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Introdução......................................................................................................................5
1. Contabilidade..........................................................................................................6
1.1 Origem..............................................................................................................7
2. Contabilidade Social.............................................................................................12
Conclusão....................................................................................................................45
Bibliografia...................................................................................................................46
ANEXOS......................................................................................................................48
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Contabilidade Social
1. Contabilidade
Muitos são os conceitos acerca das Ciências Contábeis. Vejamos alguns deles:
Enfim, existem inúmeros conceitos, de vários autores, e entidades, sobre o que seja
a Contabilidade. Entretanto pode-se perceber nos conceitos apresentados que a
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contabilidade tem uma função bem mais ampla do que apenas debitar ou creditar. O
verdadeiro papel da contabilidade é transformar os dados coletados em informações
e assim cumprir a sua mais nobre função, qual seja: auxiliar na otimização do uso
dos recursos a disposição das entidades.
1.1 Origem
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A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o
acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada.
As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre
o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas,
embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo
governo de seu país no ano 2000 a.C.
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores,
preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de
aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando
já em maior volume, requerendo registros.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de
que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de
produção etc.
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade
de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se
pudesse prestar conta da coisa administrada.
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CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras
civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Líber Abaci , da autoria
Leonardo Fibonaci, o Pisano.
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com
o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e
Pubbliche”, da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra
marcante na história da Contabilidade.
Com a instalação do Erário Régio, foi introduzido o método das partidas dobradas, já
utilizado em Portugal. O órgão era composto por um presidente com funções de
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Inspetor Geral, um contador e um procurador fiscal, incumbidos de fazer toda
arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.
O processo de escrituração das contas só poderia ser feita por profissionais que
estudassem aulas de comércio, sendo essas aulas realizadas no Brasil, originárias
de Portugal e preparavam os empregados do comércio para o exame na Junta
Comercial.
A Lei 11.941/09, que traz parte da Medida Provisória 449/08, em seu art. 37,altera o
art. 178, da Lei 6404/76 e em conseqüência a Lei 11638/07, art.1º, mais
precisamente os grupos do Ativo e Passivo que assim são: grande grupo Ativo e
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grupos Ativo Circulante e Ativo não circulante contendo neste último, os subgrupos
longo prazo, investimentos,imobilizado e intangível, desaparecendo as figuras do
Ativo Realizável a longo prazo e Ativo Permanente como grupo, sendo agora
subgrupo do Ativo não Circulante; Em tempo,o termo “Ativo Permanente” não
figurará mais no Balanço Patrimonial. Além disso, o subgrupo “ativo diferido” de fato
desaparece deste relatório; Vale ressaltar que a Lei 11941/09 ratifica o que
determinou a Medida Provisória 449/08, onde no art. 38 combinado com o art.299-A
da Lei 6404/76, informa que poderá amortizar o saldo das contas que estiverem no
subgrupo do Ativo Diferido, desde que seja saldo existente em 31/12/2008 e que pó
sua natureza, não puder ser alocado. Já o grande grupo Passivo, também teve
modificações em sua estética conforme determina a Lei 11941/09 , que por sua vez,
também ratificou o que determina a MP 449/08, sendo o parte deste grande grupo,
os grupos Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, desaparecendo os grupos
Passivo exigível a Longo Prazo e Resultados de Exercício Futuro,que existiam na
Lei 6404/76. Cabe ressaltar que aos saldos existentes do grupo Resultado de
Exercícios Futuros, em 31/12/2008 deverão ser reclassificados no passivo não
circulante na conta que represente o fato.
2. Contabilidade Social
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No Brasil, os ventos desta mudança de mentalidade empresarial já podem ser
notados na “Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas 1” desde a sua
publicação, em 1965, pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil
(ADCE Brasil). Na década de 80, a Fundação Instituto de Desenvolvimento
Empresarial e Social (FIDES) chegou a elaborar um modelo. Porém, só a partir do
início dos anos 90 é que algumas empresas - muito poucas - passaram a levar a
sério esta questão e divulgar sistematicamente em balanços e relatórios sociais as
ações realizadas em relação à comunidade, ao meio ambiente e ao seu próprio
corpo de funcionários.
