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Estudo de revisão

Avaliação da apraxia de fala em idosos com


diagnóstico de doença de Parkinson: estudo
de revisão
Evaluation of apraxia of speech in elderly patients with the
diagnoses of parkinson’s disease: review study
Monia Presotto¹
Maira Rozenfeld Olchik²

RESUMO
A doença de Parkinson é um dos distúrbios do movimento mais encontrados na população idosa. As
manifestações do parkinsonismo se caracterizam por sinais e sintomas basicamente motores: rigidez muscular,
bradicinesia, tremor e distúrbios posturais. Tais sinais acabam por influenciar a produção de fala, interferindo
de forma negativa na expressão comunicativa e na qualidade de vida desses indivíduos. A apraxia de fala é
definida como um déficit na habilidade de sequencializar controles motores necessários para o posicionamento
correto dos articuladores durante a produção voluntária da fala. Constitui uma perda da capacidade de execu-
tar movimentos voluntários com um determinado fim, apesar dos sistemas neuromusculares permanecerem
intactos. A avaliação da apraxia de fala pode fornecer dados para uma melhor compreensão deste distúrbio e,
consequentemente, para o desenvolvimento de novas avaliações específicas e de novas propostas terapêuti- 35
cas. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento bibliográfico sobre a avaliação das habilidades verbal
e não verbal da apraxia de fala em idosos com diagnóstico de doença de Parkinson (DP). A revisão bibliográfica
foi baseada em base eletrônica de dados (Medline, Biblioteca Cochrane e Scielo). Também fez parte do estudo
obras literárias publicadas em forma de livro e dissertação de mestrado com busca no Portal Domínio Público.
Os resultados demonstraram que, a maioria dos estudos que avaliam a apraxia de fala são internacionais, e na
literatura nacional há apenas um protocolo (Martins e Ortiz, 2004); que não existe nenhum protocolo específico
para a avaliação da apraxia de fala em idosos com diagnóstico de DP, tanto na literatura nacional quanto na in-
ternacional. Os resultados sugerem a necessidade de pesquisas com objetivos diagnósticos precisos, conside-
rando parâmetros que possam fornecer subsídios para o diagnóstico diferencial e procedimentos terapêuticos
direcionados às apraxias de fala.

PALAVRAS-CHAVE
Apraxia – Fala – Avaliação - Parkinson.(negrito e parágrafo)

¹Fonoaudióloga Clínica. Especialista em Gestão da Atenção à Saúde do Idoso pelo Centro de Educação Tecnológica e Pesqui-
sa em Saúde – Escola GHC. Graduada em Fonoaudiologia pelo Centro Universitário Metodista IPA.
²Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Departamento de Cirurgia e Ortopedia - Curso
de Fonoaudiologia. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 27 | 2011/2


Avaliação da apraxia de fala em idosos com diagnóstico de doença de Parkinson

ABSTRACT
Parkinson’s Disease is one of the movement disorders most found in the elderly population. The manifesta-
tions of the parkinsonism characterize basically by motor signals and symptoms: muscle stiffness, bradykinesia,
trembling and postural disorders. Such signs end up influencing the production of speech, interfering negatively
in the communicative expression and in the quality of life of these individuals. The Apraxia of speech is defined
as a deficit in the ability of sequencer control motors necessary for the right positioning of the articulators dur-
ing the voluntary production of speech. Constitutes in a loss of the ability to execute voluntary movements
with a particular purpose, although the neuromuscular systems remain intact. The Apraxia evaluation of speech
might provide data for a better comprehension of this disorder and, consequently, for the development of new
particular evaluations and new therapeutic proposals. The aim of this study was based on literature about the
evaluation of the verbal and non-verbal abilities of apraxia of speech in elderly patients diagnosed with Parkin-
son’s disease (PD). The literature review was based on electronic database (Medline, Cochrane, Library and
Scielo). Also was part of the review studies published in book form and dissertation to search the Public Domain
Portal. The results demonstrated that, most of the studies that evaluate the apraxia of speech are international,
and in the national literature there is only one record (Martins e Ortiz, 2004); there is not any record of particu-
lar evaluation of apraxia of speech in elderly patients with diagnoses of PD, both in the national literature as
well as the international literature. The results suggest the need for studies with diagnoses aim, considering
parameters that might supply subsidies for the differential diagnoses and therapeutic procedures directed to
the Apraxia of speech.

