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GERONTOLOGIA E PSICOGERONTOLOGIA VOLTADO PARA PACIENTE

COM A DOENÇA DE ALZHEIMER: UMA VISÃO SOBRE O SER QUE


ENVELHECE

Geilson de Oliveira Barbosa


Priscila Rodrigues Gomes
Edson Vizzoni

RESUMO

As alterações cognitivas e na memória são frequentes na doença de Alzheimer. O


idoso sofre diversas perdas cognitiva ao longo do processo da doença, O Alzheimer
é causado pela deterioração através da bactéria amiloide, essas placas são
formadas quando pequenos pedaços da proteína beta-amiloide se agrupam nos
axônios. O ajuntamento dessa placa nos axônios bloqueia a sinalização entre as
células nas sinapses. O presente estudo trata-se de uma revisão da literatura e tem
como objetivo de descrever o perfil do profissional da psicogerontologia na doença
de Alzheimer bem como as formas de avaliação desta condição. Foram utilizadas as
bases de dados eletrônicas SciELO, Google Acadêmico e Base CAPES, livros
referência na área de psicologia e artigos publicados científicos. Foram excluídos
estudos que continham amostras compostas por idosos com outras demências.

Palavras-chave: Alzheimer. Idoso. Psicogerontologia. Gerontologia.


INTRODUÇÃO

Desde 1980 busca-se conhecer um pouco mais sobre o ser que


envelhece, apesar de uma incansável luta em uma área recém-nascida,
compreender o idoso já é uma reflexão de civilizações bem mais remotas, os idosos
eram vistos como alguém que detinha o conhecimento e a sabedoria, os mais
jovens, reis e grandes autoridades sempre recorriam a sabedoria dos mais velhos.
Eram-lhes confiadas riquezas, governos, e decisões importantes. Na
China antiga, o filósofo Confúcio pregava que todos os elementos de uma família
deveriam obedecer aos mais velhos. Via de regra a sociedades considerava o
estado de velhice dignificante e adotavam como sábio aquele que atingia essa
etapa.
A gerontologia é a área do conhecimento voltada a esse tema. Um olhar
dinâmico em dimensões biológicas, psicológicas e sociais, sobre o processo de
envelhecer.
No entanto no Brasil temos importantes trabalhos nesse campo de estudo
que vão abordar a temática do idoso, dentro de uma perspectiva particular e social e
psicológica.
Esse entendimento tira um pouco a mudança do olhar biológico como
uma incapacidade de adaptação, que é uma visão mais clássica da velhice. Falar
sobre envelhecimento na contemporaneidade é ter a noção de como esses
processos processo acontecem, e as dimensões psicológicas que envolvem essa
Inter-relação (NERI, 2013) apontando o caminho do envelhecimento com um campo
multidisciplinar que visa mudanças nas vidas dos indivíduos; assim como os seus
determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais.
No entanto é percebível que a psicogerontologia tem uma longa
caminhada a percorrer. Se quiser se estabelecer como um campo de conhecimento
dinâmico e solido em pesquisas, até por que não se tem uma diretriz teórica única
sobre a temática em nosso país, logo a resposta a qualquer questão sobre o
envelhecimento, vai depender de como ela é feita e a quem é direcionada, pois o
fenômeno da velhice tem um contexto muito amplo, e múltiplos contextualizados por
fatores individuais, interindividuais, grupais e socioculturais. Nesse contexto
múltiplos, crescem a população dos idosos. No Brasil o aumento da população vem
despertando interesses de múltiplas áreas do campo das saúdes, segundo o IBGE
(IBGE, 2018) o Brasil manteve o crescimento da população de idosos, ganhamos
4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, a
população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões. Os 4,8 milhões de novos
idosos em cinco anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário,
que tem se tornado cada vez mais representativo em nosso país até a virada do
século, haver no Brasil, 8,7 milhões de pessoas com 65 anos.
Diante dessa realidade precisamos nos preparar para lidar com essa
população que está em crescente desenvolvimento, temos hoje um idoso bem
diferente de alguns séculos de outrora, são indivíduos que trazem com sigo novas
demandas biológicas orgânicas e psicossociais, e os mesmos também carecem de
demandas por serviços e benefícios e uma atenção diferenciada. Portanto nos
deparamos aqui com novos desafios; desafios que trazem com sigo suas
dificuldades.
Pensando nessas amplas questões de complexidade a psicogerontologia
se faz extremamente necessária, ela se apresenta nesse campo de atuação, um
elemento preponderante das equipes multiprofissionais no âmbito da saúde do
idoso, e na prestação de serviço voltados para essa população, seu perfil de
conhecimento e de competências que possibilitam a atuação junto a esse público e
de seus cuidadores como de suas respetivas famílias, como uma ação orientada
para a compreensão dos processos de saúde e doença, desenvolvimento e de
adaptação dos indivíduos, segundo lógicas de prevenção, tratamento e reabilitação.
A muito tempo se discute reflexões sobre questões bioéticas complexas
originadas no avanço da tecnociência no âmbito da saúde. A demografia e a
epidemiologia demonstram como a população idosa cresce, devemos é claro
considerar esse crescimento também devido ao progresso biotecnológico e às
melhores condições de vida. No entanto a evidencias de que o envelhecimento traz
com sigo suscetíveis doenças e o enfraquecimento do organismo, permitindo que o
idoso se torne vulnerável. Duarte, E. S., & Santos, J. J. (2017.p.89).