Desta forma, o Balanço Social da Nitrofértil, empresa estatal situada na Bahia, que
foi realizado em 1984, é considerado o primeiro documento brasileiro do gênero, que
carrega o nome de Balanço Social. No mesmo período, estava sendo realizado o BS
do Sistema Telebrás, publicado em meados da década de 80. O do Banespa,
realizado em 1992, compõe a lista das empresas precursoras em BS no Brasil.
Há muito se fala em responsabilidade social da empresa. E, de fato, pode-se
observar que algumas empresas, aqui no Brasil, têm levado a sério suas relações
com a comunidade, com o meio ambiente e com seu próprio corpo de funcionários.
Até porque, nos últimos anos, essas relações tornaram-se uma questão de
estratégia financeira e de sobrevivência empresarial, quando pensamos a longo
prazo. Isto sem falar é claro, do lado ético e humano que a responsabilidade social
envolve, e por sua vez, pode desenvolver.
Assim, desde meados de 1997 o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o Instituto
Brasileiro de Análise Social e Econômico (Ibase) vêm batendo na mesma tecla e
chamando à atenção dos empresários e toda a sociedade para a importância e a
necessidade da realização do balanço social das empresas em um modelo único e
simples. E este modelo foi desenvolvido no Ibase em parceria com diversos
representantes de empresas públicas e privadas, a partir de inúmeras reuniões e
debates com setores da própria sociedade.
1
http://www.adcesp.org.br/textos/arquivos/Carta%20de%20principios.pdf
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Devido à crescente responsabilidade social que devem assumir as entidades
econômicas, surge à necessidade de elaborar e apresentar informação sobre as
atividades relacionadas com essa responsabilidade.
Este volume de informações agrupa aspectos do tipo social, ético, ambiental ou
ecológico, e ainda tem recebido diversas denominações como Contabilidade Social.
A Contabilidade Social não só busca medir resultados no processo monetário, mas
também toma o recurso humano desde a ótica humana, vendo-o como um ser que
sente e que tem necessidades a satisfazer. Fornecendo informações que permitam
avaliar os efeitos das atividades das empresas sobre a sociedade.
Ela aparece como uma necessidade da empresa de contar com informação
pertinente para tomar decisões inteligentes com relação à gestão social, medindo o
impacto da entidade na sociedade (causa e efeito).
Segundo Silva2 “medir esses impactos é uma tarefa que apresenta inúmeros
problemas metodológicos difíceis de ultrapassar. Por isso, existe grande interesse
em que o desenvolvimento da informação social não se processe de uma forma
anárquica, em que cada empresa informe do que lhe convém, utilizando critérios e
medidas particulares variáveis e discutíveis”.
Neste contexto, surge a Contabilidade com sua cultura e tecnologia oferecendo,
conjuntamente, aos profissionais da área, um instrumental capaz de gerar,
demonstrar e analisar a responsabilidade social e ecológica das entidades.
Por isso, além da proposta de uma reflexão sobre a responsabilidade social do
Contador, exercida pela Contabilidade, deve-se mostrar o alcance atual dessa
ciência, chamando atenção para um vasto campo ainda a ser explorado,
especificamente, na área social.
Ramanathn [1976], afirma que na década de setenta conceituava-se Contabilidade
Social como “(...) um processo de seleção de variáveis, medidas e procedimentos
para avaliar a atividade social da empresa com o objetivo de produzir informação
relevante e divulgá-la aos públicos interessados, internos e externos”. E acrescenta,
“que mais recentemente, Gray et al. (1996) a definem como (...) um processo de
divulgação, a grupos particulares e à sociedade em geral, dos impactos sociais e
ambientais resultantes da atividade econômica das organizações, que vão para além
2
SILVA, João Pina da, et alli.
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da informação econômica e financeira que é fornecida aos detentores do seu
capital”.
Mas, esse conceito de Contabilidade Social permanece ainda muito vago ou pouco
aplicável. Não é surpreendente, portanto, que poucas organizações tenham
arriscado a publicar um Balanço Social que contenha em seu espírito uma dupla
intenção:
1) de prestar conta das ações benéficas e maléficas originadas pela entidade no
meio em que atua;
2) prever e controlar as ações que poderão ter conseqüência sobre a sociedade e o
meio ambiente.
