esse padrão
restrito ao grupo a que se dirige deve, ao ser fixado, respeitar dois
limites: o limite imposto pela lei (não faz, obviamente, sentido
tentar usar esse padrão para legitimar ações ou comportamentos
ilegais) e o limite imposto pelo padrão mais geral da sociedade a
que pertence esse grupo (igualmente, não é aceitável que o
padrão ético de um grupo dentro da sociedade mais ampla use
esse padrão para criar exceções éticas para si mesmo).
O Conceito de Ética

3- Ética no sentido valorativo: quando dizemos de uma pessoa que ela é


“ética” estamos, em geral, aprovando-a, isto é, estamos dizendo: essa
pessoa age de forma correta, boa, aceitável, etc. Como são fácil de ver, os
dois últimos sentidos de “ética” estão intimamente ligados: quando
aprovamos a atuação, por exemplo, de um médico ou de um jornalista,
dizendo que ele é “ético”, estamos querendo dizer que segue o padrão que
define sua atuação como médico ou jornalista.
Quando se fala de ética no serviço público o que se exige é que a atuação
dos servidores seja “ética”, no sentido valorativo apontado acima. Ou seja:
não basta que exista o padrão, é necessário – e esse é o sentido mais sério
da exigência – que o padrão seja efetivamente seguido e que isso
transpareça de fato na atuação do serviço público.
Princípios da Adm. Pública que norteiam a Ética nas
Organizações Públicas

Valor da Legalidade - implica reconhecer na lei uma das mais importantes


condições de possibilidade da vida em comum. Em um Estado cujo
ordenamento jurídico pode ser minimamente caracterizado como correto
(ou seja, as normas jurídicas têm origem em um processo legítimo, estão
postas em uma estrutura que as relaciona e lhes dá sentido, respeitam
princípios gerais de justiça, etc.), seguir as leis é garantia da liberdade no
sentido político. O compromisso do serviço público com a lei é ainda mais
estreito: é o serviço público, afinal, que é responsável por traduzir uma boa
parte desse sistema público de regras em ações. Não pode, assim, deixar de
orientar-se pelo valor fundamental do respeito às leis – pelo valor da
legalidade – sem negar sua própria razão de ser, sem negar o compromisso
implícito que, de certa forma, presidiu sua instituição.
Princípios da Adm. Pública que norteiam a Ética nas
Organizações Públicas

Valor da Impessoalidade - o serviço público deve caracterizar-se pela


impessoalidade, isto é, as relações em que está de algum modo envolvido
são de caráter diferente das que caracterizam o domínio privado. Enquanto
nesse domínio as relações são frequentemente caracterizadas pela
diferença, pelas preferências, no serviço público deve ser impessoal.
Significa dizer que essas preferências, esses privilégios, essas diferenças não
são de domínio público justamente porque, nesse domínio, trata-se daquilo
que é comum, trata-se daquilo que é devido a cada um não do ponto de
vista particular de suas peculiaridades, mas do ponto de vista geral da
cidadania. O valor da impessoalidade, assim, vem acompanhado de perto
pelos valores da igualdade e da imparcialidade. Todos são iguais no sentido
em que todos têm o mesmo valor como pessoas morais ou como cidadãos
e, assim, merecem, em princípio, o mesmo tratamento.
Princípios da Adm. Pública que norteiam a Ética nas
Organizações Públicas

Valor da Moralidade – O padrão que define a conduta ética dos servidores


públicos não pode ir de encontro ao padrão ético mais geral da sociedade.
Esse padrão ético mais geral resume a moralidade vigente em uma
sociedade. É, tal como o ordenamento jurídico, um sistema público de
valores, princípios, ideais e regras. E, ainda tal como o ordenamento
jurídico, é outra condição de possibilidade da vida em comum. A falta de
respeito a esse padrão implica, portanto, uma violação direta da confiança
depositada pelo público, uma vez que atenta contra aquilo mesmo que
torna possível sua existência como comunidade.
Princípios da Adm. Pública que norteiam a Ética nas
Organizações Públicas

Valor da Publicidade - tornar público para a sociedade às ações realizadas


pelo serviço público (órgãos, instituições). A esse valor podemos associar,
por exemplo, a ideia de transparência e a da necessidade de prestar contas
diante do público. (3 fatos que impedem a publicidade: segurança da nação,
investigação policial, contra os interesses do Estado).