JUSTIFICATIVA
Essa artigo justifica-se em função de um campo novo da psicogerontologia, um
suporte psicoterápico para o cuidador paciente e familiar.

PROBLEMA
A interface da inter-relação e os fatores psicológicos com os familiares e
idosos com Alzheimer, como contribuir para com os cuidados com familiares e
idosos com Alzheimer?

OBJETIVO GERAL
Dar aos familiares um suporte na qual os mesmos através das
informações, possam adotar uma postura mais eficaz e saudável em lidar com o
idoso portador da doença de Alzheimer. Também fornecer subsídios teóricos, com a
finalidade de informar pessoas a atotarem comportamentos que venham
proporcionar uma velhice mais saudável através dos cuidados com corpo e mente.

OBJETIVO ESPECÍFICO

• proporcionar informação sobre as perspectivas psicogerontologia e Alzheimer.


• demonstrar alguns cuidados para com o paciente com Alzheimer
• falar sobre a relação da família com o paciente em seus aspectos psicológicos

Hipnoses
Entender os aspectos psicológicos dos pacientes com DA, pode contribuir
significativamente para um ambiente saudável para o idoso, compreender esse
processo de saúde e doença é partir do principio que a medida que o idoso se
percebe, todo contexto ao seu redor também muda. E quase sempre a inter-relação
da família com o paciente se torna um ambiente de conflito.

REFERENCIAL TEORICO
Nesse senário persistem perguntas sobre o profissional psicólogo no
contexto de saúde doença em pacientes com a doença Alzheimer. Se faz
extremamente necessário, levando em consideração os aspectos familiares na
relação cuidador família, relações biológicas psicológicas psicossociais que essa
inter-relação proporciona na vida dos indivíduos. A doença de Alzheimer é bem mais
comum do que imaginamos. Cerca de 35,6 milhões de pessoas são atingidas em
todo o mundo. Este cenário alarmante deve superar 100 milhões de doentes até
2050. (NAÇÕES UNIDAS, 2019)
A doença é a forma mais comum de demência causada pela deterioração
e atrofia lenta e progressiva do cérebro provocando perda de memória e da noção
do tempo e do espaço (BOTTINO E MORENO, 2006), e afeta diretamente o cérebro
de modo lento e progressivo e pouco a pouco algumas funções do cérebro vão
perdendo sua capacidade de funcionamento, e trazem sérios problemas para os
idosos como perda da noção do tempo e do espaço, algumas funções como não
lembrar aonde guardou algum objeto como a chave de casa, em seu estado mais
grave chega até não reconhecer os próprios entes queridos. O Alzheimer sem
dúvida atrapalha não apenas a vida do idoso, mas também de quem cuida dos
mesmo como filhos, neto etc. A família não entende certos tipos de comportamentos
e acabam não sabendo lidar com a situação. (NASCIMENTO E FIGUEIREDO, 2019)
As vezes o que se observa é a falta de conhecimento sobre a situação de
doença e família, como encarar as dificuldades, como dar um suporte técnico ao
idoso, responsabilidades, saber lidar com as mudanças. O Alzheimer encontra-se
em um contexto que por si mesmo se encarrega de trazer suas dificuldades.
Esse artigo tem como objetivo ajudar o familiar ou cuidador dentro de uma

visão psicogerontologia, a compreender e lidar com os comportamentos advindos da

doença de Alzheimer. Desejamos assim contribuir com uma mudança na forma de

lidar com o idoso portador da doença. Esperamos que esta mudança propicie aos

familiares um outro olhar com relação ao paciente, um olhar mais atento, mas

compreensivo de cuidado com o idoso. (OI EDUCA, 2019)


