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http://dx.doi.org/10.20396/parc.v10i0.8652794

RESIDÊNCIA EM CONTÊINER: COMPARATIVO DE


ESTRATÉGIAS PARA A MELHORIA DO
DESEMPENHO TÉRMICO
RESIDENCE IN CONTAINER: COMPARISON OF STRATEGIES FOR
IMPROVING THERMAL PERFORMANCE
Françoíse Santana Viana 1
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil, francoise_viana@yahoo.com.br

Henor Artur de Souza 2


Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil, henorster@gmail.com

Adriano Pinto Gomes 3


Instituto Federal de Minas Gerais, Ouro Preto, MG, Brasil, adriano.gomes@ifmg.edu.br

Resumo
A construção civil passa atualmente por desafios em construir de forma mais econômica e ambientalmente correta. Neste trabalho
visa-se conhecer melhor o equipamento não convencional utilizado para edificações, o contêiner, avaliando seu desempenho
térmico. O contêiner é escolhido como objeto de estudo pois é um módulo que pode ser adaptado para diversos tipos de climas,
terrenos e construções. E como no Brasil sua utilização na construção é recente, torna-se necessário uma análise para entender
como adaptá-lo de forma eficiente. Neste estudo, a avaliação do desempenho térmico do contêiner é feita via simulação numérica
utilizando o programa Energyplus, analisando o impacto da ventilação natural e da massa térmica dos fechamentos no
comportamento térmico da edificação. São consideradas as condições climáticas para as zonas bioclimáticas 2, 3 e 8, que
englobam o litoral brasileiro, previstas na norma NBR 15.220-2005, observando também os requisitos mínimos da norma NBR
15.575-2013. Para o estudo, projetou-se uma casa com dois módulos de contêiner, totalizando uma área de 29,57 m². Os resultados
obtidos mostram a necessidade de adaptações para que o contêiner possua habitabilidade em todas as zonas bioclimáticas
analisadas. Constata-se que o uso de isolamento térmico nos fechamentos verticais, de uma cobertura termicamente eficiente, de
uma fundação adequada e de cores com tons mais claros no fechamento externo proporcionam um melhor desempenho térmico
à edificação, para os climas analisados.
Palavras-chave: Contêiner. Desempenho térmico. Simulação numérica.

Abstract
Civil construction is currently facing challenges in building in a more economical and environmentally correct way. In this work, the
objective is to know better the non-conventional equipment used for buildings, the container, evaluating its thermal performance.
The container is chosen as an object of study because it is a module that can be adapted for different types of climates, land, and
buildings. So as in Brazil, its use in construction is recent, an analysis is needed to understand how to adapt it efficiently. In this study,
the evaluation of the thermal performance of the container is done through numerical simulation using the Energyplus program,
analyzing the impact of the natural ventilation and the thermal mass of the enclosure on the building’s thermal behavior. Considering
the climatic conditions for bioclimatic zones 2, 3 and 8, which encompass the Brazilian coast, provided by NBR 15.220-2005, also
observing the minimum requirements of Brazilian standard NBR 15.575-2013. For the study, a house with two modules of a container
is designed, totalizing an area of 29.57 m2. The results show the need for adaptations of the container to have habitability in all the
bioclimatic zones analyzed. The use of thermal insulation in the vertical enclosure, an additional thermally efficient cover, a suitable
foundation, and colors with lighter shades on the external enclosure provide better thermal performance to the building, for the
analyzed climates.
Keywords: Container. Thermal performance. Numerical simulation.

How to cite this article:


VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto. Residência em contêiner: comparativo de
estratégias para a melhoria do desempenho térmico. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 10,
p. e019011, mar. 2019. ISSN 1980-6809. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8652794. Acesso em: 27 mar. 2019.
DOI:https://doi.org/10.20396/parc.v10i0.8652794.
Received in 26.06.2018 - accepted in 16.02.2019 – published in 27.03.2019
e019011-1 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 10, p. e019011, 2019, ISSN 1980-6809
VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Introdução
A construção civil consome a maior parte dos recursos naturais do planeta, sendo que
madeira, metais, areia, pedras, água potável e energia elétrica representam de 15 a 50%
desses recursos (FREITAS, 2009). Segundo o Instituto Brasileiro de Administração
Municipal (2001), este também é o setor que mais gera resíduos sólidos no mundo, cerca
de 50% de todos os resíduos, sendo o volume de entulho de construção e demolição
duas vezes maior que o volume do lixo sólido urbano. Além de utilizar recursos não
renováveis, em muitas cidades brasileiras os resíduos gerados pela construção civil têm
como destino sítios irregulares, poluindo rios e fontes de água, facilitando a proliferação
de vetores de doenças e muitas vezes implicando na obstrução do sistema de drenagem
das águas pluviais, causando enchentes.
O contêiner é um equipamento que tem gerado problemas residuais. Com a sua
disseminação em larga escala, conseguiu atingir vários setores com o transporte de
mercadorias. Mas, como tem vida útil entre 10 e 15 anos e o custo de transporte se torna
alto quando ele retorna vazio ao país de origem da mercadoria, costuma ser
abandonado no porto de destino, ocupando grandes lotes na sua estocagem e poluindo
o porto. O volume anual de contêineres no mundo é imenso: só no porto de Roterdã,
na Holanda, um dos maiores do mundo, o volume no ano de 2014 foi de 12,3 milhões de
Teus1 e no Brasil, em 2013, foi de 8,9 milhões de Teus (PIRES, 2015).
A partir dos problemas citados, a construção civil tem buscado estratégias mais
sustentáveis, ambientalmente corretas e mais econômicas. Para tanto, tem se usado o
contêiner como alternativa de construção das edificações (BUILDING..., 2017).
O contêiner na construção
Uma das aplicações do contêiner tem sido como moradias temporárias em áreas
afetadas por terremotos e/ou inundações, principalmente em países europeus e
asiáticos (CAIA; VENTIMIGLIA; MAASS, 2010; ABULNOUR, 2014; HONG, 2017). Como
moradia temporária, tem como objetivo atender ao maior número de pessoas,
rapidamente. Sendo assim, geralmente estas habitações não envolvem instalações
essenciais e, portanto, não fornecem uma resposta ambiental adequada aos usuários
(FÉLIX; BRANCO; FEIO, 2013). Este tipo de construção tem sido utilizada também como
postos militares, banheiros públicos e quiosques (PEÑA; SCHUZER, 2012; ELRAYIES,
2017).
No Brasil, existem estudos sobre a logística do contêiner no transporte de mercadorias,
como o trabalho de Lopes, Beltrame e Beltani (2017) e o estudo de Sousa (2016), mas
existem poucas publicações sobre o uso do contêiner como moradia. Tem-se exemplo
de trabalhos que contemplam o reuso de contêineres na construção de edifícios
comerciais (CARBONARI; BARTH, 2015). Em relação ao desempenho térmico deste
sistema de construção, também são poucos os estudos existentes no Brasil. Buges et al.
(2014) apresentam uma análise do desempenho térmico da envoltória de uma habitação
unifamiliar em contêiner, utilizando o método prescritivo do Regulamento Técnico da
Qualidade para Edificações Residenciais (RTQ-R) para as zonas bioclimáticas definidas
pela norma NBR 15.220-3 (ABNT, 2005a). Os autores verificam que uma cobertura
adicional e isolamento térmico nas paredes externas melhoram o desempenho térmico
e concluem que este tipo de construção é mais viável para regiões quentes e úmidas,
onde a influência da capacidade térmica da envoltória é menor, desde que atendidas às
necessidades de aberturas sombreadas. Krebs, Moura e Cunha (2015) fizeram um

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Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

estudo paramétrico de dois projetos de contêiner adaptados à moradia unifamiliar. Os


autores realizaram 22 simulações numéricas no EnergyPlus variando alguns parâmetros
na envoltória da edificação e observaram que houve uma melhora em torno de 67% nas
horas anuais em conforto desde que haja uma adequação bioclimática no projeto.
Rancura e Alves (2016) fizeram uma análise experimental em uma casa contêiner e
observaram que, embora os ambientes internos analisados não tenham atendido, todos
os dias, o mínimo de desempenho estabelecido pela NBR 15575 (ABNT,2013), foi
considerado viável o uso do contêiner como moradia, desde que sejam incorporadas
estratégias passivas adequadas ao clima local.
No entanto, dentre esses trabalhos, ainda existem poucos estudos com simulação
numérica ou diretrizes para projetar uma casa contêiner com desempenho térmico
adequado aos usuários, considerando a sua região de implantação. As normas
brasileiras de desempenho térmico não consideram a construção modular em aço,
devendo o construtor se limitar a publicações e normas internacionais. Neste contexto,
um dos poucos trabalhos similares a este é o trabalho de Tanyer, Tavukcuoglu e
Bekboliev (2018) que avalia a estanqueidade e o seu impacto sobre a eficiência
energética de habitações em contêineres na Turquia. Os autores observam que uma
vedação adequada nas junções das paredes melhora a estanqueidade e o uso de
material isolante térmico nas paredes evita o efeito de ponte térmica e condensação na
superfície, reduzindo em 9,3% a demanda anual de energia, para o caso analisado.
Avaliação de desempenho térmico de edificações via simulação numérica
Para determinar como projetar uma residência de contêiner eficiente termicamente é
necessário averiguar alguns parâmetros de projeto, e, para isto, é imprescindível o uso
de programas de simulação numérica. Os elementos principais dos programas de
simulação energética são: as informações climáticas e geográficas, as condições de
ocupação, a caracterização da edificação e de seus fechamentos e as interações
térmicas entre o ambiente construído e o ambiente externo. Com esses parâmetros, é
possível se projetar de forma adequada ao clima local, obtendo um melhor desempenho
térmico da edificação.
As informações climáticas são caracterizadas pelos valores horários de temperatura e
umidade relativa do ar, radiação solar global e pela velocidade do vento predominante;
nos dias típicos de projeto para o período de verão e de inverno. Esses dias são
caracterizados em função de suas frequências de ocorrência, que representam níveis de
exigência na avaliação. Tem-se adotado a frequência de ocorrência de 10% tanto para o
dia típico de verão como para o dia típico de inverno (AKUTSU, 1998; IPT, 1998, ABNT,
2013).
A orientação geográfica e o período do ano interferem na radiação solar incidente. As
formas do projeto arquitetônico determinam as entradas de ar da ventilação e seus
fluxos no interior da edificação, logo irá influenciar no desempenho térmico e na
utilização de equipamentos de refrigeração e/ou aquecimento.
As condições de ocupação produzem as principais fontes internas de calor e são
caracterizadas pelo período de ocupação, número de ocupantes, atividades típicas dos
ocupantes, taxas de liberação de energia térmica e de vapor d’água de equipamentos e
processos no interior do recinto, taxas de ventilação do ambiente e uso de dispositivos
de sombreamento de aberturas e fechamentos externos (FANGER, 1972).

