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ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES

Toxoplasmose na gestação: diagnóstico, Fabiana Burdini Margonato 1

tratamento e importância de protocolo Ana Mario Rigo Silva 2


clínico Darli Antonio Soares 3
Denise Araújo Amaral 4
Airton José Petris 5
Toxoplasmosis in pregnancy: diagnosis,
treatment and the importance of clinical 1-3,5 Departamento de Saúde Coletiva. Universidade Estadual de
protocol Londrina. Av. Robert Koch, 60. Londrina, PR, Brasil.
CEP: 86.038-440. E-mail: fabianamargonato@yahoo.com.br
4 Central de Abastecimento Farmacêutico de Londrina. Londrina,
PR, Brasil

Abstract Resumo
Objectives: to compare therapeutic and laboratory Objetivos: comparar aspectos laboratoriais,
aspects of toxoplasmosis in pregnant women as well as terapêuticos e gastos com toxoplasmose em gestantes,
its cost in a real situation and in a hypothetical situa- em época prévia à implantação de protocolo clínico, a
tion employing a clinical protocol. uma situação hipotética de aplicação de um protocolo.
Methods: a time-series cohort study was carried out Métodos: coorte histórica com gestantes inscritas
with pregnant women taking part between January and no pré-natal de unidades básicas de saúde de Londrina,
November 2004 in the prenatal program at the Primary Paraná, que realizaram exames laboratoriais de rotina
Health Units in Londrina, Paraná, Brazil, whose de pré-natal, incluindo sorologia para toxoplasmose
prenatal routine laboratory tests included serology for aguda, no período de janeiro a novembro de 2004. Os
acute toxoplasmosis. Data were obtained at the city's dados foram obtidos na Secretaria Municipal de Saúde
Department of Health and the University Hospital. e no Hospital Universitário. A realização de exame
Additional tests, treatment and corresponding expenses confirmatório, tratamento e respectivos gastos foram
were compared with data from a hypothetical situation comparados com dados provenientes de uma situação
employing a clinical protocol. hipotética de implantação de um protocolo clínico.
Results: in the real situation, there was no defini- Resultados: na situação real, em 75% das gestantes
tive diagnosis for 75% of the pregnant women with com IgM reagente para toxoplasmose não houve diag-
reactive IgM for toxoplasmosis, and among those who nóstico definitivo e, entre as que realizaram exame
underwent an additional test, the median time period confirmatório, o tempo médio decorrido entre os dois
between the two tests was 23 weeks; 28.5% of the exames foi de 23 semanas; 28,5% foram tratadas sem
women were treated without confirmation and a single confirmação e no único caso confirmado não houve
confirmed case was not treated. Compared with the tratamento. Na comparação com a situação hipotética,
hypothetical situation, if an additional test had been a realização do exame confirmatório na mesma
carried out with the same blood sample it would have amostra de sangue possibilitaria diagnóstico definitivo
been possible to arrive at a definitive diagnosis of all a todas. Os menores gastos com medicamentos compen-
cases. Lower expenditure on medicines would compen- sariam o aumento de custos com exames confir-
sate for extra expenses related to additional tests. matórios.
Conclusions: the results show the importance of an Conclusões: os resultados demonstram a
appropriate clinical protocol both for health protection importância da implantação de protocolos clínicos de
and cost reduction. forma adequada, quer seja sob o ponto de vista de
Key words Toxoplasmosis, Treatment protocols, proteção à saúde, ou de economia.
Prenatal diagnosis Palavras-chave Toxoplasmose, Protocolos de trata-
mento, Diagnóstico pré-natal

Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 7 (4): 381-386, out. / dez., 2007 381
Margonato FB et al.