Valor da Eficiência- é uma obrigação do serviço público, assumida diante


daqueles que o mantêm – diante do público, portanto –, ser o mais eficiente
possível na utilização dos meios (públicos) que são postos à sua disposição
para a realização das finalidades que lhe cabem realizar. A confiança do
público varia também em função da eficiência do serviço que lhe é
prestado.
Ética nas Organizações com base na Organização do Trabalho

1 – Uso de práticas baseadas em evidências: Aplicar a orientação com base em


impactos já demonstrados e eliminar barreiras desnecessárias nos procedimentos.
2 – Capacidade de adaptação: Ser flexível para enfrentar as mudanças de condições
comuns na prestação de serviços.
3 – Ligações com outros serviços e locais: Melhoria dos sistemas internos e externos
de referência dos usuários do serviço.
4 – Maximização do uso de informações: Coleta, registro, comunicação e aplicação
das informações mais corretas e da forma mais eficaz.
5 – Fatores físicos: Estímulo ao pessoal para ser mais criativo no uso do espaço
disponível nas unidades de serviço e para garantir a existência de suprimentos.
6 – Horário e programa dos serviços: Adaptação do horário de funcionamento do
serviço, da programação e do acompanhamento de forma a atender as necessidades
tanto dos usuários do serviço como dos servidores.
Ética nas Organizações com base na Organização do Trabalho

7 – Fluxo dos usuários: Redução dos tempos de espera e melhoria dos


esquemas de circulação, dosando e ajustando o volume e o fluxo dos
usuários.

8 – Divisão e definição do trabalho: Definição muito clara das


responsabilidades e funções do pessoal, das linhas de comando e das
estruturas de gestão.

9 – Fatores sociais: Exercer liderança, motivar e encorajar o


desenvolvimento de habilidades e relações humanas positivas.
Regras Deontológicas que embasam os principais decretos
sobre Ética

Deontologia (do grego deon: "dever, obrigação" + logos,


"ciência"), na filosofia moral contemporânea, é uma das teorias
normativas segundo as quais as escolhas são moralmente
necessárias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre as
teorias morais que orientam nossas escolhas sobre o que deve
ser feito.
O termo foi introduzido em 1834, por Jeremy Bentham, para
referir-se ao ramo da ética cujo objeto de estudo são os
fundamentos do dever e as normas morais. É conhecida
também sob o nome de "Teoria do Dever".
(Perito/INSS/2006) Tendo em vista as regras deontológicas e os deveres do servidor
público federal, objeto de seu Código de Ética, é correta a afirmação de que:
a) a existência de longas filas ou atrasos na prestação de serviço caracterizam mera
ineficiência dos responsáveis, e especialmente do órgão público, mas não implicam
em dano moral.
b) toda ausência do servidor de seu local de trabalho é considerada desmoralização
do serviço público e sempre conduz à desordem em relação de qualquer natureza.
c) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser
entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu
maior patrimônio.
d) é dever do servidor público, entre outros, ter consciência de que seu trabalho é
regido tão-somente pelos princípios estatutários constantes no regime jurídico único
que se materializam na prestação do serviço público.
e) a probidade e a lealdade são deveres acessórios do servidor público, que estando
diante de duas opções, deverá escolher sempre a melhor e mais vantajosa para o
bem individual.

Gabarito: C
Exercícios
Uma ética deontológica é aquela construída sobre o princípio do dever.
C
A ética ocupa-se basicamente de questões subjetivas, abstratas e essencialmente de
interesse particular do indivíduo.
E
Os códigos de ética determinam o comportamento dos agrupamentos humanos e,
por essa razão, cada profissão pode ter seu próprio código.
C
O comportamento profissional é influenciado pela ética e pelo aprendizado contínuo
e pode variar de indivíduo para indivíduo.
C
Atender plenamente ao código de ética da empresa é condição necessária e
suficiente para que um profissional seja eficiente e eficaz.
E
A palavra "ética" é derivada do grego ethos e significa "modo de ser" ou "caráter" o
que implica, necessariamente, um juízo de valor sobre os desvios atávicos da
conduta do homem em sociedade.
E
Decreto 1.171/94
Os servidores públicos federais respondem ao Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 1.171/94).

Este Código de Ética aplica-se aos servidores da Administração Pública federal direta,
autárquica e fundacional, bem como aos empregados das sociedades de economia
mista e das empresas púbicas (órgãos e às entidades da Administração Pública
Federal, direta ou indireta).

Com efeito, as empresas estatais federais, independentemente de explorarem


atividade monopolizada ou não, sujeitam-se às regras do Código de Ética, assim
como seus dirigentes e empregados.