Como uma sequência de mudanças naturais previsíveis, com repercussões
orgânicas e psicossociais que ocorrem através do tempo. Entretanto, essa
experiência se dá de forma heterogênea, já que pode ocorrer de modo
diferente para indivíduos que vivem em contextos históricos, sociais e
culturais distintos. Segundo Neri (2013):

Já é sabido que a doença de Alzheimer causa danos irreparáveis em

nosso cérebro, porém poucas pessoas sabem que a doença se inicia bem antes dos

65 anos (AZAMBUJA, 2007). O mal de Alzheimer é um problema neurológico. É uma

doença degenerativa do cérebro, causada pela deterioração dos neurônios. Afeta a

memória e o funcionamento mental (por exemplo, incapacidade de raciocinar, de

compreender e falar, etc.), mas pode também conduzir a outros problemas, tais

como confusão, mudanças de humor e desorientação no tempo e no espaço, uma

gama de modificações emocionais que interferem de maneira ríspida de modo como

o idoso se percebe e percebe o contexto ao seu redor. Duarte, E. S., & Santos, J. J.

(2017.p.89).

Não há um exame que possa diagnosticar a DA individualmente.


Nesse caso quando iniciam as suspeitas é necessário realizar uma
avaliação neurológica e uma avaliação médica para identificar quais os
distúrbios presentes.

A doença traz com sigo algumas dificuldades como a capacidade da


pessoa de se cuidar, cuidar da própria higiene, do vestuário, de gerir sua vida
profissional de escrever ou fazer contas simples e elementares, e claro que essas
perdas elas estão bem mais acentuadas no estágio avançado da doença. O
Alzheimer não é contagioso. É uma doença terminal que causa uma deterioração
geral da saúde. Contudo, a causa de morte mais frequente é a pneumonia, porque à
medida que a doença progride o sistema imunológico deteriora-se, e surge perda de
peso, que aumenta o risco de infecções da garganta e dos pulmões.
(GHENTE.ORG, 2019, p.1)
O idoso com demência fica vulnerável e dependente de cuidados e muitas
famílias não estão preparadas para lidar com esse período que de fato exige uma
demanda de trabalho na qual o familiar ou cuidador precisara se adequar à nova
rotina do idoso. (MORAES, 2008. cap.22, 335-339 p). Diante dessas necessidades a
psicogerontologia busca dar suporte psicológico e psicossocial tanto ao doente
como para família. Inicialmente o trabalho é psicoterapêutico e individualizado
normalmente são as primeiras estratégias utilizadas no primeiro contato com o
idoso, tendo um cuidado em elaborar um psicodiagnóstico, que nesse caso se
consiste através da anamnese do paciente, um trabalho minucioso sobre a história
de vida do paciente através da ajuda dos familiares, e se possível do próprio
paciente.
É preciso ressaltar que nesse caso se está falando de um primeiro
contato em que o paciente ainda não se encontra formalmente diagnosticado com o
Alzheimer. No entanto pode ocorrer da família identificar a necessidade, se em
algum período do estágio de velhice, o indivíduo tiver dificuldades com algum
aspecto relacionado a memória. (FRAGA, 2016, p. 67-85, 2016.)
Assim também o psicogerontólogo pode se apropriar de testes como o
desenho do relógio, ou TRT, e o teste de fluência verbal, esse teste envolve utilizar o
maior número possível de palavras para em um tempo limitado. A não eficácia
nesse teste pode nos levar a algumas reflexões de talvez um déficit cognitivo, ou um
prejuízo no lobo temporal e frontal. (MONTIELL ET AL., 2014, p. 169-180, 2014) O
paciente para ir bem nesse teste ele precisa renovar o número de palavras dentro de
um tempo estabelecido, quanto mais o paciente acrescentar palavras novas com as
mesmas iniciais melhor será o resultado do seu teste.
Geralmente pacientes com Alzheimer, tanto em seu primeiro estágio da
doença como em estágios avançados demonstram resultados bem ruins. Uma vez
diagnosticado ou verificado alguma alteração ou dificuldade cognitivo e motora, o
profissional tem um importante papel; O de conceituar e situar o idoso em relação a
fase que o mesmo vai ou que talvez já esteja enfrentando. Sem dúvida esse
momento pode ser bem confuso para o idoso entender toda essa demanda que está
acontecendo ao seu redor, o psicogerontólogo pode optar pela técnica da
psicoeducação para poder conceituar e deixar o paciente familiarizado com o seu
quadro e diagnostico.
A compreensão da doença de Alzheimer pode ajudar o idoso a buscar
novas alternativas que o ajudarão a enfrentar esse novo momento de sua vida. É
bem importante avaliar as circunstâncias em que o idoso está inserido, é bom saber
ar respeito de doenças ou alguma outra enfermidade que o mesmo possa estar
enfrentando. Todos nós passamos por vários momentos de lutos em nossas vidas,
mas quando chega na velhice, o luto é vivenciado de forma mais difícil, por isso é
importante uma boa anamnese do paciente pois o mesmo talvez possa estar vindo
de outros lutos e perdas, geralmente em sua vida o idoso já viveu diversas perdas
como; alguns amigos, e do trabalho etc. É bem importante ficar atento pois a
depressão é bem comum dentro desse contexto.
Segundo Freud. (1927):

