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Sumário

Introdução......................................................................................................................5

1. Contabilidade..........................................................................................................6

1.1 Origem..............................................................................................................7

1.2 Principais mudanças com a Lei 11.941/09....................................................10

2. Contabilidade Social.............................................................................................12

2.1 Origem e evolução.........................................................................................12

2.2 Conceitos e Definições..................................................................................13

2.3 Balanço Social: Caracterização e Funcionalidade........................................16

2.3.1 Usuários do Balanço Social........................................................................18

2.4 Importância de se publicar o Balanço Social.................................................20

2.5 Aspectos legais sobre a sua publicação........................................................21

2.6 Indicadores do Balanço Social......................................................................23

2.7 NBC T 15- INFORMAÇÕES DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL........25

2.8 Modelo de Balanço Social.............................................................................31

3. Estudo de Caso Simulado....................................................................................34

3.1 Histórico da Empresa.....................................................................................34

3.2 Balanço patrimonial.......................................................................................37

3.3 Demonstrativo do Resultado do Exercício.....................................................40

3.4 Balanço Social aplicado ao caso...................................................................42

Conclusão....................................................................................................................45

Bibliografia...................................................................................................................46

ANEXOS......................................................................................................................48

Anexo I: Balanço Social publicado..........................................................................49


Introdução

O mundo apresenta uma fase de grande transformação empresarial em


conseqüência da evolução, fazendo com que as empresas atualizem seus
processos produtivos e intelectuais para poder manter-se no mercado que está cada
vez mais exigente e preocupado com o aspecto social.

A responsabilidade social da empresa é a extensão do papel empresarial, além de


seus objetivos econômicos. E enquanto a contabilidade social busca estudar as
relações da riqueza organizacional com os ambientes que nela interferem e dela
recebem influência, é possível considerar que o Balanço Social seja uma das
demonstrações mais significativa da contabilidade social o que, representa a
demonstração dos gastos e influências (tanto favoráveis como desfavoráveis),
recebida e transmitida pelas entidades na promoção humana, social e ecológica.
A conceituação de responsabilidade social como poderemos observar ao longo
deste trabalho para uns, é tomada como uma responsabilidade legal ou obrigação
social; para outros, é o comportamento socialmente responsável em que se observa
a ética, e para outros ainda, não passa de contribuições de caridade que a empresa
deve fazer. Há também os que admitem que a responsabilidade social seja,
exclusivamente, a responsabilidade de pagar bem aos empregados e dar-lhes bom
tratamento. Logicamente, responsabilidade social das empresas é tudo isto, muito
embora não sejam somente estes itens isoladamente.
A responsabilidade social está voltada para as questões morais e éticas que
envolvem as políticas praticadas pela organização.

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Contabilidade Social

1. Contabilidade          

Muitos são os conceitos acerca das Ciências Contábeis. Vejamos alguns deles:

“A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a


tomada de decisões” (MARION, 1998, p. 24).

 Franco (1997) considera a contabilidade como um conjunto ordenado de


conhecimentos, sistematizados, com princípios e normas próprias, que tem como
função registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que
ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações,
interpretações e orientações sobre a composição e as variações desse patrimônio,
para auxiliar a tomada de decisões de seus administradores.

“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado


a prover seus usuários de demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de
contabilização” (Ibracon);

“A Contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma


companhia que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de
informar os reflexos dessas transações na situação econômico financeira dessa
companhia” (Nelson Gouveia);

“É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das


entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial ”
(Hilário Franco).

Enfim, existem inúmeros conceitos, de vários autores, e entidades, sobre o que seja
a Contabilidade. Entretanto pode-se perceber nos conceitos apresentados que a
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contabilidade tem uma função bem mais ampla do que apenas debitar ou creditar. O
verdadeiro papel da contabilidade é transformar os dados coletados em informações
e assim cumprir a sua mais nobre função, qual seja: auxiliar na otimização do uso
dos recursos a disposição das entidades.

Vejamos o conceito oficial de Contabilidade, enunciado no Primeiro Congresso


Brasileiro de Contabilistas, em 1924:

Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle


e de registro relativas à administração econômica.

Como conseqüência da definição de Contabilidade, observamos claramente que seu


objetivo é permitir o controle e o estudo do patrimônio das entidades econômico
administrativas.

Cabe ainda definir a finalidade da Contabilidade como sendo fornecer informações


econômicas e financeiras acerca da entidade. As informações de natureza
econômica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que
geram lucros ou prejuízos, e as variações no patrimônio da entidade. As
informações de natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e do
capital de giro das entidades.

1.1 Origem

A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria história da civilização. Está


ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à
posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de
que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há


indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do
comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da
Antiguidade.

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A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada.
As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre
o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas,
embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo
governo de seu país no ano 2000 a.C.

 
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores,
preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de
aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando
já em maior volume, requerendo registros.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de
que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de
produção etc.
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade
de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se
pudesse prestar conta da coisa administrada.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as


compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de
árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro
(papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente
o registro de informações sobre negócios.

Na medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle


se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam
receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas
nos itens salários, perdas e diversões.

No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por


governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.

Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma:

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CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras
civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Líber Abaci , da autoria
Leonardo Fibonaci, o Pisano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã


até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por
Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que à
teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e
negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do
conhecimento humano.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com
o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e
Pubbliche”, da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra
marcante na história da Contabilidade.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e


continua até os dias de hoje.

No Brasil a Contabilidade iniciou-se a partir da época Colonial, com o descobrimento


do Brasil.

Constata-se na história, que no dia 16 de julho de 1679, através da Carta Régia é


criada a Casa dos Contos, órgão incumbido de processar e fiscalizar as receitas e
despesas de Estado, ganhando autonomia somente no reinado de João I. Esse fato
é respaldado pela a chegada da Família Real ao Brasil em 1808, proporcionando um
desenvolvimento socioeconômico e cultural mais efetivo na colônia. O
desenvolvimento social que ocorria naquele período, aliado a expansão da atividade
colonial provocou um aumento nos gastos, exigindo um melhor controle das contas
públicas e receitas do Estado, e para este fim foi implantado o órgão denominado
Erário Régio.

Com a instalação do Erário Régio, foi introduzido o método das partidas dobradas, já
utilizado em Portugal. O órgão era composto por um presidente com funções de

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Inspetor Geral, um contador e um procurador fiscal, incumbidos de fazer toda
arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

O processo de escrituração contábil nos órgãos públicos tornou-se obrigatório em


Portugal através do Alvará de 24 de dezembro de 1768. No Brasil, a primeira
referência oficial à escrituração e relatórios contábeis ocorreu no ano de 1808,
elaborada pelo Príncipe Regente D. João VI, conforme dispõe o texto da Carta:

Para o método de Escrituração e fórmulas de Contabilidade de


minha real fazenda não fique arbitrário a maneira de pensar de cada
um dos contadores gerais, que sou servido criarem para o referido
Erário: - ordeno que a escrituração seja mercantil por partidas, por
ser a única seguida pelas nações mais civilizadas, assim pela sua
brevidade, para o manejo de grandes somas como por ser mais clara
e a que menos lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a
malícia e a fraude dos prevaricadores.

O processo de escrituração das contas só poderia ser feita por profissionais que
estudassem aulas de comércio, sendo essas aulas realizadas no Brasil, originárias
de Portugal e preparavam os empregados do comércio para o exame na Junta
Comercial.

Esses fatos demonstram que inicio da história da Contabilidade do Brasil esteve


ligada com o desenvolvimento da sociedade colonial, e a necessidade de controle
dos gastos públicos com a chegada da família Real portuguesa. Como o país era
colônia, seu desenvolvimento contábil era herdado de Portugal, a exemplo da
implantação do método das partidas dobradas e das aulas de comércio.

1.2 Principais mudanças com a Lei 11.941/09

 A Lei 11.941/09, que traz parte da Medida Provisória 449/08, em seu art. 37,altera o
art. 178, da Lei 6404/76 e em conseqüência a Lei 11638/07, art.1º, mais
precisamente os grupos do Ativo e Passivo que assim são: grande grupo Ativo e

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grupos Ativo Circulante e Ativo não circulante contendo neste último, os subgrupos
longo prazo, investimentos,imobilizado e intangível, desaparecendo as figuras do
Ativo Realizável a longo prazo e Ativo Permanente como grupo, sendo agora
subgrupo do Ativo não Circulante; Em tempo,o termo “Ativo Permanente” não
figurará mais no Balanço Patrimonial. Além disso, o subgrupo “ativo diferido” de fato
desaparece deste relatório; Vale ressaltar que a  Lei 11941/09 ratifica o que
determinou a Medida Provisória 449/08, onde no art. 38 combinado com o art.299-A
da Lei 6404/76, informa que poderá amortizar o saldo das contas que estiverem no
subgrupo do Ativo Diferido, desde que seja saldo existente em 31/12/2008 e que   pó
sua natureza, não puder ser alocado. Já o grande grupo Passivo, também teve
modificações em sua estética conforme determina a Lei 11941/09 , que por sua vez,
também ratificou o que determina a MP 449/08, sendo o parte deste grande grupo,
os grupos Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, desaparecendo os grupos
Passivo exigível a Longo Prazo e Resultados de Exercício Futuro,que existiam na
Lei 6404/76. Cabe ressaltar que aos saldos existentes do grupo Resultado de
Exercícios Futuros, em 31/12/2008 deverão ser reclassificados no passivo não
circulante na conta que represente o fato.