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Os materiais de fechamento são caracterizados por suas propriedades termofísicas, a


condutividade térmica, o calor específico e a massa específica. Para se determinar a
resistência térmica são necessárias estas propriedades dos materiais componentes, o
que é importante na avaliação do mecanismo de condução através da envoltória da
edificação e paredes internas. A absortância, refletância e transmitância são
propriedades significantes para se avaliar o mecanismo de radiação, principalmente
através de áreas de vidro e onde a radiação solar incide. Essas informações são
necessárias para que se consiga determinar a resposta térmica da edificação.
Nas edificações, os isolamentos térmicos funcionam barrando a transferência de calor
através do fechamento. O tipo de cobertura contribui significativamente no
desempenho térmico, principalmente por impedir a incidência da radiação solar direta.
O contato com o solo influencia na transmissão de calor através da fundação, podendo
contribuir bastante no desempenho global da edificação. A absortância à radiação solar
tem relação com o poder de absorção de calor de uma superfície quando a radiação
incide sobre esta. É um parâmetro utilizado na avaliação do nível de desempenho
térmico da envoltória segundo as diretrizes da norma NBR 15.575 (ABNT, 2013). E a
ventilação regula a temperatura interna de uma construção por meio da troca de ar
pelas aberturas.
Neste trabalho realiza-se uma análise para se obter as melhores opções de construção
que propiciem desempenho térmico em casas contêiner e consequentemente conforto
térmico ao usuário. É utilizada a simulação numérica para verificar o comportamento da
edificação perante a adoção de diferentes parâmetros de projeto. Mostra-se que o
contêiner é uma alternativa para resolver o déficit de habitações no Brasil.
A vida útil do contêiner chega aos 90 anos, por isso tem sido usado em larga escala como
estrutura para diversas tipologias na construção em várias partes do mundo (LOPES;
BELTRAME; BELTANI, 2017). Como ele é basicamente feito de aço, é preciso uma
investigação maior de como ele se comporta com a variação dos parâmetros climáticos,
em quais climas pode ser mais viável no Brasil e quais as necessidades de modificação
para que seja utilizado plenamente como edificação.

Método
Para o desenvolvimento deste estudo, foi elaborado um projeto arquitetônico
residencial constituído por dois módulos de contêiner de 20 pés com área de 14,78 m²
cada, para ser simulado numericamente no programa Energyplus. Os resultados obtidos
na análise das zonas bioclimáticas brasileiras 2, 3 e 8 foram comparados, de forma a se
obter as estratégias que geram ambientes termicamente confortáveis aos usuários.
Foram escolhidas para a análise as zonas bioclimáticas 2, 3 e 8 em função de sua
localização. Estas zonas compõem grande parte do litoral brasileiro e onde se
encontram os portos marítimos e isto favorece o uso de contêineres como edificação,
em função do menor custo com o transporte deste.
Objeto de estudo
O objeto de estudo é uma edificação composta por quarto, banheiro, sala e cozinha
conjugada com a área de serviço, compondo uma área total de 29,57 m² sem entorno
construído. O modelo foi dividido em quatro zonas térmicas, uma para cada ambiente.
A planta baixa esquemática com layout é representada na Figura 1. A Tabela 1 apresenta
o respectivo quadro de áreas.

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Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 1 - Planta esquemática da casa em contêiner

Fonte: Os autores.

Tabela 1 - Quadro de áreas de projeto


Descrição Sala Quarto Cozinha Banheiro
Dimensões 2,19 m x 2,82 m x 2,19 m x 4,20 m x 2,19 m x 2,82 m x 2,19 m x 1,40 m x
2,60 m 2,60 m 2,60 m 2,60 m
Área do piso 6,32 m² 9,12 m² 6,15 m² 3,05 m²
Volume 16,43 m³ 23,71 m³ 15,99 m³ 7,93 m³
Fonte: Os autores.

Método adotado e parâmetros gerais


A edificação foi simulada no programa Energyplus (versão 8.6.0) (LBNL, 2006). A partir
da definição da geometria da edificação proposta (Figura 1), a avaliação do desempenho
térmico por simulação numérica compreendeu as etapas abaixo listadas, inspiradas em
Lawrence (2008):
• Caracterização das variáveis humanas de conforto térmico;
• Caracterização das variáveis climáticas;
• Caracterização das variáveis arquitetônicas;
• Caracterização das propriedades termofísicas dos materiais;
• Análise das interações entre o ambiente interno e externo;
• Obtenção da evolução da temperatura e umidade relativa do ar interno.

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Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

A avaliação do desempenho térmico do modelo considerou as condições climáticas de


três zonas bioclimáticas brasileiras (2, 3 e 8), previstas na parte 3 da norma de
desempenho térmico NBR 15.220-3 (ABNT, 2005a), e observou também os critérios da
norma de desempenho de edificações habitacionais NBR 15.575 (ABNT, 2013). Segundo
esta norma, deve-se desconsiderar a presença de fontes internas de calor na análise de
desempenho térmico, uma vez que está sendo considerado apenas a envoltória. Sendo
assim, neste estudo são desconsiderados os ganhos internos de calor gerados pelo
perfil de ocupação, equipamentos e iluminação. Embora as cidades avaliadas não sejam
litorâneas, elas são representativas das zonas bioclimáticas selecionadas. Na Tabela 2
apresenta-se os dados geográficos das cidades consideradas no estudo e nas Tabelas 3
e 4 os dados dos dias típicos de verão e inverno.

