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Mecanismos Da Mediunidade Chico Xavier
Mecanismos Da Mediunidade Chico Xavier
Coleção
“A Vida no Mundo Espiritual”
01 - Nosso Lar
02 - Os Mensageiros
03 - Missionários da Luz
04 - Obreiros da Vida Eterna
05 - No Mundo Maior
06 - Libertação
07 - Entre a Terra e o Céu
08 - Nos Domínios da Mediunidade
09 - Ação e Reação
10 - Evolução em Dois Mundos
11 - Mecanismos da Mediunidade
12 - Sexo e Destino
13 - E a Vida Continua...
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 3
Índice
Registros de Allan Kardec ......................................................... 9
Mediunidade ............................................................................. 11
Ante a Mediunidade ................................................................. 15
Aula de violino.................................................................. 87
Hipnose e telementação..................................................... 87
Sugestão e afinidade.......................................................... 88
14 Reflexo condicionado específico ........................................ 90
Pródromos da hipnose ....................................................... 90
Mecanismo do fenômeno hipnótico .................................. 91
Mecanismo da Hipnoterapia.............................................. 92
Objetos e reflexos específicos ........................................... 93
Circuito magnético e circuito mediúnico........................... 94
Auto-magnetização ........................................................... 94
15 Cargas elétricas e cargas mentais...................................... 96
Experiência vulgar ............................................................ 96
Máquina eletrostática ........................................................ 96
Nas camadas atmosféricas................................................. 97
Correntes de elétrons mentais............................................ 98
Correntes mentais construtivas.......................................... 99
Correntes mentais destrutivas.......................................... 100
16 Fenômeno magnético da vida humana............................ 102
Hipnose de palco e hipnose natural ................................. 102
Centro indutor do lar ....................................................... 102
Outros centros indutores ................................................. 103
Todos somos médiuns ..................................................... 105
Perseverança no bem....................................................... 106
Gradação das obsessões .................................................. 106
17 Efeitos físicos .................................................................... 108
Simbioses espirituais....................................................... 108
Médium teleguiado ......................................................... 109
Dificuldades do intercâmbio ........................................... 110
Médiuns e assistentes ...................................................... 111
Lei do Campo Mental...................................................... 111
Futuro dos fenômenos físicos.......................................... 112
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 7
1
Designados pelo Autor espiritual.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 10
Mediunidade
Acena-nos a an tigüidade terres tre com brilh antes m anifesta-
ções mediúnicas, a repontarem da História.
Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito,
ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.
Reporta-se Pl utarco a o e ncontro de Br uto, cert a noite , com
um dos seus perseguidores dese ncarnados, a visitá-lo, em pleno
campo.
Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a
morrer de fom e, passou a viver, em Espírito, m onoideizado na
revolta em que s e alu cinava, aparecend o e d esaparecendo aos
olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que Ner o, nos últimos dias de se u reinado, viu-se fo-
ra do co rpo carnal, junto de Agripi na e de Otávia, sua genitora e
sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem
a queda no abismo.
Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que,
depois de lhe enterrarem os res tos nos jard ins de Lâm ia, eram ali
vistos, freqüentemente, até que se lhe exum aram os despojos para
a incineração.
Todavia, on de a m ediunidade atin ge cu lminâncias é ju sta-
mente no Cristianismo nascituro.
Toda a passagem do Mestre ines quecível, entre os hom ens, é
um cân tico de lu z e am or, exte rnando-lhe a co ndição de Media-
neiro da Sabedoria Divina.
E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe man-
tiveram l eais convert eram-se em m édiuns notáve is, no dia de
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 12
9
Atos, capítulo 11, versículo 28.
10
Atos, capítulo 13, versículos 1 a 4.
11
Atos, capítulo 16, versículos 9 e 10.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 14
EMMANUEL
Uberaba, 6 de agosto de 1959.
12
Sobre o tema desta obra, André Luiz é o autor de outro livro, intitula-
do “Nos Domínios da Mediunidade”. (Nota da Editora.)
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Ante a Mediunidade
Depois de um século de mediunidade, à luz da Doutrina Espí-
rita, com inequívocas provas da sobrevivência, nas qu ais a abn e-
gação dos Mensageiros Divinos e a tolerância de muitos sensiti-
vos foram colocadas à prova, temo-la, ainda hoje, incompreendida
e ridicularizada.
Os intelectuais, vinculados ao ateísmo prático, desprezam-na
até agora, enquanto os cientistas que a experimentam se recolhem,
quase todos, aos pala nques da Metapsíqui ca, observando-a com
reserva. Junto deles, porém, os espíritas sustentam-lhe a b andeira
de trabalho e revelação, conscientes de sua p resença e significado
perante a vida. Tachados, m uitas vezes, de fanáti cos, prosseguem
eles, à feição de p ioneiros, de sbravando, sof rendo, ajudando e
construindo, at entos a os pri ncípios enfeixados por Allan Kardec
em sua codificação basilar.
Alguém disse que “os esp íritas pretenderam misturar, no Es-
piritismo, ciência e religião, o qu e r esultou em gr ande pr ejuízo
para a s ua parte cien tífica”. E acentuou que “um historiador, ao
analisar as or denações de Carlos Ma gno, não pensa em Além -
Túmulo; que um fis iologista, assinalando as contrações muscula-
res de uma rã não fala em esferas ultraterrestres; e que um quím i-
co, ao dosar o azoto da lecitina , não se deixa im pressionar po r
nenhuma fraseologia da sobr evivência hum ana”, acr escentando
que, “em Metapsíquica , é necessário proc eder de igual m odo,
abstendo-se o pesqui sador de sonhar com mundos etéreos ou
emanações an ímicas, d e m aneira a perm anecer no terra -a-terra,
acima de q ualquer teo ria, p ara som ente indaga r, m uito hum ilde-
mente, se tal ou tal fenôm eno é verdadeiro, sem o propósito de
desvendar os mistérios de nossas vidas pregressas ou vindouras”.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 16
13
A convi te do Es pírito André Lu iz, os m édiuns Francisco Câ ndido
Xavier e Wa ldo Viei ra re ceberam os text os des te l ivro em noi tes de
quintas e terças-feiras , na cidade de U beraba, Estado de Minas Gerais.
O prefácio de Emmanuel e os capítulos pa res foram recebidos pelo
médium Francisc o Cân dido Xa vier, e o p refácio de An dré L uiz e os
capítulos ímpares foram recebidos pelo m édium Waldo V ieira. (N ota
dos médiuns.)
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 17
1
Ondas e percepções
Agitação e ondas
Em seguida a esforços persistentes de muitos Espíritos sábios,
encarnados no mundo e patrocinando a evolução, a inteligência do
século XX compreende que a T erra é um ma gneto de gigantescas
proporções, constituído de forças atômicas condicionadas e cerca-
do po r es sas m esmas for ças em com binações m ultiformes, com -
pondo o cham ado cam po eletrom agnético em que o P laneta, no
ritmo de seus próprios m ovimentos, se tipif ica na Im ensidade
Cósmica.
Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estru-
tura o G lobo de no ssa moradia e em que a m atéria em expansão
lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação.
E toda agitação produz ondas.
Uma frase que em itimos ou um instrumento que vibra criam
ondas sonoras.
Liguemos o aquecedor e espalharemos ondas caloríficas.
Acendamos a lâmpada e exteriorizaremos ondas luminosas.
Façamos funci onar o re ceptor radiofônico e encontrarem os
ondas elétricas.
Em suma, toda inquietação se propaga em forma de ondas, a-
través dos diferentes corpos da Natureza.
Tipos e definições
As ondas são avalia das segundo o com primento em que se
expressam, dependendo esse comprimento do em issor em que s e
verifica a agitação.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 20
Homem e ondas
Simplificando conceitos em torno da escala das ondas, recor-
demos que, oscilando de m aneira integral, sacudidos simplesmen-
te nos elétrons de su as órb itas o u excitado s apen as em seus nú -
cleos, o s átom os lan çam de si o ndas qu e p roduzem calo r e som ,
luz e raios gama, através de inumeráveis combinações.
Assim é qu e entre as o ndas da corrente alternada para objeti-
vos industriais, as ondas do rádio, as d a lu z e dos raio s X, tan to
quanto as que def inem os raios có smicos e as que se superpõem
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 21
Continente do “infra-som”
Ajustam-se ouvi dos e ol hos hu manos a balizas naturais de
percepção, circunscritos aos implementos da própria estrutura.
Abaixo de 35 a 40 vibrações po r segundo, a criatura encarna-
da, ou que ainda se m ostre fora do corpo f ísico em condições
análogas, movimenta-se no império dos “infra-sons” 14, porquanto
14
Outros Autores adm item que estes infra-sons começam abaixo de 18
vibrações por segundo. (Nota do Autor espiritual.)
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Sons perceptíveis
Aumente-se a freqüência das ondas, nascidas do m ovimento
incessante d o Universo, e o hom em al cançará a escal a dos sons
perceptíveis, mai s exat amente qua lificáveis nas co rdas g raves do
piano.
