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Fontes Ópticas
Universidade Federal do ABC – UFABC
Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas – CECS
Prof. Dr. Anderson Leonardo Sanches
anderson.sanches@ufabc.edu.br
Esses dispositivos sã o adequados para sistemas de transmissã o por fibra, pois eles têm
potência de saída suficiente para uma ampla gama de aplicaçõ es, sua potê ncia ó ptica pode ser
diretamente modulada variando a corrente de entrada no dispositivo, possuem uma
elevada eficiência, e suas dimensões são compatíveis com as da fibra óptica;
A principal diferença entre LEDs e diodos laser é que a saída óptica de um LED é
incoerente, enquanto a do diodo laser é coerente.
A energia ó ptica liberada a partir dessa cavidade tem coerência espacial e temporal, o que
significa que é altamente monocromática e que o feixe de saída é muito direcional;
Em uma fonte incoerente de LED, nã o existe cavidade ó ptica para a seletividade de
comprimento de onda;
A radiaçã o de saída tem uma largura de espectro ampla, uma vez que as energias de fó tons
emitidos variam ao longo da distribuiçã o de energia dos elé trons e buracos que se recombinam;
Alé m disso, a energia óptica incoerente é emitida em uma ampla regiã o elíptica de acordo com
uma distribuição cossenoidal de potência e, portanto, tem uma grande divergência do
feixe.
A interação desses fatores com a fonte de energia óptica, a largura espectral, o padrão de
radiação e a capacidade para modulação precisa ser considerada;
A saída ó ptica espacialmente coerente e dirigida de um diodo laser pode ser acoplada tanto em
fibras monomodo como multimodo;
Em geral, os LEDs sã o utilizados em fibras multimodo, uma vez que, normalmente, é apenas
nessas fibras que a potência óptica incoerente do LED pode ser acoplada em quantidades
suficientes para ser útil;
Contudo, os LEDs tê m sido empregados em aplicaçõ es locais de alta velocidade de á rea local
aplicaçõ es em que se deseja transmitir vá rios comprimentos de onda na mesma fibra.
2020 Santo André - SP 5
Diodos emissores de luz (LEDs)
Para sistemas de comunicações ópticas que exigem taxas de bits inferiores a
aproximadamente 100-200 Mb/s em conjunto com potência ó ptica acoplada com fibras
multimodos de dezenas de microwatts, os diodos semicondutores emissores de luz (LEDs) sã o
geralmente a melhor opçã o de fonte de luz;
Para ser ú til em aplicaçõ es de transmissã o por fibra ó ptica, um LED deve ter alta radiância de
saída, um rápido tempo de resposta de emissã o e uma eficiência quântica elevada;
Sua radiância (ou brilho) é uma medida, em watts, da potência ó ptica irradiada para uma uni
dade de ângulo só lido por unidade de á rea da superfície emissora;
Altas radiâncias sã o necessá rias para acoplar níveis suficientemente elevados de potência
ó ptica em uma fibra;
Esse intervalo de tempo é o fator que limita a largura de banda com a qual a fonte pode ser
modulada diretamente pela variaçã o da corrente injetada;
2020 Santo André - SP 7
Diodos emissores de luz (LEDs)
A eficiência quântica está relacionada à fração de pares elétron-buraco injetados que
recombinam radiativamente;
Para alcançar uma alta radiância e uma elevada eficiência quântica, a estrutura do LED tem de
fornecer um meio de confinar os portadores de carga e a emissão óptica estimulada na
região ativa da junção pn, onde a recombinaçã o radiativa ocorre;
Por meio dessa estrutura de sanduíche de camadas compostas por ligas diferentes, os
portadores e o campo óptico são confinados na camada central ativa;
Nesse padrã o, o brilho da fonte é igual quando visto de qualquer direção, mas a potência
diminui como 𝒄𝒐𝒔 𝜽, onde θ é o ângulo entre a direçã o do observador e a normal à superfície
(isto é , porque a á rea projetada que vemos diminui como cos 𝜃);
Assim, a potência diminui para 50% de seu pico quando 𝜃 = 60°, de modo que a largura total
de meia potência do feixe é de 120°;
Ambas as camadas de orientação têm um índice de refração mais baixo do que o da região
ativa, mas mais elevado do que o índice do material ao redor;
Essa estrutura forma um canal de guia de onda que dirige a radiaçã o ó ptica para o nú cleo da
fibra;
Para coincidir com os típicos diâmetros dos nú cleos das fibras (50-100 μm), as listras de
contato do emissor de borda possuem largura de 50-70 μm;
No plano perpendicular ao da junçã o, o feixe de meia potência 𝜃⊥ foi feito tã o pequeno quanto
25-35° por uma escolha apropriada da espessura do guia de ondas.