KEYWORDS
Apraxia – Speech – Evaluation – Parkinson.
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Introdução Segundo Teive e Meneses (1996), a DP é um dos


Atualmente, o Brasil encontra-se em avançado es- distúrbios do movimento mais encontrados na popu-
tágio de transição tanto para mortalidade quanto para lação idosa, representando até 2/3 dos pacientes
fertilidade, o que permite prever de maneira confiável que visitam os grandes centros de distúrbios do
a distribuição etária e o tamanho da população nas movimento em todo o mundo. A prevalência da DP
próximas quatro décadas. (NASRI, 2008). tem sido estimada entre 85 e 187 casos por 100.000
Na doença de Parkinson (DP), o envelhecimento pessoas e a incapacidade funcional produzida pela
é um fator muito importante, visto que, na maioria doença é comparável à causada pelos acidentes vas-
dos casos, o início da doença se dá entre os 55 e culares encefálicos.
65 anos de idade. As alterações da DP somam-se Não se conhecia a causa da DP até Tretiakoff pub-
ao processo de envelhecimento, tornando a perda licar sua tese, na qual concluiu que a DP era causada
de capacidade funcional multifatorial e cumulativa, o pela degeneração da substância negra do mesencé-
que torna tais pacientes bastante frágeis. (PFEIFFER, falo (PEARCE, 1992; FINGER 1994). A degeneração
1985; ANDRADE et al., 1999). da substância negra do mesencéfalo minimiza a liber-
Por ser a fonoaudiologia a ciência que atua com ação da dopamina – neurotransmissor – na região do
a comunicação humana, envolvendo os aspectos de corpo estriado (FERRAZ e MOURÃO, 2003). A não
linguagem (oral e escrita), voz, de motricidade oro- transmissão de informações para o corpo estriado
facial e da audição, torna-se imperativo que os con- deixa-o excessivamente ativo, causando aferência
hecimentos sobre o envelhecimento sejam por ela contínua dos sinais excitatórios para o controle mo-
absorvidos, dado a transição demográfica que esta- tor cortico-espinal, provocando rigidez. A falta de
Jeckel-Neto e Cunha (2006) fundamentam o termo dopamina provoca o desequilíbrio entre os sistemas
senescência como as mudanças que ocorrem num excitatório e inibitório, “trancando” o movimento em
organismo, relacionadas com a idade, e que afeta de uma direção com dificuldade de progressão, causan-
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forma adversa a sua vitalidade e funções, aumentan- do a bradicinesia (MACHADO, 1993).
do a taxa de mortalidade em função do tempo. A combinação desses sinais leva a alterações
Rowe e Kahn (1998) propõem três trajetórias fonoarticulatórias caracterizadas por diminuição da
do envelhecimento humano: normal, patológica e intensidade da voz, articulação imprecisa, alterações
saudável. A definição de envelhecimento saudável na velocidade de fala e disfagia (BIGAL et al., 2007).
proposta por estes autores prioriza baixo risco de O diagnóstico da DP, essencialmente clínico,
doenças e de incapacidades funcionais relacionadas baseia-se nos dados coletados na anamnese e no
às doenças; funcionamento mental e físico exce- exame físico. As manifestações do parkinsonismo
lentes; e envolvimento ativo com a vida. se caracterizam por sinais e sintomas basicamente
motores: rigidez muscular, bradicinesia (lentidão dos
Doença de Parkinson movimentos), tremor e distúrbios posturais. Tais si-
A DP é uma doença neurológica progressiva, idi- nais acabam por influenciar a produção de fala e,
opática que afeta igualmente homens e mulheres, ainda, por acarretar uma expressão facial em “más-
na maioria das vezes após os 50 anos (SHULZ e cara” (denominada hipomimia), interferindo de forma
GRANT, 2000). É uma doença crônica e degenerativa negativa na expressão comunicativa e na qualidade
de caráter progressivo que acomete um em cada mil de vida desses indivíduos (ANDRÉ, 2004; BARROS
indivíduos da população em geral (CAMARGO et al., et al., 2004; SILVEIRA e BRASOLOTTO, 2005).
2004). Os sintomas e sinais cardinais do parkinsonismo
Pesquisas recentes têm relatado que a DP é con- são tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscu-
siderada uma doença neurológica degenerativa, pro- lar do tipo plástica, podendo haver o sinal da roda
gressiva, caracterizada pela presença de disfunção dentada e instabilidade postural. Outros dados clíni-
monoaminérgica múltipla, incluindo o déficit de sis- cos de importância são: distúrbios da marcha, fácies
temas (TEIVE, 2005). em máscara, alteração de voz, disartria, sialorréia,