.Já o Patrimônio Líquido continua sendo considerado grupo conforme determina a


Lei 11638/07. Assim, para uma comparação segue:

  Antes                                        X                      Atual    

Lei 6404/76 e Lei 11638/07 após Lei


Lei 6404/76 após Lei 11638/07 - Balanço
11.941/09 - Balanço Patrimonial
Patrimonial  
Ativo Passivo   Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante   Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo realizável a Passivo Não
Longo Prazo Passivo Exigível a L. P.   Ativo não circulante Circulante
      Ativo realizável a L. P. Passivo Exigível a L. P.
Resultados de
Ativo Permanente Exercícios Futuros   Investimentos  
Investimentos     Imobilizado  
Imobilizado Patrimônio Líquido   Intangível Patrimônio Líquido
Intangível Capital social     Capital social
Diferido Reservas de Capital     Reservas de Capital
Ajustes de avaliação Ajustes de avaliação
  patrimonial     patrimonial
  Reservas de lucros     Reservas de lucros
8
  Prejuízos acumulados     Prejuízos acumulados
FONTE: http://www.netlegis.com.br

2. Contabilidade Social

Esta especialização da ciência contábil surge com o propósito de contribuir,


efetivamente, para a prosperidade das entidades e das nações, transformando o
sistema de informações contábeis em um conjunto mais amplo, onde se apresentam
não somente demonstrações financeiras econômicas, mas também aquelas de
caráter social e ambiental, imprescindíveis para a análise, o controle, a avaliação e a
tomada de decisão das e nas entidades, no contexto mundial globalizado e de
constante mutação. Tendo como principal instrumento de demonstração o Balanço
Social.

2.1 Origem e evolução

Desde o início do século XX registram-se manifestações a favor deste tipo de


comportamento. Contudo, foi somente a partir dos anos 60 nos Estados Unidos da
América e no início da década de 70 na Europa - particularmente na França,
Alemanha e Inglaterra - que a sociedade iniciou uma cobrança por maior
responsabilidade social das empresas e consolidou-se a própria necessidade de
divulgação dos chamados balanços ou relatórios sociais.
A idéia de responsabilidade social das empresas popularizou-se, nos anos 70, na
Europa. E foi a partir desta idéia, que em 1971 a companhia alemã STEAG produziu
uma espécie de relatório social, um balanço de suas atividades sociais. Porém, o
que pode ser classificado como um marco na história dos balanços sociais,
propriamente dito, aconteceu na França em 72: foi o ano em que a empresa
SINGER fez o, assim chamado, primeiro Balanço Social da história das empresas.
Na França, várias experiências consolidaram a necessidade de uma avaliação mais
sistemática por parte das empresas no âmbito social. Até que em 12 de julho de
1977, foi aprovada a Lei 77.769, que tornava obrigatória a realização de Balanços
Sociais periódicos para todas as empresas com mais de 700 funcionários. Este
número caiu posteriormente para 300 funcionários.

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No Brasil, os ventos desta mudança de mentalidade empresarial já podem ser
notados na “Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas 1” desde a sua
publicação, em 1965, pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil
(ADCE Brasil). Na década de 80, a Fundação Instituto de Desenvolvimento
Empresarial e Social (FIDES) chegou a elaborar um modelo. Porém, só a partir do
início dos anos 90 é que algumas empresas - muito poucas - passaram a levar a
sério esta questão e divulgar sistematicamente em balanços e relatórios sociais as
ações realizadas em relação à comunidade, ao meio ambiente e ao seu próprio
corpo de funcionários.
Desta forma, o Balanço Social da Nitrofértil, empresa estatal situada na Bahia, que
foi realizado em 1984, é considerado o primeiro documento brasileiro do gênero, que
carrega o nome de Balanço Social. No mesmo período, estava sendo realizado o BS
do Sistema Telebrás, publicado em meados da década de 80. O do Banespa,
realizado em 1992, compõe a lista das empresas precursoras em BS no Brasil.
Há muito se fala em responsabilidade social da empresa. E, de fato, pode-se
observar que algumas empresas, aqui no Brasil, têm levado a sério suas relações
com a comunidade, com o meio ambiente e com seu próprio corpo de funcionários.
Até porque, nos últimos anos, essas relações tornaram-se uma questão de
estratégia financeira e de sobrevivência empresarial, quando pensamos a longo
prazo. Isto sem falar é claro, do lado ético e humano que a responsabilidade social
envolve, e por sua vez, pode desenvolver.
Assim, desde meados de 1997 o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o Instituto
Brasileiro de Análise Social e Econômico (Ibase) vêm batendo na mesma tecla e
chamando à atenção dos empresários e toda a sociedade para a importância e a
necessidade da realização do balanço social das empresas em um modelo único e
simples. E este modelo foi desenvolvido no Ibase em parceria com diversos
representantes de empresas públicas e privadas, a partir de inúmeras reuniões e
debates com setores da própria sociedade.

2.2 Conceitos e Definições

1
http://www.adcesp.org.br/textos/arquivos/Carta%20de%20principios.pdf
10
Devido à crescente responsabilidade social que devem assumir as entidades
econômicas, surge à necessidade de elaborar e apresentar informação sobre as
atividades relacionadas com essa responsabilidade.
Este volume de informações agrupa aspectos do tipo social, ético, ambiental ou
ecológico, e ainda tem recebido diversas denominações como Contabilidade Social.
A Contabilidade Social não só busca medir resultados no processo monetário, mas
também toma o recurso humano desde a ótica humana, vendo-o como um ser que
sente e que tem necessidades a satisfazer. Fornecendo informações que permitam
avaliar os efeitos das atividades das empresas sobre a sociedade.
Ela aparece como uma necessidade da empresa de contar com informação
pertinente para tomar decisões inteligentes com relação à gestão social, medindo o
impacto da entidade na sociedade (causa e efeito).
Segundo Silva2 “medir esses impactos é uma tarefa que apresenta inúmeros
problemas metodológicos difíceis de ultrapassar. Por isso, existe grande interesse
em que o desenvolvimento da informação social não se processe de uma forma
anárquica, em que cada empresa informe do que lhe convém, utilizando critérios e
medidas particulares variáveis e discutíveis”.
Neste contexto, surge a Contabilidade com sua cultura e tecnologia oferecendo,
conjuntamente, aos profissionais da área, um instrumental capaz de gerar,
demonstrar e analisar a responsabilidade social e ecológica das entidades.
Por isso, além da proposta de uma reflexão sobre a responsabilidade social do
Contador, exercida pela Contabilidade, deve-se mostrar o alcance atual dessa
ciência, chamando atenção para um vasto campo ainda a ser explorado,
especificamente, na área social.
Ramanathn [1976], afirma que na década de setenta conceituava-se Contabilidade
Social como “(...) um processo de seleção de variáveis, medidas e procedimentos
para avaliar a atividade social da empresa com o objetivo de produzir informação
relevante e divulgá-la aos públicos interessados, internos e externos”. E acrescenta,
“que mais recentemente, Gray et al. (1996) a definem como (...) um processo de
divulgação, a grupos particulares e à sociedade em geral, dos impactos sociais e
ambientais resultantes da atividade econômica das organizações, que vão para além

2
SILVA, João Pina da, et alli.
11
da informação econômica e financeira que é fornecida aos detentores do seu
capital”.
Mas, esse conceito de Contabilidade Social permanece ainda muito vago ou pouco
aplicável. Não é surpreendente, portanto, que poucas organizações tenham
arriscado a publicar um Balanço Social que contenha em seu espírito uma dupla
intenção:
1) de prestar conta das ações benéficas e maléficas originadas pela entidade no
meio em que atua;
2) prever e controlar as ações que poderão ter conseqüência sobre a sociedade e o
meio ambiente.
De momento, a Contabilidade Social apresenta ainda muitas
limitações que se explicam pelo seu estado relativamente
embrionário (convém notar que a Contabilidade Financeira vem
evoluindo e sofrendo aperfeiçoamento desde há 5.000 anos,
enquanto que as preocupações com os problemas sociais só
aparecem na década de sessenta). Não obstante, constitui
uma divisão da Contabilidade que não pode ser ignorada pelos
profissionais desta área científica, em virtude das suas
potencialidades para melhorar significativamente os modelos
existentes de avaliação da eficácia das empresas. (SILVA,
João Pina da, et alli. 1998)
Genericamente, a Contabilidade Social visa criar um sistema capaz de inventariar,
classificar, registrar, demonstrar, avaliar e explicar os dados sobre a atividade social
e ambiental da entidade, de modo que no final de cada exercício ou a qualquer
momento se possa preparar informes como o Balanço Social e a Demonstração do
Valor Adicionado.
Cada um dos tipos de informação que compõem esta contabilidade tem registrado
outras ramificações da mesma, entre as quais se destacam a Contabilidade
Ambiental, a Contabilidade dos Recursos Humanos e a Informação de Caráter Ético.
Grande é a responsabilidade social da informação contábil em face da sociedade
humana. Existem, todavia, segundo Sá (2001), diversas utilidades da informação e
algumas são de tal maneira específicas que a forma de conceituá-las nem sempre

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tem sido a melhor. Ele entende que, na área do inadequado conceitualmente, esteja,
ainda, a denominação Contabilidade Social.
Para que a Contabilidade Social consiga sua efetivação e êxito, é preciso que a
organização adote uma gestão participativa, envolvente e comprometida com todas,
independentemente da obrigatoriedade por questão de responsabilidade social, a
empresa que sempre buscou o lucro dos proprietários, além desse objetivo (também
importante para assegurar o capital necessário à condução das atividades), precisa
incluir entre suas metas a ‘satisfação da sociedade’.
É a evolução dos mercados e do nível de exigência dos consumidores que, no
contexto globalizado da economia, cria essa necessidade para as empresas. Riahi-
Belkaoui (1999, p. 37) ressalta que “se os mercados estão altamente competitivos e
os respectivos consumidores, bem como os procedimentos adotados, estão
tentando, alcançar, racionalmente, o nível máximo de satisfação, então, os recursos
disponíveis serão alocados de forma que maximize o bem estar social”.

