Você está na página 1de 2

Agressividade e Violência

Todos nós nos sentimos zangados de vez em quando. É uma resposta natural quando nos sentimos
atacados, insultados, enganados ou frustrados. Normalmente, quando isso acontece, expressamos a nossa
zanga e seguimos em frente.

No entanto, a raiva que sentimos pode ser assustadora. Faz-nos ficar tensos e é difícil lidar com ela de modo
construtivo. O nosso coração bate mais depressa, respiramos e reagimos mais rápido e nem sempre
conseguimos pensar bem, às vezes reagimos de uma forma da qual nos arrependemos mais tarde: podemos
gritar, chamar nomes, bater em alguém ou partir objetos.

Estar zangado não é um problema, mas a forma como lidamos com a zanga e a raiva pode ser. A zanga
torna-se um problema quando nos leva a magoar os outros ou a nós próprios. Quando não expressamos a
nossa raiva ou a expressamos de forma e em alturas desadequadas, podemos prejudicar-nos a nós e às
nossas relações.

Às vezes, a nossa zanga não é com algo que tenha acontecido no presente, mas sim no passado . Nessa
altura não fomos capazes ou não pudemos exprimir a nossa zanga e, por isso, ela acumulou- se dentro de nós.
O problema é que no futuro nos podemos mostrar demasiado zangados ou agressivos com uma situação
diferente, que não justifica a nossa agressividade.

Quando não conseguimos controlar e expressar a nossa raiva e a nossa zanga de forma segura, isso
pode ser um sinal da existência de problemas de saúde psicológica. Pode levar à depressão, ansiedade,
dificuldades em dormir, adições (ao álcool, drogas), perturbações alimentares, comportamentos compulsivos ou
doenças físicas.

Quando sentimos que nos zangamos muito depressa e muito frequentemente, às vezes por “coisas pequenas”,
e que não somos capazes de controlar a nossa raiva, devemos procurar ajuda. Um Psicólogo pode ajudar-nos
a encontrar uma forma construtiva de gerir os nossos sentimentos agressivos.

Podemos observar manifestações de zanga e de raiva semelhantes nas crianças e nos adolescentes,
seja contra os Pais, os amigos, a escola ou até mesmo eles próprios. A agressão pode ser física, verbal ou
ambas. As crianças e adolescentes com comportamentos agressivos envolvem-se em lutas, têm dificuldade
em respeitar a autoridade e em seguir instruções em casa ou na escola e usam o comportamento agressivo
como forma de resolver os seus problemas ou expressar as suas emoções.

Os comportamentos agressivos têm um impacto negativo no desenvolvimento das crianças e


adolescentes. Este tipo de comportamentos pode afectar a forma como aprendem e como interagem com os
outros e está associado a resultados negativos: delinquência, consumo de substâncias ou dificuldades
escolares e de adaptação à vida adulta. Os comportamentos agressivos podem também ser sinais de
problemas de Saúde Psicológica na infância/adolescência.

Gerir o comportamento agressivo de uma criança ou adolescente é muito cansativo e pode ser frustrante para
os Professores, até porque desperta sentimentos de agressividade em si próprios. Ajudar as crianças e
adolescentes a encontrar e utilizar formas construtivas de expressar a agressividade exige paciência e
esforço e deve ter como objetivo proteger e ajudar (em vez de castigar).

Como podem os Assistentes Operacionais ajudar os alunos com comportamentos agressivos?

 Elogiar os alunos quando têm comportamentos adequados. Nenhuma criança ou adolescente se


“porta sempre mal” ou “é sempre agressivo”. Quando a criança ou adolescente se comporta de forma
correta deve ser elogiada pelo comportamento positivo.
 Responder imediatamente ao comportamento agressivo. Embora seja possível ignorar
comportamentos minimamente desadequados, o comportamento agressivo nunca deve ser ignorado.
 Permanecer calmo e modelar o comportamento. Todas as crianças aprendem por imitação. Modele
um comportamento calmo e não agressivo, mostrando controlo sobre as suas próprias emoções. Mostre
à criança/adolescente que existem formas adequadas de expressar emoções fortes e/ou negativas,
assim como de resolver problemas.
 Estabelecer as regras e as consequências. Ser claro sobre as regras, o que espera do
comportamento da criança e adolescente e o que irá acontecer caso as expectativas não sejam
cumpridas. Se alguma regra for violada, não avise, implemente imediatamente a consequência
previamente estabelecida.
 Ensinar estratégias de resolução de problemas. Quando uma criança bate no colega não se lhe
deve perguntar “Porquê” (“porque é que bateste ao teu colega?”), uma vez que esta pergunta dará
apenas azo a que arranje uma desculpa ou razão para um comportamento inadequado. Em vez disso,
devemos perguntar-lhe “O que estavas a tentar conseguir?”, uma vez que dessa forma conseguimos
uma oportunidade de lhe mostrar o que podem fazer de forma diferente da próxima vez.
 Evitar confrontar o aluno em público e preferir fazê-lo em privado.
 Monitorizar constantemente o comportamento do aluno, sobretudo em situações que podem dar
azo a comportamentos agressivos.
 Encaminhar o aluno para um Profissional de Saúde, nomeadamente o Psicólogo da Escola.

Você também pode gostar