Apesar de nenhum dos semicondutores normais de um ú nico elemento ser material de gap
direto, muitos compostos biná rios sã o;
Os mais importantes desses compostos sã o feitos de materiais III-V. Isto é , os compostos
consistem em seleçõ es a partir de um elemento de grupo III (por exemplo, Al, Ga, ou In) e um
elemento do grupo V (por exemplo, P, As, ou Sb).
Para operação no espectro de 800-900 nm, o principal material usado é uma liga ternária
de 𝐆𝐚𝟏–𝒙 𝐀𝐥𝒙 𝐀𝐬;
O valor de x para o material da á rea ativa é normalmente escolhido para ter um comprimento
de onda de emissã o entre 800 e 850 nm;
Figura 4. Padrã o de emissã o espectral de um LED representativo de Ga1–𝑥 Al𝑥 As com x = 0,08;
A largura do padrã o espectral no seu ponto de meia potência é de 36 nm.
2020 Santo André - SP 19
Diodos emissores de luz (LEDs)
As ligas de GaAlAs e InGaAsP sã o escolhidas para fazer fontes de luz semicondutoras, porque é
possível casar os parâmetros de rede das interfaces das heteroestruturas usando uma
combinaçã o apropriada de materiais biná rios, terná rios e quaterná rios;
Esses fatores afetam diretamente a eficiência radiativa e a vida ú til de uma fonte de luz;
ℎ𝑐 (1)
𝐸 = ℎ𝑣 =
𝜆
1,240 (2)
𝜆 𝜇m =
𝐸𝑔 eV
Para os dispositivos que operam na regiã o de 1.300-1.600 nm, as larguras espectrais variam de
70-180 nm;
Figura 5. Típicos padrõ es espectrais para LEDs de emissã o lateral e de superfície em 1.310nm.
Os padrõ es se alargam com o aumento do comprimento de onda e sã o mais largos para as emissõ es de superfície..
2020 Santo André - SP 22
Diodos emissores de luz (LEDs)
A Tabela 1 lista as características típicas LEDs emissores de superfície (SLED) e LEDs
emissores de borda (ELED);
A potência acoplada à fibra é a quantidade de luz que pode ser captada por uma fibra
multimodo com nú cleo de diâmetro de 50 μm.
2020 Santo André - SP 23
Diodos laser
Lasers possuem diversas formas com dimensõ es que vã o desde o tamanho de um grã o de sal
até um que ocupa uma sala inteira;
O meio do laser pode ser um gá s, um líquido, um cristal isolante (estado só lido) ou um
semicondutor;
Para sistemas de fibra óptica, as fontes de laser usadas sã o quase exclusivamente diodos
laser semicondutores;
Eles sã o semelhantes aos outros lasers, como os convencionais lasers de estado só lido e de gá s,
nos quais a radiação emitida tem coerência espacial e temporal, isto é , a radiaçã o de saída é
altamente monocromática, e o feixe de luz, muito direcional;
Apesar das diferenças, o princípio bá sico de funcionamento é o mesmo para cada tipo de laser.
Quando um fóton de energia ℎ𝜈12 interage com o sistema, um elétron no estado 𝐸1 pode
absorver a energia do fóton e ser excitado para o estado 𝐸2 , como na Figura 6a;
Uma vez que este é um estado instável, o elétron rapidamente retorna ao estado
fundamental, emitindo assim um fó ton de energia ℎ𝜈12 ;
Essas emissões são isotrópicas e de fase aleatória e, assim, aparecem como uma saída de
banda gaussiana estreita.