Nesse ponto, penetraremos a esfera das percepções sensoriais
da criatura terrestre, porquanto, nesse grau vi bratório, as ondas se
transubstanciam em fontes sonoras que afetam o tímpano, gerando
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 23
15
A escala de perce pção é extrem amente variável. (Nota do Autor
espiritual).
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2
Conquistas da Microfísica
Primórdios da Eletrônica
Espíritos eminentes, atendendo aos imperativos da investiga-
ção cien tífica en tre os hom ens, v olvem da Esp iritualidade ao
Plano Terrestre, i ncentivando est udos acerca da natureza ondula-
tória do Universo.
A Eletrônica balbucia as pri meiras notas com Tales de M ile-
to, 600 anos antes do Cristo.
O grande filósofo, que tinha a cr ença na unidade essencial da
Natureza, observa a eletrização no âmbar (“elektron”, em grego).
Seus apo ntamentos s obre as em anações lum inosas são reto -
mados, no curso do tem po, por He rão de Alexandria e outras
grandes in teligências, cu lminando nos r aciocínios d e De scartes,
no século XVII, que, inspirado na teoria atômica dos gre gos,
conclui, trezentos anos antes da descoberta do elétron, que na base
do átom o deveria existir um a partícula prim itiva, chegando a
desenhá-la, c om s urpreendente r igor de c oncepção, como s endo
um “remoinho” ou im agem aproxi mada dos re cursos e nergéticos
que o constituem.
Logo após, Isaac Newton realiza a decomposição da luz bran-
ca, nas sete co res do prisma, apresentando, ainda, a idéia de q ue
os fenôm enos lum inosos seriam correntes corp usculares, s em
excluir a hipótese de ondas vibratórias, a se expandirem no ar.
Huyghens prossegue na experimentação e defende a teoria do
éter luminoso ou teoria ondulatória.
Franklin teoriza sobre o fluido elétrico e prop õe a hipótese
atômica da eletricidade, tentando classif icá-la como sendo forma-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 26
Campo eletromagnético
Nos prim órdios do século XI X, aparece T omás Young, exa-
minando as ocorrências da reflex ão, i nterferência e di fração da
luz, fundam entando-se sobre a ação ondulatóri a, seguindo-se-lhe
Fresnel, a consolidar-lhe as deduções.
Sucedem-se investigadores e pi oneiros, at é qu e, em 1869,
Maxwell afirm a, sem que as suas asserções lo grassem desperta r
maior interesse nos sábios de seu tempo, que as ondulações de luz
nasciam de um campo magnético associado a u m campo elétrico,
anunciando a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando
que as lin has d e fo rça ex travasam dos circuito s, assaltando o
espaço am biente e exp andindo-se com o pu lsações ondulatórias.
Cria ele a notável teoria eletromagnética.
Desde ess a épo ca, o co nceito de cam po eletrom agnético as-
sume singular im portância no mundo, até que Hertz consegue
positivar a existência das ondas elétricas, descobrindo-as e co lo-
cando-as a serviço da Humanidade.
Nas vésperas do século XX, a Ciência já considera a Natureza
terrestre como percorri da por ondas inum eráveis q ue cruzam
todas as faixas do Planeta, sem jamais se misturarem.
Entretanto, certa indagação se generalizara.
Reconhecido o m undo como vasto m agneto, com posto de á-
tomos, e sabendo-se que as onda s provinham deles, com o poderi-
am os sistemas atômicos gerá-las, criando, por exem plo, o calor e
a luz?
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 27
Estrutura do átomo
Max P lanck, distinto físico alemão, repara, em 1900, que o
átomo, em lançando energia, não procede em fluxo contínuo, m as
sim por arrem essos individuais ou, mais propriamente, através de
grânulos de energia, estabelecendo a teoria dos “quanta de energi-
a”.
Foi então que Niels Bohr deduziu que a descoberta de P lanck
somente se explicaria pelo fato de gravitarem os elétrons, ao redor
do núcleo, no sistem a atômico, em órbitas seguramente definidas,
a exteriorizarem energia, não gira ndo como os planetas em torno
do Sol, mas saltando, de inesperado, de uma camada para outra.
E, procedendo m ais por intuiç ão que por obse rvação, menta-
lizou o átomo como sendo um núcleo cercado, no máximo, de sete
camadas co ncêntricas, plen amente isoladas en tre si, no s eio d as
quais os elétr ons cir culam l ivremente, em todos os sentidos. Os
que se localizam nas zonas periféricas são aqueles que m ais fa-
cilmente s e des locam, patrocinando a proj eção de raios lum ino-
sos, ao passo que os elétrons aglutinados nas cam adas profundas,
mais jungidos ao núcleo, quando mudam de órbita deixam escapar
raios mais curtos, a se graduarem na série dos raios X.
Aplicada a teoria de Bohr em multifários setores da dem ons-
tração objeti va, el a al cançou en corajadoras confirmações e, com
isso, dentro das possíve is definições t errestres, o ci entista di na-
marquês preparou o caminho a mais amplo entendimento da luz.
Elétron e radioatividade
O jovem pesquisador francês Jean Perrin, utilizando a ampola
de C rookes e o eletroscópio, co nseguiu positivar a existência do
elétron, como partícula elétrica, viajando com rapidez vertiginosa.
Pairava no ar a indagação sobre a massa e a expressão elétrica
de semelhante partícula.
Surge, todavia, José Thom son, distinto físico inglês, que, es-
tudando-a do ponto de vista de um projétil em movimento, conse-
gue determinar-lhe a massa, que é, aproximadamente, 1.850 vezes
menor que a do átom o conhecido por m ais leve, o hidrogênio,
calculando-lhe, ainda, com relativa segurança, a carga e a veloc i-
dade.
Os apontamentos objetivos, em torno do elét ron, incentiva-
ram novos estudos do infinitamente pequeno.
Animado pel os êxit os dos r aios de Roentgen, Henri Becque-
rel, com o auxílio de am igos espirituais, porque até então o gênio
científico n a Terra des conhecia o e xtenso ca bedal ra dioativo do
urânio, escolhe esse elemento para a pesquisa de novas fontes dos
raios X e s urpreende a s rad iações diferen tes q ue en caminham o
casal Curie à descoberta do rádio.
A Ciên cia perceb eu, afinal, que a r adioatividade e ra c omo
que a fala dos átom os, as severando qu e eles n asciam e m orriam
ou apareciam e desapareciam no reservatório da Natureza.
Química Nuclear
O contador de Geiger, emergindo no c enário das experimen-
tações da Microf ísica, demonstrou que, em cada segundo, de um
grama de rádio se desp rendem 36 bilhões de fragmentos radioati-
vos da co rrente m ais f raca de raios em anantes d esse elem ento,
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Fótons e fluido cósmico
Estrutura da luz
Clerk M axwell, cen tralizado n os estudos do eletrom agnetis-
mo, previra que todas as irradiações, inclusive a luz visível, pres-
sionam os demais corpos.
Observações experimentais com o jato de uma lâmpada sobre
um feixe de poeira m ostraram que o feixe se acurvou, com o se
impelido por l eve c orrente de força. S emelhante corrente foi
medida, acusando insignif icante percentagem de pressão, m as o
bastante para provar que a luz era dotada de inércia.
Os físicos eram defrontados pelo problema, quando Einstein,
estruturando a sua teor ia da relatividade, no princípio do sécul o
XX, chegou à conclusão de que a luz, nesse novo aspecto, possui-
ria peso específico.
Isso implicava a existência de massa para a luz. Como conci-
liar vi bração e peso, onda e m assa? Intriga do, o gra nde ci entista
voltou às experiências de P lanck e Boh r e de duziu qu e a luz de
uma lâmpada resulta de sucessivos arremessos de g rânulos lumi-
nosos, e m re lâmpagos c onsecutivos, a se desprend erem dela po r
todos os lados.
Pesquisadores protestaram contra a a ssertiva, lembrando o e -
nigma das difrações e das interferências, tentando demonstrar que
a luz era constituída de vibrações.
Einstein, contudo, recorreu ao efeito fotoelétrico – pelo qual a
incidência de um raio lum inoso sobre um a película de sódio ou
potássio determ ina a e xpulsão de elétrons da me sma pe lícula,
elétrons cuja velocidade pode ser medida com exatidão –, e g eni-
almente concebeu os grânul os lu minosos ou fótons que, em se
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“Saltos qüânticos”
A teoria dos “saltos quânticos” ex plicou, de ce rto m odo, as
oscilações eletromagnéticas que produzem os raios luminosos.
No átomo excitado, aceleram-se os movimentos, e os elétrons
que lhe correspondem , em se distan ciando dos núcl eos, passam a
degraus m ais altos de energias. Efet uada a a lteração, os elétrons
se afastam dos núcl eos aos salt os, de acordo com o quadrado dos
números cardinais, isto é, de 1 pa ra 2 no prim eiro salto, de 2 para
4 no segundo, de 3 para 9 no te rceiro, de 4 para 16 no quart o, e
assim sucessivamente.
Na tem peratura aproxim ada de 1.000 graus centígrados, os
elétrons abandonam as órbitas que lhes são peculiares, em número
sempre crescente, e, se es sa temperatura atingir cerca de 10 0.000
graus centígrados, os átom os pa ssam a ser con stituídos so mente
de núcleos despojados de seus elétrons-satélites, vindo a explodir,
por entrechoques, a altíssimas temperaturas.