Tabela 2 - Zonas Bioclimáticas


Zona Localização Latitude Longitude Altitude
bioclimática estimada
2 São Lourenço - MG S 22° 07' W 45° 03' 874 m
3 São Paulo - SP S 23° 50' W 46° 62' 792 m
8 Manaus - AM S 3° 13' W 60° 02' 72 m
Fonte: Adaptado da NBR 15.575 (ABNT, 2013)

Tabela 3 - Dados dos dias típicos de verão das zonas simuladas


Zona Bioclimática Te,máx diária (°C) Amplitude diária de Te bulbo Radiação solar Nebulosidade
temperatura (°C) úmido (°C) (Wh/m²) (décimos)
2 São Lourenço (MG) 31,8 11,7 21,6 5.307 8
3 São Paulo (SP) 31,9 9,2 21,3 5.180 6
8 Manaus (AM) 34,9 9,1 26,4 5.177 7
Fonte: Adaptado da NBR 15.575 (ABNT, 2013) e INMET (2012).

Tabela 4 - Dados dos dias típicos de inverno das zonas simuladas


Zona Bioclimática Te,máx diária (°C) Amplitude diária de Te bulbo úmido Radiação solar Nebulosidade
temperatura (°C) (°C) (Wh/m²) (décimos)
2 São Lourenço (MG) 2,6 16,6 14,0 3.595 7
3 São Paulo (SP) 6,2 10,0 13,4 4.418 6
8 Manaus (AM) 21,4 7,9 25,0 4.523 7
Fonte: Adaptado da NBR 15.575 (ABNT, 2013) e INMET (2012).

Utilizou-se o dia típico de verão e o de inverno para caracterizar cada zona bioclimática,
conforme as diretrizes da norma NBR 15.575 (ABNT, 2013).
Estratégias de projeto adotadas na análise do desempenho térmico
A simulação numérica é realizada para o estudo de estratégias de projeto que visam
melhorar o desempenho térmico de forma a proporcionar um conforto térmico
adequado aos usuários.
Para embasar a análise global do desempenho térmico da edificação, alguns parâmetros
de construção foram alterados na simulação numérica. Considerou-se cinco tipos de
isolamento térmico nos fechamentos, dois tipos de cobertura, três tipos de fundação,
três tons de cores de pintura externa e dois tipos de tamanho de aberturas, conforme
esquema apresentado na Figura 2.

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 2 - Parâmetros variados na simulação numérica

Tamanho das
Isolamento Cobertura Fundação Pintura externa
aberturas
• Câmara de ar • Telhado • Solo • Clara α=0,3 • Pequena (1,10m
• Fibra cerâmica termoacústico • Porão • Média α=0,5 x 1,10m)
• Isopor • Telhado verde • Radier • Escura α=0,7 • Grande (1,10m
• Lã de rocha x 1,60m)
• Lã de vidro

Legenda: α= absortância à radiação solar. Fonte: Os autores.

Os isolantes térmicos são instalados entre o contêiner e o revestimento interno. Os


materiais considerados neste estudo e suas propriedades termofísicas são
apresentados na Tabela 5.

Tabela 5 - Materiais e suas propriedades termofísicas


Isolamento Espessura Condutividade Massa Calor Resistência
(m) térmica específica específico térmica
(W/m.K) (kg/m³) (J/kg.K) (m².K / W)
Câmara de ar 0,03 - - - 0,16
Fibra cerâmica 0,03 0,04 100 1130 -
Isopor 0,03 0,035 25 0,3 -
Lã de rocha 0,03 0,045 100 750 -
Lã de vidro 0,03 0,045 50 700 -
Fonte: Adaptado de NBR 15.220 (ABNT, 2005b)

O contêiner possui o fechamento horizontal superior levemente inclinado para facilitar


o escoamento de água, mas, buscando-se melhorar o desempenho térmico da
edificação foi proposta uma cobertura elevada. Na simulação numérica foram
propostos dois tipos de cobertura: uma com telha sanduíche em aço com camada
intermediária de poliuretano (EPS) e o telhado verde (Figuras 3 e 4). A cobertura com
telha termoacústica possui um ático, que é uma zona de ventilação entre o teto do
contêiner e o telhado. A cobertura verde é composta de várias camadas, sendo elas:
uma de impermeabilizante, uma de drenagem, uma de terra e uma de vegetação.
Analisou-se como esses tipos de cobertura se comportam junto à estrutura em aço do
contêiner. Na Tabela 6 apresentam-se os dados dos tipos de coberturas analisadas.

Figura 3 - Esquema da telha termoacústica


Telha superior
Poliuretano EPS
Telha inferior

Fonte: Os autores.

Figura 4 - Esquema de telhado verde

Gramado

Terra

Argila expandida

Membrana
Betume

Fonte: Os autores.

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Tabela 6 - Coberturas e suas propriedades termofísicas


Condutivida
Calor
Espessura de Densidade
Cobertura Camadas específico
(m) térmica (kg/m³)
(J/kg.K)
(W/m.K)
Telhado do contêiner Painel de teto corrugado (aço) 0,03 55 7800 460
Telha superior (aço)
Telha sanduíche Espuma de poliuretano (EPS) 0,051 0,03 20 1670
Telha inferior (aço)
Gramado 0,05 0,35 1100 1200
Terra argilosa 0,15 0,52 1700 840
Telhado verde Argila expandia 0,03 0,16 400 100
Membrana betuminosa 0,005 0,17 1000 1460
Betume asfáltico 0,005 0,23 1000 1460
Fonte: Adaptado de NBR 15.220 (ABNT, 2005b).

