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Neste trabalho, irei falar sobre a vida e obra de Miguel Torga, e também farei uma interpretação pessoal
de um poema seu. Escolhi este autor, foi o que me chamou mais à atenção, devido á sua forma de
escrever, às suas ideologias e também devido à sua dura infância, e o facto de ele ser um lutador, por ter
sempre feito tudo o que podia para alcançar os seus sonhos e ambições, apesar de não viver numa época
muito boa, em termos de expressão artística (antes do 25 Abril).
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, por solicitação da professa …
Desenvolvimento
Biografia:
Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, nasceu a 12 de Agosto de 1907 em São Martinho de
Anta, e morreu a 17 de Janeiro de 1995 em Coimbra. Foi um dos mais importantes escritores do séc. XX
em Portugal, e destacou-se como poeta, contista e memorialista.
Em 1920, emigra para o Brasil, ainda com 12 anos, para trabalhar na fazenda do seu tio, que tinha uma
fazenda de café. Ao fim de 4 anos, o tio patrocina-lhe os estudos na cidade de Leopoldina, onde foi
distinguido como um aluno dotado.
Em 1928, entra para a Faculdade de Medicina de Coimbra, e publica o seu primeiro livro de poemas
(Ansiedade), e um ano mais tarde, começa a trabalhar na revista Presença, com o poema Altitudes. Dois
anos mais tarde, sai da revista por “razões de discordância estética e razões de liberdade humana.”.
Em 1933, concluiu a licenciatura em Medicina, e foi exercer para Trás-os-Montes, que foi onde escreveu
grande parte da sua obra. Dividiu o seu tempo entre a clínica onde trabalhava, e a literatura.
Em 1940, foi preso por fazer críticas ao regime político de Espanha. Nesse mesmo ano, casou-se com
Andrée Crabbé, e juntos tiveram uma filha a 3 de Outubro de 1955.
Ao longo do tempo, a sua herança católica foi-se dissipando dentro de si, e o Deus em que ele acreditava
na sua infância-“ um Deus proveniente, radioso de amor, bondade”- foi substituído por –“ um Deus
justiceiro, furioso, regrador do mundo”.
A sua terra, Trás-os-Montes, que para ele tem o significado de busca de identidade, e é aquela que o
ajuda a encontrar o seu próprio “eu” e a conhecer-se melhor.
Desespero humanista: (O Orfeu Rebelde)
Enquanto médico, Torga sentia-se muitas vezes impotente por não poder salvar os seus pacientes, que
esperavam com esperança um milagre. Assim, a descrença e a revolta contra a divindade surgem na sua
obra, reflectindo o seu desespero humanista. O seu desespero é humanista, pois sente-se limitado com
as suas capacidades humanas.
Principais obras:
Pão Ázimo, 1931
A Terceira Voz, 1934
A Criação do Mundo, os Dois Primeiros Dias, 1937
O Terceiro Dia da Criação do Mundo, 1938
O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939
Bichos, 1940
Contos da Montanha, 1941
O Senhor Ventura, 1943
Um Reino Maravilhoso, 1941
Trás-os-Montes, 1941
Conferência, 1941
Rua, 1942
Portugal, 1950
Pedras Lavradas, 1951
Novos Contos da Montanha, 1944
Vindima, 1945
Um cordel
E um menino de bibe.
E cortou-lhe o cordel.
Na minha opinião, neste poema, o sujeito poético, narra um sonho que teve na sua infância. Na primeira
estrofe, o poeta começa por contar o sonho, introduzindo a estrela de papel, o cordel e o menino de
bibe.
Na segunda estrofe, o menino lança a estrela de papel, que representa a esperança de algum dia
brilharmos “O menino tinha lançado a estrela / Com ar de quem semeia uma ilusão”.
Na terceira estrofe o menino sorri e vê a transformação da estrela, ou seja fica feliz por os seus sonhos
terem sido concretizados, e, como tal, corta o cordel “E o menino, ao vê-la assim, sorriu/ E cortou-lhe o
cordel.”
O facto do sujeito poético usar os verbos no pretérito imperfeito, dá-nos a ideia de que estava a recordar
a sua infância.
Neste poema, está presente um paralelismo entre a estrela e Miguel Torga, já que, de um momento para
outro a estrela deixa de ser de papel, e transforma-se numa verdadeira estrela, neste caso homem.
O esquema rimático é abba/cdcd/efef, ou seja, interpolada em a e cruzada nos dois últimos versos.
Quando ao número de sílabas métricas, o poeta não segue uma estrutura normal, devido ás influências
literárias do séc. XX.
Poema pessoal:
Tema: Drama da criação poética
O drama de escrever
Aqui estou eu,
E estou a imaginar
Posso parar,
Conclusão
Com a realização deste trabalho, fiquei a saber mais sobre a vida e obra de um dos mais importantes
escritores de Portugal, do séc.XX, Miguel Torga, e também tive a oportunidade de estudar os seus
poemas, e ao ver a sua beleza, comecei a interessar-me mais pela poesia e por outros autores
portugueses, com ideologias semelhantes ás de Miguel Torga.
Ao fazer este trabalho, apercebi-me da grande importância que a criação poética tem, e também da
importância da poesia, porque num mundo sem poesia ninguém poderia ser verdadeiramente feliz,
porque, na minha opinião, a poesia leva à redescoberta pessoal, e a um “outro mundo”, no qual
podemos ser quem quisermos, ou o que quisermos, sem ter ninguém que nos aponte o dedo ou fale mal
de nós.
Acredito que se não houvesse poesia, o mundo seria um lugar muito pior, porque não nos poderíamos
refugiar no nosso “mundinho” á parte.
Bibliografia
http://jbo.no.sapo.pt/torga/tematicas/torga_temas_problematica.htm
http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/torga.htm
https://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalh
os/migueltorgabiograf2.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Torga