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disfunção sexual, câimbras, dores, parestesias, dis- voluntários não-verbais da língua, lábios, mandíbula
fagia, incontinência urinária, obstipação intestinal, al- e outras estruturas orais associadas. A terceira, de-
terações da escrita (micrografia), distúrbios do sono, nominada apraxia de fala, é definida como um déficit
bradifrenia, depressão e demência (PALERMO et al., na habilidade de seqüencializar controles motores
2009). necessários para o posicionamento correto dos artic-
Vitorino e Homem (2001) chegaram a afirmar que uladores durante a produção voluntária da fala. Ortiz
a articulação é um dos aspectos mais comprometidos (2006) cita que Dronkers em 1996, verificou em seus
na fala do parkinsoniano, em função da degeneração estudos a associação entre apraxia de fala e orofacial
nervosa, que impede a transmissão neuromuscular, em 48% dos casos por ele estudados.
privando músculos orofaciais de se movimentarem Para Maciel Júnior (1998), as apraxias, também
adequadamente a fim de alcançar uma articulação chamadas de distúrbio das atividades executivas,
efetiva. Tal articulação imprecisa é uma característica podem ser originadas por lesões localizadas em dif-
claramente visível em nossa prática clínica, ou mes- erentes topografias do sistema nervoso central, cor-
mo ao simples contato informal com um indivíduo ticais e subcorticais. A revisão da literatura permite
portador de DP. concluir que os sintomas e sinais classicamente ref-
O comprometimento físico-mental, emocional, erenciados ao acometimento cortical-retro-rolândico,
social e econômico associados aos sinais e sintomas direito e esquerdo podem ser encontrados também
e às complicações secundárias da DP interferem no quando de lesões subcorticais de núcleos (tálamo e
nível de capacidade do indivíduo e podem influenciar outros núcleos da base) e da substância branca ence-
negativamente a qualidade de vida (QV) do mesmo, fálica. Os mecanismos fisiopatológicos implicados na
levando-o ao isolamento e a pouca participação na gênese dos sintomas e sinais nas apraxias são de
vida social (BOER et.al, 1996). natureza multifatorial: equilíbrio funcional entre os
hemisférios cerebrais, processamento sensorial, sis-
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Apraxia de Fala tema atencional seletivo, etc. Além disso, a noção
Segundo Pereira et al. (2003), a apraxia de fala sobre desconexão intra e inter-hemisférico, bem
caracteriza-se pela falha na programação da muscu- como o papel, ainda pouco conhecido, dos distúrbios
latura para a produção dos sons. Ou seja, esta pa- neuroquímicos cerebrais nas apraxias não devem ser
tologia consiste no prejuízo do planejamento e da negligenciados.
execução de movimentos necessários à articulação São vistas algumas citações do termo dispraxia
dos sons da fala. no lugar de apraxia. Essa preferência terminológica
As apraxias, em geral, são divididas em apraxia provavelmente está relacionada aos prefixos, que
ideatória e apraxia ideomotora. A primeira consiste significam, respectivamente, diminuição e ausência.
na inabilidade de fazer uso de um objeto ou gesto, Preferimos seguir a nomenclatura apraxia que é mais
devido à perda do conhecimento de suas funções. utilizada nos tratados de neurologia e publicações. As
A outra se refere ao distúrbio no desempenho dos lesões que causam a apraxia geralmente comprom-
movimentos necessários para o uso de objetos, para etem a área pós-central do lobo parietal, podendo es-
realização de gestos ou uma sequência de movimen- tar envolvido o lobo temporal. (SYDER, 1997; ORTIZ,
tos isolados (LURIA, 1983; LURIA, 1984; FREED, 2006). A apraxia constitui uma perda da capacidade
2000). de executar movimentos voluntários com um deter-
A apraxia ideomotora divide-se em três subcate- minado fim, apesar dos sistemas neuromusculares
gorias. A primeira, chamada limb apraxia, é descrita permanecerem intactos. Isto quer dizer que um mov-
como uma inabilidade para sequencializar os movi- imento pode ser realizado, automaticamente, mas
mentos dos braços, pernas, mãos e pés durante uma não voluntariamente. A apraxia pode afetar qualquer
atividade voluntária. A segunda é a apraxia não-ver- movimento motor voluntário, mas quando a fala está
bal ou bucofacial (orofacial), em que há um déficit afetada, é denominada apraxia articulatória, apraxia
na habilidade de sequencialização dos movimentos verbal ou apraxia da fala. Embora a apraxia venha co-