O modelo de edificação proposto foi simulado com três tipos de fundação. Em um


primeiro momento, considerou-se o contêiner sobre o solo, utilizando como fundação
apenas as arestas de aço (178 mm X 162 mm X 118 mm) como de fábrica. Após essa etapa,
simulou-se um radier entre o contêiner e o solo e, por último, uma fundação do tipo
sapata, em que o contêiner fica suspenso do solo e há um espaço para ventilação (Figura
5).

Figura 5 - Esquema da fundação por radier (a esquerda) e por sapata (a direita)

Fonte: Os autores.

Para a absortância à radiação solar foram utilizados três tons de cores – clara (α = 0,3),
média (α = 0,5) e escura (α = 0,7) conforme indicado na norma NBR 15.575 (ABNT, 2013).
Em cada uma das zonas térmicas foi atribuída uma taxa de ventilação. Segundo a norma
NBR 15.575 (ABNT, 2013), a simulação numérica conta com valores diferentes de
renovação de ar: 1 ren/h e 5 ren/h. Também são propostos dois tamanhos de aberturas,
sendo o menor tamanho, 1/6 da área do ambiente, que corresponde ao menor valor de
área de abertura dentre os códigos de obra das três localidades (MANAUS, 2014; SÃO
PAULO, 2017; SÃO LOURENÇO,2017), e o maior tamanho foi estipulado com o aumento
de 1/3 na área inicial (Figura 6), considerando-se 50% de abertura do vão (caixilho de
correr).
As simulações numéricas foram realizadas considerando toda a edificação, mas os
resultados são mostrados apenas para a sala, por ser um ambiente de permanência
prolongada. E para as três zonas bioclimáticas no verão e no inverno apresentados
somente para as zonas bioclimáticas 2 e 3, porque a zona bioclimática 8 não apresenta
temperaturas baixas no inverno, mas sim uma média diária de 25°C nesse período,
definidas pela norma NBR 15.220-3 (ABNT, 2005a).

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Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 6 - Dimensões das janelas

Fonte: Os autores.

Resultados
As estratégias de projeto foram alteradas e algumas delas combinadas para se obter a
melhora no desempenho térmico da edificação contêiner. Os resultados apresentados
são comparações entre as zonas bioclimáticas 2, 3 e 8.
Isolamento térmico
Os tipos de isolamento térmico estudados propiciam comportamentos parecidos no
perfil de temperatura nas três zonas bioclimáticas analisadas. Na Tabela 7, apresentam-
se as temperaturas internas, máximas no verão e mínimas no inverno, em função do tipo
de isolamento térmico aplicado nos fechamentos verticais externos. Os isolamentos por
fibra cerâmica, isopor, lã de rocha e lã de vidro tiveram o comportamento muito
parecido, por isso foi escolhido a câmara de ar, no interior das paredes, que gerou o
melhor desempenho térmico na sala tanto para o verão como para o inverno. Isto
mostra que nem sempre um fechamento externo muito isolante proporciona bom
desempenho térmico, pois dificulta as perdas de calor nas horas em que a temperatura
externa está mais baixa que a interna.

Tabela 7 - Quadro comparativo dos isolamentos estudados


Zona Temperatura Contêiner Câmara Fibra Isopor Lã de Lã de
externa sem isolamento de ar cerâmica rocha vidro
ZB 02 Verão 31,8°C 37,4°C 36,4°C 36,5°C 36,6°C 36,5°C 36,6°C
Inverno 2,8°C 6,1°C 8,2°C 7,5°C 7,5°C 7,5°C 7,4°C
ZB 03 Verão 31,9°C 33,5°C 31,8°C 32,2°C 32,2°C 32,2°C 32,9°C
Inverno 6,7°C 9,5°C 11,2°C 10,6°C 10,6°C 10,6°C 10,5°C
ZB 08 Verão 34,9°C 39,4°C 40,9°C 40,9°C 41,0°C 40,9°C 40,9°C
Fonte: Os autores.

Na Figura 7 pode-se observar que, no horário da temperatura mais crítica do verão, em


torno das 15 horas, o uso da câmara de ar nas paredes manteve as temperaturas internas
mais baixas se comparadas ao uso do contêiner sem isolamento nas paredes. Mas
somente o uso da câmara de ar não é o ideal para se obter um conforto térmico
adequado aos ocupantes, uma vez que essa estratégia manteve as temperaturas
internas mais altas do que no contêiner sem intervenção, principalmente nas zonas
bioclimáticas (ZB) 2 e 8, após às 16 h. Isto está diretamente relacionado ao material que
compõe a envoltória. O contêiner sem isolamento tem uma transmitância térmica maior
se comparado à situação com isolamento térmico no interior dos fechamentos. Assim,
a presença de uma camada de ar nas paredes externas diminui a oscilação da
temperatura, fazendo com que as temperaturas internas no período noturno sejam
mais altas, se comparadas ao contêiner sem isolamento.

e019011-9 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 10, p. e019011, 2019, ISSN 1980-6809
VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 7 - Evolução temporal da temperatura na sala com isolamento térmico durante o verão na ZB 2 (superior, a esquerda), na ZB 3 (superior, a
direita) e na ZB 8 (inferior)
45
42 45
42
Temperatura (°C)

39
39

Temperatura (°C)
36
36
33
33
30
30
27 27
24 24
21 21
18 18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h) Tempo (h)

Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner


Temp. Interna com uma câmara de ar nos fechamentos verticais Temp. Interna com uma câmara de ar nos fechamentos verticais
Temp. de bulbo seco externa
Temp. de bulbo seco externa

45
42
39
Temperatura (°C)

36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner
Temp. Interna com uma câmara de ar nos fechamentos verticais
Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

Na Figura 8 observa-se que, considerando o dia típico de inverno, o uso da câmara de ar


no interior das paredes implica em temperaturas internas mais elevadas no período em
que as temperaturas externas estão mais baixas, proporcionando um desempenho
térmico mais adequado. O isolamento por meio da câmara de ar evita a perda de calor
do interior para o exterior em um curto espaço de tempo, mantendo a temperatura mais
alta internamente.