Reportando-nos, pois , à escala d e excitação d os s istemas a-
tômicos, vamos encontrar a luz, conhecida na Terra, como oscila-
ção eletromagnética em comprimento médio de onda que nasce do
campo atômico, quando os elétrons, erguidos a órb itas ampliadas
pelo ab astecimento d e energia, re tornam às s uas ó rbitas prim iti-
vas, veiculando a sua energia de queda.
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“Efeito Compton”
Buscando um exem plo, verifica remos que a estim ulação das
órbitas eletrônicas externas produzirá a luz vermelha, formada de
ondas longas, enquanto que o m esmo processo de atrito nas órbi-
tas que se lhe seguem, na direção do núcleo, originará a irradiação
azul, formada de ondas mais curtas, e a excitação nas órbitas mais
íntimas provocará a lu z violeta, de ondas ainda m ais curtas. Con-
tinuando-se a progress ão de fora para de ntro, chegar emos aos
raios gama, que derivam das oscilações do núcleo atômico.
Em todos esses pro cessos de i rradiação, o poder do fóton de-
pende do com primento da onda em que s e m anifesta, qu al ficou
positivado no “efeito Compton”, pelo qual uma colisão provocada
entre fótons e elétrons revela que os fótons, em fazendo ricochete
no entrechoque, descarre gam ener gia, bai xando a fre qüência da
própria onda e originando, assim, a luz mais avermelhada.
Fórmula de De Broglie
A evidência do fóton vinha enriqu ecer a teoria corpuscular da
luz. En tretanto, ce rtos f enômenos s e ma ntinham à ma rgem, s o-
mente explicáveis pela teoria on dulatória que a Ciên cia não acei-
tara até então.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 35
Mecânica ondulatória
Físicos distintos não se sentiam dispostos a concordar com as
novas observações de De Broglie, alegando que a teo ria se m os-
trava i ncompatível com o fenômen o da difração e pediam que o
sábio lhes fi zesse ve r a di fração dos el étrons, de ve z que nã o
admitiam a existência de corpús culos desfrutando propriedades
que, a seu ver, eram exclusivamente características das ondas.
Pouco tempo decorrido, dois cientistas americanos projetaram
um jato de elétrons sobre um cr istal d e níqu el e re gistraram a
existência da dif ração, de conform idade com os princípios de De
Broglie.
Desde en tão, a m ecânica o ndulatória in stalou-se n a C iência,
em definitivo.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 36
Campo de Einstein”
Conhecemos a gama das ondas, sabemos que a luz se desloca
em feixes corp usculares qu e d enominamos “fótons”, não ignora-
mos que o átom o é um remoinho de forças positivas e negativas,
cujos potenciais variam com o núm ero de elétrons ou partículas
de força em torno do núcleo, inform amo-nos de que a energia, ao
condensar-se, s urge co mo m assa p ara tran sformar-se, d epois, em
energia; entr etanto, o mei o sutil em que os sistem as atôm icos
oscilam não pode ser equacionado com os no ssos conhecimentos.
Até agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo
o “éter”; contu do, Einstein, quando busc ou im aginar-lhe as pro-
priedades indispensáveis para poder transmitir ondas característi-
cas de bilhões de oscilações, com a velocidade de 300.000 quilô-
metros por segundo, não conseguiu acom odar as necessári as
grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de
que essa matéria de via e star re vestida nã o sã o combi náveis, e
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Matéria mental
Pensamento do Criador
Identificando o F luido Elem entar ou Hálito D ivino por base
mantenedora d e tod as as as sociações da form a nos dom ínios
inumeráveis do Cosm o, do qual conhecemos o elétron com o
sendo um dos corpúsculos-base, na s organizações e oscil ações da
matéria, interpretarem os o Univ erso com o um todo de forças
dinâmicas, expressando o Pensam ento do Criador. E superpondo-
se-lhe à grandeza in devassável, en contraremos a m atéria m ental
que nos é própria, em agitação constante, plasmando as criações
temporárias, adstritas à nossa necessidade de progresso.
No macrocosmo e no microcosmo, tateamos as manifestações
da Et erna Sa bedoria que m obiliza agentes in contáveis para a
estruturação de s istemas e f ormas, em vari edade infinita de graus
e fases, e entre o infin itamente pequeno e o inf initamente grande
surge a i nteligência huma na, dota da i gualmente da fa culdade de
mentalizar e co-criar, empalmando, para isso, os recursos intrín-
secos à vida ambiente.
Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável
do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensu-
rável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força ment al
em que os poderes do Espírito se manifestam.
Corpúsculos mentais
Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e
extrafísico, en contramos o p ensamento po r ag ente es sencial.
Entretanto, ele ainda é matéria, – a matéria mental, em que as leis
de form ação das cargas m agnéticas ou dos sistem as atôm icos
prevalecem sob novo sentido, com pondo o m aravilhoso m ar de
energia su til em qu e todos no s acham os sub mersos e n o qu al
surpreendemos elem entos qu e transcen dem o sis tema p eriódico
dos elementos químicos conhecidos no mundo.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 40
aflitivas, o dom ínio dos pensam entos em itirá ra ios m uito cur tos
ou de im enso poder transform ador do cam po espiritual, teorica-
mente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.
Assim considerando, a matéria m ental, em bora em aspectos
fundamentalmente divers os, obedece a princípi os idênticos àque-
les que regem as as sociações atômicas, na esfera física, demons-
trando a divina unidade de plano do Universo.
Indução mental
Recorrendo ao “cam po” d e E instein, im aginemos a m ente
humana no lug ar da ch ama em ativid ade. As sim com o a in tensi-
dade de influência da chama diminui com a distância do núcleo de
energias em com bustão, dem onstrando f ração cada vez me nor,
sem nunca atingir a zer o, a corrente m ental se espraia, segundo o
mesmo princípio, não obstante a diferença de condições.
Essa corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Es-
pírito com qualidade de indução mental, tanto m aior quanto m ais
amplos se lhe ev idenciem as facu ldades de co ncentração e o teo r
de persistência no rumo dos objetivos que demande.
Tanto quanto, no domínio da energia elétrica, a indução signi-
fica o pr ocesso através do qual um corpo que detenha proprieda-
des eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contac-
to visível, no reino dos podere s m entais a indução exprim e pro-
cesso idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de r epro-
duzir as suas próprias peculi aridades em outr a corrent e ment al
que se l he si ntonize. E tanto na eletricidade quanto no m entalis-
mo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas, enquanto perdu-
re a sustentação do fluxo energético.
Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é
o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria
física, gerando as m otivações de prazer ou desg osto, alegria ou
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dor, otim ismo ou desespero, que não s e red uzem efetivam ente a
abstrações, por repres entarem turb ilhões d e fo rça em que a alm a
cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para
si m esma os agentes (por enquanto imponderáveis na T erra), de
luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.
Formas-pensamentos
Pelos pr incípios me ntais que i nfluenciam em todas as dire-
ções, encontramos a telementação e a r eflexão comandando todos
os fenômenos de associação, desde o acasalamento dos insetos até
a comunhão dos Espíritos Superiores, cujo sistema de aglutinação
nos é, por agora, defeso ao conhecimento.
Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe asseme-
lham, id éia es sa qu e p ara log o s e co rporifica, com in tensidade
correspondente à no ssa insistência em sustentá-la, m antendo-nos,
assim, espontaneam ente em com unicação com todos os que nos
esposem o modo de sentir.
É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório in-
tercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que
se nos m ovimenta o E spírito no mundo das form as-pensamentos,
construções s ubstanciais na e sfera da al ma, que nos li beram o
passo ou no-lo escrav izam, na pauta do bem ou do m al de nossa
escolha. Isso acontece porque, à maneira do hom em que constrói
estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si
mesmo, a m ente de cada um , pela s co rrentes de matéria me ntal
que ex terioriza, elev a-se a g radativa lib ertação no rum o d os p la-
nos s uperiores ou e staciona nos pla nos i nferiores, c omo que m
traça vasto labirinto aos próprios pés.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 43
5
Corrente elétrica e corrente mental
Dínamo espiritual
Ainda mesmo que a Ciência na Terra, por longo tempo, recal-
citre contra as reali dades do Es pírito, é imperioso convir que, no
comando das associações atômicas, sob a pe rquirição do home m,
prevalecem as associações inteligentes de matéria mental.
O Espírito, encarnado ou desencarnado, na essência, pode ser
comparado a um dínamo complexo, em que se verifica a transubs-
tanciação do trabalho psicof ísico em forças m ento-
eletromagnéticas, forças essas que guardam consigo, no laborató-
rio d as célu las em que circu lam e se harm onizam, a propriedade
de agentes emissores e recept ores, conservadores e regeneradores
de energia.
Para q ue no s fa çamos ma is si mplesmente co mpreendidos,
imaginemo-lo como sendo um dínamo gerador, indutor, transfor-
mador e co letor, ao m esmo tem po, com cap acidade d e ass imilar
correntes contínuas de força e exteriorizá-las simultaneamente.
Gerador elétrico
Recordemos que um mo tor se ali menta da corrent e el étrica,
fornecida pelos recursos atômicos do plano material.