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mumente associada a algum grau de disfasia, as ha- sequência de fonemas, e essa repetição é mais
bilidades lingüísticas podem estar comparativamente fácil em pontos articulatórios anteriores do que
intactas, assim como o nível de consciência. Conse- em posteriores;
quentemente, as frustrações são muito grandes. O • os fonemas que são produzidos com mais
indivíduo busca um som específico e produz algo frequência nas palavras tendem a ser articulados
muito diferente daquilo que pretendia. As condições com maior precisão do que os fonemas que são
etiológicas dessa desordem da falam incluem aci- produzidos com menos frequência;
dentes vasculares cerebrais, doenças degenerativas, • há grande discrepância entre a boa execução
traumas e tumores, desde que essas lesões centrais na produção da fala automática e reativa e a ex-
se localizem em áreas responsáveis pela sequenciali- ecução deficiente na produção voluntária e inten-
zação dos comandos motores da fala. cional; as respostas imitativas se caracterizam
De acordo com Souza e Payão (2008, p.196) a por apresentarem mais erros de articulação do
apraxia da fala pode ser identificada pelas seguintes que na produção da fala espontânea;
características: • não há alterações ligadas às funções estoma-
• inabilidade para realizar movimentos voluntários tognáticas de sucção, mastigação e deglutição;
envolvidos no ato da fala, na ausência de alter- • na leitura oral de um texto, os erros articulatóri-
ações na musculatura dos órgãos fonoarticulatóri- os não acontecem ao acaso, são mais frequentes
os; nas palavras que têm maior valor linguístico ou
• comprometimento primariamente na articu- psicológico e que são essenciais para a comuni-
lação e, secundariamente, na prosódia; cação;
• esforço para achar posturas articuladoras cor- • a correção da articulação está influenciada pelo
retas e as suas sequências; são comuns as mími- modo de apresentação do estímulo: tendem a ar-
cas faciais, acompanhadas por movimentos silen- ticular com maior precisão quando os estímulos da
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ciosos dos lábios de forma contorcida e forçada; fala são apresentados por um examinador visível
• as habilidades linguísticas do apráxico podem (modo auditivo-visual), comparando- se o desem-
estar intactas, assim como a consciência da penho de quando é pedido que imitem o estímulo
própria dificuldade; consequentemente, as frus- oferecido por meio de gravador (modo auditivo)
trações são muito grandes: o indivíduo busca um ou que produzam, de maneira espontânea, uma
som específico e produz algo muito diferente palavra escrita no papel (modo visual);
daquilo que pretendia; • a obtenção do ponto articulatório é facilitada por
• as falhas articulatórias mais comuns dizem re- ensaios repetidos de uma palavra, mais do que
speito às substituições, seguidas das omissões, pelo aumento do número de estímulos apresen-
inversões, adições, repetições, distorções e pro- tados.
longamentos dos fonemas;
• os erros de articulação aumentam à medida Avaliação da apraxia de fala
que aumenta a complexidade do ajuste motor Segundo Bickerstaff (1975), a maneira de testar a
exigido: as vogais provocam menos erros que as apraxia é inicialmente nos certificarmos de que não
consoantes isoladas; os fonemas fricativos são há déficit motor, alteração sensitiva ou ataxia que difi-
os que provocam mais erros; as produções mais cultem a realização das provas e que o paciente com-
difíceis são as sílabas constituídas por grupos preenda as ordens dadas. Pedimos para o paciente
consonantais; a consoante inicial apresenta alto estender os braços, pôr a língua para fora, mostrar os
grau de inconsistência de erros e esses aumen- dentes, etc. Se não conseguirmos que estes movi-
tam à medida que aumenta o comprimento da mentos sejam realizados voluntariamente, procurare-
palavra; mos que sejam feitos de modo automático, fazendo,
• a repetição de um único fonema isolado é re- por exemplo, que o paciente aperte nossa mão em
alizada com maior facilidade que a repetição de um cumprimento, sorria e lamba os lábios.

