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Decisão interlocutória modelo que nomeia o perito judicial no processo

PROCESSO Nº: 080XXXX-09.201X.4.05.8100 - PROCEDIMENTO COMUM


AUTOR: MARCIO MMMMMM TTTTTTT
ADVOGADO: Marcio Mmmmmm Ttttttt
REU: FAZENDA NACIONAL
6ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DESPACHO - CONVERSÃO EM DILIGÊNCIA


Trata-se de tutela cautelar requerida em caráter antecedente, em que o autor pleiteia
liminarmente, sem a oitiva da parte contrária, a suspensão da inscrição na dívida ativa pela
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN de débitos decorrentes do processo
administrativo nº 10380-011.XXX/200X-40 que julga indevidos.

Atribuído à causa o valor de R$ 74.719,76, sem, contudo, refletir o proveito econômico


pretendido, o autor foi intimado para possível retificação, o que o fez, atribuindo novo valor
à causa de R$ 709.411,88 e efetuando o recolhimento das custas complementares, após as
correções apontadas pelo despacho de 19/10/2018.

Indeferida a tutela cautelar por considerar ser necessária a formação do contraditório para
melhor embasar a decisão sobre a tutela. O autor peticionou pela conversão do feito de
tutela cautelar requerida em caráter antecedente para a classe de procedimento comum com
novel pedido de tutela antecipada, o que foi deferido.

Afirma que é advogado e que a Receita Federal do Brasil - RFB considerou como seus os
ingressos de valores em suas contas bancárias decorrentes de créditos judiciais pertencentes
também a seus clientes e demais advogados, pois é líder de escritório de advocacia e
levantava os valores judiciais com exclusividade, e que posteriormente foram repassados,
no período de 2003 e 2004.

O processo administrativo-tributário sancionador, que foi ratificado pelo CARF, considerou


que seus ingressos financeiros em 2003 (R$ 36.721,97) e 2004 (R$ 28.875,97) foram, na
realidade, por valores encontrados pelo pagamento da CPMF, da ordem de R$ 622.077,64
(2003) e de R$ 96.456,06 (2004), tudo, segundo o autor, em valores de 12/09/2008. Consta
que recebeu notificação da RFB para inscrição dos débitos tributários em dívida ativa em
23/05/2018.

Alega que a RFB exigiu documentação comprobatória impossível de ser atendida, devido à
magnitude da sua movimentação financeira e que a simples presunção de omissão de
rendimentos não pode servir de esteio para a formação do crédito tributário, notadamente a
estabelecida no art. 42 da Lei 9.430/1996.

Ilustra que os rendimentos reconhecidos foram da ordem de R$ 337.306,19, que, deduzidos


os valores pagos nas declarações de IRRF (R$ 36.721,97 em 2003 e R$ 28.875,97 em
2004), restaria um saldo de R$ 271.708,25 e, com a aplicação da alíquota de 27,5%, um
saldo de imposto a pagar da ordem de R$ 74.719,76.

A União Federal apresentou contestação (fl. 1918/1934) em que, refutando o pedido de


liminar, afirma que o imposto cobrado é derivado de valores que ingressaram na conta do
autor e que não foram declarados, amoldando-se como fato gerador por omissão de receita
e, caso contrário, caberia a ele o ônus da prova de que esses valores não representaram
aumento patrimonial. No mérito, aduz que os fatos se referem aos exercícios de 2003 e
2004, tendo havido regular processo administrativo fiscal. Relata, por fim, que é pacífica a
jurisprudência, no caso de omissão de rendimentos, de ser ônus do contribuinte a
apresentação de documentos hábeis que desconstituam o crédito tributário.
O autor apresentou réplica, reiterando seus argumentos e pedidos.

Nesse contexto, observo que a parte autora, em sua inicial, protestou pela "produção das
provas de praxe admitidas pelo CPC", entre as quais reputo necessária a realização de
perícia contábil, considerando a complexidade e o volume dos dados a serem analisados, a
exigir a atuação de um profissional especializado.

Por essa razão, converto o julgamento em diligência, e nomeio o perito FLÁVIO


MENEZES , com endereço na Av. Desembargador Moreira, N.º 760, Salas 1208 / 1210,
Meireles, Fortaleza - CE, CEP 60.170-000, e telefones +55 85 3077-0660 / 98877-0660.

Desde logo, faculto às partes a indicação de assistentes técnicos e formulação de quesitos,


no prazo de quinze (15) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito (§
1º, art. 465, CPC).

Intime-se o perito nomeado para, no prazo de cinco (5) dias, estimar, motivadamente, seus
honorários.

Após, ouçam-se as partes, em cinco (5) dias, sobre a proposta, retornando-me os autos
conclusos para sua fixação.

Fica expresso que o perito poderá utilizar-se de todos os meios permitidos em lei (art. 473,
§ 3º, CPC), a fim de viabilizar o completo desempenho de sua função, objetivando oferecer
laudo capaz de contribuir para o deslinde das questões deduzidas na petição inicial e na
contestação, inclusive apresentando tabelas de cálculos que abranjam múltiplas soluções
para o caso desta demanda, fazendo-se acompanhar das necessárias explicitações.

Designe a Secretaria data para o início da perícia. Dessa data deverão ser intimados os
advogados, perito e assistentes técnicos.

O laudo deverá ser entregue na Secretaria no prazo de trinta (30) dias, contados do início da
perícia. Desta data deverão ser intimados: as partes, advogados e perito, bem como os
assistentes técnicos, que deverão ser cientificados que terão o prazo comum de quinze (15)
dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo, para oferecerem seus pareceres,
nos termos do parágrafo único do art. 477, § 1º do CPC.

Apresentado o laudo e os pareceres, intimar as partes para se pronunciarem sobre os


mesmos, podendo, se desejarem, pedir esclarecimentos do perito e assistentes. Decorrido o
prazo sem nenhuma manifestação, expeça-se alvará para levantamento dos valores
depositados a título de honorários periciais em nome do perito. Havendo pedido de
esclarecimentos, o pagamento deverá ser feito após tê-los prestados o perito.

Intimações e expedientes necessários.

O novo pedido de tutela do autor (Id 3937711) será apreciado por ocasião da sentença,
quando este juízo terá mais subsídios para tanto, diante da apresentação do Laudo Pericial.

ASSINATURA DIGITAL DO MAGISTRADO

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