Como mostrado na Figura 6c, se um fóton de energia ℎ𝜈12 incide sobre o sistema, enquanto o
elétron ainda está em seu estado excitado, o elétron é imediatamente estimulado a cair
para o estado fundamental e emite um fóton de energia ℎ𝜈12 ;
Esse fóton emitido está em fase com o fóton incidente, e a emissã o resultante é conhecida
como emissão estimulada;
Logo, mais fótons incidentes no sistema são absorvidos de modo que a emissão estimulada
é essencialmente insignificante;
Uma vez que nã o se trata de uma condiçã o de equilíbrio, a inversã o de populaçã o é alcançada
por várias técnicas de “bombeamento”;
Os diodos laser normalmente têm tempos de resposta inferiores a 1 ns, podem ter larguras
espectrais de 2 nm ou menos e sã o capazes de acoplar de dezenas a centenas de miliwatts de
energia luminescente ú til para fibras ó pticas com nú cleos pequenos e pe- quenos diâmetros de
campo modal;
Na construçã o das facetas do espelho, devem-se fazer duas fendas paralelas ao longo de planos
de clivagem natural do cristal semicondutor;
Os lados da cavidade sã o simplesmente formados por desbaste das bordas do dispositivo para
reduzir as emissõ es indesejadas nas direções laterais;
Figura 8. Duas superfícies espelhadas paralelas refletoras de luz definem uma cavidade ressonante de Fabry-Perot..
2020 Santo André - SP 32
Diodos laser
Como a luz reflete para trá s e para dentro da cavidade Fabry-Perot, os campos elétricos da luz
interferem-se nas sucessivas idas;
Como pode ser visto pela Figura 9, a largura das ressonâncias depende do valor da
refletividade;
A fabricaçã o desse dispositivo é semelhante aos tipos de Fabry-Perot, com exceçã o de que a
ação de laser é obtida a partir de refletores de Bragg (ou grades) ou variaçõ es perió dicas no
índice de refraçã o (chamadas de ondulaçõ es de realimentaçã o distribuídas), que sã o
incorporados na estrutura de mú ltiplas camadas ao longo do comprimento do diodo;
Cada conjunto de modos pode ser descrito em termos das variaçõ es dos campos
eletromagnéticos longitudinais, laterais e transversais semissenoidais ao longo dos eixos
principais da cavidade;
Uma vez que 𝐿 é muito maior do que o comprimento de onda do laser de cerca de 1 μm, muitos
modos longitudinais podem existir.
Esses modos sã o de grande importância, uma vez que determinam, em grande parte, as
características do laser, como o padrão de radiação (a distribuiçã o transversal angular da
potência ó ptica de saída) e a densidade de corrente de limiar;
𝐸 𝑧, 𝑡 = 𝐼 𝑧 𝑒 𝑗 𝜔𝑡−𝛽𝑧 (3)
O requisito para o efeito laser é que uma inversão de população seja alcançada;
Essa condiçã o pode ser compreendida considerando a relaçã o fundamental entre a intensidade
do campo ó ptico 𝐼, o coeficiente de absorçã o 𝛼𝜆 e o coeficiente de ganho 𝑔 no interior da
cavidade de Fabry-Perot;
𝐼 𝑧 = 𝐼 0 𝑒𝑥𝑝 Γ𝑔 ℎ𝑣 − 𝛼ത ℎ𝑣 𝑧 (4)
Nas repetidas passagens entre os dois espelhos paralelos parcialmente refletores, uma parte
da radiação associada com os modos que possuem o mais elevado coeficiente de ganho ó ptico
é mantida e amplificada durante cada viagem através da cavidade;
O efeito laser ocorre quando o ganho de um ou de vários modos guiados é suficiente para
exceder a perda óptica durante uma ida e volta através da cavidade, isto é , z = 2L;
Durante esse trajeto, apenas as fraçõ es 𝑅1 e 𝑅2 da radiaçã o ó ptica sã o refletidas a partir das
duas extremidades do laser 1 e 2, respectivamente, onde R1 e R2 sã o as refletividades do
espelho ou coeficientes de reflexã o de Fresnel, que sã o dados por
𝑛1 − 𝑛2
2 (5)
𝑅=
𝑛1 + 𝑛2
2020 Santo André - SP 41
Diodos laser
A partir dessa condiçã o de lasing, a Equaçã o (4) torna-se
𝐼 2𝐿 = 𝐼 0 𝑅1 𝑅2 𝑒𝑥𝑝 2𝐿 Γ𝑔 ℎ𝑣 − 𝛼ത ℎ𝑣 (6)
𝐼 2𝐿 = 𝐼 0 (7)
para a amplitude e
𝑒 −𝑗2𝛽𝐿 = 1 (8)
para a fase.