E para simples efeito de estudo da transmissão de força medi-
única, em que a matéria mental é substância básica, lembremo-nos
de que a chamada força eletromotriz nasce do agente que a produz
em circuito fechado.
Afirmamos que o gerador elétri co é uma font e de força ele-
tromotriz, entretanto não nos ac hamos à fren te de um a força au-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 44
Gerador mediúnico
Idealizemos o fl uxo de e nergias me nto-eletromagnéticas, ou
fulcro de ondas da entidade comunicante e do médium, como dois
campos distintos, asso ciando valores positivo s e negativos, res-
pectivamente, com uma d iferença de potencial que, em nosso
caso, constitui certa capacidade de junção específica.
Estabelecido um fio condutor de um para o outro que, em
nosso pr oblema, re presenta o pensamento de aceitação ou ade-
são do m édium, a corrente m ental desse ou daquele teor se im -
provisa em reg ime de ação e rea ção, atingindo-se o necessário
equilíbrio entre am bos, anu lando-se, d esde então, a d iferença
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 45
existente, pela integ ração das forças con juntas em clima de afin i-
dade.
Se quiser mos sust entar o c ontinuísmo de sem elhante conju-
gação, é im prescindível con servar entre os dois um gerador de
força, que, na questão em análise, é o pensamento constante de
aceitação ou adesão da personalidade m ediúnica, através do qual
se evidencie, incessante, o fluxo de energias conjugadas entre um
e outro, porquant o a co rrente de forças mentais, destinada à p ro-
dução desse ou daquele fenôm eno ou serviço, circulará no condu-
tor m ediúnico em razão do cam po de energias m ento-
eletromagnéticas existente entre a entidade comunicante e a i ndi-
vidualidade do médium.
Átomos e Espíritos
Para ent endermos co m m ais segurança o problem a da com -
pensação vibra tória na pr odução da corrent e el étrica e ( de out ro
modo) da corrente m ental, lem bremo-nos de que, conform e a lei
de Coulom b, as cargas de sinal contrário ou de for ça ce ntrípeta
atraem-se, contrab alançando-se e ssa at ração com a r epulsão por
elas exp erimentada, ante as carg as de s inal i gual ou de força
centrífuga.
A harm onia eletrom ecânica d o s istema atôm ico se v erifica
toda vez que se encont re neutro ou, mais propriamente, quando as
unidades positivas ou unidades do núcleo são em número idêntico
ao das nega tivas ou aquela s de que s e c onstituem os e létrons,
estabilidade e ssa que de corre do s princípios de gravitação nas
linhas do microcosmo.
Afirma-se, desse m odo, que exis te uma unidade de diferença
de potencial entre do is pontos de um cam po elétrico, quando a
ação ef etuada p ara tran sportar uma unidade de carga (ou 1 cou-
lomb), de um ponto a outro, for igual à unidade de trabalho.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 46
6
Circuito elétrico e circuito mediúnico
Conceito de circuito elétrico
Indica o conc eito de circuito elétrico a ex tensão do condutor
em que se m ovimenta uma co rrente elétrica, s empre qu e se su s-
tente uma diferença de potencial em seus extremos.
O circuito encerra um condutor de ida e outro de volta da cor-
rente, abrangendo o gerador e os aparelhos de utilização, a englo-
barem os s erviços de g eração, transmissão, transfo rmação e dis -
tribuição da energia.
Para a execução de sem elhantes atividades, as máqui nas res-
pectivas guardam cons igo recursos especi ais, em circu itos ele-
mentares, como sejam os de ger ação e manobra, proteção e m edi-
da.
Resistência
Todo circuito elétrico se evidencia por pe culiaridades distin-
tas, chamadas “constantes” ou “parâmetros”, a sab er: resistência,
indutância e capacitância.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 50
Indutância
No circu ito elétrico, in dutância é a pecu liaridade atrav és da
qual a energia é acum ulada no campo magnético provocado pela
corrente, im pedindo-lhe a alte ração, seja por aum ento ou por
diminuição. Em vista da ind utância, qu ando a corren te varia,
aparece n a in timidade do circu ito determ inado acréscimo de
força, opondo-se à m udança, o que faz d essa pro priedade um a
característica semelhante ao resultado da inércia em mecânica. Se
o circuito elétrico em ação sofre abrupta solução de continuidade,
o efeito em es tudo p roduz um a descarga el étrica, cuj as conse-
qüências v ariam com a in tensidade da corrente, de vez que o
circuito, encerrando bobi nas e m otores, caracteriza-se por nature-
za profundamente indutiva, implementos esses que não devem ser
interrompidos de chofre e cujos m ovimentos devem ser reduzidos
devagar, único m odo de frustrar o aparecim ento de correntes
extras, sus cetíveis de d eterminar fecham entos ou rup turas des as-
trosas para os aparelhos de utilização.
Também no circuito m ediúnico verifica-se a mesma propri e-
dade, ante a energia mento-eletromagnética armazenada no campo
da associação mental, entre a entidad e comunicante e o m édium,
provocada pe lo equi líbrio e ntre ambos, obstando po ssíveis varia-
ções. Em virtude de semelhante pri ncípio, se apar ece al guma
alteração na co rrente men tal, su rge nas profundezas da conjuga-
ção mediúnica certo aumento de força, impedindo a variação. Se a
violência interfere cr iando m udanças bruscas, a indutância n o
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 51
Capacitância
No circuito elétrico, capacitância é a peculiaridade mediante a
qual se permite a acumulação da ener gia no campo elétrico, ener-
gia essa que acompanha a pr esença da voltagem, revelando seme-
lhança ao efeito da elasticidade em mecânica.
Os apar atos que guar dam ener gia no cam po eletrostático do
circuito são chamados capacitores ou condensadores.
Um capacitor, por exemplo, acumula energia elétrica, durante
a carga, restituindo-a ao circuito, por ocasião da descarga.
Em i dentidade de cir cunstâncias, no circuito m ediúnico, ca-
pacitância exprime a propriedade pe la qual se verif ica o arm aze-
namento de recursos es pirituais no cir cuito, recursos esses que
correspondem à sintonia psíquica.
Os el ementos suscetí veis de co ndensar essas possib ilidades,
no cam po m agnético da conjunção mediúnica, exp ressam-se n a
capacidade con ceptual e in terpretativa na região m ental do m é-
dium, que acum ulará os valores re cebidos da enti dade que o c o-
manda, devolvendo-a com a possí vel fidelidade ao serviço do
circuito mediúnico na ação do intercâmbio.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 52
7
Analogias de circuitos
Velocidade elétrica
Estudemos a inda al guns pr oblemas pri mários da elet ricidade
para compreendermos com segurança os prob lemas d o in tercâm-
bio mediúnico.
Sabemos que a velocidade na expansão dos impulsos elétricos
é semelhante à da luz, ou 300.000 quilômetros por segundo.
Fácil entender, assim , que se estenderm os um condutor, qual
o fio de cobre, num a extensão de 300.000 quilômetros, e se num a
das extrem idades injetarm os cert a quantidade de elétrons livres,
um segundo após a m esma quantidad e de elétrons liv res v erterá
da extremidade oposta.
Entretanto, devemos considerar que a velocidade dos elétrons
depende dos recursos imanentes da pressão elétrica e da resi stên-
cia elétrica do elem ento condutor, como acontece à velocidade de
uma corrente liquida que depende da pressão aplicada e da re sis-
tência do encanamento.
Continuidade de correntes
Compara-se vul garmente a cir culação da corr ente el étrica
num circuito fechado, na base do gerador e dos re cursos que
encerram a aparelhagem utilizad a, ao cu rso da água em de termi-
nado setor de canalização.
Se sustentarm os um a pressão contínua sobre o m ontante lí-
quido, com o auxílio de um a bom ba, a linha colateral da artéria
circulatória será trasp assada s empre pela m esma quantid ade
d’água, no mesmo espaço de tempo, e se alimentarmos um circui-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 54
Expressões de analogia
Aplicando os conc eitos e xpendidos atrás, aos n ossos estudos
da mediunidade, recordemos a an alogia existente entre os circui-
tos hidráulico, elétrico e mediúnico, nas seguintes expressões:
a) Curso d’água – fluxo elétrico – corrente mediúnica.
b) Pressão hidráulica – diferença de poten cial elétrico, d etermi-
nando harmonia – sintonia psíquica.
c) Obstáculos na intimidade do encanamento – resistência elétrica
do circuito, através dos condutores – in ibições ou desatenções
do médium, dificultando o equilíbrio no circuito mediúnico.
d) Para que o curso d’água apresente pressão hidráulica uniforme,
superando a resi stência de atr ito, é necessário o concurso da
bomba ou a solução do problem a de nível; – para que a corren-
te elétrica s e m antenha com in tensidade invariável, eq uacio-
nando os im positivos da resistên cia elét rica, é i mprescindível
que o gerador assegure a dif erença de pote ncial, nutrindo-se o
movimento de elevada carga de elétrons, conf orme as aplica-
ções da força; – e para que se garanta a com plementação do
circuito m ediúnico, co m a possív el anu lação das d eficiências
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 55
Necessidades da sintonia
Não se veja em nossas assertiv as qualquer tendência à inutili-
zação da vonta de do mé dium, c om e vidente de srespeito à per so-
nalidade humana, inviolável em seu livre arbítrio.