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De acordo com Syder (1997), nas avaliações clíni- dentro dos distúrbios de fala e de linguagem, pois é
cas formais, pede-se ao paciente que produza grupo uma alteração da articulação, normalmente difícil de
de sons e palavras que apresentem uma complexi- ser reabilitada e, geralmente, os processos terapêu-
dade crescente. Desta forma são analisados o tipo e ticos são longos (ORTIZ, 2004). (PARÁGRAFO)De
o nível de erros, formando-se, assim, um quadro de acordo com Martins e Ortiz (2004), a avaliação por
natureza e da extensão da apraxia. O Apraxia Battery meio de um instrumento objetivo permite a obtenção
for Adults - Dabul, 1979 - e o Test for Oral Dyspraxia - de dados quantitativos, que favorecem a comparação
Darley et.al, 1975 - são testes específicos para o uso entre desempenhos de diferentes pacientes, além de
clínico comum (SYDER,1997). possibilitar a comparação do quadro de um mesmo
Para Ortiz (2006), ao avaliarmos um paciente com paciente antes e depois de um processo terapêu-
a apraxia de fala, certamente deveremos avaliar se tico. Pensando nisso, foi elaborado, com base em
ele possui também uma apraxia não-verbal ou oro- avaliações utilizadas em outros países, um protocolo
facial. Para avaliação específica, sugere realizar uma destinado a avaliar distúrbios na programação moto-
observação minuciosa da fala; a fala deve ser gra- ra da fala. O protocolo proposto é dividido em duas
vada e analisada quanto ao tipo e prevalência de er- partes: a avaliação da apraxia não-verbal e a avaliação
ros. Para que a avaliação seja completa, devem-se da apraxia verbal.
utilizar estímulos de diferentes extensões: palavras Kent e Read (2002) citam uma pesquisa que mos-
monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. tra que, associada ao uso de protocolos, a análise
Quando o paciente demonstra uma apraxia de fala acústica pode ser útil ao estudo da apraxia de fala,
tão grave que o impede de emitir palavras, avaliar a uma vez que esta, no indivíduo com apraxia, tende
possibilidade de o paciente emitir sílabas isoladas sob a ser lenta, intermitente e variável. As análises es-
padrão e com pista visual do avaliador. Na avaliação pectrográficas constatam as diferenças evidentes na
da apraxia de fala, é sempre necessária a realização duração de palavras, sendo duas vezes mais longas
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das séries automáticas que também podem ser con- que em um falante com controle de fala normal. Os
sideradas mais fáceis ou mais difíceis. Devem ser estudos da apraxia da fala com base acústica mos-
observadas a emissão oral espontânea e o desem- tram variações de “Voice Onset Time” (VOT) e erros
penho do paciente na repetição e na leitura em voz com padrões fonéticos.
alta. Na avaliação da apraxia não verbal, observar os Para Cera e Ortiz (2009), a avaliação da apraxia
movimentos realizados pelo paciente quanto à: ad- deve envolver todas as variáveis que possam influ-
equação, tempo-hesitação, resposta parcial, demon- enciar no desempenho de fala: os erros são mais fre-
stração e ajuda. Caberá ainda nas desordens motoras quentes em palavras compostas por fonemas menos
da fala, a avaliação da sensibilidade. frequentes na língua, mais extensas ou com grupos
Segundo Souza e Payão (2008), a identificação consonantais, com fonemas fricativos, que contêm
do grau do comprometimento apresentado pelo pa- fonemas com pontos articulatórios distantes, entre
ciente é outro dado importante a ser considerado outras. Desta forma, os fonemas devem aparecer
quando se trata de diagnóstico de apraxia de fala, em palavras com diferentes extensões e frequên-
uma vez que esse distúrbio da comunicação pode cias de ocorrência na língua, bem como os fonemas
aparecer em diferentes graus, desde o mais leve, devem aparecer em diversas posições das palavras
que se caracteriza como um distúrbio articulatório, apresentadas. Porém, os fonemas não apresentam
até o mais severo, quando há ausência total ou quase uma mesma porcentagem de ocorrência na língua,
total da fala. o que dificulta a seleção de palavras que envolvam
Dessa maneira, é importante conhecer detalh- todas estas variáveis. Portanto, para que a avaliação
adamente esse quadro complexo, bem como suas envolva todas estas variáveis, não é possível apre-
características, para poder planejar o tratamento de sentar tarefas foneticamente balanceadas.
forma adequada. Isso porque a terapia de apraxia de (PARÁGRAFO)De acordo com Zadikoff e Lang
fala apresenta-se como uma das terapias mais difíceis (2005) mais estudos, incluindo a avaliação clínica