Poder-se-ia afirmar, então, que o objeto da Contabilidade Social é tudo o que se


relaciona com a responsabilidade social empresarial, ou seja, os aspectos relativos
às ações sociais empreendidas pela empresa (Balanço Social).

2.3 Balanço Social: Caracterização e Funcionalidade

O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo


um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas
aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É
também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da
responsabilidade social corporativa. Desta perspectiva, o Balanço Social passa a
ser um importante instrumento de gestão e de informações, pois relata informações
de caráter econômico e social aos mais diferentes usuários dos sistemas de
informações contábeis, dentre estes os seus próprios empregados.

No balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes,
colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam

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melhorar a qualidade de vida para todos. Sua estrutura apresenta funções que
podem minimizar a separação entre a empresa e a sociedade, algumas são:
 Influenciar os empresários e conseqüentemente as empresas a possuírem
responsabilidade social;
 Saber se questão social está sendo tratada como questão vital para qualquer
entidade;
 Revelar se as empresas realizam suas ações com clareza, para que nós
como consumidores somos, possamos saber qual a política adotada pelas
empresas que nos prestam serviços ou nos vendem seus produtos;
 Apresentar à sociedade retorno através das ações de repercussão social
realizadas, deixando evidente, o que a empresa realmente pode fazer para
todos aqueles que se utilizam das informações geradas pelo Balanço Social
(os Stakeholders3)
Sua publicação é de grande importância para todos os grupos que interagem com a
empresa e, além disso, a relação custo/beneficio na elaboração do Balanço é
positiva. Assim qualquer empresa independente do seu quadro de funcionários pode
preparar e divulgar seu Balanço, sem precisar montar um setor especifico para isso.
Como as informações que dizem respeito à responsabilidade social das empresas
não estão sendo cobradas por meio de instrumentos legais e, sim, através de
instrumentos de pressão dos grupos sociais, é bastante provável que as empresas
passem a definir não apenas objetivos econômico-financeiros, mas, também,
objetivos de caráter social, que podem ser usados como um instrumento de
marketing empresarial, uma vez que demonstrando à sociedade seus compromissos
para com seus empregados e o meio ambiente em que estão inseridas, estará
contribuindo para reforçar a imagem de empresa-cidadã.

“O balanço Social parece ser a demonstração dos sonhos dos


cidadãos, que anseiam por maior transparência nas ações
governamentais” (KROETZ, 2000, p74)

Na medida em que as instituições sociais começarem a exigir mais transparência e


responsabilidade social por parte de todas as empresas, teremos empresas
realmente comprometidas com seu meio ambiente e, além disso, socialmente
3
É um termo usado em administração referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as
práticas de governança corporativa executadas pela empresa
14
responsáveis que estarão, não apenas gerando riquezas para alguns poucos (os
acionistas), mas, ainda, efetuando redistribuição de renda (através de suas ações
sociais) e, com isso, agregando mais consumidores aos seus próprios produtos.

2.3.1 Usuários do Balanço Social

É através do Balanço Social que as empresas são capazes de orientar seus


funcionários em suas atividades diárias e disseminar entre eles a visão, valores e
princípios da organização, facilitando a comunicação interna nas empresas,
transmitindo assim de forma eficiente, as estratégias e os objetivos da entidade para
esses colaboradores, destacando suas características e perfis. O Balanço Social
pode retratar informações que só venham a favorecer esses funcionários. Temos
como exemplo, o sindicato dos trabalhadores, que podem utilizar as informações do
Balanço Social, para apresentar subsídios para que exista negociação da classe
empresarial com funcionários, buscando assim a melhoria em prol desse
funcionário. O Balanço Social também revela as ações das empresas com relação à
preservação e conservação da natureza, verificando se estas estão trazendo
benefícios ou malefícios para o meio em que vivemos. Ao abordar a preocupação
com o meio ambiente e com a sociedade local em seu Balanço Social, a
organização está não apenas formalizando um compromisso social, mas também
estão promovendo a disseminação deste compromisso entre seus funcionários,
15
parceiros e públicos de interesse.
O público de interesse, a que nos referimos é o cidadão/contribuinte, que apresenta
interesse em acompanhar a transparência da gestão das empresas. Essa
transparência é exigida também na relação dessas empresas com o setor público.
Vimos que, é interessante que cada Stakeholder aproveite a funcionalidade do
Balanço Social, com o objetivo de avaliar como anda a relação de cada um com as
empresas. Dessa forma os clientes podem conhecer a política adotada pelas
empresas e suas ações para com a sociedade. Podem verificar também, que as
relações estabelecidas entre as organizações e seus clientes, envolvem muito mais
do que a simples troca de uma quantia de dinheiro por um produto ou serviço.
No Brasil, apesar de estar começando a vigorar o processo de amadurecimento e
conscientização dos direitos dos consumidores, o Balanço Social é um relatório que
tem contribuído para elevar os níveis de exigência e expectativas com relação às
organizações, por este motivo, os consumidores também, passaram a privilegiar
valores mais subjetivos, no entanto não menos importantes, como a comunicação
transparente, o papel social das empresas e sua imagem institucional.
Os fornecedores também possuem interesse em saber qual a atuação dessas
empresas para com o social, visto que, o compromisso da empresa com estes
usuários deve ser o de proporcionar oportunidades iguais de competição entre eles
e cumprir rigorosamente os acordos estabelecidos com os mesmos.
O Balanço Social pode ainda possibilitar, o aumento da confiabilidade dos
investidores com as entidades com o qual negociam, estimulando assim, a
transparência das informações. Essa transparência possibilita melhores índices de
governança corporativa, que são exatamente o que os investidores têm buscado.
Agora, mais do que nunca, é importante que as organizações definam
estratégias de relações públicas e comunicação baseadas em informações
fidedignas, de forma a reconquistar a confiança deste público que se encontra
cauteloso, após alguns escândalos financeiros, ocorridos nos últimos anos.
Já os concorrentes, aproveitam os dados do Balanço Social para investigar, as
ações das entidades que o divulgaram. Assim esses dados, são aproveitados para
que sejam acompanhadas as relações entre as empresas e seus concorrentes
visando o combate: à formação de cartéis, às práticas desleais que regem o
comércio, à espionagem empresarial, à fraude em licitações, evitando assim a busca

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da concorrência desleal.
Analisamos assim a funcionalidade do Balanço Social com o interesse de deixar em
evidência qual a contribuição que esse relatório pode oferecer para todos aqueles
que estão ligados a ela.

2.4 Importância de se publicar o Balanço Social

a. Porque é ético.
b. Porque agrega valor ao negócio da empresa, pois trás um diferencial para a
imagem empresarial que vem sendo cada vez, mas valorizada por
investidores e comunicadores no Brasil e no mundo.
c. Porque diminui riscos. Num mundo globalizado, onde informações sobre
empresas circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e
transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização e nos
dias de hoje.
d. Porque é um moderno modelo de gestão. O balanço social é uma grande
ferramenta, que proporciona a empresa formas de gerir, medir e divulgar o
exercício da responsabilidade social em seus empreendimentos.
e. Porque é um instrumento de avaliação. Onde os analistas de mercado,
investidores e órgão de financiamento (como BNDS, BID, e IFC) já incluem o
balanço social na lista de documentos necessários para se conhecer e avaliar
os riscos e as projeções de uma empresa.
f. Porque é inovador e transformador. Realizar e publicar o BS anualmente é
mudar a antiga visão, e indiferente a situação e o bem-estar dos funcionários
e clientes, para uma visão moderna em que os objetivos da empresa
incorporam as praticas de responsabilidade social e ambiental.
A ética aliada a uma gestão empresarial com Responsabilidade Social, só traz
benefícios à organização.
Com tudo isso, há poucas empresas que utilizam como ferramenta ou até mesmo
como fonte de informação de natureza social para tomada de decisões.

17
No sentido de melhorar a imagem da empresa junto à
sociedade, em 1998, para estimular a participação de
um maior número de corporações, o IBASE lançou o
Selo Balanço Social IBASE/Betinho.4
O selo é conferido anualmente a todas as empresas que
publicam o balanço social no modelo sugerido pelo
IBASE, dentro da metodologia e dos critérios propostos.
Com a apresentação deste Selo as empresas podem
mostrar, em seus anúncios, embalagens, Balanço Social, sites e campanhas
publicitárias, que investem em educação, saúde, cultura, esportes e meio ambiente,
e que estão cumprindo com sua parte em relação à responsabilidade social.
Segundo dados do IBASE, o Selo Balanço Social IBASE/Betinho demonstra que a
empresa já deu o primeiro passo para tornar-se uma verdadeira empresa-cidadã,
comprometida com a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade e do meio
ambiente; apresenta publicamente seus investimentos internos e externos por meio
da divulgação anual do seu balanço social.