1 1 (9)
𝑔𝑡ℎ = 𝛼𝑡 = 𝛼ത + ln = 𝛼ത + 𝛼end
2𝐿 𝑅1 𝑅2
Isso significa que a fonte de bombeio que mantém a inversão de população tem de ser
suficientemente forte para suportar ou ultrapassar todos os mecanismos que consomem
energia no interior da cavidade laser.
Tanto o intervalo espectral como a largura lateral do feixe dessa emissã o sã o largos como os de
um LED;
Um aumento drástico e bem definido na saída de energia ocorre no limiar do efeito laser;
Figura 11. Relaçã o entre a potência ó ptica de saída e a corrente de deriva de um diodo laser.
Abaixo do limiar do efeito laser, a saída ó ptica é uma emissã o espontânea como no LED.
2020 Santo André - SP 46
Diodos laser
Para as estruturas laser que possuem forte confinamento de portadores, a densidade de
corrente de limiar 𝐽𝑡ℎ para a emissã o estimulada pode, em uma boa aproximaçã o, estar
relacionada com o limiar de ganho ó ptico do laser por
onde o fator de ganho 𝛽ҧ é uma constante que depende da construçã o específica do dispositivo.
2. Considere que o espelho clivado nas extremidades de um laser de GaAs nã o é revestido e
que o meio externo é o ar. Qual é a refletividade para a incidência normal de uma onda
plana sobre a interface de GaAs-ar se o índice de refraçã o do GaAs é de 3,6?
Resp: 𝑅1 = 𝑅2 = 0,32
3. Um dado laser de GaAlAs tem comprimento de cavidade ó ptica de 300 μm e uma largura de
100 μm. Em uma temperatura de funcionamento normal, o fator de ganho
𝛽ҧ = 21 × 10−3 A ⋅cm3 e o coeficiente de perda 𝛼ത ≈ 10 𝑐𝑚−1 .
Assuma a refletividade𝑅1 = 𝑅2 = 𝑅 para cada 12 extremidade. Encontre (a) a densidade de
corrente de limiar e (b) a corrente de limiar para esse dispositivo.
Resp: 𝑎) Jth = 21 × 10−3 𝐴Τ𝑐𝑚2 b) Jth = 684 mA
✓ Diodos laser
Equaçõ es de taxa no diodo Laser;
Eficiência quântica externa;
Frequências ressonantes;
Estruturas de diodo Laser e padrõ es de radiaçã o;
Lasers monomodo;
Modulaçã o de diodos Laser;
Largura de linha do Laser;
Modulaçã o externa;
Efeito da temperatura.
A relação entre a potência de saída óptica e a corrente de deriva de diodo pode ser deter-
minada examinando as equações de taxa que regulam a interação de fótons e elétrons na
região ativa;
𝑑Φ Φ (11)
= 𝐶𝑛Φ + 𝑅𝑠𝑝 −
𝑑𝑡 𝜏fot
= emissão estimulada + emissão espontânea + perda de fótons
𝑑𝑛 𝐽 𝑛 (12)
= − − 𝐶𝑛Φ
𝑑𝑡 𝑞𝑑 𝜏sp
= injeção + recombinação espontânea + emissão estimulada.
Aqui, 𝐶 é um coeficiente que descreve a força das interaçõ es ó pticas de absorçã o e emissã o; 𝑅𝑠𝑝 ,
a taxa de emissã o espontânea no modo de laser (que é muito menor do que a taxa de emissã o
espontânea total); 𝜏fot , o tempo de vida dos fó tons; 𝜏sp , o tempo de vida de recombinaçã o
espontânea; e 𝐽, a densidade de corrente de injeçã o;
As Equaçõ es (11) e (12) podem ser balanceadas considerando todos os fatores que afetam o
nú mero de portadores na cavidade laser.