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cuidadosa, são necessários para responder a mui- tudos, incluindo a avaliação clínica cuidadosa, são
tas perguntas que surgem na avaliação de apraxia necessários para responder a muitas perguntas que
em pacientes com transtorno de movimento. Ref- surgem na avaliação de apraxia em pacientes com
erem que métodos padronizados de avaliação são transtorno de movimento. Referem que métodos pa-
necessários. dronizados de avaliação são necessários.
A prática clínica fonoaudiológica ainda carece de A prática clínica fonoaudiológica ainda carece de
formas diagnósticas precisas e objetivas que ava- formas diagnósticas precisas e objetivas que ava-
liem o sistema estomatognático, principalmente no liem o sistema estomatognático, principalmente no
que se refere à praxia não verbal. Ainda não existem que se refere à praxia não verbal. Ainda não existem
protocolos validados ou critérios de normalidade já protocolos validados ou critérios de normalidade já
estabelecidos. Métodos rápidos, simples e fáceis de estabelecidos. Métodos rápidos, simples e fáceis de
serem aplicados possibilitariam o diagnóstico correto serem aplicados possibilitariam o diagnóstico correto
e a terapia (FARIAS et al., 2006). e a terapia (FARIAS et al., 2006).
Na pesquisa de Rechia et al. (2009), para definir
Objetivo a hipótese diagnóstica de apraxia verbal, foram uti-
O objetivo deste estudo foi realizar um levanta- lizados os critérios diagnósticos a partir dos sinais
mento bibliográfico sobre a avaliação das habilidades de apraxia verbal, relatados na literatura, sobretudo
verbal e não verbal da apraxia de fala em idosos com alterações de vogais ou de acento; presença de
diagnóstico de doença de Parkinson (DP). tateio articulatório (acompanhado pelo olhar fixo na
articulação oral do interlocutor e tentativa de imitar
Métodos fonemas movimentando silenciosamente lábios e
A revisão bibliográfica foi realizada nas bases língua); presença de variabilidade articulatória (foram
eletrônica de dados Medline, Biblioteca Cochrane consideradas distintas produções de uma mesma
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e Scielo, com busca bibliográfica padronizada, palavra-alvo); múltiplos apagamentos de sílabas e
procurando artigos com os Descritores em Ciências segmentos; imitação de sons pobre ou ausente; au-
da Saúde (DeCs): Apraxia; Dispraxia; Fala; Avaliação, mento da dificuldade de produção com o aumento
Parkinson, em inglês, espanhol e português. Não da extensão de enunciados e sequencialização pobre
houve restrição no ano de publicação, ou seja, foram de sons (dificuldades importantes de alternar ponto
analisados os estudos de 1975 até 2011. Para a in- articulatório) induzindo a extensas assimilações.
clusão dos artigos científicos levantados na busca Uma das principais dificuldades encontradas por
foram selecionados apenas os que tivessem os de- profissionais da saúde que ministram programas de
scritores citados. Também fez parte do estudo obras reabilitação para pacientes com apraxias é diagnos-
literárias publicadas em forma de livro e dissertação ticar tal distúrbio, para que as terapias sejam dirigidas
de mestrado em português com busca no Portal às causas reais dos déficits funcionais e, consequen-
Domínio Público. temente, obtenha-se êxito quanto à sua reabilitação
(VAZ et. al., 1999). Os autores realizaram um estudo
Discussão/Resultados com o objetivo de escolher uma bateria de testes
Foram achados sete artigos que abordam a ava- para avaliar as apraxias, aplicável por profissionais
liação da apraxia da fala. Quatro deles, falam sobre da saúde envolvidos na recuperação neuromotora
a necessidade e a importância do diagnóstico da de pacientes neurológicos. Cada um dos tipos de
apraxia da fala, e três descrevem sobre a avaliação apraxias pode ser identificado por testes específi-
em casos específicos, como em acidente vascular cos, de fácil aplicabilidade e praticidade. O protocolo
cerebral (AVC), em gagos e no diagnóstico diferencial inclui as apraxias dinâmica, ideomotora, ideatória,
das síndromes parkinsonianas. Os artigos referidos construtiva, mielocinética, da marcha, de vestir, bu-
estão ordenados abaixo: cofacial, agnóstica e diagonística. Na avaliação de
De acordo com Zadikoff e Lang (2005) mais es- praxia bucofacial refere testes de movimentos de lín-