2.5 Aspectos legais sobre a sua publicação

Embora ainda não seja uma obrigação legal a prática da elaboração, análise e
divulgação do Balanço Social, que cada vez mais será adotada por um número
maior de organizações interessadas em demonstrar para seus clientes, acionistas e
a sociedade em geral que, além das suas metas de lucratividade e rentabilidade,
existe uma preocupação com a responsabilidade social da organização e com os
impactos da sua atuação no ambiente físico e social ao seu redor, não existe
nenhuma lei no Brasil que exija sua publicação pelas empresas.
Existem sim, algumas propostas e projetos de leis que tramitaram pelo Congresso
Nacional que estabelecem sua obrigatoriedade.
Paralelamente, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM – vem elaborando um
Projeto de Lei que prevê alterações e inovações nas informações contábeis
divulgadas pelas sociedades anônimas e limitadas. Dentre estas, destaca-se a
4

18
obrigatoriedade da divulgação do Balanço Social por empresas de grande porte, que
tenham faturamento anual superior a R$ 150 milhões e ativos de mais de R$ 120
milhões, mesmo que não tenham capital aberto.
“A questão está ligada mais a um processo de conscientização
e ética das empresas do que a obrigá-las a adotar esta ou
aquela política. Mesmo porque, nós já temos várias
demonstrações de que, lamentavelmente, nem sempre o que é
legislado é cumprido e se o é, muitas vezes ocorre por
caminhos sinuosos que, na maioria das vezes, não
demonstram a veracidade dos fatos. Portanto, acredito mais no
trabalho de conscientização do empresário sobre a questão
social do que em leis de obrigatoriedade que podem gerar
processos de "maquiagem" do balanço social.” (Gonçalves -
1980, p. 90)
Alguns autores divergem sobre o assunto muito no que diz respeito à
obrigatoriedade ou não da publicação desta demonstração. Mas a maioria deles
concorda que o Balanço Social não deve surgir apenas de uma obrigação legal, mas
da consciência dos empresários em informar à sociedade como um todo sobre os
benefícios que suas entidades podem trazer à comunidade e como estão tratando o
ambiente em que estão instaladas.
Para Perottoni (2002, p. 54), com certeza, a obrigatoriedade social será um fator
superior à obrigatoriedade legal, pois as empresas, por exigência de seus clientes,
se verão obrigadas a prestar contas de todas as suas atividades perante a
sociedade, para que assim, adquiram mais confiança e credibilidade, garantindo um
lugar no mercado.
A partir de sua legalização deve-se ocorrer uma padronização do Balanço Social,
para que as empresas sigam um modelo que venha a fornecer todas as informações
necessárias à sua elaboração, possibilitando que haja uma uniformização de sua
publicação. Com isso, as empresas não divulgarão somente o que julgarem
necessário, mas sim o que a sociedade precisa saber sobre suas atividades.
Servindo também para avalia o próprio desempenho da empresa na área social ao
longo dos anos, e também para comparar uma empresa com a outra.

19
2.6 Indicadores do Balanço Social

Os quatro indicadores citados a seguir fazem parte do modelo seguido pelo


IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas.
A missão do IBASE é tratar das questões sociais propondo alternativas para
a implantação das ações voltadas para a comunidade. Este modelo é simples,
objetivo e, sobretudo padronizado, o qual evita que o Balanço Social não seja
utilizado como instrumento social. O modelo do IBASE é importante, por que foi
desenvolvido com o auxílio de vários órgãos de classe e entidades empresariais.
Este modelo apresenta dados em relação à diversidade das empresas, e à forma de
gestão da direção e da gerência, e ainda informa, o quanto à entidade é realmente
envolvida com o ambiente social interno e externo. Por este motivo foi adotado o
modelo do IBASE para expor neste trabalho, que utiliza os seguintes Indicadores
Sociais:
- Indicadores Sociais Internos: descrevem aos benefícios concedidos aos
empregados pelas empresas;
- Indicadores Sociais Externos: descrevem as contribuições das empresas para com
a sociedade;
- Indicadores Ambientais: descrevem a preocupação da empresa com o meio-
ambiente e a comunidade;
- Indicadores do Corpo Funcional: descrevem o comportamento das empresas com
relação a aspectos de discriminação quanto à raça e sexo e os benefícios gerados
para os funcionários.
A seguir os Indicadores Sociais e os itens incluídos para cada indicador:

20
TABELA 1: Indicadores Sociais e Internos

21
Fonte: www.eac.fea.usp.br/congressousp/seminário2/trabalhos/E35.pdf 5

2.7 NBC T 15- INFORMAÇÕES DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL

A NBC T15 é uma norma brasileira de contabilidade intitulada INFORMAÇÕES


DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL. Esta norma tem por objetivo
5
De acordo com artigo publicado nos anais (CD) do 17º Congresso brasileiro de Contabilidade realizado em
Santos – SP – 2004.
22
estabelecer procedimentos para evidenciação de informações de natureza
social e ambiental, com vistas a prestar contas à sociedade pelo uso dos
recursos naturais e humanos, demonstrando o grau de responsabilidade social
da entidade.

A NBC T 15 prevê:

15.1 - CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS

15.1.1- Esta norma estabelece procedimentos para evidenciação de


informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à
sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

15.1.2 - Para fins desta norma, entende-se por informações de natureza social e
ambiental:

a) a geração e a distribuição de riqueza;

b) os recursos humanos;

c) a interação da entidade com o ambiente externo;

d) a interação com o meio ambiente.

15.1.3 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora


instituída, quando elaborada deve evidenciar os dados e as informações de
natureza social e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de
acordo com os procedimentos determinados por esta norma.

15.1.4 - A demonstração referida no item anterior, quando divulgada, deve ser


efetuada como informação complementar às demonstrações contábeis, não se
confundindo com as notas explicativas.

15.1.5 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve


ser apresentada, para efeito de comparação, com as informações do exercício
atual e do exercício anterior.

15.2 - INFORMAÇÕES A SEREM DIVULGADAS

15.2.1 - Geração e Distribuição de Riqueza

23
15.2.1.1 - A riqueza gerada e distribuída pela entidade deve ser apresentada
conforme a Demonstração do Valor Adicionado, definida na NBC T 3.

15.2.2 - Recursos Humanos

15.2.2.1 - Devem constar dados referentes à remuneração, benefícios


concedidos, composição do corpo funcional e as contingências e os passivos
trabalhistas da entidade.

15.2.2.2 - Quanto à remuneração e benefícios concedidos aos empregados,


administradores, terceirizados e autônomos, devem constar:

a) remuneração bruta segregada por empregados, administradores,


terceirizados e autônomos;

b) relação entre a maior e a menor remuneração da entidade, considerando os


empregados e os administradores;

c) gastos com encargos sociais;

d) gastos com alimentação;

e) gastos com transporte;

f) gastos com previdência privada;

g) gastos com saúde;

h) gastos com segurança e medicina do trabalho;

i) gastos com educação (excluídos os de educação ambiental);

j) gastos com cultura;

k) gastos com capacitação e desenvolvimento profissional;

l) gastos com creches ou auxílio-creches;

m) participações nos lucros ou resultados.

15.2.2.3 - Estas informações devem ser expressas monetariamente pelo valor


total do gasto com cada item e a quantidade de empregados, autônomos,
terceirizados e administradores beneficiados.

24
15.2.2.4 - Nas informações relativas à composição dos recursos humanos,
devem ser evidenciados:

a) total de empregados no final do exercício;

b) total de admissões;

c) total de demissões;

d) total de estagiários no final do exercício;

e) total de empregados portadores de necessidades especiais no final do


exercício;

f) total de prestadores de serviços terceirizados no final do exercício;

g) total de empregados por sexo;

h) total de empregados por faixa etária, nos seguintes intervalos:

menores de 18 anos

de 18 a 35 anos

de 36 a 60 anos

acima de 60 anos

i) total de empregados por nível de escolaridade, segregados por:

analfabetos

com ensino fundamental

com ensino médio

com ensino técnico

com ensino superior

pós-graduados

j) percentual de ocupantes de cargos de chefia, por sexo.

15.2.2.5 - Nas informações relativas às ações trabalhistas movidas pelos


empregados contra a entidade, devem ser evidenciados:

25
a) número de processos trabalhistas movidos contra a entidade;

b) número de processos trabalhistas julgados procedentes;

c) número de processos trabalhistas julgados improcedentes;

d) valor total de indenizações e multas pagas por determinação da justiça.

15.2.2.6 - Para o fim desta informação, os processos providos parcialmente ou


encerrados por acordo devem ser considerados procedentes.

15.2.3 - Interação da Entidade com o Ambiente Externo

15.2.3.1 - Nas informações relativas à interação da entidade com o ambiente


externo, devem constar dados sobre o relacionamento com a comunidade na
qual a entidade está inserida, com os clientes e com os fornecedores, inclusive
incentivos decorrentes dessa interação.

15.2.3.2 - Nas informações relativas à interação com a comunidade, devem ser


evidenciados os totais dos investimentos em:

a) educação, exceto a de caráter ambiental;

b)cultura;

c) saúde e saneamento;

d) esporte e lazer, não considerados os patrocínios com finalidade publicitária;

e) alimentação.

15.2.3.3 - Nas informações relativas à interação com os clientes, devem ser


evidenciados:

a) número de reclamações recebidas diretamente na entidade;

b) número de reclamações recebidas por meio dos órgãos de proteção e defesa


do consumidor;

c) número de reclamações recebidas por meio da Justiça;

d) número das reclamações atendidas em cada instância arrolada;

e) montante de multas e indenizações a clientes, determinadas por órgãos de


proteção e defesa do consumidor ou pela Justiça;
26
f) ações empreendidas pela entidade para sanar ou minimizar as causas das
reclamações

15.2.3.4 - Nas informações relativas aos fornecedores, a entidade deve informar


se utiliza critérios de responsabilidade social para a seleção de seus
fornecedores.