2020 Santo André - SP 52
Diodos Laser
A resoluçã o dessas duas equaçõ es para uma condição de estado estacionário produzirá uma
expressã o para a potência de saída;
O estado estacioná rio é caracterizado pelos lados esquerdos das Equaçõ es (11) e (12), sendo
iguais a zero;
Primeiro, a partir da Equaçã o (11), assumindo que 𝑹𝒔𝒑 é desprezível e notando que
𝒅𝚽/𝒅𝒕 deve ser positiva quando Φ é pequeno, temos
1 (13)
𝐶𝑛 − ≥0
𝜏fot
Isso mostra que 𝒏 deve exceder um valor de limiar 𝒏𝒕𝒉 para aumentar 𝚽.
Essa expressã o define a corrente necessária para manter uma densidade de elétrons em
excesso no laser quando a emissão espontânea é o ú nico mecanismo de decaimento.
Em seguida, consideremos as equaçõ es de taxa de fó tons e elé trons na condiçã o de estado
estacioná rio no limiar do efeito laser.
Adicionando as Equaçõ es (15) e (16), usando a Equaçã o (14) para o 𝑛𝑡ℎ /𝜏sp e resolvendo para
Φ𝑠 , obtemos o número de fótons por unidade de volume:
𝜏fot (17)
Φ𝑠 = 𝐽 − 𝐽𝑡ℎ + 𝜏fot 𝑅sp
𝑞𝑑
A energia resultante desses fó tons nã o é seletiva por modo, mas estende-se por todos os modos
possíveis do volume, que sã o da ordem de 108 modos.
A eficiência quântica externa diferencial 𝒏𝐞𝐱𝐭 é definida como o número de fótons emitidos
por recombinação radiativa do par elétron-lacuna acima do limiar;
Assumindo que acima do limiar o coeficiente de ganho permanece fixo em 𝒈𝐭𝐡 , 𝑛ext é dada
por
𝑛i 𝑔𝑡ℎ − 𝛼ത (18)
𝑛ext =
𝑔𝑡ℎ
Aqui, 𝑛i é a eficiência interna quântica, que nã o é uma quantidade bem definida em diodos
laser, mas a maioria das mediçõ es mostra que𝑛i ≈ 0,6 − 0,7 em temperatura ambiente.
𝑞 𝑑𝑃 𝑑𝑃 m𝑊 (19)
𝑛ext = = 0,8065𝜆 𝜇𝑚
𝐸𝑔 𝑑𝐼 𝑑𝐼 m𝐴
onde 𝐸𝑔 é a energia de bandgap em elé tron-volts; 𝑑𝑃, a variaçã o incremental na potência ó ptica
emitida, em miliwatts, por um incremento 𝑑𝐼 na unidade de corrente (em miliamperes); e 𝜆, o
comprimento de onda de emissã o em micrômetros;
Para lasers semicondutores padrã o, é comum um valor de 15 − 20% por faceta para as
eficiências quânticas externas diferenciais;
Agora vamos retornar à Equaçã o (8) para examinar as frequências ressonantes do laser. A
condiçã o da Equaçã o (8) é vá lida quando
A relação entre o ganho e a frequência pode ser considerada como tendo a forma gaussiana
𝜆 − 𝜆0 2 (22)
𝑔 𝜆 = 𝑔 0 exp −
2𝜎 2
onde 𝜆0 é o comprimento de onda no centro do espectro, 𝜎 é a largura espectral do ganho, e o
ganho má ximo 𝑔(0) é proporcional à inversã o de populaçã o.
Note, contudo, que, para cada modo longitudinal, pode haver vários modos transversais que
surgem a partir de uma ou mais reflexões durante a propagação da onda nos lados da
cavidade;
Um requisito bá sico para a operaçã o eficiente dos diodos de laser é que, além do
confinamento óptico transversal e do confinamento de portadores entre as camadas de
heterojunção, o fluxo de corrente deve ser limitado lateralmente a uma faixa estreita ao
longo do comprimento do laser;
Numerosos novos mé todos de atingir esse objetivo, com variados graus de sucesso, têm sido
propostos, mas todos lutam para os mesmos objetivos de limitar o número de modos
laterais, de modo que o fenômeno laser se limite que um ú nico filamento estabilize o ganho
lateral e assegure uma corrente de limiar relativamente baixa;
Figura 13. Três estruturas fundamentais para confinar as ondas ó pticas na direçã o lateral: (a) guia de ganho
induzido; (b) guia de onda de índice positivo; (c) guia de ondas de índice negativo.