De momento, a Contabilidade Social apresenta ainda muitas
limitações que se explicam pelo seu estado relativamente
embrionário (convém notar que a Contabilidade Financeira vem
evoluindo e sofrendo aperfeiçoamento desde há 5.000 anos,
enquanto que as preocupações com os problemas sociais só
aparecem na década de sessenta). Não obstante, constitui
uma divisão da Contabilidade que não pode ser ignorada pelos
profissionais desta área científica, em virtude das suas
potencialidades para melhorar significativamente os modelos
existentes de avaliação da eficácia das empresas. (SILVA,
João Pina da, et alli. 1998)
Genericamente, a Contabilidade Social visa criar um sistema capaz de inventariar,
classificar, registrar, demonstrar, avaliar e explicar os dados sobre a atividade social
e ambiental da entidade, de modo que no final de cada exercício ou a qualquer
momento se possa preparar informes como o Balanço Social e a Demonstração do
Valor Adicionado.
Cada um dos tipos de informação que compõem esta contabilidade tem registrado
outras ramificações da mesma, entre as quais se destacam a Contabilidade
Ambiental, a Contabilidade dos Recursos Humanos e a Informação de Caráter Ético.
Grande é a responsabilidade social da informação contábil em face da sociedade
humana. Existem, todavia, segundo Sá (2001), diversas utilidades da informação e
algumas são de tal maneira específicas que a forma de conceituá-las nem sempre
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tem sido a melhor. Ele entende que, na área do inadequado conceitualmente, esteja,
ainda, a denominação Contabilidade Social.
Para que a Contabilidade Social consiga sua efetivação e êxito, é preciso que a
organização adote uma gestão participativa, envolvente e comprometida com todas,
independentemente da obrigatoriedade por questão de responsabilidade social, a
empresa que sempre buscou o lucro dos proprietários, além desse objetivo (também
importante para assegurar o capital necessário à condução das atividades), precisa
incluir entre suas metas a ‘satisfação da sociedade’.
É a evolução dos mercados e do nível de exigência dos consumidores que, no
contexto globalizado da economia, cria essa necessidade para as empresas. Riahi-
Belkaoui (1999, p. 37) ressalta que “se os mercados estão altamente competitivos e
os respectivos consumidores, bem como os procedimentos adotados, estão
tentando, alcançar, racionalmente, o nível máximo de satisfação, então, os recursos
disponíveis serão alocados de forma que maximize o bem estar social”.
No balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes,
colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam
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melhorar a qualidade de vida para todos. Sua estrutura apresenta funções que
podem minimizar a separação entre a empresa e a sociedade, algumas são:
Influenciar os empresários e conseqüentemente as empresas a possuírem
responsabilidade social;
Saber se questão social está sendo tratada como questão vital para qualquer
entidade;
Revelar se as empresas realizam suas ações com clareza, para que nós
como consumidores somos, possamos saber qual a política adotada pelas
empresas que nos prestam serviços ou nos vendem seus produtos;
Apresentar à sociedade retorno através das ações de repercussão social
realizadas, deixando evidente, o que a empresa realmente pode fazer para
todos aqueles que se utilizam das informações geradas pelo Balanço Social
(os Stakeholders3)
Sua publicação é de grande importância para todos os grupos que interagem com a
empresa e, além disso, a relação custo/beneficio na elaboração do Balanço é
positiva. Assim qualquer empresa independente do seu quadro de funcionários pode
preparar e divulgar seu Balanço, sem precisar montar um setor especifico para isso.
Como as informações que dizem respeito à responsabilidade social das empresas
não estão sendo cobradas por meio de instrumentos legais e, sim, através de
instrumentos de pressão dos grupos sociais, é bastante provável que as empresas
passem a definir não apenas objetivos econômico-financeiros, mas, também,
objetivos de caráter social, que podem ser usados como um instrumento de
marketing empresarial, uma vez que demonstrando à sociedade seus compromissos
para com seus empregados e o meio ambiente em que estão inseridas, estará
contribuindo para reforçar a imagem de empresa-cidadã.
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da concorrência desleal.