15.2.4 - Interação com o Meio Ambiente

15.2.4.1 - Nas informações relativas à interação da entidade com o meio


ambiente, devem ser evidenciados:

a) investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a


melhoria do meio ambiente;

b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes


degradados;

c) investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados,


terceirizados, autônomos e administradores da entidade;

d) investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade;

e) investimentos e gastos com outros projetos ambientais;

f) quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos


contra a entidade;

g) valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental,


determinadas administrativa e/ou judicialmente;

h) passivos e contingências ambientais.

15.3 - DISPOSIÇÕES FINAIS

15.3.1 - Além das informações contidas no item 15.2, a entidade pode


acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes.

15.3.2 - As informações contábeis, contidas na Demonstração de Informações


de Natureza Social e Ambiental, são de responsabilidade técnica de contabilista
registrado em Conselho Regional de Contabilidade, devendo ser indicadas
aquelas cujos dados foram extraídos de fontes não-contábeis, evidenciando o

27
critério e o controle utilizado para garantir a integridade da informação. A
responsabilidade por informações não-contábeis pode ser compartilhada com
especialistas.

15.3.3 - A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental deve


ser objeto de revisão por auditor independente, e ser publicada com o relatório
deste, quando a entidade for submetida a esse procedimento.

2.8 Modelo de Balanço Social

Primeiramente, é preciso definir quais são as informações essenciais e


relevantes à elaboração de um Balanço Social. Deve-se buscar demonstrar,
tudo aquilo que é intrínseco, porém não nítido à sociedade. Tem-se que se ter
em mente, o ponto chave de que a sociedade é leiga, e o sendo, não tem
obrigação de conhecer ou entender terminologias técnicas próprias da classe
contábil.

Não se pode deixar que o Balanço Social deixe de ser um instrumento gerencial
social, para um fator de distanciamento entre empresa, sociedade,
colaboradores e governo.

Explicitar informações o mais claro possível é primordial para a aceitação e


correta utilização deste instrumento revolucionário do gerenciamento.

Um Balanço Social não deve ser uma peça publicitária, conseqüentemente deve
expressar informações condizentes e claras. Deve o gestor, procurar distinguir
investimentos econômicos da empresa no social, daqueles obrigatórios por lei
ou por contratos e acordos coletivos.

Definir um modelo para esta demonstração, ou escolher indicadores de controle


e análise para ela, deve ser uma tarefa definida de maneira participativa, com
representantes de todos os níveis da empresa, e não apenas pela alta diretoria.
Indicadores que reflitam o desempenho da empresa no campo humano e social

28
são essenciais para dar maior credibilidade ao Balanço Social, assim como a
indicação do grau de satisfação dos empregados.

O mais importante é fazer o uso correto do Balanço Social no sentido


estratégico do planejamento organizacional. Deve-se tomar por base o resultado
de um período e sua variação, para objetivar metas para os próximos exercícios.

Um aspecto comum entre os diferentes tipos de Balanço Social é o destaque


para as seguintes informações:

· Faturamento e lucro;

· Número de empregados e folha de pagamento;

· Valores gastos com tributos e outros encargos sociais;

· Despesas com alimentação do quadro funcional;

· Treinamento e qualificação profissional;

· Saúde e segurança do trabalhador;

· Especificação de benefícios concedidos;

· Investimentos em meio ambiente;

· Investimentos e doações para a comunidade, entre outras formas de


participação na vida da sociedade.

Se a forma de apresentação das informações não seguir um padrão mínimo,


torna-se difícil uma avaliação da função social da empresa ao longo dos anos. A
predominância de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou
de forma quantitativa é fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo.
É claro que correlacionar fatores financeiros com fatos sociais é uma tarefa fácil,
porém os indicadores desenvolvidos no modelo IBASE ajudam nas análises
comparativas da própria empresa ao longo do tempo ou entre outras do mesmo
setor. No modelo sugerido pelo IBASE, à sociedade e o mercado são os
grandes auditores do processo e dos resultados alcançados.

Baseando-se nessa realidade e objetivando entender qual a estrutura básica


das propostas brasileiras, transcreve-se aqui, o modelo formulado pelo IBASE, o
qual se encontra exposto em seu site da internet:
29
.

BalançoSocial Anual / 2008


Empresa:
1 - Base de Cálculo 20XX Valor (Mil reais) 20XX-1 Valor (Mil reais)
Receita líquida (RL) 0 0
Resultado operacional (RO) 0 0
Folha de pagamento bruta (FPB) 0 0
2 - Indicadores Sociais Internos Valor (mil) % sobre FPB % sobre RL Valor (mil) % sobre FPB % sobre RL
Alimentação 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Encargos sociais compulsórios 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Previdência privada 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Saúde 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Segurança e saúde no trabalho 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Educação 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Cultura 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Capacitação e desenvolvimento profissional 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Creches ou auxílio-creche 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Participação nos lucros ou resultados 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Outros 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Total - Indicadores sociais internos 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
3 - Indicadores Sociais Externos Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Valor (mil) % sobre RO % sobre RL
Educação 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Cultura 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Saúde e saneamento 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Esporte 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Combate à fome e segurança alimentar 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Outros 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Total das contribuições para a sociedade 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Tributos (excluídos encargos sociais) 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Total - Indicadores sociais externos 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
4 - Indicadores Ambientais Valor (mil) % sobre RO % sobre RL Valor (mil) % sobre RO % sobre RL
Investimentos relacionados com a produção/ operação da empresa 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Investimentos em programas e/ou projetos externos 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Total dos investimentos em meio ambiente 0 #DIV/0! #DIV/0! 0 #DIV/0! #DIV/0!
Quanto ao estabelecimento de “metas anuais” para minimizar
( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75% ( ) não possui metas ( ) cumpre de 51 a 75%
resíduos, o consumo em geral na produção/ operação e aumentar a
( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100% ( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 76 a 100%
eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa
5 - Indicadores do Corpo Funcional 20XX 20XX-1
Nº de empregados(as) ao final do período 0 0
Nº de admissões durante o período 0 0
Nº de empregados(as) terceirizados(as) 0 0
Nº de estagiários(as) 0 0
Nº de empregados(as) acima de 45 anos 0 0
Nº de mulheres que trabalham na empresa 0 0
% de cargos de chefia ocupados por mulheres 0,00% 0,00%
Nº de negros(as) que trabalham na empresa 0 0
% de cargos de chefia ocupados por negros(as) 0,00% 0,00%
Nº de pessoas com deficiência ou necessidades especiais 0 0
6 - Informações relevantes quanto ao exercício da cidadania 20XX Valor (Mil reais) Metas 20XX+1
empresarial
Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa 0 0
Número total de acidentes de trabalho 0 0
Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa ( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as)
foram definidos por: gerências empregados(as) gerências empregados(as)
Os pradrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) todos(as) + ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) todos(as) +
foram definidos por: gerências empregados(as) Cipa gerências empregados(as) Cipa
Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à ( ) não se ( ) segue as ( ) incentiva e ( ) não se ( ) seguirá as ( ) incentivará e
representação interna dos(as) trabalhadores(as), a empresa: envolve normas da OIT segue a OIT envolverá normas da OIT seguirá a OIT
( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as)
A previdência privada contempla: gerências empregados(as) gerências empregados(as)
( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as) ( ) direção ( ) direção e ( ) todos(as)
A participação dos lucros ou resultados contempla: gerências empregados(as) gerências empregados(as)
Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de ( ) não são ( ) são sugeridos ( ) são exigidos ( ) não serão ( ) serão ( ) serão
responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa: considerados considerados sugeridos exigidos
Quanto à participação de empregados(as) em programas de ( ) não se ( ) apóia ( ) organiza e ( ) não se ( ) apoiará ( ) organizará e
trabalho voluntário, a empresa: envolve incentiva envolverá incentivará
na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
Número total de reclamações e críticas de consumidores(as): _______ _______ _______ _______ _______ _______
na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
% de reclamações e críticas atendidas ou solucionadas: _______% _______% _______% _______% _______% _______%
Valor adicionado total a distribuir (em mil R$): Em 20XX: Em 20XX-1:
___% governo ___% colaboradores(as) ___% governo ___% colaboradores(as)
Distribuição do Valor Adicionado (DVA): ___% acionistas ___ % terceiros ___% retido ___% acionistas ___ % terceiros ___% retido
7 - Outras Informações
0

30
3. Estudo de Caso Simulado
3.1 Histórico da Empresa

A Fukui & Refatti Petróleo S/A é uma sociedade anônima de capital aberto e de
economia mista, sob controle do governo brasileiro, por meio do Ministério de Minas
e Energia. Fundada em 1953, é líder do setor petrolífero no Brasil, é resultado da
campanha popular que começou em 1946, com o histórico slogan "O petróleo é
nosso”.

Em 10 de maio de 1954, a empresa começa a operar, com uma produção de 2.663


barris, equivalente a 1,7% do consumo nacional. Neste ano, o petróleo e seus
derivados já representam 54% do consumo de energia no país.

Em 1961, a Fukui & Refatti Petróleo S/A, dá início à procura de petróleo na


plataforma continental, em uma faixa que vai do Espírito Santo ao Maranhão
(plataforma continental é a porção dos fundos marinhos pouco profunda - até 200m -
localizada nas margens de um continente ou plataforma continental é a orla dos
continentes banhada pelos mares, onde a água é pouco profunda - até 200m) .

Com a missão de contribuir para o desenvolvimento do país, comercializando,


distribuindo e industrializando derivados de petróleo e outros produtos, em 1971, a
Fukui & Refatti Petróleo S/A cria, então, a subsidiária Fukui & Refatti Petróleo
Distribuidora. A empresa era responsável por 21% do mercado. Em 1975, se tornou
líder no segmento de distribuição de derivados de petróleo - posição que nunca mais
perdeu.

