Você está na página 1de 4

1

EMEF “Prof.ª Maria Franco de Sousa Penariol”


Aula de Técnica de Redação – 9º ano – 20/07/2020
Prof.ª Dreid D. Saltor Borges
 Continuação da aula anterior.

Hora de conferir as sugestões de respostas da aula passada (13/07/2020)

1- Resposta pessoal.

2- a) ( X ) tema

b) “A vida da gente”, pois a autora rememora uma experiência vivida na época em que era
criança.

c) ( X ) metáfora.

3- a) São o recebimento de um saco de seriguelas como presente e a confusão entre peras e jambos em
uma ida ao supermercado.

b) Esses fatos remetem a uma lembrança da infância quando foi esquecida pelos avós em uma barraca na
Estrada do Joá.

c) Resposta pessoal. Sugestões: ser “esquecido”, gostar de frutas, ficar com os avós...

4- a) A crônica é escrita na primeira pessoa. Trecho: “Mas logo descobri que levava os jambos comigo”.

b) Porque a cronista relata uma situação que vivenciou.

5. a) Os acontecimentos estão situados no passado.

b) Há um momento de um passado mais recente que se refere ao presente da amiga e à ida ao


supermercado. Outro momento é um passado mais distante, quando ela era criança e foi esquecida pelos
avós na Estrada do Joá.

c) Passado mais recente: “[...] uma amiga gentil me presenteou com um saco de seriguelas [...]”, “Depois,
satisfeita, saí para fazer compras. Ao chegar na porta do supermercado, talvez ainda sob o impacto do gosto
antigo, notei de longe umas caixas com frutos vermelhos em forma de coração [...]”.

Passado mais distante: “Na época com cinco ou seis anos, eu voltava de carro com meus avós do sítio que
tínhamos em Jacarepaguá. Íamos pela Estrada Velha do Joá, que em alguns pontos era sinuosa, estreita,
sem acostamento ou retorno”.

Anote no caderno!
Aula de Técnica de Redação
Prof.ª Dreid S. Borges – 9º ano _____
Nome:__________________________________________ nº: ____ 20/07/2020

Releia o texto a seguir para continuar a análise das características que compõem uma crônica.

O fruto da solidão

Por causa de algumas reminiscências sobre comidas da infância, uma amiga gentil me presenteou com um
saco de seriguelas. Peguei os pequenos frutos e fui colocando-os na boca, um a um, mordendo a casca
vermelho alaranjada, sentindo-lhe o estalo, sorvendo a polpa até chegar ao caroço, do tamanho do de uma
2

azeitona. Depois, satisfeita, saí para fazer umas compras. Ao chegar na porta do supermercado, talvez ainda
sob o impacto do gosto antigo, notei de longe umas caixas com frutos vermelhos em forma de coração e
pensei: “São jambos.” Cheguei perto, mas não precisei nem tocar nas frutas para ver que me enganara. Não
eram jambos e sim peras vermelhas, uma novidade exótica que nenhuma relação tinha com sabor de
infância. Decepcionada, me afastei.

Mas logo descobri que levava os jambos comigo. Pensava neles, recordava. Seu formato, o contraste entre
o vermelho de sua pele e a brancura da polpa, seu cheiro – os jambos têm cheiro de rosas. Mas não era só
isso e eu sabia bem. Levava comigo, junto com os jambos imateriais, a sensação de susto, de quase pavor.
E deixei fluir a lembrança.

Na época com cinco ou seis anos, eu voltava de carro com meus avós do sítio que tínhamos em
Jacarepaguá. Íamos pela Estrada Velha do Joá, que em alguns pontos era sinuosa, estreita, sem
acostamento ou retorno. Até que avistamos à esquerda um pequeno recuo, sombreado de árvores, onde,
numa barraquinha, um velho vendia jambos. Meu avô, muito guloso, imediatamente deu uma guinada e
parou no recuo. Decidira comprar um punhado daquelas frutas vermelhas que adorava. Eu, que estava
sentada sozinha no banco de trás, decidi saltar também. Enquanto meus avós escolhiam os jambos, dei uns
passos, distraída, apreciando a beleza das copas das árvores, o emaranhado de parasitas que escorriam
dos galhos como uma barba rala. E, de repente, ouvi o ronco do motor. Ao me voltar, vi o fusca do meu avô
tomando o asfalto e, num segundo, desaparecendo na curva.

Eles tinham ido embora sem mim.

Fiquei paralisada. O velho da barraca, arrumando seus jambos, nem parecia ter notado minha presença. E
meus avós? Na certa tinham pensado que eu sequer saltara, que continuara no banco de trás enquanto eles
compravam as frutas. Sim, fora isso. Eles iam voltar. Eles não iam fazer aquilo comigo.

Foram segundos, minutos, de um medo profundo, uma sensação de abandono avassaladora. Por mais
que, racionalmente, eu não parasse de repetir para mim mesma que estava tudo bem. Eles iam voltar.

É claro que voltaram. Demoraram um pouco, embora notassem logo minha falta, mas é que tiveram
dificuldade em encontrar um retorno na estrada estreita. Ao vê-los, tentei sorrir – mas, sem saber, já estava
marcada. E o jambo, com toda sua beleza, com todo seu cheiro de rosas, ficou sendo para sempre em mim
o fruto da solidão.
Heloisa Seixas

*Como se trata de uma análise em continuidade, vamos também continuar com a numeração das
atividades. Assim, ao final do estudo desse texto, você terá tudo em ordem no caderno.*
3

6- Acompanhando a construção temporal, na crônica, as ações relatadas ocorrem em espaços diferentes.

a) Segundo a citação de Antonio Candido lida anteriormente, a crônica “pega o miúdo e mostra nele uma
grandeza, uma beleza, e uma singularidade insuspeitadas”. Na introdução da crônica, o fato miúdo ocorre
em qual espaço?

_______________________________________________________________________________________

b) Esse espaço é descrito de maneira detalhada ou econômica? Justifique.

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

c) No desenvolvimento da crônica os acontecimentos ocorrem em qual espaço? Como ele é descrito?

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

d) Por que há diferença no modo como esses espaços são descritos pela cronista?

_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

7- Na crônica, a autora menciona dois lugares que estão


localizados na cidade do Rio de Janeiro. Retome a crônica e
observe a fotografia ao lado. Quais são esses locais?

____________________________________________________

____________________________________________________

8- No desenvolvimento da crônica, é relatado um episódio um


pouco inesperado.

a) Qual é esse episódio? Quem participa dele?

_______________________________________________________________________________________

b) Por que é mencionada a característica de o avô ser guloso?

_______________________________________________________________________________________

9- Como ela se sente diante do que acontece na estrada?

_______________________________________________________________________________________

10- Copie no caderno a alternativa que melhor explica o desfecho do texto.

a. A cronista conclui o relato e retoma o que foi dito na introdução.

b. A cronista sente o cheiro de rosas da infância.

c. A cronista explica sua dificuldade em descobrir o que era o fruto da solidão.

d. A cronista revela que os avós não voltaram para buscá-la.

Até a próxima aula!!!

Tenha uma linda semana!

E lembre-se ... não importa se o dia está cinzento, colori-lo só cabe a você!
4

Beijos, profª. Dreid

Você também pode gostar