Introdução falta de um protocolo proporciona que diferentes


condutas sejam tomadas entre os próprios profis-
Segundo estudos 1-3 realizados no Brasil, a soro- sionais da rede municipal de saúde.
prevalência de toxoplasmose na população em geral Verificam-se divergências nas condutas relativas
varia aproximadamente entre 40 e 80%. Apesar ao diagnóstico e tratamento da toxoplasmose aguda
desses valores elevados, as maiores preocupações gestacional, o que motivou a realização deste estudo.
são voltadas às gestantes, devido à possibilidade de Assim, o objetivo foi comparar aspectos laborato-
infecção congênita, que pode ser muitas vezes grave riais, terapêuticos e gastos com toxoplasmose em
e até letal.3-7 gestantes, em época prévia à implantação de proto-
Diante da gravidade da doença congênita, torna- colo clínico, com os dados conseqüentes a uma si-
se fundamental o início do pré-natal no primeiro tuação hipotética de aplicação de um protocolo, com
trimestre da gestação, possibilitando a identificação a finalidade de avaliar as possíveis vantagens da
precoce dos casos agudos de toxoplasmose gesta- sistematização de condutas através de um protocolo
cional. Ao se diagnosticar precocemente, a rea- clínico.
lização do tratamento tem maiores chances de evitar
ou reduzir seqüelas para o recém-nascido. 6,8,9 O
Ministério da Saúde preconiza que o tratamento seja Métodos
feito através da administração de espiramicina, alter-
nada ou não com sulfadiazina, pirimetamina e ácido Este é um estudo individuado (não agregado), 13
folínico, dependendo do período gestacional e observacional e longitudinal, retrospectivo (coorte
infecção fetal.10 histórica). A população foi constituída pelo total de
Para o diagnóstico das infecções agudas, a gestantes inscritas no programa de pré-natal das 53
triagem sorológica é a mais indicada, tendo em vista UBS de Londrina, e que realizaram exames labora-
que, na fase inicial, o parasita ainda não pode ser toriais de rotina de pré-natal, incluindo o teste para
identificado nos tecidos e secreções, o que torna diagnóstico de toxoplasmose aguda no período de
outros métodos, como o isolamento e identificação janeiro a novembro de 2004.
histológica do Toxoplasma gondii, pouco factíveis A lista das gestantes foi obtida no setor de
para esse momento. 7 O marcador sorológico mais imunologia da CENTROLAB, tendo sido identifi-
freqüentemente utilizado é o anticorpo antitoxo- cadas aquelas com IgM reagente ou indeterminado
plasma da classe IgM. No entanto, vários autores para toxoplasmose e anotadas as datas de realização
alertam para a necessidade da realização de exames desses exames.
confirmatórios, como o de avidez de IgG, devido à Posteriormente, verificou-se quais gestantes
freqüência elevada de resultado falso-positivo de realizaram exames confirmatórios (repetição de IgM
IgM.7,9,11,12 e avidez de IgG) no laboratório do Hospital
Em Londrina, Estado do Paraná, a triagem Universitário, as datas da realização dos mesmos e
sorológica em gestantes é realizada pela Central de os respectivos resultados. Essa verificação foi esten-
Diagnósticos Laboratoriais (CENTROLAB), da dida até o final do mês de junho de 2005, para
Secretaria de Saúde do município, desde 1999, de contemplar as mulheres que se encontravam no
forma não sistematizada. Na época do estudo não início do período gestacional nos meses de setembro
havia protocolo específico para controle desse a novembro de 2004.
agravo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O Quanto ao consumo de medicamentos, os dados
fluxo observado inicia-se na UBS com a coleta de foram obtidos na CENTROFARMA. Foram verifi-
materiais para exames laboratoriais de rotina de pré- cadas as gestantes tratadas, a data do início do trata-
natal, que inclui sorologia para toxoplasmose. As mento, a idade gestacional (em semanas) e os
amostras são processadas na CENTROLAB e medicamentos dispensados com respectivas quanti-
quando há soropositividade de IgM, essa avisa a dades. Esses dados foram processados em planilha
UBS responsável pela gestante, que coleta nova do Excel para análise.
amostra de sangue, para a repetição do exame de Quanto à situação hipotética de implantação de
IgM e realização do exame de avidez no laboratório protocolo clínico, os seguintes critérios foram
do Hospital Universitário, além providenciar o utilizados: a) realização do exame de avidez de IgG
medicamento junto à Central de Abastecimento na mesma amostra de sangue, após o resultado de
Farmacêutico (CENTROFARMA) da Secretaria IgM reagente ou indeterminado; b) exames rea-
Municipal de Saúde, que fornece a medicação. Por lizados na nona semana de gestação, sendo conside-
ser esse um processo complexo a ser percorrido, a rados os períodos gestacionais com duração média