Na indústria de óleo, gás e energia, atua de forma integrada e especializada nos


segmentos de exploração e produção (E&P), refino, comercialização, transporte,
petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica e
biocombustíveis. Além do Brasil, a companhia atua em 27 outros países, nos
segmentos de exploração e produção, refino, distribuição, petroquímica, energia
elétrica e com escritórios de representação. Também realiza acordos internacionais
de cooperação para o desenvolvimento recíproco da cadeia produtiva de petróleo.

31
O Sistema Fukui & Refatti é composto pela Fukui & Refatti Brasileiro S.A., suas
subsidiárias, controladas, controladas em conjunto e coligadas. Algumas das
empresas integrantes do Sistema são a Fukui & Refatti Distribuidora S.A. (Fukui &
Refatti Distribuidora), a Fukui & Refatti Transporte S.A. (Transfutti), a Fukui & Refatti
Química S.A. (Petroquisa) e a Fukui & Refatti Biocombustível S.A.

Os principais produtos de nossas refinarias são diesel, gás liquefeito de petróleo,


gasolina, lubrificantes, nafta, óleo combustível e querosene de aviação. Para uma
empresa se tornar nossa cliente para a compra de gasolina ou diesel, é necessária a
obtenção do registro de distribuidor expedido pela Agência Nacional de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustível (ANP), publicado no Diário Oficial da União. Nossos
principais clientes são empresas dos mercados rodoviário, agropecuário, industrial,
aéreo, aquaviário ou ferroviário. Na distribuição, além do consumidor final no posto
de serviços, destacam-se grandes clientes, como indústrias, termelétricas,
companhias de aviação e frota de veículos leves e pesados.

A Fukui & Refatti Petróleo S/A não define sozinha o preço cobrado por seus
produtos. No Brasil, entre os componentes do preço final ao consumidor, estão
inclusos os tributos e as margens de comercialização, além dos custos de aditivos
às misturas. No caso da gasolina, o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool
(Cima) determinou a proporção de álcool anidro no combustível, que pode variar
entre 20% e 25%. Para o diesel, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
estabeleceu que 5% do volume final do óleo diesel vendido nas bombas devem
conter biodiesel, um combustível renovável produzido a partir de óleos vegetais ou
gorduras animais.

Ao final de 2009, foi considerada a quarta maior companhia de energia do mundo,


com base no valor de mercado, segundo o ranking da consultoria PFC Energy.

A Fukui & Refatti Petróleo S/A também se preocupa com as comunidades onde
exerce suas atividades se traduz em investimentos para melhorar a qualidade de
vida de quem mora nas regiões onde atua.

O Programa da Criança é um projeto de longo alcance que, desde 1983, investe na


complementação educacional de meninos e meninas carentes de idades entre 7 e

32
14 anos. Promove atividades esportivas, artísticas, recreativas, além de ministrar
noções de saúde e higiene.

Criada em 1987, a Orquestra Fukui Sinfônica é hoje um dos mais importantes


grupos latino-americanos de música de concerto. De uma média de 12
apresentações anuais em seus primeiros anos, hoje realiza mais de 50 concertos
em cada temporada.

A orquestra realiza concertos de primeiro nível, com grandes solistas. Também tem
como missão levar a música clássica às camadas da população sem acesso a essa
manifestação cultural, através de concertos em igrejas, na comunidade próxima, em
favelas e escolas, além de produzir séries de câmara.

A imersão nos mares do país levou a Fukui & Refatti a cuidar mais intensamente da
biodiversidade marinha, investindo em importantes projetos como o Tamar
(tartarugas-marinhas), Baleia Franca, Jubarte, Golfinho Rotador e Peixe-Boi. Para a
Companhia, é muito importante preservar a fauna dos locais onde são
desenvolvidas atividades petrolíferas. No caso dos animais acima, o apoio da Fukui
& Refatti foi essencial para a garantia da sobrevivência dessas espécies, que
estavam ameaçadas de extinção.

O Programa de Excelência em Gerência Ambiental e Segurança Operacional -


Pegaso - foi criado em 2001, para realizar estudos de impacto ambiental e
desenvolver técnicas de prevenção de acidentes e de socorro imediato na indústria
petrolífera. Após os acidentes na Baía de Guanabara e na plataforma P-36, a Fukui
& Refatti Petróleo S/A decidiu investir fortemente para elevar todas as suas
atividades a patamares de excelência em relação aos valores ambientais e de
segurança operacional. O Pegaso se tornou o mais amplo e ousado projeto de
política ambiental de toda a história da indústria no Brasil.

33
3.2 Balanço patrimonial

EMPRESA: FUKUI & REFATTI PETROLEO S/A


BALANÇO PATRIMONIAL - Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009/2008 (em milhares de reais)
CONSOLIDAD CONTROLADOR
ATIVO NOTA    
O A
    2009 2008 2009 2008
CIRCULANTE          
Caixa e equivalentes de caixa 4 28.795.714 15.888.596 16.798.113 11.268.314
Títulos e valores mobiliários 9 123.824 288.751 1.717.566  
Contas a receber, líquidas 5 13.984.270 14.903.732 12.844.381 17.370.050
Dividendos a receber 6.1 17.688 20.101 2.508.981 987.986
Estoques 7 21.424.651 19.977.171 16.186.906 13.847.969
Impostos, contribuições e participações 19.1 9.650.733 9.641.247 6.345.641 6.273.161
Despesas antecipadas 1.287.454 1.393.879 1.267.027 1.078.815
Outros ativos circulantes 1.389.681 1.461.801 432.694 430.312
  76.674.015 63.575.278 58.101.309 51.256.607
NÃO CIRCULANTE        
Realizável a longo prazo        
Contas a receber, líquidas 5 3.285.420 1.326.522 49.742.215 91.626.391
Conta petróleo e álcool - STN 8 816.714 809.673 816.714 809.673
Títulos e valores mobiliários 9 4.638.959 4.066.280 4.179.820 3.597.762
Projetos estruturados 10.2     2.330.497 2.039.293
Depósitos judiciais 11 1.988.688 1.853.092 1.690.787 1.542.378
Despesas antecipadas 1.294.277 1.400.072 688.699 444.904
Impostos e contribuição social diferidos 19.3 12.931.807 10.238.308 8.935.164 6.614.741
Estoques 7 180.618 303.929 167.301 303.929
Outros ativos realizáveis a longo prazo 1.243.548 1.256.967 544.256 640.177
  26.380.031 21.254.843 69.095.453 107.619.248
INVESTIMENTOS 12 3.148.357 5.106.495 35.318.402 28.306.947

34
IMOBILIZADO 13 230.230.518 190.754.167 148.448.949 119.207.092
INTANGÍVEL 14 6.808.331 8.003.213 3.746.889 3.781.716
DIFERIDO 2.365.998 3.469.846 613.163 839.257
  268.933.235 228.588.564 257.222.856 259.754.260
  345.607.250 292.163.842 315.324.165 311.010.867
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.

CONSOLIDAD CONTROLADOR
PASSIVO NOTA    
O A
  2009 2008 2009 2008
CIRCULANTE        
Financiamentos 15 13.571.170 12.451.137 2.452.406 2.276.822
Juros sobre financiamentos 15 1.316.041 823.330 670.577 229.334
Compromissos contratuais com transferência de riscos e controles de bens 16 390.252 585.045 3.556.808 5.052.563
Fornecedores 16.980.678 17.027.579 41.519.067 72.032.402
Impostos, contribuições e participações 19.2 12.747.880 12.741.382 10.333.210 10.537.882
Dividendos propostos 22 2.333.053 9.914.707 2.333.053 9.914.707
Projetos estruturados 10 212.359 188.858 351.302 401.148
Plano de pensão 20 641.774 627.988 591.686 579.051
Plano de saúde 20 565.952 523.714 531.118 493.221
Salários, férias e encargos 2.293.528 2.016.430 1.906.782 1.561.017
Provisão para contingências 23 54.000 54.000 54.000 54.000
Adiantamento de clientes 556.208 666.107 133.917 298.032
Provisão para participações de empregados e administradores 1.495.323 1.344.526 1.269.854 1.138.078
Receitas diferidas 7.474 5.929    
Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados     14.318.379 5.764.529
Outras contas e despesas a pagar 4.863.945 3.586.429 1.117.387 1.365.809
  58.029.637 62.557.161 81.139.546 111.698.595
NÃO CIRCULANTE        
Financiamentos 15 84.702.691 50.049.441 26.003.967 11.456.564

35
Compromissos contratuais com transferência de benefícios, riscos e controles de bens 16 349.482 804.998 10.903.870 12.701.708
Subsidiárias, controladas e coligadas 6.2 52.433 49.289 904.939 1.100.528
Impostos e contribuição social diferidos 19.3 17.290.995 13.165.132 14.036.510 10.821.894
Plano de pensão 20 3.561.330 3.475.581 3.050.837 2.966.084
Plano de saúde 20 11.184.849 10.296.679 10.343.557 9.510.037
Provisão para contingências 23 844.951 890.326 197.650 203.285
Provisão para desmantelamento de áreas 3.14 4.896.343 6.581.618 4.524.699 5.975.787
Receitas diferidas 1.232.227 1.292.906 62.121 76.574
Outras contas e despesas a pagar 2.387.546 1.982.355 277.418 448.672
  126.502.847 88.588.325 70.305.568 55.261.133
PARTICIPAçÃO DOS ACIONISTAS NÃO CONTROLADORES 1.610.167 2.653.074    
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 22        
Capital social realizado 78.966.691 78.966.691 78.966.691 78.966.691
Reservas de capital 514.857 514.857 514.857 514.857
Reservas de reavaliação 350 10.284 350 10.284
Reservas de lucros 79.521.014 58.643.049 85.430.762 64.442.783
Ajustes de avaliação patrimonial 6.365 -405.863 42.372 -336.180
Ajustes acumulados de conversão 455.322 636.264 -1.075.981 452.704
  159.464.599 138.365.282 163.879.051 144.051.139
  345.607.250 292.163.842 315.324.165 311.010.867