Anotamos sim plesmente as nece ssidades da s intonia, no tra-
balho d as Inteligên cias as sociadas para fins enob recedores, p or-
que, em verdade, os m édiuns trazi dos ao serviço de r eflexão do
Plano Superior, quer nas obras de caridade e esclarecimento, quer
nas de instrução e consolo, precisarão abolir tudo o que lhes cons-
titua preocupações-extras, tanto no que se ref ira à perda de tempo
quanto no que se reporte a intere sses subalt ernos da experi ência
vulgar, sustenta ndo-se, por esforço próp rio e não por exigência
dos Espíritos Benevolentes e Sábios, em clima de responsabilida-
de, alegremente aceita, e de trab alho voluntário, na preservação e
enriquecimento dos ag entes con dutores da sua vida m ental, no
sentido de valorizar a própria cooperação, com fé no bem e segura
disposição ao sacrifício, no serviço a efetuar-se.
Naturalmente, estudamos, no pr esente regi stro, a m ediunida-
de em ação co nstrutiva e não o fenôm eno m ediúnico, suscetível
de ser identificado a cada passo, inclusive nos problemas obscuros
da obsessão.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 56
Detenção de circuitos
Cabe consider ar que as analog ias de circu itos ap resentadas
aqui são confrontos portadores de justas limitações, porquanto, na
realidade, nada existe na cir culação da água que c orresponda ao
efeito magnético da corrente elétrica, como nada existe na corren-
te elétrica que po ssa equ ivaler ao ef eito es piritual do circu ito
mediúnico.
Recorremos às comparações em foco apenas para lembrar aos
nossos companheiros de estudo a im agem de “co rrentes circulan-
tes”, recordando, ainda, que a co rrente líquida, comumente vaga-
rosa, a co rrente elétrica m uito rá pida e a co rrente m ental ultra -
rápida podem ser adaptadas, co ntroladas, aproveitadas ou condu-
zidas, não podendo , e ntretanto, suport ar inde finida ar mazenagem
ou detenção, sob pena de provocarem o aparecim ento de charcos,
explosões e rupturas, respectivamente.
8
Mediunidade e eletromagnetismo
Mediunidade estuante
Aplicando noções de el etricidade ao exame do circu ito medi-
único, será interessante alinhar alguns leves apontamentos.
Na generalidade dos me tais, principalmente no cobre, na pra-
ta, no ouro e no alum ínio, os elétrons livres são facilm ente desta-
cáveis do átom o, m otivo pelo qu al s emelhantes elem entos são
chamados condutores.
Isso acontece em r azão de esse s elé trons li vres ser em dest a-
cáveis ante a apo sição de um a pressão elétrica, de vez que, quan-
do um átom o acusa a deficiência de um e létron, el e de sloca, de
imediato, um elétron do átom o adjacente, estabelecendo-se, desse
modo, a corrente elétrica em certa direção, a expressar-se sem pre
através do m etal, permanecendo, assim, os átom os em posição de
harmonia.
Aqui tem os a im agem das cria turas do tadas d e me diunidade
estuante e espo ntânea, nas qu ais a sensibilidade psíquica se dei xa
traspassar, naturalm ente, pelas irradiações mentais afi ns, recla-
mando educação adequada para o justo aproveitamento dos recur-
sos de que são portadoras.
Corrente elétrica
Para que se faça m ais clareza em nosso tema, é imperioso in-
cluir o m agnetismo, de m odo mais profundo, em nossas observa-
ções de limiar.
Sempre que nos reportamos ao estudo de campos magnéticos,
o ímã é recordado para marco inicial de qualquer anotação.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 58
“Spins” e “domínios”
Geralmente, nas cam adas d o s istema atôm ico, os cham ados
“spins” ou dim inutos vórtices magnéticos, revela ndo nat ureza
positiva ou negativa, se com pensam uns aos outros, m as não em
determinados e lementos, com o se ja o átom o de ferro, no qual
existem quatro “spins ” ou ef eitos m agnéticos desajustados nas
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 59
Ferromagnetismo e mediunidade
Após ligeiros apontamentos sobre circuitos elétricos e efeitos
magnéticos, s urpreendemos no fe rromagnetismo um ponto ex-
pressivo para o estudo da m ediunidade. Perceberemos nas ment es
ajustadas aos im perativos da ex periência humana, mesmo naque-
las de s ensibilidade me diúnica normal, criaturas em que os
“spins” ou e feitos magnéticos da atividade espiritual se evidenci-
am necess ariamente h armonizados, pres idindo a form ação do s
“domínios” ou ím ãs diminutos do mundo íntimo e m processo d e
integração, através do qual o campo magnético se mostra entrosa-
do às em oções com uns, ao passo que, nas organiza ções m entais
em que os “spins” ou efeitos magnéticos do pensamento apareçam
descontrabalançados, as propriedades magnéticas patenteiam teor
avançado, tanto m aior quanto m ais vasta a descom pensação,
plasmando condições mediúnicas variáveis por exigirem o auxílio
de correntes de força qu e lhes ofereçam o necessário equilíbrio, o
que ocorre tanto com as grandes almas que aceitam ministérios de
abnegação e r enúncia em pl anos inferiores, aí perm anecendo em
posição de desnível, como t ambém c om as a lmas me nos e nobre-
cidas, embora em outro sentido, segregadas em aflitivo desajuste
nas reencarnações r eparadoras por se h averem onerado perante a
Lei.
Vemos, pois, que as m entes integralmente afinadas com a es-
fera f ísica possuem cam po m agnético reduzido, ao passo qu e
aquelas situadas em condições anômalas guardam consigo cam po
magnético mais vasto, com possibilidades de am pliação, seja nas
atividades que se relacionam com o exercício do bem ou naquelas
que se reportam à prática do mal.
“Descompensação vibratória”
Sem obstáculo, reconh ecemos que a m ediunidade ou capaci-
dade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as criatu-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 62
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Cérebro e energia
Geradores e motores
Na produção de corrente contínua em eletricidade, possuímos
geradores e mot ores, capazes de criar força eletromotriz e forne-
cer corrente, no qu e respeita aos geradores, ou de ceder potência
determinada, no que tange aos motores.
Nas m áquinas destinad as a se melhantes s erviços, en contra-
mos os enrolam entos em tam bor, que podem ser im bricados ou
ondulados, com particularidades técnicas variadas.
Anotando a m ultiplicidade dos ap arelhos dessa espécie, lem-
bremo-nos de que os ge radores, em sua mai oria, são sempre auto-
excitados.
E para co nsolidar imagens comparativas, preciosas no assun-
to, perm itimo-nos repetir as figu rações já f eitas, em cap ítulos
anteriores, em torno da atenção e d a desatenção, para f ixar com
mais segurança o nosso estudo, acerca da cria ção da energia men-
tal e expansão respectiva
Gerador “shunt”
Observemos um gerador “shunt”, em que o fenôm eno da cor-
rente elétrica é mais acessível ao nosso exame.
Imaginando-se-lhe o in terruptor ab erto, qu ando o i nduzido
começa a girar, repararemos que aí se pl asma pequena for ça ele-
tromotriz, em vista da formação de magnetismo residual.
Essa força, no entant o, não patrocina qualquer corrente circu-
lante no campo.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 64
Gerador do cérebro
Com algum a analo gia, encon tramos no cérebro um gerador
auto-excitado, acrescid o em sua contextura ín tima de av ançados
implementos p ara a geração, ex citação, transform ação, indução,
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 65
Corrente do pensamento
Sendo o pensamento força sutil e inexaurível do Espírito, po-
demos categorizá-lo, assim , à cont a de co rrente v iva e ex teriori-
zante, com facu ldades de auto-ex citação e autoplasticização ini-
magináveis.
À feição do gerador “shunt”, se a m ente jaz des atenciosa,
como que m antendo o cé rebro em c ircuito a berto, forma -se, no
mundo intracraniano, re duzida f orça m entocriativa que não de-
termina qualquer corrente circulante no campo individual: mas, se
a m ente es tá con centrada, fazen do co nvergir sob re s i m esma as
próprias osc ilações, a for ça me ntocriativa ge rada pr oduz uma
corrente no cam po d a perso nalidade q ue, a s eu tu rno, p rovoca a
formação de energia mental de sentido análogo àque le em que se
exprime o m agnetismo de resíduo, dilatando o fluxo até que a
força alud ida atin ja o s eu valo r máximo, de acor do c om a re sis-
tência do campo a que nos referimos.
Surpreendemos, nessa fase, o mesmo fenôm eno de elevação
da voltagem no gerador elétrico, porquanto, no cosmo fisiopsicos-
somático, a corrente mentocriativa se alteia até o ponto de satura-
ção, do qual se alonga, com m enor expressão de potencial, no
rumo dos objetivos a que se afeiçoe, conforme a linha do desejo.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 67
10
Fluxo mental
Partícula elétrica
Por anotações ligeiras, em torno da Microfísica, sabem os que
toda partícula se desloca, gerando onda característica naturalmen-
te formada pelas vibrações do campo elétrico, relacionadas com o
número atômico dos elementos.