Analisamos assim a funcionalidade do Balanço Social com o interesse de deixar em
evidência qual a contribuição que esse relatório pode oferecer para todos aqueles
que estão ligados a ela.
a. Porque é ético.
b. Porque agrega valor ao negócio da empresa, pois trás um diferencial para a
imagem empresarial que vem sendo cada vez, mas valorizada por
investidores e comunicadores no Brasil e no mundo.
c. Porque diminui riscos. Num mundo globalizado, onde informações sobre
empresas circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e
transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização e nos
dias de hoje.
d. Porque é um moderno modelo de gestão. O balanço social é uma grande
ferramenta, que proporciona a empresa formas de gerir, medir e divulgar o
exercício da responsabilidade social em seus empreendimentos.
e. Porque é um instrumento de avaliação. Onde os analistas de mercado,
investidores e órgão de financiamento (como BNDS, BID, e IFC) já incluem o
balanço social na lista de documentos necessários para se conhecer e avaliar
os riscos e as projeções de uma empresa.
f. Porque é inovador e transformador. Realizar e publicar o BS anualmente é
mudar a antiga visão, e indiferente a situação e o bem-estar dos funcionários
e clientes, para uma visão moderna em que os objetivos da empresa
incorporam as praticas de responsabilidade social e ambiental.
A ética aliada a uma gestão empresarial com Responsabilidade Social, só traz
benefícios à organização.
Com tudo isso, há poucas empresas que utilizam como ferramenta ou até mesmo
como fonte de informação de natureza social para tomada de decisões.
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No sentido de melhorar a imagem da empresa junto à
sociedade, em 1998, para estimular a participação de
um maior número de corporações, o IBASE lançou o
Selo Balanço Social IBASE/Betinho.4
O selo é conferido anualmente a todas as empresas que
publicam o balanço social no modelo sugerido pelo
IBASE, dentro da metodologia e dos critérios propostos.
Com a apresentação deste Selo as empresas podem
mostrar, em seus anúncios, embalagens, Balanço Social, sites e campanhas
publicitárias, que investem em educação, saúde, cultura, esportes e meio ambiente,
e que estão cumprindo com sua parte em relação à responsabilidade social.
Segundo dados do IBASE, o Selo Balanço Social IBASE/Betinho demonstra que a
empresa já deu o primeiro passo para tornar-se uma verdadeira empresa-cidadã,
comprometida com a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade e do meio
ambiente; apresenta publicamente seus investimentos internos e externos por meio
da divulgação anual do seu balanço social.
Embora ainda não seja uma obrigação legal a prática da elaboração, análise e
divulgação do Balanço Social, que cada vez mais será adotada por um número
maior de organizações interessadas em demonstrar para seus clientes, acionistas e
a sociedade em geral que, além das suas metas de lucratividade e rentabilidade,
existe uma preocupação com a responsabilidade social da organização e com os
impactos da sua atuação no ambiente físico e social ao seu redor, não existe
nenhuma lei no Brasil que exija sua publicação pelas empresas.
Existem sim, algumas propostas e projetos de leis que tramitaram pelo Congresso
Nacional que estabelecem sua obrigatoriedade.
Paralelamente, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM – vem elaborando um
Projeto de Lei que prevê alterações e inovações nas informações contábeis
divulgadas pelas sociedades anônimas e limitadas. Dentre estas, destaca-se a
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obrigatoriedade da divulgação do Balanço Social por empresas de grande porte, que
tenham faturamento anual superior a R$ 150 milhões e ativos de mais de R$ 120
milhões, mesmo que não tenham capital aberto.
“A questão está ligada mais a um processo de conscientização
e ética das empresas do que a obrigá-las a adotar esta ou
aquela política. Mesmo porque, nós já temos várias
demonstrações de que, lamentavelmente, nem sempre o que é
legislado é cumprido e se o é, muitas vezes ocorre por
caminhos sinuosos que, na maioria das vezes, não
demonstram a veracidade dos fatos. Portanto, acredito mais no
trabalho de conscientização do empresário sobre a questão
social do que em leis de obrigatoriedade que podem gerar
processos de "maquiagem" do balanço social.” (Gonçalves -
1980, p. 90)
Alguns autores divergem sobre o assunto muito no que diz respeito à
obrigatoriedade ou não da publicação desta demonstração. Mas a maioria deles
concorda que o Balanço Social não deve surgir apenas de uma obrigação legal, mas
da consciência dos empresários em informar à sociedade como um todo sobre os
benefícios que suas entidades podem trazer à comunidade e como estão tratando o
ambiente em que estão instaladas.
Para Perottoni (2002, p. 54), com certeza, a obrigatoriedade social será um fator
superior à obrigatoriedade legal, pois as empresas, por exigência de seus clientes,
se verão obrigadas a prestar contas de todas as suas atividades perante a
sociedade, para que assim, adquiram mais confiança e credibilidade, garantindo um
lugar no mercado.