2020 Santo André - SP 65
Diodos Laser
Na primeira estrutura, uma faixa estreita de eletrodo (menos de 8 μm de largura) corre ao
longo do comprimento do diodo;
O perfil desses portadores injetados cria um guia de ondas fraco e complexo que confina a luz
lateralmente;
Embora esses lasers possam emitir potências ópticas superiores a 100 mW, eles possuem
fortes instabilidades e podem ter alto astigmatismo com feixes de dois picos, como
mostrado na Figura 13a.
As variações do índice de refração real dos vários materiais nessas estruturas controlam
os modos laterais no laser;
Tal dispositivo emite um único feixe de luz bem colimado que tem um perfil de intensidade
que é uma curva gaussiana em forma de sino.
Em um guia de ondas de índice positivo, a região central tem um índice de refração mais
elevado do que nas regiões exteriores;
Assim, toda a luz guiada é refletida na fronteira dielé trica, como na interface nú cleo-casca de
uma fibra ó ptica;
Em um guia de ondas de índice negativo, a região central da camada ativa tem um índice
de refração menor do que nas regiões exteriores.
Uma vez que o modo fundamental nesse dispositivo tem uma menor perda de radiação do
que qualquer outro modo, ele é o primeiro ter a condiçã o de laser;
Para comunicaçõ es de longa distância em alta velocidade, sã o necessá rios lasers monomodo
que devem conter apenas um único modo longitudinal e um único modo transversal;
Uma forma de limitar um laser para ter apenas um modo longitudinal é reduzir o
comprimento 𝑳 da cavidade até o ponto em que a separação de frequências 𝚫𝝂 dos modos
adjacentes apresentados na Equaçã o (22) seja maior do que a largura de linha da transição
do laser;
Em outras palavras, apenas um ú nico modo longitudinal cabe dentro da largura de banda de
ganho do dispositivo.
Contudo, esses comprimentos tornam o dispositivo difícil de manusear, e eles sã o limitados a
potências de saída ó ptica de apenas uns poucos miliwatts;
Entre eles, estã o os lasers de emissão superficial em cavidade vertical (VCSEL), estruturas
que têm uma grade construída internamente que possui seletividade de frequência.
O volume da regiã o ativa desses dispositivos é muito pequeno, o que leva a correntes de limiar
muito baixas (< 100 μA);
Alé m disso, para uma potência de saída equivalente em comparaçã o a lasers de emissã o lateral,
as larguras de banda da modulação são muito maiores, uma vez que as densidades mais
altas de fó tons reduzem o tempo de vida radiativo;
Figura 14. Arquitetura bá sica de um laser de emissã o superficial em cavidade vertical (VCSEL)
Em cada caso, o refletor seletivo em frequência é uma grade ondulada que forma uma
camada de um guia de ondas passivo adjacente à regiã o ativa;
A operaçã o desses tipos de laser é baseada na reflexão distribuída por grades de Bragg;
2𝑛𝑒 Λ (28)
𝜆𝐵 =
𝑘
Como mostra a Figura 16, em um laser DFB ideal, os modos longitudinais estão espaçados
simetricamente em torno de 𝝀𝑩 , em comprimentos de onda dados por
𝜆2𝐵 1 (29)
𝜆 = 𝜆𝐵 ± 𝑚+
2𝑛𝑒 𝐿𝑒 2
As amplitudes dos modos sucessivos de ordem mais elevada de laser sã o muito reduzidas
em comparaçã o à amplitude de ordem zero; por exemplo, o modo de primeira ordem (𝑚 = 1)
está geralmente mais que 30 dB abaixo da amplitude de ordem zero (𝑚 = 0).
Figura 16. Espectro de saída de um diodo laser de realimentaçã o distribuída idealizado (DFB)
2020 Santo André - SP 80
Diodos Laser
Teoricamente, em um laser DFB que possui ambas as extremidades com revestimento
antirreflexão, os dois modos de ordem zero em cada lado do comprimento de onda de Bragg
devem experimentar o mesmo limiar de ganho mais baixo e formar um laser simultaneamente
em uma estrutura idealizada simé trica;
Essa faceta assimétrica pode ser ainda aumentada pela deposiçã o de um revestimento de
alta reflexão em uma extremidade e um revestimento de baixa reflexão sobre o outro,
por exemplo, cerca de 2% na faceta frontal e de 30% na faceta traseira;
Essa estrutura melhora as propriedades de laser dos convencionais lasers DFB e DBR e
tem uma elevada eficiência e capacidade de saída.