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Toxoplasmose na gestação

de 40 semanas; c) prevalência de 5,9% de confir- dispensado(s) e sua(s) quantidade(s), gasto com


mação de infecção recente (baixa avidez de IgG), diagnóstico laboratorial e com tratamento. Para o
encontrada em estudo realizado em Ribeirão Preto, cálculo de gastos, os valores dos exames e medica-
São Paulo, em população de gestantes;14 d) em casos mentos foram obtidos na Diretoria de Ações em
de confirmação laboratorial, para prevenir a infecção Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina
fetal, tratamento com espiramicina na posologia de no segundo semestre de 2005.
dois comprimidos de 500 mg 3x/dia entre a 9ª e a 13ª Esta pesquisa foi realizada mediante aprovação
semana gestacional; espiramicina alternada a cada prévia do Comitê de Ética em Pesquisa da
três semanas com o esquema tríplice, composto de Universidade Estadual de Londrina (parecer 300/04).
sulfadiazina (seis comprimidos de 500 mg/dia),
ácido folínico (2/3 de comprimido de 15 mg/dia) e
pirimetamina (dois comprimidos de 25 mg/dia) entre Resultados
a 14ª e a 34ª semana gestacional; e espiramicina na
posologia de dois comprimidos de 500 mg 3x/dia da Entre as 4858 gestantes que realizaram exames de
35ª semana até o termo (40ª semana gestacional para pré-natal, 120 (2,5%) apresentaram IgM reagente ou
este estudo); e) gestantes com peso médio de 60 kg indeterminado para toxoplasmose (Figura 1). Entre
para o cálculo da dosagem de sulfadiazina.15 estas, aproximadamente 75% não compareceram
As variáveis estudadas foram: realização do para realização de exame confirmatório. O tempo
exame confirmatório, intervalo de tempo entre a data médio entre a realização do primeiro e do segundo
de realização do primeiro exame e a data de rea- exame foi de 9,8 semanas, com períodos que vari-
lização do exame confirmatório, medicamento(s) aram entre 2 e 20 semanas.

Figura 1

Fluxograma das gestantes que realizaram exames para diagnóstico de toxoplasmose aguda. Londrina, Paraná, janeiro
a novembro de 2004.

GESTANTES QUE REALIZARAM SOROLOGIA PARA TOXOPLASMOSE


4858

GESTANTES COM IgM REAGENTE/INDETERMINADA


120

SEM REALIZAÇÃO DE EXAME CONFIRMATÓRIO EXAME CONFIRMATÓRIO


EXAME CONFIRMATÓRIO POSITIVO PARA TOXO- NEGATIVO PARA TOXO-
PLASMOSE PLASMOSE
87 (72,5%) 1 (0,8%) 32 (26,7%)

TRATADAS NÃO TRATADAS NÃO TRATADA TRATADAS NÃO TRATADAS

7 (5,9%) 80 (66,6%) 1 (0,8%) 15 (12,5%) 17 (14,2%)

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Table 1

Variáveis relacionadas ao diagnóstico e tratamento da toxoplasmose aguda em gestantes, segundo às situações real e
hipotética. Londrina, Paraná, janeiro a novembro de 2004.