Não sujeitam-se a esse Código:


• Militares
• Servidores dos Poderes Legislativo ou Judiciário
• Servidores dos Poderes Executivos Estaduais, Distritais ou Municipais
Ética no Poder Executivo Federal
Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público
todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem
retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor
onde prevaleça o interesse do Estado (item XXIV).
De acordo com o art. 24 do Decreto nº 6.029/07, as normas do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal aplicam-se, no que
couber, aos agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de licença.
Por fim, nos termos do art. 15 do Decreto nº 6.029/07, todo ato de posse,
investidura em função pública ou celebração de contrato de trabalho dos agentes
públicos deverá ser acompanhado da prestação de compromisso solene de
acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
Decreto 1.171/94 – Regras Deontológicas
Em linhas gerais, tais regras estão relacionadas à dignidade, ao decoro, ao zelo, à
honestidade, ao respeito ao cidadão, à cortesia, à boa vontade etc. Eis as 13 regras
deontológicas (valores):
I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais.
II. O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente
entre o honesto e o desonesto.
III. A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum.
IV. A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
Decreto 1.171/94 – Regras Deontológicas
V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser
entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar.
VI. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra
na vida particular de cada servidor público.
VII. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse
superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII. Toda pessoa tem direito à verdade.
IX. A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público
caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral.
Decreto 1.171/94 – Regras Deontológicas
X. Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao
setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou
qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas
atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano
moral aos usuários dos serviços públicos.
XI. O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores,
velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
negligente.
XII. Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de
desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas
relações humanas.
XIII. O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,
respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento
e o engrandecimento da Nação.
Decreto 1.171/94 – Principais Deveres
São deveres fundamentais do servidor público (item XIV):
a) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de
que seja titular;
b) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou
procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias (atrasadas,
demoradas), principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário;
c) Ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum; Quando estiver diante de duas opções, é dever do
servidor escolher, sempre, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. A
escolha não será feita em função do interesse do governo.
d) Jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos
bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
e) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de
comunicação e contato com o público;
Decreto 1.171/94 – Principais Deveres
f) Ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
g) Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e
as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer
espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano
moral;
h) Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra
qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; Não é
dever do servidor abster-se de denunciar os superiores hierárquicos.
j) Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da
vida e da segurança coletiva;
Decreto 1.171/94 – Principais Deveres
l) Ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos
ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato
contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
n) Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais
adequados à sua organização e distribuição;
o) Participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do
exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
p) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
r) Cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as
tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
s) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito;
Decreto 1.171/94 – Principais Deveres
t) Exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; O servidor não
pode utilizar-se, a todo tempo, das prerrogativas funcionais que lhe sejam
atribuídas.
u) Abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com
finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
v) Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste
Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
Decreto 1.171/94 – Principais Vedações
O Código de Ética cuida de comportamentos vedados, os quais, geralmente,
correspondem as condutas que são qualificadas como crime contra a administração
pública, como atos de improbidade administrativa ou como infrações disciplinares.
Assim, é vedado ao servidor público (item XV):

a) O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências,


para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
b) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que
deles dependam;
c) Ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a
este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
Decreto 1.171/94 – Principais Vedações
e) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu
conhecimento para atendimento do seu mister;

f) Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses


de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira,


gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si,
familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para
influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para


providências;
Decreto 1.171/94 – Principais Vedações
i) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em
serviços públicos;

j) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular; Essa conduta


pode configurar ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento
ilícito, bem como infração disciplinar;

l) Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer


documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
Decreto 1.171/94 – Principais Vedações
m) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço,
em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; Essa regra se aplica
mesmo quando a informação afetar interesse do próprio servidor.

n) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a


honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de


cunho duvidoso.
Decreto 1.171/94 – Comissões de Ética
Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta
autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições
delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética.

Cada Comissão de Ética será encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética


profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
susceptível de censura.

À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do


quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito
de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público (item XVIII do Código de Ética).

As comissões de ética foram regulamentadas pelo Decreto 6.209/07.


Decreto 1.171/94 – Comissões de Ética
A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus
integrantes, com ciência do faltoso.

Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público


todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem
retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor
onde prevaleça o interesse do Estado.

As comissões de ética foram regulamentadas pelo Decreto 6.209/07.


Decreto 1.171/94 – Comissões de Ética
(AFT/2006) Ética no Setor Público pode ser qualificada como:
I. agir de acordo com o que está estabelecido em lei e, também, com os valores de justiça e
honestidade.
II. responsabilidade do servidor público por aquilo que fez e, também, por aquilo que não fez
mas que deveria ter feito.
III. equilíbrio entre a legalidade e finalidade do ato administrativo, visando à consolidação da
moralidade administrativa.
IV. não omitir a verdade, ainda que contrária aos interesses da Administração.
V. respeito ao cidadão, não protelando o reconhecimento dos seus direitos nem criando
exigências além das estritamente necessárias.
Estão corretas:
a) apenas as afirmativas I e V.
b) apenas as afirmativas I, III e V.
c) apenas as afirmativas III e V.
d) apenas as afirmativas II e V.
e) as afirmativas I, II, III, IV e V.