Em conjugando os processos termoelétricos e o cam po mag-
nético, a C iência pode medir com exatidão a carga e a m assa dos
elétrons, dem onstrando que a en ergia s e d ifunde, atrav és de m o-
vimento sim ultâneo, em part ículas i nfra-atômicas e pul sações
eletromagnéticas correspondentes.
Informamo-nos, ainda, de que a ci rculação da cor rente elétri-
ca num condutor é inva riavelmente seguida do nascim ento d e
calor, form ação de um cam po m agnético ao redo r d o c ondutor,
produção de luz e ação química.
Deve-se o aparecim ento do calor às con stantes co lisões d os
elétrons li vres, e spontaneamente i mpelidos a s e move rem a o
longo do condutor, a ssociando a velocidade de transf erência ou
deslocamento à velo cidade p rópria, no que tange à tran slação
sobre si m esmos, o que determ ina a agitação dos átom os e das
moléculas, provocando aquecimento.
A con stituição de um cam po m agnético, ao re dor do condu-
tor, é in duzida pelo m ovimento das co rrentes co rpusculares a
criarem forças ondulatórias de imanização. A pr odução de luz
decorre da corrente elétrica do condutor. E a a ção química resulta
de cir culação da corr ente el étrica, através de det erminadas sol u-
ções.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 69
Partícula mental
Em i dentidade de ci rcunstâncias, a pesar da di versidade dos
processos, toda partícula da co rrente mental, nascida das emoções
e desejos recônditos do Espírito, através do s fenômenos íntimos e
profundos da consci ência, cuja estrutura ain da não con seguimos
abordar, se desloca, produzindo irradiações eletromagnéticas, cuja
freqüência varia conform e os estados m entais do em issor, qua l
acontece na ch ama, cu jos fó tons arremessados em todas as dire-
ções são constituídos por grânulos de força cujo poder se revela
mais ou m enos intenso, segundo a freqüência da onda em que se
expressam.
da iner vação somáti ca a se con stituírem pelo arco ref lexo esp i-
nhal, bem como pelos centros e vias de coordenação superiores.
E, assim, percorre o arco reflexo visceral, vibrando:
1) nas fibras aferentes, cuja tessitura celular pe rmanece nos gâ n-
glios das raízes dorsais e dos nervos cranianos corr esponden-
tes;
2) nas fib ras con ectoras m ielínicas que se origin am na co luna
intermédio-lateral;
3) nas fibras motoras originadas nos neurônios ganglionares e que
terminam nos efetores ou fibras pós-ganglionares.
Acima do nível espinhal, vibra, ainda:
1) na i ntegração pont obulbar e m que s e hi erarquizam re flexos
importantes, como sejam os da pressão arterial;
2) no conjunto talâmico e hipotalâmico. em que se m ecanizam os
reflexos do Espírito;
3) na composição cortical.
A corrente m ental, segundo anotam os, vita liza, particular-
mente, todos os centro s da a lma e, c onseqüentemente, t odos os
núcleos endócrinos e junturas plexiformes da usina física, em cuja
urdidura dispõe o Espírito de recursos para os serviços da emissão
e recepção, ou exterior ização dos próprios pensam entos e assim i-
lação dos pensamentos alheios.
Campo da aura
Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das sinergias
funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicos-
somático, a alm a en carnada ou de sencarnada e stá e nvolvida na
própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitu-
ra circulam as irradiações que lhe são peculiares.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 72
11
Onda mental
Onda hertziana
Examinando sumariamente as forças corpu sculares de que se
constituem todas as co rrentes atômicas do P lano Físico, podemos
compreender, s em dificuld ade, no pen samento ou rad iação m en-
tal, a substância de todos os fenômenos do espírito, a expressar-se
por ondas de múltiplas freqüências.
Valendo-nos de i déia impe rfeita, pode mos c ompará-lo, de i -
nício, à onda hertziana, tomando o cérebro como sendo um apare-
lho emissor e receptor ao mesmo tempo.
Pensamento e televisão
Recorrendo, ainda, a recursos igualmente incompletos, recor-
demos a televisão, cujo s ser viços se ver ificam à base de podero-
sos feixes eletrônicos devidamente controlados.
Nos transmissores dessa espécie, é imperioso conjugar a apa-
relhagem neces sária à cap tação, transformação, irradiação e re-
cepção dos sons e das imagens de modo simultâneo.
De igual maneira, até certo ponto, o pens amento, a fo rmular-
se em ondas, age de cérebro a cé rebro, quanto a corrente de elé-
trons, de transmissor a receptor, em televisão.
Não desconhecemos que todo E spírito é fulcro gerador de vi-
da onde se encontre.
E toda espécie de vida começa no impulso mental.
Sempre que pensam os, expressando o cam po íntimo na idea-
ção e na p alavra, na atitu de e n o exem plo, criam os form as-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 74
Células e peças
Com muito mais primor de o rganização, o cére bro ou cabine
de manifestação do Espírito, tanto quanto possamos conhecer-nos,
do ponto de vista da estrutura m ental, em nossa presente condição
evolutiva, pos sui na s c élulas e implementos que o serv em apare-
lhagens correspondentes às peças empregadas em televisão para a
emissão e recepção da s correntes elet rônicas, exteriorizando as
ondas que lhe são car acterísticas, a transportarem consigo estímu-
los, imagens, vozes, cores, palavras e sinais múltiplos, através de
vias aferentes e eferentes, nas faixas de sintonia natural.
As vál vulas, câ maras, a ntenas e tubo s d estinados à em issão
dos elétrons, ao controle dos el étrons em itidos, à form ação dos
feixes corpusculares e respectiva deflexão vertical e horizontal e a
operações outras para que o m osaico ou espe lho elétri co for neça
os sinais de vídeo, eq uivalentes à m etamorfose d a cena em cor-
rente elétrica, e para que a tela f luorescente converta de novo os
sinais de vídeo na pr ópria cena ó ptica, a ex primir-se nos quadros
televisionados, – c onfiguram-se, adm iravelmente, nos recursos
sensíveis d o céreb ro, s istema ne rvoso, pl exos e glândulas endó-
crinas, enriquecidos de outro s elem entos sen soriais no veículo
físico e psicossomático, cabendo-nos, ainda, acentuar que a nossa
comparação peca dem asiado pela pobreza conceptual, porquanto,
em televisão, na atualidade, há conjuntos distintos para emissão e
recepção, quando o Espí rito, na engrenagem individual do cére-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 76
bro, con ta com recu rsos av ançados par a serviç os de emi ssão e
recepção simultâneos.
Alavanca da vontade
Reconhecemos que toda criatura dispõe de oscilações mentais
próprias, pelas quais entra em combinação espontânea com a onda
de outras criaturas desencarnadas ou encarnadas que se lhe afinem
com as inclinações e desejos, atitudes e obras, no quimismo inelu-
tável do pensamento.
Compreendendo-se que toda pa rtícula d e m atéria em m ovi-
mentação se caracteriza por impulso inconfundível, fácil ser-nos-á
observar que cada E spírito, pel o pode r vi bratório de que seja
dotado, im primirá aos se us re cursos m entais o ti po de onda ou
fluxo energético que lhe def ine a personalidade, a evidenci ar-se
nas faixas superiores da vida, na proporção das grandezas morais,
do ponto de vista de amor e sabedoria, que já tenha acumulado em
si mesmo.
E para manejar as co rrentes mentais, em serviço de projeção
das próprias energias e de assimilação das energias alheias, dispõe
a alm a, em s i, da alav anca da vonta de, por e la vagarosam ente
construída em milênios e milênios de trabalho automatizante.
A princípio, adstrita aos círculos angustos do p rimitivismo, a
vontade, agarrada ao in stinto d e p reservação, f az do Espírito um
inveterado monomaníaco do prazer inferior.
Avançando pelo terreno inicial da experiên cia, aparece o h o-
mem qual molusco inteligente, sempre disposto a fechar o circuito
das próprias oscilações mentais sobre si mesmo, em monoideísmo
intermitente.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 77
Vontade e aperfeiçoamento
A memória e a imaginação, ainda curtas, limitam a volição do
homem a sim ples tendência que, no fundo, é as pecto primário da
faculdade de decidir.
Ele mesmo opera a retração da onda m ental que o personali-
za, repelindo as vibrações que o inclinem ao burilam ento sempre
difícil e à expansão sempre laboriosa, para deter-se no reino afeti-
vo das vibrações que o atraem, onde encontra os mesmos tipos de
onda dos que se lhe assemelham, capazes de entre ter-lhe a egola-
tria, no gregarismo da s longas simbioses em repetidas reencarna-
ções de aprendizagem.
A civilização, porém, chega sempre.
O progresso impõe nov os métodos e a do r estilhaça envoltó-
rios.
As m odificações da es colha acompan ham a ascens ão d o co -
nhecimento.
A vontade de prazer e a vontade de dom ínio, no curso de lar-
gos sécu los, co nvertem-se em p razer de aper feiçoar e ser vir,
acompanhados de autodomínio.
