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Propagação de Ondas
Universidade Federal do ABC – UFABC
Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas – CECS
Prof. Dr. Anderson Leonardo Sanches
anderson.sanches@ufabc.edu.br
Propagação de Ondas
Propagação de Ondas
Na ausência de dispersão (𝛽2 = 𝛽3 = 0), o pulso óptico se propaga sem que sua forma seja
alterada, de modo que 𝐴 (𝑧, 𝑡) = 𝐴(0, 𝑡 − 𝛽1 𝑧);
Usemos, agora, um sistema de referência que se move junto com o pulso; assim,
introduzamos as novas coordenadas;
𝑡 ′ = 𝑡 − 𝛽1 𝑧 𝑧 ′ = 𝑧, (2)
𝜕𝐴 𝑖𝛽2 𝜕 2 𝐴 𝛽3 𝜕 3 𝐴 (3)
+ − =0
𝜕𝑧 2 𝜕𝑡 2 6 𝜕𝑡 3
Por simplicidade de notação, deixaremos de usar a linha em 𝑧 ′ e 𝑡 ′ neste e nos seguintes slides,
sempre que isso não der margem a confusão.
Propagação de Ondas
Dizemos que um pulso contém chirp se sua frequência portadora variar com o tempo.
O espectro de um pulso com chirp é maior do que o de um pulso sem chirp. Isso pode ser
visto tomando a transformada de Fourier da Eq. (4):
1 2
2𝜋𝑇02 𝜔2 𝑇02
𝐴 0, 𝜔 = 𝐴0 exp − (7)
1 + 𝑖𝐶 2 1 + 𝑖𝐶
Um pulso desse tipo possui a menor largura espectral e dizemos que é limitado por
transformada;
𝟐 𝟏 𝟐
Na presença de chirp linear, a largura espectral é aumentada por um fator de 𝟏 + 𝑪 ,
como visto na Eq. (8).
A equação de propagação de pulsos Eq. (2.4.9) pode ser resolvida com facilidade no domínio da
transformada de Fourier. Sua solução é fornecida por:
∞
1 𝑖 𝑖
𝐴 𝑧, 𝑡 = 𝐴 0, 𝜔 exp 𝛽2 𝑧𝜔 + 𝛽3 𝑧𝜔3 − 𝑖𝜔𝑡 𝑑𝜔
2
2𝜋 −∞ 2 6 (9)
𝐴0 1 + 𝑖𝐶 𝑡 2
𝐴 𝑧, 𝑡 = exp − 2 (10)
𝑄 𝑧 2𝑇0𝑄 𝑧
Essa equação mostra que o pulso gaussiano permanece gaussiano na propagação, mas suas
largura, chirp e amplitude são alteradas, como ditado pelo fator 𝑄 𝑧 ;
Um pulso com chirp, por sua vez, pode sofrer alargamento ou compressão, dependendo se
𝜷𝟐 e 𝑪 têm o mesmo sinal ou sinais opostos;
Quando 𝜷𝟐 𝑪 > 𝟎, um pulso gaussiano com chirp se alarga monotonamente a uma taxa
maior do que o pulso sem chirp (curvas tracejadas).
2020 Santo André - SP 11
Pulsos Gaussianos com Chirp
Figura 1. Fator de alargamento (a) e parâmetro de chirp (b) em função da distância, para pulso gaussiano que se
propaga na região de dispersão anômala de uma fibra. As curvas tracejadas correspondem ao caso de um pulso
gaussiano sem chirp. As mesmas curvas são obtidas no regime de dispersão normal 𝛽2 > 0) se o sinal de 𝐶 for
invertido.