Figura 8 - Evolução temporal da temperatura na sala com isolamento térmico para inverno na ZB 2 (a esquerda) e na ZB-3 (a direita)

24 24
21
Temperatura (°C)

21
18
Temperatura (°C)

15 18
12 15
9 12
6 9
3 6
0 3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0
Tempo (h) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner
Temperatura interna do ar do Contêiner
Temp. Interna com uma câmara de ar nos fechamentos verticais
Temp. Interna com uma câmara de ar nos fechamentos verticais
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

e019011-10 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 10, p. e019011, 2019, ISSN 1980-6809
VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Cobertura
Foram realizados dois tipos de simulação numérica para avaliar a cobertura. Considerou-
se inicialmente a casa contêiner sem isolamento, apenas com o fechamento superior
inclinado. Em seguida, considerou-se duas versões de cobertura sobreposta a este
fechamento: uma em telha termoacústica com ático e outra em cobertura verde. v
Na Figura 9 apresentam-se os resultados da simulação numérica das coberturas
propostas. Observa-se que as duas coberturas propostas proporcionam uma
temperatura interna mais amena do que a temperatura no contêiner sem intervenção,
no horário mais quente do verão. O telhado termoacústico proporciona melhor
desempenho térmico do que o telhado verde, por possuir uma zona de ventilação entre
o contêiner e a cobertura. No entanto, vale ressaltar que, neste estudo, não foi
considerada a perda de calor latente pelos fechamentos.
Na Figura 10 nota-se que, no inverno, as coberturas propostas mantêm a temperatura
interna mais elevada do que no contêiner sem alteração na cobertura, no horário mais
frio do inverno. Diferentemente do verão, as duas coberturas têm resultados próximos
neste horário do dia.

Figura 9 - Evolução temporal da temperatura na sala com cobertura para verão na ZB 2 (superior, a esquerda), na ZB 3 (superior, a direita) e na ZB
8 (inferior)

45 45
42 42
Temperatura (°C)

39
Temperatura (°C)

39
36 36
33 33
30 30
27 27
24 24
21 21
18 18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 111213 141516 171819 202122 2324 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h) Tempo (h)

Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner


Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico
Temp. interna com cobertura de Telhado verde Temp. interna com cobertura de Telhado verde
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

45
42
Temperatura (°C)

39
36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)

Temperatura interna do ar do Contêiner


Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico
Temp. interna com cobertura de Telhado verde
Temp. de bulbo seco externa
Fonte: Os autores.

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 20 - Evolução temporal da temperatura na sala com cobertura para inverno na ZB 2 (a esquerda) e na ZB 3 (a direita)

24 24
21 21
Temperatura (°C)

Temperatura (°C)
18 18
15 15
12 12
9 9
6
6
3
3
0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 2122 23 24
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner
Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico
Temp. interna com cobertura de Telhado verde Temp. interna com cobertura de Telhado verde
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa
Fonte: Os autores.

Fundação
Na Figura 11 pode-se observar que o radier gerou as menores temperaturas internas, se
comparado aos outros tipos de fundação (contêiner sobre o solo e sobre sapatas) no
período das temperaturas mais elevadas do dia típico de verão. Este resultado se dá em
função da influência da área de contato do radier com o solo. No caso do container
sobre o solo, este fica apoiado sobre as arestas de aço, diminuindo a área de contato.
Sendo a temperatura do solo, e consequentemente do radier, mais baixa que a
temperatura do ar, aumenta-se as perdas de calor para o piso por convecção, o que
diminui as temperaturas internas no verão. No inverno o comportamento é inverso, pois
a temperatura do solo é maior que a temperatura do ar, devido à inércia térmica elevada
do solo, o que aumenta as temperaturas internas.
Na Figura 12 pode-se observar que o uso do radier proporciona um desempenho térmico
mais adequado no inverno. Para a zona bioclimática 3, os tipos de fundação analisados
apresentam resultados próximos.
Pintura externa
Nesta etapa são considerados três tons de cores nas paredes externas. As cores mais
claras possuem maior refletância à radiação solar e as cores mais escuras possuem maior
absortância. O comportamento observado nas três zonas bioclimáticas analisadas foi o
mesmo para todas as análises, conforme mostra a Figura 13.

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 11 - Evolução temporal da temperatura na sala com diferentes tipos de fundação no container para verão na ZB 2 (superior, a esquerda), na
ZB 3 (superior, a direita) e na ZB 8 (inferior)
45 45
42 42

Temperatura (°C)
39 39
Temperatura (°C)

36 36
33 33
30 30
27 27
24
24
21
21 18
18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner
Temp. interna com fundação por Radier Temp. interna com fundação por Radier
Temp. interna com fundação por Sapata Temp. interna com fundação por Sapata
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

45
42
39
Temperatura (°C)

36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner
Temp. interna com fundação por Radier
Temp. interna com fundação por Sapata
Temp. de bulbo seco externa
Fonte: Os autores.