A partir de sua legalização deve-se ocorrer uma padronização do Balanço Social,
para que as empresas sigam um modelo que venha a fornecer todas as informações
necessárias à sua elaboração, possibilitando que haja uma uniformização de sua
publicação. Com isso, as empresas não divulgarão somente o que julgarem
necessário, mas sim o que a sociedade precisa saber sobre suas atividades.
Servindo também para avalia o próprio desempenho da empresa na área social ao
longo dos anos, e também para comparar uma empresa com a outra.
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2.6 Indicadores do Balanço Social
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TABELA 1: Indicadores Sociais e Internos
21
Fonte: www.eac.fea.usp.br/congressousp/seminário2/trabalhos/E35.pdf 5
A NBC T 15 prevê:
15.1.2 - Para fins desta norma, entende-se por informações de natureza social e
ambiental:
b) os recursos humanos;
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15.2.1.1 - A riqueza gerada e distribuída pela entidade deve ser apresentada
conforme a Demonstração do Valor Adicionado, definida na NBC T 3.
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15.2.2.4 - Nas informações relativas à composição dos recursos humanos,
devem ser evidenciados:
b) total de admissões;
c) total de demissões;
menores de 18 anos
de 18 a 35 anos
de 36 a 60 anos
acima de 60 anos
analfabetos
pós-graduados
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a) número de processos trabalhistas movidos contra a entidade;
b)cultura;
c) saúde e saneamento;
e) alimentação.
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critério e o controle utilizado para garantir a integridade da informação. A
responsabilidade por informações não-contábeis pode ser compartilhada com
especialistas.
Não se pode deixar que o Balanço Social deixe de ser um instrumento gerencial
social, para um fator de distanciamento entre empresa, sociedade,
colaboradores e governo.
Um Balanço Social não deve ser uma peça publicitária, conseqüentemente deve
expressar informações condizentes e claras. Deve o gestor, procurar distinguir
investimentos econômicos da empresa no social, daqueles obrigatórios por lei
ou por contratos e acordos coletivos.
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são essenciais para dar maior credibilidade ao Balanço Social, assim como a
indicação do grau de satisfação dos empregados.
· Faturamento e lucro;
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3. Estudo de Caso Simulado
3.1 Histórico da Empresa
A Fukui & Refatti Petróleo S/A é uma sociedade anônima de capital aberto e de
economia mista, sob controle do governo brasileiro, por meio do Ministério de Minas
e Energia. Fundada em 1953, é líder do setor petrolífero no Brasil, é resultado da
campanha popular que começou em 1946, com o histórico slogan "O petróleo é
nosso”.
31
O Sistema Fukui & Refatti é composto pela Fukui & Refatti Brasileiro S.A., suas
subsidiárias, controladas, controladas em conjunto e coligadas. Algumas das
empresas integrantes do Sistema são a Fukui & Refatti Distribuidora S.A. (Fukui &
Refatti Distribuidora), a Fukui & Refatti Transporte S.A. (Transfutti), a Fukui & Refatti
Química S.A. (Petroquisa) e a Fukui & Refatti Biocombustível S.A.
A Fukui & Refatti Petróleo S/A não define sozinha o preço cobrado por seus
produtos. No Brasil, entre os componentes do preço final ao consumidor, estão
inclusos os tributos e as margens de comercialização, além dos custos de aditivos
às misturas. No caso da gasolina, o Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool
(Cima) determinou a proporção de álcool anidro no combustível, que pode variar
entre 20% e 25%. Para o diesel, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
estabeleceu que 5% do volume final do óleo diesel vendido nas bombas devem
conter biodiesel, um combustível renovável produzido a partir de óleos vegetais ou
gorduras animais.
A Fukui & Refatti Petróleo S/A também se preocupa com as comunidades onde
exerce suas atividades se traduz em investimentos para melhorar a qualidade de
vida de quem mora nas regiões onde atua.
32
14 anos. Promove atividades esportivas, artísticas, recreativas, além de ministrar
noções de saúde e higiene.
A orquestra realiza concertos de primeiro nível, com grandes solistas. Também tem
como missão levar a música clássica às camadas da população sem acesso a essa
manifestação cultural, através de concertos em igrejas, na comunidade próxima, em
favelas e escolas, além de produzir séries de câmara.