Há os elementos, que parecem escarnecer de qualquer


controle humano; a terra, que treme, se escancara e sepulta toda a vida
humana e suas obras; a água, que inunda e afoga tudo num torvelinho; as
tempestades, que arrastam tudo o que lhes antepõe, as doenças, que só
recentemente identificamos como sendo ataques oriundos de outros
organismos, e, finalmente, o penoso enigma da morte, contra o qual
remédio algum foi encontrado e provavelmente nunca será. É com essas
forças, que a natureza se ergue contra nós, majestosa, cruel e inexorável;
uma vez mais nos traz à mente nossa fraqueza e desamparo, de que
pensávamos ter fugido através do trabalho de civilização.

No processo do envelhecimento, estão envolvidos fatores psicológicos,


como o desamparo e angústia. Encontramos a palavra desamparo sendo utilizada
nos escritos de Freud, quando ele vai tratar da relação da criança com o seu
cuidador como um meio de sobrevivência.
No entanto vemos a aplicação dessa palavra nas primeiras experiências
de vida pode ser resultado de incompletude do organismo, ou de sua necessidade
de realizar uma relação com o outro. Essa busca de demonstra uma dependência
total da ajuda do outro. É bem comum o indivíduo vivenciar ao longo de sua vida
diversas formas de desamparo, no entanto quando chega no estágio da velhice
parece que esse sentimento de abandono é bem mais comum. A vivência do
desamparo é singular para cada sujeito, isso vai depender muito de como o sujeito
se organiza em suas condições psíquicas. Diante da demanda do desamparo cada
indivíduo vai lidar com recursos subjetivos que possui. Esse sentimento de
desamparo podemos considerar como um sintoma bem característico na velhice, o
idoso se vê sozinho decorrente do contexto ao seu redor.
Segundo Oliveira et al. (2001) na página 58:

A ideia do envelhecer como uma etapa de perdas encontra-se


difundida na população de um modo geral, mas também em estudos dessa
fase específica do desenvolvimento, como em Carvalho Filho e Alencar
(1994). Por sua vez, Garcia Pinto (1987) refere-se a este processo como
uma etapa de perdas dos antigos referenciais de vida, implicando no
abandono de elementos da realidade e de si mesmo, gerando uma
consequente crise de identidade. Essa concepção do envelhecer como uma
etapa de crise aparece também em Adrados (1987) quando a caracteriza
como: "uma fase de vida em que vê diminuídas as suas possibilidades e
precisa enfrentar inúmeras crises que inevitavelmente surgem nessa etapa
final da vida.