Figura 12 - Evolução temporal da temperatura na sala com diferentes tipos de fundação no container para inverno na ZB 2 (a esquerda) e ZB 3 (a
direita)
24 24
21 21
Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

18 18
15 15
12 12
9
9
6
6
3
3 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner
Temp. interna com fundação por Radier Temp. interna com fundação por Radier
Temp. interna com fundação por Sapata Temp. interna com fundação por Sapata
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

e019011-13 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 10, p. e019011, 2019, ISSN 1980-6809
VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 13 - Evolução temporal da temperatura na sala para verão, absortância às 3 cores propostas, na ZB 2 (superior, a esquerda), na ZB 3
(superior, a direita) e na ZB 8 (inferior)
45
45
42 42
39 39

Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

36 36
33 33
30 30
27 27
24 24
21 21
18 18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Tempo (h)

Temp. interna para α=0,3 Temp. interna para α=0,5


Temp. interna α=0,3 Temp. interna α=0,5
Temp. interna para α=0,7 Temp. de bulbo seco externa Temp. interna α=0,7 Temp. de bulbo seco externa

45
42
39
Temperatura (°C)

36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)

Temp. interna para α=0,3 Temp. interna para α=0,5

Temp. interna para α=0,7 Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

Renovação do ar
As simulações numéricas com diferentes taxas de renovação de ar não gerou variações
significativas nos resultados. Obteve-se uma variação de 0,7%. Uma segunda análise foi
feita com a modificação do tamanho das aberturas e a sua influência no desempenho
térmico global da edificação. Pode-se perceber pelos resultados que o aumento de 1/3
na área inicial das aberturas proporciona um aumento da temperatura interna do
contêiner no verão, mas essa diferença é mínima, conforme ilustrado na Figura 14. O
aumento da temperatura, neste caso, se deu em função do aumento da área
envidraçada, que potencializa o efeito estufa. Como as taxas de renovação do ar são
fixas, a modificação no tamanho da abertura não afeta diretamente a ventilação natural,
mas implica em uma variação na temperatura interna dos ambientes devido ao aumento
da área envidraçada. Considerando-se um modelo de ventilação em que o fluxo de ar
possa ser simulado no interior da edificação, os resultados podem ser diferentes, sendo
esta a única limitação da presente análise.

e019011-14 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 10, p. e019011, 2019, ISSN 1980-6809
VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 14 - Evolução temporal da temperatura na sala com diferentes aberturas no verão na ZB 2 (superior, a esquerda), na ZB 3 (superior, a
direita) e na ZB 8 (inferior)

45 45
42 42
39 39
Temperatura (°C)

Temperatura (°C)
36 36
33 33
30 30
27 27
24 24
21 21
18 18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h) Tempo (h)

Temp. interna para Abertura maior Temp. interna para Abertura maior
Temp. interna para Abertura menor Temp. interna para Abertura menor
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

45
42
39
Temperatura (°C)

36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)

Temp. interna para Abertura maior


Temp. interna para Abertura menor
Temp. de bulbo seco externa
Fonte: Os autores.

Combinação de estratégias
Na Figura 15 apresentam-se os resultados da simulação com a combinação do
isolamento térmico dos fechamentos verticais e da cobertura. Como a vedação vertical
com câmara de ar obteve o melhor desempenho térmico, foi escolhida para ser
combinada com os dois tipos propostos de cobertura. Nesses gráficos, pode-se notar
que o uso concomitante da câmara de ar nas paredes externas e das coberturas
analisadas melhora o desempenho térmico global da edificação. A melhor combinação
se dá com a câmara de ar e o telhado termoacústico, apresentando as menores
temperaturas no verão.
Como se pode observar, cada estratégia tem uma contribuição no desempenho térmico
da edificação contêiner e o uso concomitante das melhores estratégias mostram que
estas são fundamentais para a obtenção do conforto térmico do usuário.

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 15 - Evolução temporal da temperatura na sala, com combinação da cobertura e isolamento, para verão na ZB 2 (superior, a esquerda), na
ZB 3 (superior, a direita) e na ZB 8 (inferior)
45 45
42 42
39

Temperatura (°C)
39
Temperatura (°C)

36 36
33 33
30 30
27 27
24 24
21 21
18 18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h) Tempo (h)

Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner

Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico

Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico e isolamento Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico e isolamento
com uma câmara de ar nos fechamentos verticais com uma câmara de ar nos fechamentos verticais
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

45
42
Temperatura (°C)

39
36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)

Temperatura interna do ar do Contêiner

Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico

Temp. interna com cobertura de Telhado termoacústico e isolamento com


uma câmara de ar nos fechamentos verticais
Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

Na Figura 16 mostra-se o uso simultâneo das estratégias que obtiveram os melhores


resultados para o verão para isolamento térmico, cobertura, fundação, pintura externa
e renovação de ar. Na Figura 16 (gráfico superior, a esquerda) mostra-se que na ZB2 as
estratégias conjuntas reduziram em até 9,5ºC as temperaturas internas, se comparado
ao contêiner sem modificações. Nota-se, pela Figura 16 (gráfico superior, a direita), que
na ZB 3 as estratégias conjuntas reduziram em até 7,0ºC as temperaturas internas, se
comparadas ao contêiner sem modificação no verão. Na Figura 16 (gráfico, inferior)
nota-se que na ZB 8 as estratégias conjuntas reduziram em até 8,6ºC as temperaturas
internas, se comparadas ao contêiner sem modificação nas maiores temperaturas do
verão.