Gabarito: E
(Técnico/ANEEL/2006) Ética no setor público pode ser qualificada como:
I. atuação de acordo com a confiança que a sociedade deposita nos agentes públicos.
II. conjunto de valores e regras estabelecidos com a finalidade de orientar a conduta dos
servidores públicos.
III. observância de valores como honestidade, dignidade, integridade, cortesia e zelo, entre
outros.
IV. transparência dos atos praticados, de modo a proporcionar aos cidadãos o conhecimento
das razões que levaram à adoção de decisão do interesse público, num sentido ou noutro.
V. não revelar a verdade que contrarie os interesses do governo.

Estão corretas:
a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
b) apenas as afirmativas I, II, III e IV.
c) apenas as afirmativas II, III, IV e V.
d) apenas as afirmativas II, III e IV.
e) apenas as afirmativas IV e V.

Gabarito: B
(Perito/INSS/2006) Tendo em vista as regras deontológicas e os deveres do servidor
público federal, objeto de seu Código de Ética, é correta a afirmação de que:
a) a existência de longas filas ou atrasos na prestação de serviço caracterizam mera
ineficiência dos responsáveis, e especialmente do órgão público, mas não implicam
em dano moral.
b) toda ausência do servidor de seu local de trabalho é considerada desmoralização
do serviço público e sempre conduz à desordem em relação de qualquer natureza.
c) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser
entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu
maior patrimônio.
d) é dever do servidor público, entre outros, ter consciência de que seu trabalho é
regido tão-somente pelos princípios estatutários constantes no regime jurídico único
que se materializam na prestação do serviço público.
e) a probidade e a lealdade são deveres acessórios do servidor público, que estando
diante de duas opções, deverá escolher sempre a melhor e mais vantajosa para o
bem individual.

Gabarito: C
Julgue as situações abaixo e assinale a única opção correta:
I - Pedro, servidor público, tem disponível em sua sala de trabalho dois
computadores. Ele é o único usuário dos equipamentos, e sempre utiliza o
computador que tem o pacote Office 2003 instalado, pois pela sua pratica no
software, executa os trabalhos com mais rapidez, atendendo assim aos anseios
do novo perfil do servidor público, que além de ético, deve atender ao cidadão
com perfeição e rapidez. No entanto, o outro computador possui instalado o
pacote Office 2010, software este que Pedro não consegue lidar com a mesma
rapidez que com o Office 2003. Nesta situação, Pedro, por não utilizar o Office
2010 tem uma postura anti-ética em relação do Decreto 1.171.
II - João é servidor público, e atende aos cidadãos de forma rápida, com muita
cortesia e muita atenção. Neste comportamento profissional, pode-se dizer que
João pratica a eficácia no atendimento.
III - Não se limitar à distinção entre o bem e o mal, mas também ter foco no bem
comum é uma obrigação do servidor público de forma geral, com base no
princípio constitucional da legalidade e também presente no Decreto 1.171.
IV - O servidor público jamais poderá desprezar o elemento ético de sua
conduta. Assim, terá sempre que decidir entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto.
V - O servidor público deve resistir a todas as pressões de superiores
hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter
quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de
ações morais, ilegais ou aéticas.
(A) Estão falsas apenas as questões I, II, III e IV.
(B) Estão falsas apenas as questões II, III, IV e V.
(C) Todas as opções são falsas.
(D) Todas as questões são verdadeiras.
(E) São verdadeiras apenas as questões I e V.
(AFT/2006) De acordo com o Decreto n. 1.171/1994 (Código de Conduta do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público:
I. determinar a um servidor que lhe é subordinado que vá ao banco pagar suas
contas pessoais (contas do mandante).
II. informar a um amigo sobre ato de caráter geral que está para ser publicado, cujo
teor o beneficia (o amigo), mas que ainda é considerado assunto reservado no
âmbito da Administração Pública.
III. exercer atividade no setor privado.
IV. ser membro de organização que defende a utilização de crianças como mão-de-
obra barata.
V. representar contra seus superiores hierárquicos.
Estão corretas:
a) apenas as afirmativas I, II e IV.
b) as afirmativas I, II, III, IV e V.
c) apenas as afirmativas I e IV.
d) apenas as afirmativas I, II, IV e V.
e) apenas as afirmativas II e IV.

Gabarito: A

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