A doença de Alzheimer pode agravar essa sensação de solidão, é bem


comum que o idoso experimente e passe por sensações de tristeza, e esses
sentimentos vem como uma percepção negativa de si mesmo, uma vez que o
mesmo se sente incapaz de lidar com situações simples do cotidiano. O indivíduo
precisa saber a respeito de si, isso que o torna um ser humano. A doença de
Alzheimer rouba a existência do ser na qual ela habita, o idoso perde o referencial
de si mesmo já não se sabe nada ao seu respeito nem o que se apresente a sua
volta. Então precisamos fazer uma pergunta. Como esse indivíduo está se
percebendo? E como a família percebe esse indivíduo.
É considerável que o psicólogo trabalhe a interligação no que tange a
inclusão das pessoas envolvidas nesse contexto de condições de vulnerabilidade
psicológica.
O processo de inclusão e interação e fundamental para minimizar esses
sentimentos de desamparo e angústia, e fazer com que a família encontre o valor no
idoso que não deixou de fazer parte da família porque envelheceu, normalmente a
família tende a se afastar um pouco do seu ente querido, então o idoso é isolado das
atividades do dia a dia, e acaba ficando sozinho, tratar o idoso com indiferença não
trará nenhum benefício para o mesmo e a família. Mas inclui-lo nas atividades da
família pode ajudá-lo a passar por todas essas experiências com mais tranquilidade.
Tentar entender o desamparo e mergulhar em uma tentativa de compreender como
o idoso com Alzheimer se percebe. O profissional precisa ficar bem atendo as
características físicas e emocionais que estão sendo demonstrada pelo idoso. Os
danos causados pela doença de Alzheimer vão afetar áreas importantes do cérebro
causando vários danos na vida do indivíduo, então temos que levar em
consideração que todas as expressões faciais e emocionais afetivas que um
indivíduo tem, em seu estado de normalidade, por que será diferente em um idoso
com a doença de Alzheimer. O trabalho do profissional é como a de um garimpeiro
que procura por ouro, pois ao se deparar com a demência, o profissional precisa
estar atento a todo o contexto que envolve a vida do idoso, o mesmo pode estar se
sentindo mal ou até mesmo desenvolvendo um quadro de depressão e não
expressar nem uma reação de dor ou de desespero. Isso em algumas famílias pode
se tornar um caminho sem volta. Muitas famílias entende o isolamento a não
vontade de se alimentar como um processo normal na velhice, mas ao lidar com
essa situação sem levar em consideração os aspectos psicológicos, podemos estar
negligenciando problemas mais sérios. (LADISLAU ET AL., 2015). É bem comum na
relação doença idoso e família, as pessoas experimentarem uma gama de
sentimentos, sentimentos que muitas vezes atrapalham as relações dos envolvidos,
o transtorno de humor atinge de uma maneira consideravelmente os velhinhos com
a doença de Alzheimer, e podem ser difíceis de serem detectáveis. Pesquisas
demostram que Sintomas depressivos são observados em até 40 a 50% dos
pacientes, enquanto transtornos depressivos acometem algo em torno de 10 a 20%
dos casos. (FORLENZA, 2000 p. 87-95, 2000.)
Alguns autores consideram que os sintomas depressivos diminuem em
pessoas com demência avançada, porém ainda há muitas dúvidas sobre essa
questão. Vemos que tais condições tem uma evolução crônica, demostrando um
aumento considerável dentro de um período de um ano. No entanto percebesse que
pacientes com DA e depressão apresentam comprometimento funcional maior do
que os controles pareados sem depressão. Nessa perspectiva vemos como é
importante, trabalhar a percepção do idoso e da família, já é sabido que a família
também adoece ao presenciar o sofrimento do seu ente querido. (FORLENZA, 2000
p. 87-95, 2000.) Porém é importante desenvolver um trabalho onde possamos
tornar as famílias, mas consciente da DA, uma doença sem cura, e que um dos seus
maiores danos em um estágio mais grave é o não reconhecimento familiar. Esse
estágio é bem cansativo para todos, no entanto a família precisa entender que o fato
do idoso não reconhecer os seus familiares não significa que o idoso não os ama.
Por isso é fundamental tornar a família consciente do seu papel em relação ao seu
ente querido.
Uma vez que a família tem consciência dessa realidade, as situações do
cotidiano se tornam mais fáceis de se lidar. Quando temos consciência da realidade,
sem romantiza-la ou de alguma maneira fantasia-la, nossa consciência procura uma
forma saudável para lidar com as demandas da vida. E quando acontece o inverso
disso, ou seja, quando não estamos conscientes ou existem conflitos em nossa
mente, nossa psique também procura por recursos para lidar com aquele sentimento