Ciclotron da vontade
Arremessa a criatu ra, naturalmente, a própria onda m ental na
direção dos Es píritos que pe netraram m ais am plos horizontes da
evolução.
Alcançando semelhante estágio de consciência, a vontade, no
campo do Espírito, desempenha o papel do ciclotron no mundo da
Química, b ombardeando au tomaticamente os prin cípios m entais
que se lhe contraponha m aos im pulsos. E é, ainda, com essa f a-
culdade d eterminante q ue ela p reside as ju nções de onda, junto
àquelas que s e proponha assimilar, no pl ano das sintonias, de vez
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 78
12
Reflexo condicionado
Importância da reflexão
Entendendo-se q ue to da m ente v ibra na ond a de es tímulos e
pensamentos em que s e id entifica, facilm ente pe rceberemos qu e
cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de forças
mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os
recursos e valores que acumula em si próprio.
Daí nasce a im portância d a ref lexão em tod os os seto res da
vida.
É que, gerando força criativa incessante em nós, assimilamos,
por impulso espontâneo, as co rrentes mentais que se harm onizem
com o nosso tipo de onda, im pondo às mentes simpáticas o fruto
de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja caracte-
rístico, em ação que independe da distância espacial, sempre que a
simpatia esteja estabelecida e, com mais objetividade e eficiência,
quando o serviço de tro ca mental se evidencie assegurado consci-
entemente.
Tipos de reflexos
Vale a p ena reco rdar o con hecimento do s r eflexos condicio-
nados, em evolução na escola instituída por Pavlov.
Esse campo de experiências traz a estudo os reflexos congêni-
tos ou incondicionados, quais os cham ados protetores, alim enta-
res, posturais e sexuais , detentores de vias nervosas próprias,
como que hauridos da espécie, seguros e estáveis, sem necessida-
de do córtex, e os ref lexos adquiridos ou condicio nados, que não
surgem es pontaneamente, m as s im conquistados pe lo indivíduo,
no curso da existência.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 80
Experiência de Pavlov
Lembremo-nos de que Pavlov, em uma de suas experiências,
separou alguns cães do convívio m aterno, desde o nascim ento,
sujeitando-os ao aleitamento artificial. Como é lógico, revelaram
naturalmente os reflexo s co ngênitos, quais o pate lar e o c órneo-
palpebral, mas, quando lhes foi mostrada a carne, tanto aos olhos
quanto ao olfato, não se gregaram saliva, não ob stante à frente do
alimento tradicion al da esp écie, dem onstrando a esperada secre-
ção apenas quando a carne lhes foi colocada na boca.
Desde então, os animais se ha bituaram a form ar a m enciona-
da secreção, sem pre que o ref erido alimento lhes fosse apresenta-
do à vista ou ao olfato.
Observemos que o estímulo provocou um reflexo condiciona-
do, com o que em regim e de enxe rtia sobre o reflexo congênito
desencadeado pelo alimento introduzido na boca.
Reflexos psíquicos
Os pr incípios de r eflexão po dem ser ap licados ao s ref lexos
psíquicos.
Compreenderemos, desse m odo, qu e o ato de alim entar-se é
um hábito estratificado na pers onalidade do c ão, e m proc esso
evolucionista, atr avés de re encarnações múltiplas, e qu e o ato d e
preferir carne, m esmo em se trat ando de alim ento ancestral da
espécie a q ue s e entros a, é um há bito qu e ele adq uire, fo rmando
impressões novas sobre um campo de sensações já consolidadas.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 81
Agentes de indução
Temos plenamente evidenciada a auto -sugestão, encorajando
essa ou aquela ligaçã o, esse ou aquele hábito, dem onstrando a
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 82
Uso do discernimento
A li berdade de escolha, na paut a da s Lei s Divi nas, é cla ra e
incontestável nos processos da consciência.
Ainda mesmo em regime de prisão absoluta, do ponto de vis-
ta físico, o homem, no pensamento, é livre para eleger o bem ou o
mal para as rotas do Espírito.
O discernimento deve ser, assim, usado por nós outros à fei-
ção de leme que a razão não pode esquecer à matroca, de vez que
se a v ida física está cercad a de correntes eletrônicas por todos os
lados, a v ida esp iritual, d a m esma so rte, jaz im ersa em largo
oceano de c orrentes me ntais e, dentro delas, é imprescindível
saibamos p rocurar a co mpanhia d os espír itos nobr es, capazes de
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 83
13
Fenômeno hipnótico indiscriminado
Hipnotismo vulgar
No ex ame dos su cessos devidos ao refle xo condicionado, é
importante nos detenh amos, por alguns inst antes, no hi pnotismo
vulgar.
Há quem diga que o ato de hipnotizar se filia à ciência de atu-
ar sobre o espírito alheio e, para que a impressão provocada nesse
sentido se fa ça dura doura e pr ofunda, é im perioso se não desen-
volva m aior intim idade en tre o m agnetizador e a p essoa qu e lhe
serve d e in strumento, porquanto a facu ldade de hipnotizar, para
persistir em alguém, reclama dos outros obediência e respeito.
Reparemos o fenôm eno hipnótic o em sua feição m ais s im-
ples, a ev idenciar-se, m uita vez, em e spetáculos públ icos me nos
edificantes.
O operador pede silênc io e, para observa r qu ais as pess oas
mais suscetíveis de receber-lhe a influenciação, roga que todos os
presentes fixem determinado objeto ou local, proibindo perturba-
ção e gracejo.
Anotamos aqui a operação inicial do “circuito fechado”.
Exteriorizando-se em mais rigoroso regime de ação e reação
sobre s i m esma, a co rrente m ental do s assisten tes cap azes de
entrar em sintonia com o toqu e de indução do hi pnotizador passa
a abs orver-lhe os ag entes mentais, pred ispondo-se a ex ecutar-lhe
as ordens.
Semelhantes p essoas n ão pr ecisarão e star ab solutamente c o-
ladas à região espacial em que se encontra a vontade que as mag-
netiza. Podem estar até m esmo muito distanciadas, sofrendo-lhe a
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 85
Graus de passividade
Induzidos pelo impacto de comando do hipnotizador, os hip-
notizados produzem oscilações mentais com freqüência peculiar a
cada um , o scilações es sas qu e, p artindo deles , en tram autom ati-
camente em relação com a onda de forças positivas do magnetiza-
dor, voltando a eles próprios com a sugestão que l hes é desfecha-
da, estabelecendo para si m esmos o cam po alucinatório em que
lhe responderão aos apelos.
Cada instrum ento, nesse passo, após dem onstrar obediência
característica, revelar-se-á em determinado grau de passividade.
A maioria estará em posição de hipnose vulgar, alguns cairão
em letargia e alguns raros em catalepsia ou sonambulismo.
Nos dois primeiros casos (isto é, na hipnose e na letargia), as
pessoas apassivadas, à frente do magnetizador, terão libertado, em
condições anômalas, certa classe de aglutininas mentais que facul-
tam o sono comum, obscurecendo os núcleos de controle do Espí-
rito, nos diver sos de partamentos ce rebrais. Alé m di sso, corr ela-
cionam-se com a onda-m otor da vo ntade a que se sujeitam, subs-
tancializando, na c onduta que l hes é im posta, os quadros que s e
lhes apresentem.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 86
Aula de violino
Na mesma ordem de fenôm enos, o hipnotizador sugerirá aos
mesmos pas sivos, e m s ono pr ovocado, que se e ncontram numa
aula de música e que lhes cabe o dever de ensaiarem ao violino.
A mente de cada um despedirá ondas de acordo com a ordem
recebida, criando a forma-pensamento respectiva.
Em poucos segundos, sob o cont role do m agnetizador, tê-la-
ão plasmado com tanto realismo quanto lhes seja possível.
Os mais achegados ao culto do referido i nstrumento assumi -
rão atitude consentâne a com o estudo m entalizado, conjugando
movimentos harm oniosos, com a di gnidade de um concertista,
enquanto os a dventícios da mús ica exibi rão ge stos grot escos,
manobrando a form a-pensamento m encionada quais se f ossem
crianças injuriando a arte musical.
Em todos os estado s anômalos a que nos referim os, os sujets
governados dem onstrarão certo gr au de pa ssividade. Da hipnos e
semiconsciente ao sonambul ismo profundo, num erosas po sições
se evidenciam.
Hipnose e telementação
Em determinados estágios da ocorrência hipnótica, verifica-se
o desprendim ento parcial da pers onalidade, com o deslocament o
de centros sensoriais.
Ainda aí, porém , o hipnotizado , no ce ntro da s ir radiações
mentais qu e lhe são p róprias, permanece co ntrolado p ela ond a
positiva da vontade a que se submete.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 88
Sugestão e afinidade
Estabelecida a s ugestão ma is profunda, o hipnotizador pode
traçar ao sujet, com ple no êxit o, es sa ou aqu ela incum bência de
somenos importância, pa ra ser executada após desperte do sono
provocado, seja of erecer um lá pis ou um copo d’água a certa
pessoa, s ugestão e ssa que por se u caráter ele mentar é ab sorvida
pela onda m ental do passivo, em seu m ovimento de ref luxo, in-
corporando-se-lhe, au tomaticamente, ao cen tro da aten ção, par a
que a vontade lhe dê curso no instante preciso.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 89
14
Reflexo condicionado específico
Pródromos da hipnose
Após observarmos o fenôm eno do hipnotismo num espetácu-
lo p úblico, im aginemos qu e o m agnetizador seja um hom em
digno de respeito, capaz de nutrir a confiança popular.