A imersão nos mares do país levou a Fukui & Refatti a cuidar mais intensamente da
biodiversidade marinha, investindo em importantes projetos como o Tamar
(tartarugas-marinhas), Baleia Franca, Jubarte, Golfinho Rotador e Peixe-Boi. Para a
Companhia, é muito importante preservar a fauna dos locais onde são
desenvolvidas atividades petrolíferas. No caso dos animais acima, o apoio da Fukui
& Refatti foi essencial para a garantia da sobrevivência dessas espécies, que
estavam ameaçadas de extinção.
33
3.2 Balanço patrimonial
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IMOBILIZADO 13 230.230.518 190.754.167 148.448.949 119.207.092
INTANGÍVEL 14 6.808.331 8.003.213 3.746.889 3.781.716
DIFERIDO 2.365.998 3.469.846 613.163 839.257
268.933.235 228.588.564 257.222.856 259.754.260
345.607.250 292.163.842 315.324.165 311.010.867
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
CONSOLIDAD CONTROLADOR
PASSIVO NOTA
O A
2009 2008 2009 2008
CIRCULANTE
Financiamentos 15 13.571.170 12.451.137 2.452.406 2.276.822
Juros sobre financiamentos 15 1.316.041 823.330 670.577 229.334
Compromissos contratuais com transferência de riscos e controles de bens 16 390.252 585.045 3.556.808 5.052.563
Fornecedores 16.980.678 17.027.579 41.519.067 72.032.402
Impostos, contribuições e participações 19.2 12.747.880 12.741.382 10.333.210 10.537.882
Dividendos propostos 22 2.333.053 9.914.707 2.333.053 9.914.707
Projetos estruturados 10 212.359 188.858 351.302 401.148
Plano de pensão 20 641.774 627.988 591.686 579.051
Plano de saúde 20 565.952 523.714 531.118 493.221
Salários, férias e encargos 2.293.528 2.016.430 1.906.782 1.561.017
Provisão para contingências 23 54.000 54.000 54.000 54.000
Adiantamento de clientes 556.208 666.107 133.917 298.032
Provisão para participações de empregados e administradores 1.495.323 1.344.526 1.269.854 1.138.078
Receitas diferidas 7.474 5.929
Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados 14.318.379 5.764.529
Outras contas e despesas a pagar 4.863.945 3.586.429 1.117.387 1.365.809
58.029.637 62.557.161 81.139.546 111.698.595
NÃO CIRCULANTE
Financiamentos 15 84.702.691 50.049.441 26.003.967 11.456.564
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Compromissos contratuais com transferência de benefícios, riscos e controles de bens 16 349.482 804.998 10.903.870 12.701.708
Subsidiárias, controladas e coligadas 6.2 52.433 49.289 904.939 1.100.528
Impostos e contribuição social diferidos 19.3 17.290.995 13.165.132 14.036.510 10.821.894
Plano de pensão 20 3.561.330 3.475.581 3.050.837 2.966.084
Plano de saúde 20 11.184.849 10.296.679 10.343.557 9.510.037
Provisão para contingências 23 844.951 890.326 197.650 203.285
Provisão para desmantelamento de áreas 3.14 4.896.343 6.581.618 4.524.699 5.975.787
Receitas diferidas 1.232.227 1.292.906 62.121 76.574
Outras contas e despesas a pagar 2.387.546 1.982.355 277.418 448.672
126.502.847 88.588.325 70.305.568 55.261.133
PARTICIPAçÃO DOS ACIONISTAS NÃO CONTROLADORES 1.610.167 2.653.074
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 22
Capital social realizado 78.966.691 78.966.691 78.966.691 78.966.691
Reservas de capital 514.857 514.857 514.857 514.857
Reservas de reavaliação 350 10.284 350 10.284
Reservas de lucros 79.521.014 58.643.049 85.430.762 64.442.783
Ajustes de avaliação patrimonial 6.365 -405.863 42.372 -336.180
Ajustes acumulados de conversão 455.322 636.264 -1.075.981 452.704
159.464.599 138.365.282 163.879.051 144.051.139
345.607.250 292.163.842 315.324.165 311.010.867
36
3.3 Demonstrativo do Resultado do Exercício
37
Outras receitas e despesas operacionais, líquidas 18 -5.587.012 -4.712.243 -5.663.289 -3.366.678
-30.381.804 -24.416.160 -29.643.881 -14.126.249
PARTICIPAÇÕES EM SUBSIDIÁRIAS E COLIGADAS
Resultado de participações em investimentos 12 -84.397 -874.218 7.898.420 2.252.38
LUCRO OP. ANTES DA C.S., DO IR, DAS PARTICIPAÇÕES DOS EMP.