ou demanda, porem por haver um conflito existencial, nossa psique vai optar por um
caminho mais fácil, ou um caminho influenciado por uma energia psíquica negativa.
Então se eu estou me sentindo angustiado ou triste por não saber lidar com aquele
problema, para não adoecer ou não ter uma atitude agressiva sobre meu próprio
corpo, pois meu inconsciente condena tal atitude, optamos pelo caminho mais fácil,
então deprimimos, como uma forma de corresponder a regulação e amoestasse do
nosso organismo. Ao não aceitar a doença ou não saber lidar com o Alzheimer,
deprimimos e negligenciamos uma realidade que pode comprometer ainda mais
situação da família e a vida do idoso. Por isso o psicólogo ao atuar na área da
gerontologia, precisa ficar atento a esse sistema de sentimentos e situações que
podem comprometer todo um ambiente familiar. (ROUBAL, 2007, p. 35).
Sabemos que há cura para a doença de Alzheimer, porém alguns
cuidados são de extrema importância para uma vida com qualidade. Dentre eles
começaremos com alguns cuidados paliativos como, o familiar pode optar pela
atividade de acupuntura, que é um tratamento que pode aumentar o bem-estar de
quem tem a Alzheimer, estudos demostram que essa atividade pode ajudar muito
em relação a ansiedade e a depressão, também aumenta a energia e diminui as
dores corporais relacionado ao envelhecimento, que é uma realidade na vida de
muitos idosos. A acupuntura desenvolvida para harmonizar corpo e mente, prevenir
doenças e aliviar dores por meio da estimulação de pontos específicos do corpo, é
uma das técnicas terapêuticas mais antigas da medicina tradicional chinesa. Esses
períodos da vida idoso já viveu diversas experiências de ter convivido com muitas
perdas, perdas importantes para a vida de um indivíduo como: trabalho, amigos, e
entes queridos, e o principal e que o mesmo está diante de um fator eminente na
vida de todos nós, a morte, a finitude da vida, onde o mesmo percebe que o seu
tempo está chegando ao fim. Então nos deparamos com um fator psicológico de
ansiedade e depressão, onde tantas indagações permeiam sua mente, e o mesmo
se vê incapaz de lidar com as demandas da vida que outrora desenvolvia de uma
maneira natural. Dentro desse período o idoso pode ficar algumas vezes irritado,
ansioso depressivo nervoso e agressivo, então entender esse momento ajuda na
compreensão do idoso com Alzheimer.
A meditação a Ioga, pode ser outras atividades que o idoso pode optar,
além de serem umas atividades relaxantes, podem desempenhar um papel na
prevenção do Alzheimer e melhora os sintomas na qualidade de vida dos pacientes
e seus cuidadores. O processo de perda de neurônios e mudanças estruturais do
cérebro começa de 15 a 20 anos antes de aparecerem os sintomas iniciais, porém o
estágio mais 85 e 95 anos o idoso com Alzheimer tem uma perda significativa de
memória, e muitas vezes não se lembra mais de seus familiares e dificuldade para
desenvolver tarefas simples. Estas duas práticas Ioga e meditação são considerados
exercícios para o cérebro, porque envolvem diferentes partes órgão como, a pratica
de respiração consciente, movimento, postura e visualização e concentração.
Também ajuda a diminuir os hormônios do estresse, além de ajudar no controle da
ansiedade. As práticas ajudam a acalmar a mente, o que resulta em conforto
emocional e maior capacidade de concentração.
Atividade física é uma ótima opção para o portador de Alzheimer e pode
reduzir em até 60% a doença com a pratica da atividade física, além de trazer uma
sensação de bem-estar é extremamente saudável, e por causa das atividades
físicas é possível manter pequenos vasos sanguíneos do cérebro saudáveis, além
de proteger contrapressão alta e diabetes.
A atividade física também pode reduzir a concentração da proteína
amiloide, que se acumula no cérebro de idosos com a doença. O mais recomentado
é que o idoso faça de 20 minutos a 1 hora de atividade física 3 vezes por semana, e
com intensidade moderada, as atividades recomendadas para portadores de
Alzheimer são os fortalecimentos dos músculos geralmente sentado em algum
equipamento, onde o instrutor pode controlar a intensidade e amplitudes das
atividades realizadas. A atividade física deve estimular o idoso fazendo com que ele
redescubra o esquema corporal, e facilita na capacidade motora do paciente. A
atividade física melhorar o aspecto moral e a confiança, restituir a autoestima e
consequentemente, ajudar a manter qualidade de vida. Ter um boa noite de sono é
agudamente considerável, adotar um comportamento que inclua uma rotina,
dependendo da necessidade de cada um pode ajudar na prevenção da doença de
Alzheimer.