2020 Santo André - SP 12
Pulsos Gaussianos com Chirp
A razão para isso se relaciona ao fato de, para 𝛽2 𝐶 < 0, a largura do pulso inicialmente diminuir
e se tornar mínima à distância
𝑧𝑚𝑖𝑛 = 𝐶 1 + 𝐶 2 𝐿𝐷 (12)
O valor mínimo depende do parâmetro de chirp na forma:
𝑇1𝑚𝑖𝑛 = 𝑇0 1 + 𝐶2 1 2 (13)
Fisicamente, quando 𝜷𝟐 𝑪 < 0, o chirp induzido por GVD compensa o chirp inicial, e o chirp
líquido diminui até se anular em 𝑧 = 𝑧𝑚𝑖𝑛 ;
A Eq. (11) pode ser generalizada para incluir dispersão de ordem superior governada por
𝜷𝟑 na Eq. (9);
A discussão anterior assume que a fonte óptica usada para produzir os pulsos de entrada
é quase monocromática, de modo que, em condições de onda contínua, sua largura espectral
satisfaça ∆𝝎𝑳 ≪ ∆𝝎𝟎 . Essa condição nem sempre é satisfeita na prática;
Para levar em consideração a largura espectral da fonte, devemos tratar o campo óptico
como um processo estocástico, e considerar as propriedades de coerência da fonte por meio
da função de coerência mútua;
Propagação de Ondas
Os efeitos do chirp de frequência são desprezíveis para fontes com grande largura
espectral. Fazendo 𝐶 = 0 na Eq. (14), obtemos
𝜎 2 = 𝜎02 + 𝛽2 𝐿𝜎𝜔 2 ≡ 𝜎02 + 𝐷𝐿𝜎𝜆 2 (16)
sendo 𝜎𝜆 a largura espectral RMS da fonte em unidades de comprimento de onda.
Um critério comumente aplicado é 𝝈 ≤ 𝑻𝑩 /𝟒; portanto, para pulsos gaussianos, pelo menos
95% da energia do pulso permanecem contidos no bit slot;
1 (18)
𝐵𝐿 𝐷 𝜎𝜆 ≤
4
Fazendo, mais uma vez, 𝐶 = 0 e assumindo que 𝑉𝜔 ≫ 1, a Eq. (2.4.23) pode ser aproximada por
2 2 (19)
2
𝜎 = 𝜎02 + 𝛽3 𝐿𝜎𝜔2 2 ≡ 𝜎02 + 𝑆𝐿𝜎𝜆
A largura do pulso de saída é, então, determinada pela Eq. (17), mas, agora, 𝜎𝐷 ≡ 𝑆 𝐿𝜎𝜆2 2.
Como antes, podemos relacionar 𝜎 ao limite de taxa de bits por meio da condição 4𝐵𝜎 ≤ 1.
𝜎 2 = 𝜎02 + 𝛽2 𝐿 2𝜎0 2
≡ 𝜎02 + 𝜎𝐷2 (21)
𝟏 𝟐
O valor mínimo de 𝝈 ocorre para 𝝈𝟎 = 𝝈𝑫 = 𝜷𝟐 𝑳 𝟐 , sendo fornecido por 𝝈 =
𝟏 𝟐
( 𝜷𝟐 𝑳) . O limite da taxa de bits é obtido de 4𝐵𝜎 ≤ 1, resultando na condição
1 (22)
𝐵 𝛽2 𝐿 ≤
4
Para um sistema de onda luminosa que opere próximo ao comprimento de onda de
dispersão zero, 𝜷𝟐 ≈ 𝟎 na Eq. (15);
𝜎 2 = 𝜎02 + 𝛽3 𝐿 4𝜎02 2
2 ≡ 𝜎02 + 𝜎𝐷2 (23)
1 3 (25)
𝐵 𝛽3 𝐿 ≤ 0,324
Fica claro que o desempenho de um sistema de onda luminosa pode ser consideravelmente
melhorado por operação nas proximidades do comprimento de onda de dispersão zero da
fibra e o uso de fontes ópticas com largura espectral relativamente pequena.
2020 Santo André - SP 22
Agenda
Propagação de Ondas
Na prática, pulsos ópticos são, muitas vezes, não gaussianos e podem exibir considerável
chirp;
Um modelo supergaussiano foi usado para estudar a limitação imposta à taxa de bits pela
dispersão na fibra, considerando uma sequência de bits NRZ. Neste modelo, a Eq. (4) é
substituída por
2𝑚
1 + 𝑖𝐶 𝑡
𝐴 0, 𝑡 = 𝐴0 exp − (26)
2 𝑇0
O limite do produto taxa de bits-distância 𝐵𝐿 é obtido exigindo que a largura RMS do pulso não
aumente além de um valor tolerável;
A Figura 2.13 mostra o produto BL em função do parâmetro de chirp C para pulsos de entrada
gaussiano (m = 1) e supergaussiano (m = 3);
Nos dois casos, o comprimento de fibra L em que o pulso se alarga de 20% foi obtido para T0 =
125 os e b2 = −20 ps2/km;
Como esperado, o produto 𝑩𝑳 é menor para pulsos supergaussianos, pois tais pulsos se
alargam com mais rapidez do que pulsos gaussianos.
Figura 2. Produto BL limitado por dispersão em função do parâmetro de chirp, para pulsos
de entrada gaussiano (linha cheia) e não gaussiano (linha tracejada).
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