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Afetividade e construção

de valores no mundo
atual

Israel Rocha Brandão, Prof. Dr.


Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA-CE)
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Afetividade e Participação Comunitária
afetar.blogspot.com
Sobre a felicidade...
“A filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao
velho: para quem está envelhecendo sentir-se
rejuvenescer por meio da grata recordação das
coisas que já se foram, e para o jovem poder
envelhecer sem sentir medo das coisas por vir;
é necessário, portanto, cuidar das coisas que
trazem a felicidade, já que, estando esta
presente, tudo temos, e, sem ela, tudo
fazemos para alcançá-la”.
(EPICURO, 2002, p. 21)
Sobre a felicidade...

“A sabedoria da felicidade consiste


mais no bem viver do que no viver
bem, pois “se deve ter
exatamente o mesmo cuidado em
honestamente viver e
honestamente morrer”.
(EPICURO, 2002, p. 31)
Sobre a felicidade...
Acostuma-se à ideia de que a
morte para nós não é nada, visto
que todo bem e todo mal residem
nas sensações, e a morte é
justamente a privação de
sensações.
(EPICURO, 2002, p. 27)
Sobre a felicidade...
Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem
quanto ao velho: para quem está
envelhecendo sentir-se rejuvenescer por meio
da grata recordação das coisas que já se foram,
e para o jovem poder envelhecer sem sentir
medo das coisas por vir; é necessário,
portanto, cuidar das coisas que trazem a
felicidade, já que, estando esta presente, tudo
temos, e, sem ela, tudo fazemos para
alcançá-la.
(EPICURO, 2002, p. 21)
Sobre a felicidade...
Consideremos também que, dentre os
desejos, há os que são naturais e os que
são inúteis; dentre os naturais, há uns
que são necessários e outros, apenas
naturais; dentre os necessários, há
alguns que são fundamentais para a
felicidade, outros para o bem estar
corporal, outros, ainda para a própria
vida.
(EPICURO, 2002, p. 34)
Sobre a felicidade...
Habituar-se às coisas simples, a um modo de
vida não luxuoso, portanto, não é só
conveniente para a saúde, como ainda
proporciona ao homem [ser humano] , os
meios para enfrentar corajosamente as
adversidades da vida: nos períodos em que
conseguimos levar uma existência rica
[próspera], predispôe o nosso ânimo para
melhor aproveitá-la, e nos prepara para
enfrentar sem temor as vicissitudes da sorte.
(EPICURO, 2002, p. 41)
João
JOÃO é um garotinho de seis anos que gosta muito de
pipas. Ele as confecciona muito bem e tem muita
habilidade para soltá-las.
Na escola de João, haveria um concurso para escolher a
pipa mais bonita e o vencedor ganharia um grande
prêmio. Ele quis muito participar.
No dia do concurso, lá estava João fazendo sua pipa,
quando se aproximou dele um garoto de sua idade,
desesperado, pois a pipa dele havia sido rasgada. Esse
menino também estava participando do concurso e,
então, pede a João que lhe empreste um pedaço de
papel. João olha bem para a pipa do menino e nota que
ela é muito bonita e que ele pode ganhar o concurso.
João queria muito ganhar o concurso.
O que a educação pode fazer contra a
Barbárie?
Que educação é capaz de se contrapor à
Barbárie?

• Uma educação voltada para a autonomia


e para a emancipação

• Pensamento crítico, afetividade solidária, ação


transformadora
A busca de uma
educação ética e
amorosa
Incentivando a solidariedade, a pesquisa e o auto-aprendizado.
Criatividade

Prazer

Educadores
diferenciados
Educação efetiva = ação + reflexão + afecção

A escola deve se importar com a virtude (ética).


O QUE A EDUCAÇÃO TEM A VER COM A
FORMAÇÃO DE VALORES?

O que são valores?

É aquilo que gostamos, pertence à dimensão afetiva


(ARAÚJO, 2003).
O que seria uma educação em valores?
• Quanto maior a carga afetiva, mais central é o valor.
• O medo e a vergonha são os sinais dos contravalores
(HARKOT-DE-LA-TAILLE, 2003).
• Muitas vezes se constroem valores que não são morais.
• É preciso que a educação trabalhe no sentido de
possibilitar às crianças e jovens a identificação dos valores
morais com seus afetos pessoais.
• É necessário lançar mão de novas metodologias que
permitam que as aulas se tornem mais próximas da
linguagem e do cotidiano dos jovens e das crianças.
Referências Fundamentais:

BRANDÃO, Israel R. Afetividade e transformação social: sentido e potência dos


afetos na construção do processo emancipatório. Sobral: Edições
Universitárias, 2012.
BAUMAN, Z. As 44 cartas do mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar,
2011.
EPICURO. Cartas sobre a felicidade (a Meneceu). São Paulo: UNESP, 2002.
Referências complementares:

ARAÚJO, Ulisses F. A dimensão afetiva da psique humana e a educação em


valores. ARANTES, Valéria A. (org). Afetividade na escola: alternativas teóricas
e práticas. São Paulo: Summus Editorial, 2003.
HARKOT-DE-LA-TAILLE, Elizabeth. Ação moral e estereótipos culturais.
ARANTES, Valéria A. (org). Afetividade na escola: alternativas teóricas e
práticas. São Paulo: Summus Editorial, 2003.
SASTRE, Genoveva & MORENO, Montserrat. O significado afetivo e cognitivo
das ações. ARANTES, Valéria A. (org). Afetividade na escola: alternativas
teóricas e práticas. São Paulo: Summus Editorial, 2003.
Textos para aprofundamento:

• ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra,


2003.

• TOGNETTA, Luciene Regina Paulino; DE ASSIS, Orly Zucatto Mantovani. A


construção da solidariedade na escola: as virtudes. Educação e Pesquisa,
v. 32, n. 1, p. 49-66, 2006.

• BERKOWITZ, M. W. Educar la persona moral en su totalidad. In:


BUXARRAIS, M.; MARTÍNEZ, M.(Org). Educación en valores y desarrollo
moral. Barcelona: Editorial-Gráficas Signo, 1996.

• PAIVA, M. R. F.; PARENTE, J. R. F.; BRANDAO, I. R.; QUEIROZ, A. H. A. B.


Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa.
Sanare (Sobral), v. 15, p. 145-153, 2016.
Muito grato!
israel.rocha.brandao@gmail.com
@israelrbrandao

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