E 43.206.611 48.204.799 36.192.206 52.491.645
ADM E DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS NÃO
CONTROLADORES
Contribuição social 19.5 -2.548.111 -4.169.529 -1.515.765 -3.995.909
Imposto de renda 19.5 -7.429.095 -11.792.449 -4.093.169 -10.888.109
LUCRO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES DOS EMPREGADOS E ADM E 33.229.405 32.242.821 30.583.272 37.607.627
DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS NÃO CONTROLADORES
Participações dos empregados e administradores 21 -1.495.323 -1.344.526 -1.269.854 -1.138.078
LUCRO ANTES DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS NÃO
CONTROLADORES 31.734.082 30.898.295 29.313.418 36.469.549
Participações dos acionistas não controladores -2.752.374 2.089.497
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 28.981.708 32.987.792 29.313.418 36.469.549
LUCRO LÍQUIDO POR Ação DO CAPITAL SOCIAL REALIZADO NO FIM DO
EXERCÍCIO - R$ 3,3 3,76 3,34 4,16
38
3.4 Balanço Social aplicado ao caso
39
Outros 11.273 0,03% 0,01% 26.473 0,05% 0,01%
Total das contribuições para a sociedade 370.628 0,86% 0,20% 500.780 1,04% 0,23%
Tributos (excluídos encargos sociais) 77.328.119 178,97% 42,32% 80.140.559 166,25% 37,25%
Total - Indicadores sociais externos 77.698.747 179,83% 42,53% 80.641.339 167,29% 37,49%
% SOBRE % SOBRE
4 - INDICADORES AMBIENTAIS VALOR (MIL) % SOBRE RL VALOR (MIL) % SOBRE RL
RO RO
Investimentos relacionados com a produção/operação da empresa 1.872.458 4,33% 1,02% 1.919.751 3,98% 0,89%
Investimentos em programas e/ou projetos externos 93.873 0,22% 0,05% 53.763 0,11% 0,02%
Total dos investimentos em meio ambiente 1.966.331 4,55% 1,08% 1.973.514 4,09% 0,92%
Quanto ao estabelecimento de "metas anuais" para minimizar resíduos, o consumo em geral na ( ) não possui metas ( ) não possui metas
produção/operação e aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa ( ) cumpre de 51 a 75% ( ) cumpre de 51 a 75%
( ) cumpre de 0 a 50% ( ) cumpre de 0 a 50%
(X) cumpre de 76 a (X) cumpre de 76 a
100% 100%
5 - INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL 2009 2008
Nº de empregados(as) ao final do período 76.919 74.240
Nº de admissões durante o período (II) 2.519 6.351
Nº de empregados(as) terceirizados(as) 295.260 260.474
Nº de estagiários(as) 1.197 1.213
Nº de empregados(as) acima de 45 anos 30.928 28.447
Nº de mulheres que trabalham na empresa 12.586 11.511
% de cargos de chefia ocupados por mulheres 13,60% 13,10%
Nº de negros(as) que trabalham na empresa (III) 10.581 10.581
% de cargos de chefia ocupados por negros(as) (III) 29,90% 29,90%
Nº de portadores(as) de deficiência ou necessidades especiais (IV) 1.077 1.068
6 - INFORMAÇÕES RELEVANTES QUANTO AO 2009 METAS 2010
EXERCÍCIO DA CIDADANIA EMPRESARIAL
Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa 24,98 24,98
Número total de acidentes de trabalho (V) 420 459
( ) todos(as) ( ) todos(as)
(X) direção e (X) direção e
Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos por: ( ) direção empregados(as ( ) direção empregados
gerências gerências
) (as)
( ) todos(as) ( ) todos(as)
( ) todos(as) + ( ) todos(as) +
Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram definidos por: (X) direção e gerências empregados (X) direção e gerências empregados
Cipa Cipa
(as) (as)
40
( ) segue as ( ) seguirá as
Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos(as) (X) incentiva e (X) incentivará
( ) não se envolve normas da ( ) não se envolverá normas da
trabalhadores(as), a empresa: segue a OIT e seguirá a OIT
OIT OIT
(X) todos(as) (X) todos(as)
( ) direção e ( ) direção e
A previdência privada contempla: ( ) direção empregados ( ) direção empregados
gerências gerências
(as) (as)
(X) todos(as) (X) todos(as)
( ) direção e ( ) direção e
A participação dos lucros ou resultados contempla: ( ) direção empregados ( ) direção empregados