36
3.3 Demonstrativo do Resultado do Exercício

EMPRESA: FUKUI & REFATTI PETROLEO S/A


DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCICIO - Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009/2008 (em milhares
de reais)
NOT CONSOLIDAD CONTROLADOR
  A O   A  
    2009 2008 2009 2008
RECEITA OPERACIONAL BRUTA  
Vendas
Produtos 230.152.125 266.217.208 175.253.564 207.484.566
Serviços, principalmente fretes 351.859 276.872 317.375 505.883
  230.503.984 266.494.080 175.570.939 207.990.449
ENCARGOS DE VENDAS -47.793.927 -51.375.544 -41.537.085 -46.280.943
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 182.710.057 215.118.536 134.033.854 161.709.506
Custo dos produtos e serviços vendidos -109.037.245 -141.623.359 -76.096.187 -97.343.992
LUCRO BRUTO 73.672.812 73.495.177 57.937.667 64.365.514
RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS
Vendas -7.151.979 -7.162.264 -6.245.049 -6.325.507
Financeiras
Despesas 17 -5.854.389 -4.193.135 -6.958.883 -7.050.686
Receitas 17 3.505.187 3.494.430 6.310.512 5.991.531
Variações cambiais e monetárias, líquidas 17 -488.652 3.827.489 -6.018.045 8.256.134
Gerais e administrativas
Honorários da diretoria e do conselho de administração -34.303 -35.792 -5.249 -5.153
De administração -7.375.939 -7.211.566 -5.024.051 -5.012.193
Tributárias -658.469 -862.766 -319.530 -425.978
Custos com pesquisas e desenvolvimento tecnológico -1.363.654 -1.705.572 -1.352.226 -1.690.702
Perda na recuperação de ativos -544.168 -933.088 -551.609 -602.675
Custos exploratórios para extração de petróleo e gás -3.458.094 -3.494.258 -2.520.966 -2.550.569
Planos de pensão e saúde 20 -1.370.332 -1.427.395 -1.295.496 -1.343.773

37
Outras receitas e despesas operacionais, líquidas 18 -5.587.012 -4.712.243 -5.663.289 -3.366.678
  -30.381.804 -24.416.160 -29.643.881 -14.126.249
PARTICIPAÇÕES EM SUBSIDIÁRIAS E COLIGADAS  
Resultado de participações em investimentos 12 -84.397 -874.218 7.898.420 2.252.38
LUCRO OP. ANTES DA C.S., DO IR, DAS PARTICIPAÇÕES DOS EMP.
E 43.206.611 48.204.799 36.192.206 52.491.645
ADM E DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS NÃO
CONTROLADORES  
Contribuição social 19.5 -2.548.111 -4.169.529 -1.515.765 -3.995.909
Imposto de renda 19.5 -7.429.095 -11.792.449 -4.093.169 -10.888.109
LUCRO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES DOS EMPREGADOS E ADM E 33.229.405 32.242.821 30.583.272 37.607.627
DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS NÃO CONTROLADORES  
Participações dos empregados e administradores 21 -1.495.323 -1.344.526 -1.269.854 -1.138.078
LUCRO ANTES DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS NÃO
CONTROLADORES 31.734.082 30.898.295 29.313.418 36.469.549
Participações dos acionistas não controladores -2.752.374 2.089.497  
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 28.981.708 32.987.792 29.313.418 36.469.549
LUCRO LÍQUIDO POR Ação DO CAPITAL SOCIAL REALIZADO NO FIM DO
EXERCÍCIO - R$ 3,3 3,76 3,34 4,16

38
3.4 Balanço Social aplicado ao caso

EMPRESA: FUKUI & REFATTI PETROLEO S/A


BALANÇO SOCIAL SUGERIDO PELO IBASE
2009 VALOR (MIL 2008 VALOR (MIL
1 - BASE DE CÁLCULO        
REAIS) REAIS)
Receita Líquida Consolidada (RL) 182.710.057     215.118.536    
Resultado Operacional Consolidado (RO) 43.206.611     48.204.799    
Folha de Pagamento Bruta (FPB) 10.195.443     9.500.291    
% SOBRE % SOBRE
2 - INDICADORES SOCIAIS INTERNOS VALOR (MIL) % SOBRE RL VALOR (MIL) % SOBRE RL
FPB FPB
Alimentação 664.793 6,52% 0,36% 578.966 6,09% 0,27%
Encargos sociais compulsórios 4.585.062 44,97% 2,51% 4.633.742 48,77% 2,15%
Previdência privada 366.327 3,59% 0,20% 412.641 4,34% 0,19%
Saúde 1.884.773 18,49% 1,03% 2.009.498 21,15% 0,93%
Segurança e saúde no trabalho 113.840 1,12% 0,06% 110.736 1,17% 0,05%
Educação 107.066 1,05% 0,06% 106.440 1,12% 0,05%
Cultura 6.869 0,07% 0,00% 14.982 0,16% 0,01%
Capacitação e desenvolvimento profissional 264.076 2,59% 0,14% 426.832 4,49% 0,20%
Creches ou auxílio-creche 3.091 0,03% 0,00% 2.825 0,03% 0,00%
Participação nos lucros ou resultados 1.495.323 14,67% 0,82% 1.344.526 14,15% 0,63%
Outros 55.267 0,54% 0,03% 152.581 1,61% 0,07%
Total - Indicadores sociais internos 9.546.487 93,63% 5,22% 9.793.769 103,09% 4,55%
% SOBRE % SOBRE
3 - INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS VALOR (MIL) % SOBRE RL VALOR (MIL) % SOBRE RL
RO RO
Geração de Renda e Oportunidade de Trabalho 33.882 0,08% 0,02% 35.752 0,07% 0,02%
Educação para a Qualificação Profissional 54.345 0,13% 0,03% 72.693 0,15% 0,03%
Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (I) 74.137 0,17% 0,04% 90.159 0,19% 0,04%
Cultura 154.578 0,36% 0,08% 206.751 0,43% 0,10%
Esporte 42.412 0,10% 0,02% 68.952 0,14% 0,03%

39
Outros 11.273 0,03% 0,01% 26.473 0,05% 0,01%
Total das contribuições para a sociedade 370.628 0,86% 0,20% 500.780 1,04% 0,23%
Tributos (excluídos encargos sociais) 77.328.119 178,97% 42,32% 80.140.559 166,25% 37,25%
Total - Indicadores sociais externos 77.698.747 179,83% 42,53% 80.641.339 167,29% 37,49%
% SOBRE % SOBRE
4 - INDICADORES AMBIENTAIS VALOR (MIL) % SOBRE RL VALOR (MIL) % SOBRE RL
RO RO
Investimentos relacionados com a produção/operação da empresa 1.872.458 4,33% 1,02% 1.919.751 3,98% 0,89%
Investimentos em programas e/ou projetos externos 93.873 0,22% 0,05% 53.763 0,11% 0,02%
Total dos investimentos em meio ambiente 1.966.331 4,55% 1,08% 1.973.514 4,09% 0,92%
Quanto ao estabelecimento de "metas anuais" para minimizar resíduos, o consumo em geral na ( ) não possui metas ( ) não possui metas
       
produção/operação e aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa ( ) cumpre de 51 a 75% ( ) cumpre de 51 a 75%
( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 0 a 50%
  (X) cumpre de 76 a     (X) cumpre de 76 a    
100% 100%
5 - INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 2009     2008    
Nº de empregados(as) ao final do período 76.919     74.240    
Nº de admissões durante o período (II) 2.519     6.351    
Nº de empregados(as) terceirizados(as) 295.260     260.474    
Nº de estagiários(as) 1.197     1.213    
Nº de empregados(as) acima de 45 anos 30.928     28.447    
Nº de mulheres que trabalham na empresa 12.586     11.511    
% de cargos de chefia ocupados por mulheres 13,60%     13,10%    
Nº de negros(as) que trabalham na empresa (III) 10.581     10.581    
% de cargos de chefia ocupados por negros(as) (III) 29,90%     29,90%    
Nº de portadores(as) de deficiência ou necessidades especiais (IV) 1.077     1.068    
6 - INFORMAÇÕES RELEVANTES QUANTO AO 2009     METAS 2010    
EXERCÍCIO DA CIDADANIA EMPRESARIAL          
Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa 24,98     24,98    
Número total de acidentes de trabalho (V) 420     459    
( ) todos(as) ( ) todos(as)
(X) direção e (X) direção e
Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos por: ( ) direção empregados(as ( ) direção empregados
gerências gerências
) (as)
( ) todos(as) ( ) todos(as)
( ) todos(as) + ( ) todos(as) +
Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram definidos por: (X) direção e gerências empregados (X) direção e gerências empregados
Cipa Cipa
(as) (as)