Para taxas de dados menores do que 10 Gb/s (geralmente 2,5 Gb/s), o processo de impor
informaçã o sobre um fluxo de luz emitido por um laser pode ser realizado por meio de
modulação direta;
Para maiores taxas de dados, é preciso usar um dispositivo chamado modulador externo
para modificar temporariamente o nível de potência ó ptica estacioná ria emitida pelo laser.
O tempo de vida de recombinaçã o espontânea dos portadores 𝜏sp é uma funçã o da estrutura de
bandas do semicondutor e da concentraçã o de portadores;
O tempo de vida de recombinaçã o estimulada dos portadores 𝜏st depende da densidade ó ptica
no interior da cavidade de laser e é da ordem de 10 ps;
O tempo de vida do fó ton 𝜏fot é o tempo mé dio que o fó ton reside na cavidade de laser antes de
ser perdido ou por absorçã o ou por emissã o atravé s das facetas.
2020 Santo André - SP 84
Diodos Laser
Em uma cavidade de Fabry-Perot, o tempo de vida dos fótons é
−1 𝑐 1 1 𝑐 (30)
𝜏fot = 𝛼ത 𝑙𝑛 = 𝑔𝑡ℎ
𝑛 2𝐿 𝑅1 𝑅2 𝑛
Para um valor típico de 𝑔𝑡ℎ = 50 cm–1 e um índice de refraçã o do material do laser de n = 3,5, o
tempo de vida dos fó tons é de aproximadamente 𝜏fot = 2 ps;
Esse valor define o limite superior para a capacidade de modulação direta do diodo laser;
Um diodo laser pode ser facilmente modulado por pulso, pois o tempo de vida dos fó tons é
muito menor do que o tempo de vida dos portadores;
Se o laser é completamente desligado apó s cada pulso, o tempo de vida de emissã o espontânea
dos portadores irá limitar a taxa de modulaçã o.
Na Equaçã o (31), o parâmetro 𝐼𝐵 é a corrente de polarizaçã o, que é uma corrente contínua fixa
aplicada ao laser;
O parâmetro τ é o tempo mé dio de vida dos portadores na regiã o de recombinaçã o quando a
corrente total 𝐼 = 𝐼𝑝 + 𝐼𝐵 está perto da corrente de limiar 𝐼𝑡ℎ .
Nessa regiã o, o tempo de vida dos portadores está agora reduzido para o tempo de vida da
emissão estimulada, de modo que permite elevar as taxas de modulação;
Uma vez que 𝜏sp está ao redor de 1 𝑛𝑠 e 𝜏fot é da ordem de 2ps para um laser de 300 𝜇𝑚 de
comprimento, quando a corrente de injeçã o é de cerca de duas vezes a corrente de limiar, a
frequência de modulaçã o má xima é de poucos gigahertz;
Em lasers nã o baseados em semicondutores, como no caso de lasers de estado só lido, pode-se
demonstrar que o ruído resultante de efeitos de emissão espontânea resulta em uma
largura espectral finita ou largura de linha Δν na saída do laser;
Essa relaçã o conduz a um mecanismo de acoplamento índice-ganho, isto é , dá origem a uma
interação entre o ruído de fase e a intensidade da luz.
Basicamente isso mostra que, em lasers semicondutores, a largura de linha é aumentada por
um fator de (𝟏 + 𝜶𝟐 );
A expressão da largura de linha na Equaçã o (33) pode ser reescrita em termos de potência de
saída ó ptica 𝑃sai como
𝑉𝑔2 ℎ𝑣𝑔th 𝑛sp 𝛼t (34)
∆𝑣 = 1 + 𝛼2
8𝜋𝑃sai
Valores comuns do fator-𝛼 adimensional encontra-se no intervalo de 2,0 − 6,0 com nú meros
calculados estando em boa concordância com os dados experimentais;
Alé m disso, a construção do laser pode influenciar a largura de linha, uma vez que os
valores do fator 𝜶 são diferentes, dependendo do tipo de material e da estrutura do diodo
laser;
Para os lasers DFB, as larguras de linha estã o na faixa de 5 − 10 MHz (ou, de forma equivalente,
em torno de 10– 4 nm).