gerências gerências
(as) (as)
Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ( ) são (X) são ( ) são (X) são
( ) não são considerados ( ) não são considerados
ambiental adotados pela empresa: sugeridos exigidos sugeridos exigidos
(X) organiza e (X) organizará
Quanto à participação de empregados (as) em programas de trabalho voluntário, a empresa: ( ) não se envolve ( ) apoia ( ) não se envolverá ( ) apoiará
incentiva e incentivará
Número total de reclamações e críticas de consumidores (as): (VI) na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
9.362 2 22 8.750 0 0
% de reclamações e críticas atendidas ou solucionadas: (VI) na empresa no Procon na Justiça na empresa no Procon na Justiça
99,62% 0% 0% 99,91% - -
VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (EM MIL R$): Em 2009: 138.691.110 Em 2008: 141.483.416
11% 10%
Distribuição do Valor Adicionado (DVA): 56% governo colaboradores 60% governo colaboradores
(as) (as)
8% acionistas 10% terceiros 15% retido 4% acionistas 8% terceiros 18% retido
7 - OUTRAS INFORMAÇÕES
1) CNPJ: 33000167/0001-01 - Setor econômico: Indústria/Petróleo, Gás e Energia - UF da sede da empresa: Rio de Janeiro
2) Para esclarecimentos sobre as inf. declaradas: Fernanda Sayuri - Gerente Executivo de Comunicação Institucional - Telefone (+55 21) 3224-1009 - E-mail: comunicacao@fukuierefatti.com.br
3) Esta companhia não utiliza mão de obra infantil ou trabalho escravo, não tem envolvimento com prostituição ou exploração sexual de criança ou adolescente e não está envolvida com corrupção
4) Nossa companhia valoriza e respeita a diversidade interna e externamente
41
Conclusão
Nos mostrou que o Balanço Social vem ganhando cada vez mais importância,
dentro e fora das organizações. Empresários, governo, colaboradores e usuários
dos serviços vêm exigindo que estas empresas mantenham uma postura social,
ecológica e ética correta.
É essa exigência da sociedade, que fez e continua a fazer com que as empresas
se preocupem não apenas com a geração de lucros, mas também com a imagem
pela qual estão sendo vistas pela sociedade.
É com base nestes dados que poderá se analisar a capacidade social das
empresas. Porém, não basta apenas demonstrar dados passados, é necessário
que com base nos exercícios anteriores, a empresa almeje quais são suas metas
para o próximo ou próximos anos.
42
Bibliografia
Silva, Joao Pina da; Rodrigues, Ana Maria; Jorge, Suzana;. (1998). Novos
Desenvolvimentos da Contabilidade: A Contabilidade Social. Revisores & Empresas
, 31-47.
45
Anexo I
Balanço Social Publicado pela Empresa: GRUPO PÃO DE AÇÚCAR 6
6
http://www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
46
Quanto à liberdade sindical, ao direito de
negociação coletiva e à representação
interna dos(as) trabalhadores(as), a
empresa: segue as normas da OIT incentivará e seguirá a OIT
A previdência privada contempla: direção e gerências
A participação nos lucros ou resultados
todos(as) empregados(as)
contempla:
Na seleção dos fornecedores, os mesmos
padrões éticos e de responsabilidade social e
ambiental adotados pela empresa: são exigidos serão exigidos
Quanto à participação dos empregados(as)
em programas de trabalho voluntário, a
empresa: organiza e incentiva organizará e incentivará
no no
na empresa na Justiça na empresa na Justiça
Número ções e críticas de consumidores(as): Procon Procon
44.682 3.354 40.214 3.320
1.508 1.357
no no
na empresa na Justiça na empresa na Justiça
% de reclamações e críticas solucionadas: Procon Procon
95,00% 11,60% 100,00% 12,80%
90,00% 100,00%
Valor adicionado total a distribuir (em mil
Em 2004: 3.067.710 Em 2005:
R$):
22,50% governo 36,70%
colaboradores(as) % governo % colaboradores(as)
Distribuição do Valor Adicionado (DVA):
2,90% acionistas 28,70% terceiros % acionistas % terceiros % retido
9,20% retido
47