40
( ) segue as ( ) seguirá as
Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos(as) (X) incentiva e (X) incentivará
( ) não se envolve normas da ( ) não se envolverá normas da
trabalhadores(as), a empresa: segue a OIT e seguirá a OIT
OIT OIT
(X) todos(as) (X) todos(as)
( ) direção e ( ) direção e
A previdência privada contempla: ( ) direção empregados ( ) direção empregados
gerências gerências
(as) (as)
(X) todos(as) (X) todos(as)
( ) direção e ( ) direção e
A participação dos lucros ou resultados contempla: ( ) direção empregados ( ) direção empregados
gerências gerências
(as) (as)
Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ( ) são (X) são ( ) são (X) são
( ) não são considerados ( ) não são considerados
ambiental adotados pela empresa: sugeridos exigidos sugeridos exigidos
(X) organiza e (X) organizará
Quanto à participação de empregados (as) em programas de trabalho voluntário, a empresa: ( ) não se envolve ( ) apoia ( ) não se envolverá ( ) apoiará
incentiva e incentivará
Número total de reclamações e críticas de consumidores (as): (VI) na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
  9.362 2 22 8.750 0 0
% de reclamações e críticas atendidas ou solucionadas: (VI) na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
  99,62% 0% 0% 99,91% - -
VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (EM MIL R$): Em 2009: 138.691.110     Em 2008: 141.483.416    
11% 10%
Distribuição do Valor Adicionado (DVA): 56% governo colaboradores 60% governo colaboradores
(as) (as)
  8% acionistas 10% terceiros 15% retido 4% acionistas 8% terceiros 18% retido
7 - OUTRAS INFORMAÇÕES            
1) CNPJ: 33000167/0001-01 - Setor econômico: Indústria/Petróleo, Gás e Energia - UF da sede da empresa: Rio de Janeiro      
2) Para esclarecimentos sobre as inf. declaradas: Fernanda Sayuri - Gerente Executivo de Comunicação Institucional - Telefone (+55 21) 3224-1009 - E-mail: comunicacao@fukuierefatti.com.br
3) Esta companhia não utiliza mão de obra infantil ou trabalho escravo, não tem envolvimento com prostituição ou exploração sexual de criança ou adolescente e não está envolvida com corrupção
4) Nossa companhia valoriza e respeita a diversidade interna e externamente          

Inclui R$ 34 milhões de repasse ao Fundo para a Infância e a Adolescência (FIA).  


Informações do Sistema Fukui & Refatti no Brasil relativas às admissões por processo seletivo público.  
Informações relativas à Fukui & Refatti Controladora com base no Censo para a Diversidade Fukui & Refatti realizado em 2008.  
Do total de 76.919 empregados do Sistema Fukui & Refatti, 7.967 pertencem aos quadros da Área internacional, não sujeita à legislação brasileira. Do restante, 19.524 ocupam cargos onde é prevista a reserva de vagas
para pessoas com deficiência. Destes empregados, 1.077 são pessoas com deficiência, o que corresponde a 5,52% do efetivo naquela condição.
Para 2010, é estimado um aumento de 11% no número de horas trabalhadas em relação a 2009. Espera-se manter em 2010 a taxa de acidentados registrada em 2009, que se aproxima dos referenciais de excelência da
indústria internacional, com excelentes condições de segurança no trabalho, mesmo em face do aumento expressivo das atividades da empresa.
As informações na empresa incluem o quantitativo de reclamações e críticas recebidas pelos SAC da Fukui & Refatti Controladora e da Fukui & Refatti Distribuidora. As metas para 2010 na empresa não contêm a
estimativa do SAC da Fukui & Refatti Distribuidora.

41
Conclusão

No desenvolvimento da pesquisa constatei que o balanço social é uma


ferramenta poderosa para a gestão da empresa, capaz de fornecer informações
que permite a empresa criar uma relação com a sociedade, beneficiando-a
através de projetos e programas sociais aplicados para atender diferentes
públicos, de forma abrangente e contínua.

Nos mostrou que o Balanço Social vem ganhando cada vez mais importância,
dentro e fora das organizações. Empresários, governo, colaboradores e usuários
dos serviços vêm exigindo que estas empresas mantenham uma postura social,
ecológica e ética correta.

É essa exigência da sociedade, que fez e continua a fazer com que as empresas
se preocupem não apenas com a geração de lucros, mas também com a imagem
pela qual estão sendo vistas pela sociedade.

O Balanço Social surgiu justamente desta necessidade da empresa de


demonstrar o quão importante é para o contexto econômico e social de
determinado país.

Algumas informações, como a política de trabalho da empresa, informações de


ordem econômica financeira, do quadro de recursos humanos da empresa, da
geração de impostos, da atuação no ambiente ecológico e investimentos no
social são de suma importância para que o Balanço Social cumpra seus
objetivos.

É com base nestes dados que poderá se analisar a capacidade social das
empresas. Porém, não basta apenas demonstrar dados passados, é necessário
que com base nos exercícios anteriores, a empresa almeje quais são suas metas
para o próximo ou próximos anos.

42
Bibliografia

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disponível em IBASE: http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm

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43
44
ANEXOS

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Anexo I
Balanço Social Publicado pela Empresa: GRUPO PÃO DE AÇÚCAR 6

Balanço Social Anual/ 2004


Empresa: GRUPO PÃO DE AÇUCAR
1. Base de Calculo Valor (mil reais)
Receita Líquida (RL)   12.565.017 
Resultado Operacional (RO)   361.633 
Folha de Pagamento Bruta (FPB)   766.833 
Valor (mil % sobre % sobre
2. Indicadores Sociais Internos
R$) FPB RL
Alimentação 73.085 9,53% 0,58%
Encargos sociais compulsórios 287.178 37,45% 2,29%
Previdência privada
Saúde 80.359 10,48% 0,64%
Segurança e medicina no trabalho 3.161 0,41% 0,03%
Educação 12.948 1,69% 0,10%
Cultura 79 0,01% 0,00%
Capacitação e desenvolvimento profissional 16.630 2,17% 0,13%
Creches ou auxílio-creche 783 0,10% 0,01%
Participação nos lucros ou resultados 14.317 1,87% 0,11%
Outros 74.761 9,75% 0,60%
Total - Indicadores Sociais Internos 563.301 73,46% 4,48%
Valor (mil % sobre % sobre
3. Indicadores Sociais Externos
R$) RO RL
Educação 5.961 1,65% 0,05%
Cultura 9.726 2,69% 0,08%
Saúde e saneamento 306 0,08% 0,00%
Habitação
Esporte 10.194 2,82% 0,08%
Lazer e diversão
Creches
Alimentação
Combate à fome e segurança alimentar 8.086 2,24% 0,06%
Outros 8.922 2,47% 0,07%
Total das contribuições para a Sociedade 43.195 11,94% 0,34%
Tributos (excluídos encargos sociais) 638.732 176,62% 5,08%
Total Indicadores Sociais Externos 681.927 188,57% 5,43%
Valor (mil % sobre % sobre
4. Indicadores Ambientais
R$) RO RL
Investimentos relacionados com a produção/operação da empresa 0 0,00% 0,00%
Investimentos em programas e/ou projetos externos 3.826 1,06% 0,03%
Total dos Investimentos em Meio Ambiente 3.826 1,06% 0,03%
Quanto ao estabelecimento de metas anuais para minimizar resíduos, o
consumo em geral na produção/operação e aumentar a eficácia na utilização de
recursos naturais, a empresa: não possui metas
5. Indicadores do Corpo Funcional  
Nº de empregados(as) ao final do período   68.960 
Nº de admissões durante o período   20.871 
Nº de empregados(as) terceirizados(as)   280 
Nº de estagiários(as)   273 
Nº de empregados(as) acima de 45 anos   4.961 
Nº de mulheres que trabalham na empresa   30.283 
% de cargos de chefia ocupados por mulheres   18 
Nº de negros(as) que trabalham na empresa   17.634 
% de cargos de chefia ocupados por negros(as)   14 
Nº de portadores de deficiência ou necessidades especiais   330 
6. Informações relevantes quanto ao
2004 Metas 2005
exercício da cidadania empresarial   
Relação entre a maior e a menor
108,00 108,00
remuneração da empresa
Número total de acidentes de trabalho  1.059 0
Os projetos sociais ambientais desenvovidos
direção e gerências direção e gerências
pela empresa foram definidos por:   
Os padrões de segurança e salubridade no
ambiente de trabalho foram definidos por:  todos(as) +Cipa todos(as) +Cipa

6
http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
46
Quanto à liberdade sindical, ao direito de
negociação coletiva e à representação
interna dos(as) trabalhadores(as), a
empresa:  segue as normas da OIT incentivará e seguirá a OIT
A previdência privada contempla:  direção e gerências
A participação nos lucros ou resultados
todos(as) empregados(as)
contempla: 
Na seleção dos fornecedores, os mesmos
padrões éticos e de responsabilidade social e
ambiental adotados pela empresa:  são exigidos serão exigidos
Quanto à participação dos empregados(as)
em programas de trabalho voluntário, a
empresa:  organiza e incentiva organizará e incentivará
no no
na empresa na Justiça na empresa na Justiça
Número ções e críticas de consumidores(as): Procon Procon
44.682 3.354 40.214 3.320
1.508 1.357
no no
na empresa na Justiça na empresa na Justiça
% de reclamações e críticas solucionadas: Procon Procon
95,00% 11,60% 100,00% 12,80%
90,00% 100,00%
Valor adicionado total a distribuir (em mil
Em 2004: 3.067.710 Em 2005:
R$): 
22,50% governo  36,70%
colaboradores(as) % governo  % colaboradores(as)
Distribuição do Valor Adicionado (DVA): 
2,90% acionistas  28,70% terceiros  % acionistas  % terceiros  % retido
9,20% retido

          

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