Contudo é precisamos estar bem atentos não apenas com a rotina do idoso, mas
com a dos familiares como dos cuidadores. Visto que rotinas de noites mal dormidas
podem contribuir ou até mesmo ser um sintoma da doença. Dormir pouco ou mal
pode trazer alguns malefícios para o idoso como: ganho de peso, enfraquecimento
do sistema imunológico, mau humor, cansaço e predisposição para diabetes,
obesidade e problemas no coração. Similarmente causa impacto no desempenho
cognitivo e intelectual, também afeta a memória e concentração. Estudos também
demostram que a doença de Alzheimer causa atrofia na parte do cérebro que
controla a temperatura do corpo e a produção de melatonina, um hormônio que nos
ajuda a dormir, o que estabelece uma ligação entre o Alzheimer e o sono. É claro
que outros fatores podem causar a falta de sono, todavia é sempre bom ficar atento.

CONCLUSÃO

Ao considerar o papel do familiar e cuidador, é preciso considerar os


efeitos negativos da função. Como desgastes físicos e emocionais, sem dúvida é um
trabalho difícil devido à complexidade da situação. Por isso o papel do psicólogo é
fundamental para ajudar a família a passar por essa fase. Este presente artigo
demonstra que por mais que essa área ainda seja um campo novo, e pouco
conhecido dentro da saúde familiar, se faz extremamente importante como um
auxilio as famílias. A situação de lidar com o idoso se constitui uma situação de crise
quase sempre, são muitas mudanças que a família precisa adaptar-se. Então é
comum que em algum momento ocorra alguma dificuldade emocional. No entanto o
familiar precisa saber que não precisa enfrentar essa luta sozinho, reconhecer suas
limitações é o primeiro passo para se construir ambiente saudável tanto para o idoso
quanto para o familiar.
Toda essa percepção sobre o universo do idoso tende apontar um
caminho para a psicogerontologia quanto à atuação junto a esse público com
demência. É sabido que a caminhada será longa, pois poucas instituições em nosso
país reconhecem a necessidade desse profissional. Então acabamos ficando com
uma psicologia muito generalizada quanto aos cuidados com o idoso, não se trata
de apenas cuidar ou fazer um trabalho psicoterapêutico com o paciente, mas ser
eficaz quanto ao tratamento, e para isso se faz necessário que se publique mais
literaturas voltadas para psicogerontologia, e oportunidades de pós-graduação e
doutorado abrangendo essa área.
Hoje em nossa sociedade lidamos com muitas doenças já em seu estado
avançado, o Alzheimer é uma dessas doenças, então o tratamento por mais que
seja de qualidade, as vezes chega ao paciente muito tarde. E muitas vezes o
paciente e o familiar já estão completamente desgastados decorrente da situação.
Fornecer uma política de prevenção para esse público.
Uma política bem-feita aonde o familiar tenha acesso a esse profissional
para buscar ajuda, e não ficar apenas preso ao médico do paciente. Centrar essa
temática nos programas de graduação pode ajudar na divulgação e no
conhecimento desse campo que se faz tão necessário e esquecido ao mesmo
tempo.

METODOLOGIA
Este trabalho tem como metodologia a revisão literária de artigos
científicos relacionados ao tema abordado. Foram utilizadas bancos de artigos e
teses para o levantamento quantitativo e buscas de artigos científicos Base CAPES,
Scielo e Google Acadêmico. Nesta busca foram utilizadas as palavras
Psicogerontologia, Alzheimer e Idosos onde encontramos 381 artigos. Dessas
pesquisas foram selecionados 13 artigos em função da continuação desse projeto.

REFERÊNCIAS

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