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Avaliação da apraxia da fala em idosos com diagnóstico de doença de Parkinson

gua e movimentos faciais ao comando verbal, e na nismos neurais subjacentes à apraxia orofacial,
ava-liação da praxia ideomotora refere testes como procurando os respectivos papéis de estruturas
mandar beijo. corticais e subcorticais. Foram avaliados 44 pa-
O objetivo do estudo realizado por Mumby et al. cientes foram avaliados, sendo que, 12 tinham di-
(2007) era pequisar se eram confiáveis os dignósti- agnóstico de doença de Parkinson idiopática (DPI),
cos de apraxia de fala usando o julgamento clínico 8 com diagnóstico de atrofia de múltiplos sistemas
de quatro fonoaudiólogos. Analisaram vídeos grava- (AMS), 12 com diagnóstico de paralisia supranu-
dos de quarenta e duas pessoas com dificuldades clear progressiva (PSP) e 12 com diagnóstico de
de comunicação após acidente vascular cerebral degeneração corticobasal (DCB). A praxia orofa-
(AVC). Os fonoaudiólogos não receberam nen- cial foi avaliada através de gestos como: esticar a
hum treinamento e não houve nenhum encontro língua, tocar a ponta do nariz com a língua, tocar
para discutirem sobre os casos anteriormente. Os o queixo com a língua, lateralizar a língua para es-
resultados indicaram que é altamente consistente querda, lateralizar a língua para a direita e mostrar
o diagnóstico de apraxia da fala pelos fonoaudiól- os dentes. Quatro gestos eram acompanhados
ogos. Houve um alto nível de concordância entre a pela produção de um ruído: soprar, mandar um be-
presença e a gravidade da apraxia de fala. Apesar ijo, estalar a língua e assobiar. Finalmente, os dois
do debate teórico sobre a existência e a natureza últimos itens foram múltiplas sequencias de ges-
da apraxia de fala, estes resultados indicam que tos (estourar as bochechas e em seguida, morder
os terapeutas estão identificando uma população o lábio inferior; mostrar a língua, estalar a língua e
clinicamente significativa. Estes resultados for- assoprar). Foi realizada esta avaliação simplificada,
mam uma base para futuras pesquisas sobre a pois a avaliação da praxia orofacial não era precisa-
natureza da apraxia de fala, que é essencial para mente relatada. Resultados: pacientes com DCB
a adaptação de reabilitação para este distúrbio de foram significativamente mais prejudicados do que
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comunicação. aqueles com DPI, AMS ou PSP. A avaliação não foi
Brabo e Shiefer (2009) realizaram uma pesquisa capaz de distinguir entre o DPI, AMS e grupos PSP.