Esse fenômeno é conhecido como gorjeio e faz os lasers modulados diretamente indesejá veis
para o funcionamento em velocidades maiores que 2,5 Gb/s;
Para essas aplicações de alta taxa, é preferível usar um modulador externo, como
mostrado na Figura 18;
Em tal configuraçã o, a fonte óptica emite um sinal de luz de amplitude constante que
penetra no modulador externo;
Nesse caso, em vez de variar a amplitude da luz que sai do laser, o sinal elétrico muda
dinamicamente o nível de potência óptica que sai do modulador externo.
2020 Santo André - SP 94
Diodos Laser
Figura 19. Conceito operacional de um modulador externo eletro-ó ptico de niobato de lítio.
Um sinal elétrico de alta velocidade, em seguida, muda a fase do sinal de luz de um dos
caminhos;
Isso é feito de tal maneira que, quando as duas metades do sinal se encontrarem
novamente na saída do dispositivo, elas se recombinarão construtiva ou destrutivamente;
Por sua vez, a recombinação destrutiva resulta em duas metades do sinal que se cancelam
mutuamente, de modo que nã o há luz na saída do combina- dor de feixe;
Como o InP é utilizado como material para um EAM, ele pode ser integrado sobre o mesmo
substrato, como um chip de diodo laser DFB;
O mó dulo completo de laser mais modulador pode ser colocado em um pacote padrã o, redu-
zindo assim a tensã o da unidade, a potência e os requisitos de espaço em comparaçã o ao pacote
separado de laser e modulador de LiNbO3.
A complexidade desses fatores impede a formulaçã o de uma ú nica equaçã o vá lida para todos os
dispositivos e intervalos de temperatura;
A variaçã o da temperatura com 𝐼th é de 0,8% por °C, como mostra a Figura 21.
Figura 20. Comportamento da potência ó ptica de saída dependente da temperatura em funçã o da corrente de
polarizaçã o para um diodo laser particular com 𝑇0 = 135 oC e 𝐼𝑧 = 52 mA
2020 Santo André - SP 101
Diodos Laser
Figura 21. Variaçã o com a temperatura da corrente de limiar Ith para dois tipos de diodos laser.
2020 Santo André - SP 102
Diodos Laser
O nível de potência óptica de saída deve ser mantido constante com relação a mudanças
de temperatura ou com a idade do laser, é necessário ajustar o nível de alimentação de
corrente cc;
A realimentaçã o ó ptica pode ser realizada por meio de um fotodetector, para detectar a
variação na potência óptica emitida a partir da faceta traseira do laser ou para separar e
controlar uma pequena parte da energia emitida no acoplamento com a fibra a partir da faceta
frontal;
Para a operaçã o na regiã o de 800-900 nm, um fotodiodo PIN de silício geralmente exibe essas
características
Figura 21. Construçã o de um transmissor de laser que utiliza um fotodiodo na faceta traseira
para controle de saída e um refrigerador termoelé trico para a estabilizaçã o da temperatura.
2020 Santo André - SP 105
Exercícios
1. Usando a expressã o 𝐸 = ℎ𝑐/𝜆, mostre por que a largura FWHM da potência espectral de
LEDs torna-se maior em comprimentos de onda maiores.
b) Se uma extremidade do laser é revestida com um refletor dielé trico de forma que agora
sua refletividade seja de 90%, qual é o ganho ó ptico no limiar do efeito laser?
𝜆2 800 nm 2
Δ𝜆 = = = 0,22 nm
2𝐿𝑛 2 × 400 nm × 3,6
Consequentemente, o número de modos existentes 𝑀 na faixa entre 750 nm e 850 nm é
850 nm − 750 nm
𝑀= = 455
0,22 nm
https://www.youtube.com/watch?v=R_QOWbkc7UI
https://www.youtube.com/watch?v=NpePZjTXqRw
https://www.youtube.com/watch?v=WgzynezPiyc
https://www.youtube.com/watch?v=_JOchLyNO_w
https://www.youtube.com/watch?v=pZyS0oj7QQM