Variável Situação Diferença absoluta

Real Hipotética

Exames realizados (nºgestantes):


IgG/Toxo 4858 4858
IgM/Toxo 4858 4858
Repetição de IgM 33 - -33
Avidez de IgG 14 120 +106
Gestantes com diagnóstico/ infecção recente 1 7 +6
Gestantes tratadas 22 7 -15
Início do tratamento (semanas de gestação - média) 23a 9a -14 semanas
Comprimidos dispensados (nº)
Espiramicina 11316 5964 -5352
Sulfadiazina - 4116 +4116
Ácido Folínico - 462 + 462
Pirimetamina - 1372 +1372
Gasto com medicamentos (R$)* 16.521,36 11.101,16 -5.420,20
Gasto com exames (R$) ** 181.103,65 182.457,80 +1.354,15
Gasto total (R$) 197.625,01 193.558,96 - 4.066,05

* Custo unitário dos medicamentos (R$): espiramicina=1,46; sulfadiazina=0,08; ácido folínico=1,32; pirimetamina=0,05;
** Valores de tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) (R$) para sorologia de IgM, IgG e avidez de IgG=18,55/exame.

Verificou-se que quase 20% das gestantes foram mente resolvido com a implantação de um protocolo
tratadas sem realização de exame confirmatório ou que indicasse a verificação de retorno da gestante
com resultado que não apontou infecção recente. No imediatamente após detecção de níveis de IgM
entanto, o único caso em que houve confirmação reagente ou indeterminado. Por essa razão, em
laboratorial de infecção aguda não foi tratado. alguns estudos de prevalência de toxoplasmose
A Tabela 1 apresenta a comparação de variáveis gestacional, o exame de avidez é realizado com a
levantadas na situação real e as estimadas na situ- mesma amostra de sangue.11 Essa conduta também é
ação hipotética criada no presente estudo. seguida no protocolo clínico da Secretaria Municipal
Verificou-se aumento de gastos com exames de Saúde de Curitiba 15 e poderia ser adotada na
laboratoriais, porém houve redução dos gastos totais cidade do estudo, sem aumento de custos.
devido a não utilização de medicamentos desneces- Além de garantir o cumprimento do diagnóstico
sários, diferente da situação real. Assim, seriam integral, a realização do exame de avidez na mesma
economizados R$ 4.066,05 se o diagnóstico e o amostra de sangue, em todos os casos em que o
tratamento fossem realizados de acordo com a situa- resultado de IgM for reagente ou indeterminado, é
ção hipotética. pertinente por reduzir a freqüência de falsos-posi-
tivos e evitar danos desnecessários à gestante, como
Discussão preocupação com a transmissão da doença ao feto e
uso desnecessário de medicamentos.11,16
Destaca-se, nesse estudo, a baixa freqüência de A freqüência de baixa avidez de anticorpos IgG
gestantes que realizaram exame confirmatório para toxoplasmose (0,8%) encontrada em Londrina é
(avidez de IgG), fato que pode ter sido decorrente de inferior àquela observada em Ribeirão Preto
falhas na comunicação entre o laboratório, a unidade (5,9%). 14 Uma das possíveis explicações para esse
básica de saúde e a gestante. Outro fator limitante fato é a realização dos exames de IgM e avidez de
pode estar relacionado à necessidade de retorno da IgG em tempos diferentes, uma vez que o intervalo
usuária ao serviço. Esse problema poderia ser total- médio observado até a realização do exame confir-