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 16 - Evolução temporal da temperatura na sala, diferença entre contêiner sem adaptação e com adaptação, para verão na ZB 2 (superior, a
esquerda), na ZB 3 (superior, a direita) e na ZB 8 (inferior)
45 45
42 42
39 39

Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

36 36
33 33
30 30
27 27
24 24
21 21
18 18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h) Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner
Temperatura interna do ar do Contêiner Adaptado Temperatura interna do ar do Contêiner Adaptado
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

45
42
39
Temperatura (°C)

36
33
30
27
24
21
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Temperatura interna do ar do Contêiner
Temperatura interna do ar do Contêiner Adaptado
Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

Na Figura 17 apresenta-se o uso simultâneo das mesmas estratégias que obtiveram os


melhores resultados considerando o dia típico de inverno. De um modo geral, observa-
se que a combinação destas estratégias diminui a oscilação diária da temperatura
interna e diminui a temperatura no período diurno em relação ao contêiner sem
modificações. Na Figura 17 (gráfico a esquerda) mostra-se que, na ZB 2, as estratégias
conjuntas aumentaram em até 7,3ºC as temperaturas internas, se comparadas ao
contêiner sem modificações. E na Figura 17 (gráfico a direita) mostra-se que, na ZB 3, as
estratégias conjuntas aumentaram em até 5,9ºC as temperaturas internas, se
comparadas ao contêiner sem modificação no inverno.

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

Figura 17 - Evolução temporal da temperatura na diferença entre contêiner sem adaptação e com adaptação, para inverno na ZB 2 (a esquerda) e
na ZB 3 (a direita)
24 24
21 21

Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

18 18
15 15
12 12
9 9
6 6
3 3
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h) Tempo (h)

Temperatura interna do ar do Contêiner Temperatura interna do ar do Contêiner


Temperatura interna do ar do Contêiner Adaptado Temperatura interna do ar do Contêiner Adaptado
Temp. de bulbo seco externa Temp. de bulbo seco externa

Fonte: Os autores.

Conclusões
O uso do contêiner como moradia está sendo amplamente empregado. Pode ser uma
alternativa viável ao déficit de habitações, pelo preço, redução no tempo de construção,
redução de resíduos e impacto ambiental. Portanto, é imprescindível entender o
método de construção e as adaptações necessárias para o seu uso pleno. Neste estudo,
procurou-se entender como o contêiner se comporta como uma edificação e como
algumas estratégias de projeto podem melhorar seu desempenho térmico.
Pode-se observar que o contêiner, por ser constituído em aço, sofre grande influência
das temperaturas externas e da insolação, sendo necessário, portanto, o uso de
adaptações para que a edificação apresente um bom desempenho térmico. O uso de
isolamento térmico nos fechamentos externos se mostrou indispensável nas zonas
bioclimáticas analisadas (2, 3 e 8). O ideal é que o isolamento seja combinado com uma
cobertura adicional ao contêiner, para que se obtenha temperaturas internas mais
amenas no verão. No Brasil é menos comum o uso do radier como fundação em
habitações com contêiner, mas de acordo com as simulações numéricas realizadas neste
estudo, este é um sistema construtivo que pode ser utilizado nas três zonas
bioclimáticas analisadas para se obter uma edificação com desempenho térmico
adequado.
Quanto ao acabamento de superfícies externas, o ideal é que se use cores mais claras
(absortância solar de 0,3), logo, refletoras, na zona bioclimática 3 e principalmente na
zona bioclimática 8, para diminuir a absortância à radiação solar. Por outro lado, na zona
bioclimática 2, que apresenta um inverno com temperaturas mais baixas e um verão
mais ameno, pode ser usada a cor média (absortância solar de 0,5), ajudando no melhor
desempenho térmico, principalmente no inverno.
Conclui-se que é possível utilizar o contêiner como habitação desde que sejam aplicadas
modificações que melhorem o seu desempenho térmico. O uso concomitante de todas
as estratégias aqui sugeridas reduziu a influência da temperatura externa, com isso o
contêiner apresentou uma variação menor no perfil de temperatura interna, o que pode
proporcionar maior conforto térmico ao usuário. Os resultados aqui obtidos
comprovam as indicações do trabalho de Buges et al. (2014) e confirmam os resultados

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VIANA, Françoíse Santana; SOUZA, Henor Artur de; GOMES, Adriano Pinto.
Residência em contêiner: comparativo de estratégias para a melhoria do desempenho térmico.

de Tanyer, Tavukcuoglu e Bekboliev (2018) quanto à necessidade de isolamento térmico


nas paredes.

Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio de bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento do Programa de Trabalho nº 12.364.2080.0487.0001 108452.
Agradecimentos também à bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), ao
Programa de Apoio à Pós-Graduação (PAPG) - convênio nº 5246/15 e à Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Notas
(1) TEU – Twenty Foot Equivalent Unit – Unidade Equivalente de Transporte – contêiner de 1 TEU corresponde a
um contêiner de 20 pés.

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1 Françoíse Santana Viana


Arquiteta e Urbanista. Mestra. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Endereço postal: Travessa 12 de
Outubro, 199, Carlos Chagas, MG, Brasil, CEP 39864-000

2 Henor Artur de Souza


Engenheiro Mecânico. Doutor. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Ouro
preto. Endereço postal: Campus Universitário, Morro do Cruzeiro, Ouro Preto, MG, Brasil, CEP 35400-000

3 Adriano Gomes Pinto


Arquiteto e Urbanista. Doutor. Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Ouro Preto. Endereço postal: Rua Pandiá
Calógeras, 898, Bairro Bauxita, Ouro Preto, MG, Brasil, CEP 35400-000

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