para caracterizar as habilidades de praxias verbal Em DCB houve um grande comprometimento em
e não verbal em 40 indivíduos gagos, com idade vários gestos sequenciais. Conclusão: a avaliação
igual ou superior a 18 anos. Para a avaliação das da praxia orofacial auxilia no diagnóstico clínico da
praxias verbal e não verbal, os indivíduos foram DCB. Pacientes com DPI, AMS e PSP não apre-
submetidos à aplicação do Protocolo de Avaliação sentaram apraxia orofacial. Sugerem que o déficit
da Apraxia Verbal e Não verbal (MARTINS e ORTIZ, em múltiplos gestos sequenciais no DCB está rela-
2004). Concluíram que, com relação às habilidades cionado com lesões simultâneas do lóbulo parietal
de praxia verbal, os gagos apresentaram frequên- e a área motora suplementar.
cia maior de rupturas da fala, tanto de disfluências
típicas quanto de atípicas, quando comparado ao Comentários finais
grupo controle. Já na realização de movimentos Nesta revisão, conclui-se que:
práxicos isolados e em sequência, ou seja, nas ha- • Os resultados demonstraram que a maioria
bilidades de praxia não verbal, os indivíduos gagos dos estudos que avaliam a apraxia de fala são
não se diferenciaram dos fluentes não confirman- internacionais e na literatura nacional há apenas
do a hipótese de que o início precoce da gagueira um protocolo - Martins e Ortiz, 2004.
poderia comprometer as habilidades de praxia não • Nas pesquisas nacionais o mesmo protocolo
verbal. de avaliação é aplicado em diferentes diagnósti-
Os autores Ozsancak et al. (2004), realizaram cos, não considerando suas especificidades.
um estudo para determinar se a avaliação da praxia • Não foi encontrado, na literatura nacional ne-
orofacial é útil para o diagnóstico diferencial das nhum estudo avaliando as habilidades práxicas
síndromes parkinsonianas e entender os meca- verbal e não verbal em idosos com DP.

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Avaliação da apraxia em idosos com diagnóstico de doença de Parkinson

• Na literatura internacional foi encontrado so- quanto na internacional.


mente um estudo, abordando apenas a apraxia • Os resultados sugerem a necessidade de
orofacial. pesquisas com objetivos diagnósticos, conside-
• Não existe nenhum protocolo específico para rando parâmetros que possam fornecer subsídi-
a avaliação da apraxia de fala em pacientes com os para o diagnóstico diferencial e procedimentos
diagnóstico de DP, tanto na literatura nacional terapêuticos direcionados às apraxias de fala.

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