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Toxoplasmose na gestação

matório foi de 9,8 semanas, mas em alguns casos vessam a barreira placentária tratando diretamente o
chegou a até 20 semanas. Montoya et al.11 apontam feto via intra-uterina, prevenindo ou diminuindo
que a realização do exame de avidez de IgG detecta seqüelas. Acredita-se que a falta de um protocolo fez
apenas infecções mais recentes do que 12 semanas, o com que apenas a espiramicina tivesse sido utilizada
que leva a supor que algumas das gestantes estu- na situação real.
dadas possam ter tido infecção aguda, sem que o Outro fato a ser discutido é a utilização
diagnóstico fosse realizado. desnecessária de medicamentos em gestantes sem
A utilização da estimativa de freqüência de 5,9% confirmação laboratorial de toxoplasmose. Tal fato
de baixa avidez encontrada em Ribeirão Preto 14 é pode ser constatado ao se observar que o número de
justificada pela inexistência de trabalhos anteriores comprimidos gastos foi maior na situação real, que
realizados em Londrina que estimassem a identificou apenas uma gestante com infecção, do
prevalência de baixa avidez de IgG em gestantes que na situação hipotética, na qual sete gestantes
com IgM reagente ou indeterminado para toxoplas- estariam infectadas. Se as gestantes da situação real
mose. Além disso, destaca-se que esse município tivessem sido tratadas desde o início da gravidez, a
apresenta características climáticas, econômicas e quantidade de medicamentos dispensada seria ainda
culturais semelhantes às de Londrina. muito maior. É importante lembrar ainda que, na
O emprego da nona semana gestacional para rea- situação real, a única gestante que teve confirmação
lização dos exames na situação hipotética deve-se à laboratorial não recebeu tratamento.
importância de iniciar o pré-natal no primeiro A existência de um protocolo na época do estudo
trimestre de gestação, o que garantiria, entre outras poderia ter evitado possíveis eventos adversos a
vantagens, o diagnóstico precoce da infecção nesse medicamentos desnecessários, preocupações da
período.11 Entretanto, em estudos brasileiros têm-se gestante com o feto e falta de tratamento em caso de
observado que parte das gestantes não inicia o pré- infecção, além da diminuição de gastos. O aumento
natal no primeiro trimestre gestacional.17-19 Assim, a de recursos necessários com exames de avidez de
estimativa de gastos na situação hipotética foi super- IgG seria compensado pela quantidade utilizada de
estimada. medicamentos, que seria reduzida.
A necessidade do diagnóstico precoce e defini- A demonstração de vantagens enfatiza ainda
tivo se dá frente a resultados obtidos por diversos mais a importância do seguimento de protocolos,
autores que observaram que, no primeiro trimestre uma vez que, quando há sucesso em sua implan-
gestacional, o risco de transmissão vertical da toxo- tação, funcionam como facilitadores locais de
plasmose não é tão elevado como nos trimestres adesão às boas práticas. 23 No entanto, há que se
posteriores, contrário à gravidade da doença cuidar da elaboração e implementação de estratégias
congênita, que é maior quanto mais recente a como responsabilização da equipe de saúde,
gestação. 6,16,20-22 Dessa forma, o diagnóstico respaldo técnico das sociedades científicas e hospi-
precoce auxiliaria principalmente na prevenção dos tais universitários na elaboração de protocolos e
casos mais graves.21 treinamento de profissionais, investimento nas
Quanto ao tratamento com droga única, a espi- capacitações técnicas e gerenciais, monitoramento
ramicina, cabe ressaltar que na maioria dos trabalhos de queixas e reclamações de usuários, com pronta
e protocolos existentes, associa-se, ao seu uso, o resposta das partes envolvidas e atuação dos
esquema tríplice: pirimetamina, sulfadiazina e ácido conselhos de saúde, que favoreçam a adesão dos
folínico. 15,21 Segundo Gagne, 7 a espiramicina profissionais e usuários ao protocolo a ser
previne a passagem transplacentária do toxoplasma seguido.24,25
para o feto, enquanto os outros medicamentos atra-

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Recebido em 22 de dezembro de 2005


Versão final apresentada em 11 de julho de 2007
Aprovado em 2 de agosto de 2007

386 Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 7 (4): 381-386, out. / dez., 2007

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