Suponhamos seja ele procurad o por um cidadão qualquer,
portador de doença nervosa, desejoso de tratar-se pela hipnose.
O e nfermo t ê-lo-á vi sto na e xibição a que nos ref erimos ou
dela terá recebido exato noticiário e, por isso mesmo, buscar-lhe-á
o concurso, fortemente decidido a aceitar-lhe a orientação.17
O hipnotizador, de imediato, adquire conhecimento da atitude
simpática do visitante e acolhe-o com manifesto carinho.
Toma-lhe a m ão, entrando de im ediato na aura ou halo de
forças do paciente, endereçando-lhe algumas inquirições.
Nesse toq ue dire to, ino cula-lhe vasta co rrente revitalizadora,
em lhe falando de bom ânimo e es perança, e o doente se lhe ren-
de, satisfeito, aos apelos silenciosos de relaxamento da tensão que
o castiga.
17
A utilizaçã o dos fe nômenos hipnóticos serve , neste livro, s imples-
mente para e xplicar os mecanismos da mediunidade, e não para induzir
os companheiros do Espiritismo a praticá-los em suas tarefas, porquanto
o nosso objetivo primordial é o ser viço da D outrina Espírita que deve-
mos tomar por disciplinadora de todos os fe nômenos que nos rodeiam,
na esfera da s ocorrênc ias mediúnicas, a beneficio de nossa própria
melhoria moral. (Nota do Autor espiritual.)
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 91
18
Para mais claro entendimento do assunto, indicamos ao leitor a relei-
tura do ca pitulo 2 º do li vro “Miss ionários da Luz” , d o m esmo Autor
espiritual, re cebido pe lo médium Fr ancisco Câ ndido Xavier. (Nota da
Editora.)
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 92
Mecanismo da Hipnoterapia
Enquanto adormecido, a própria onda m ental do paciente, em
movimento renovador e guardando consigo as sugestões benéficas
recebidas, at ua sobr e as cél ulas do veíc ulo fis iopsicossomático,
anulando, tanto quanto possível, as in ibições f uncionais e xisten-
tes.
Como se observa, o agente p ositivo atua como fator desenca-
deante da recuperação, que pass a a ser ef etuada pelo próprio
paciente, em todos os casos de hipnoterapia ou reflexoterapia.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 93
Auto-magnetização
Ainda há que apreciar uma ocorrência importante.
Se o hipnotizador não mais tem contacto com o passivo e se o
passivo prossegue intere ssado no progresso de suas conquist as
espirituais, es te con segue, à cu sta de esforço, por interm édio da
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 95
15
Cargas elétricas e cargas mentais
Experiência vulgar
Para ex aminar as ocorrência s do fenôm eno m ediúnico indis-
criminado, referimo-nos linhas antes19, ao fenôm eno hipnótico de
ordem popular, em que hipnotizadores e hi pnotizados, sem qual-
quer recurso de sublimação do espírito, se entregam ao serviço de
permuta dos agentes mentais.
Contudo, para gravar as linhas básicas de n osso estudo, re-
cordemos a pro pagação indeterminada dos el étrons nas fai xas da
Natureza.
De sem elhante propagação, qu alquer pessoa pode r etirar a
prova ev idente com vários o bjetos com o, por exem plo, com a
experiência cl ássica da caneta-t inteiro qu e, f riccionada com um
pano de lã, nos deixa perceber que as bolhas de ar existentes entre
as fibras do pano fornecem os elét rons liv res a elas ag regados,
elétrons que se acum ulam na can eta mencionada, por suas quali-
dades dielétricas ou isolantes.
Efetuada a operação, elem entos leves, port adores de cargas
elétricas positivas ou, mais exatamente, muito pobres de elétrons,
como sejam pequeninos fragmentos de papel, serão atraídos pela
caneta, então negativamente carregada.
Máquina eletrostática
Na máquina eletrostática ou i ndutora, utilizada nas experiên-
cias p rimárias d e eletricidade, a ação se v erifica sem elhante à
experiência da caneta-tinteiro.
19
Capítulo 13º.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 97
16
Fenômeno magnético da vida humana
Hipnose de palco e hipnose natural
Analisando a ocorrência mediúnica, na base do reflexo condi-
cionado, assinalemos mais alguns aspectos de semelhante estudo,
na esfera do cotidiano.
Assistindo ao fenôm eno hipnó tico indiscrim inado, nas de-
monstrações públi cas, pr esenciamos algu ém se nhoreando o psi-
quismo de diversas pessoas, por alguns minutos; mas, na exp eri-
ência diária, vem os o m esmo fe nômeno em nossas relações, uns
com os outros.
Na exibição popular, o m agnetizador pratica a hipnose que se
hierarquiza por muitos graus de passividade nos hipnotizados.
Na vida com um, todos prati camos espontaneamente a s uges-
tão, em que a obediência maquinal se gradua, em cada um de nós,
através de vários graus de rendição à influência alheia.
Tal situação começa no berço.
Perseverança no bem
É i mprescindível recor dar o impositivo da perseverança no
bem.
O c omprazimento nessa ou naquel a es pécie de atitude ou
companhia, leitu ra ou conv ersação menos ed ificantes, es tabelece
em nós o reflexo cond icionado p elo q ual in conscientemente nos
voltamos para as correntes invisíveis que representam.
É desse modo que formamos hábitos indesejáveis pelos quais
nos fazemos pasto de entidades vampirizantes, acabando na feição
de arcabouços vivos para moléstias fantasmas.
Pensando ou conversando consta ntemente so bre ag entes en-
fermiços, quais sejam a acus ação indébita e a criti ca destrutiva, o
deboche e a crueldade, incorporamos de imediato, a influência das
criaturas encarnadas e des encarnadas que os alimentam, porque o
ato de voltar a sem elhantes tem as, c ontrários aos pr incípios que
ajudam a vida e a regen eram, se transforma em ref lexo condicio-
nado de caráter doen tio, autom atizando-nos a capaci dade d e
transmitir tais agentes mórbidos, responsáveis por largo acervo de
enfermidade e desequilíbrio.
17
Efeitos físicos
Simbioses espirituais
Compreendendo-se que t oda cr iatura se m ovimenta no seio
das em anações qu e lh e são p eculiares, intuitivamente percebere-
mos os processos sim bióticos, dentro dos quais se efetua a i nflu-
enciação das Inteligências desencarnadas que tomam alguém para
instrumento de suas manifestações
Muitas vezes, essa ou aquela i ndividualidade, ao re encarnar,
traz nos pr óprios pa ssos a c ompanhia i nvisível de ssa ou daquela
entidade com a qua l se mostre mais inte nsamente associ ada em
tarefas e dívidas diferentes.
Harmonizadas na mesma onda mental, é possível sentir-lhes a
integração, qual se fossem hipnotizador e hipnotizado, em proces-
so de ajustamento.
Se a person alidade en carnada acu sa pos sibilidades d e larga
desarticulação das próp rias forças aním icas, encon tramos aí a
mediunidade d e efeitos fís icos, su scetível de ex teriorizar-se em
graus diversos.
Eis po rque c omumente s omos d efrontados na Terra por jo-
vens m al saídos da prim eira infâ ncia, servindo de medianei ros a
desencarnados m enos esclarecidos que com eles s e af inam, na
produção dos fenôme nos físi cos de espéci e inferi or, como sejam
batidas, sinais, deslocamentos e vozes de feição espetacular.
É certo que semel hantes evi dências do pla no e xtrafísico s e
devam, de modo geral, a entidades de pouca evolução, porquanto,
imanizadas aos médiuns naturais a que se condicionam, entremos-
tram-se entre o s hom ens, à m aneira de ca prichosas cr ianças, e m
afetos e desafetos de sgovernados, bastando, às vezes, s imples
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 109
Médium teleguiado
Imaginemos que persista na individualidade encarnada a fácil
desassociação das forças aní micas. Nesse caso, tem o-la habilitada
ao fornecimento do ectoplasma ou plasma exteriorizado de que se
valem a s Int eligências de sencarnadas para a produção dos fenô-
menos físicos que lhes denota a sobrevivência.
Chegada a es se p onto, se a cria tura de seja c ooperar na obra
do esclarecimento humano, recebe do Plano Espiritual um guarda
vigilante – mais comumente chamado “o guia”, se gundo a apreci-
ação terrestre –, guarda es se, porém, que, diante da esf era extrafí-
sica tem as funçõ es de um zelador ou de um mordomo responsá-
vel pelas ener gias do medi aneiro, sem pre de posição evolutiv a
semelhante.
Ambos passam a form ar um circuito de for ças, s ob a s vi stas
de Instrut ores da Vi da Maior, que os m obilizam a serviço da
beneficência e da edu cação, em muitas cir cunstâncias com pl eno
desdobramento do corpo espiritual do médium, que passa a agir à
feição de uma Inteligência teleguiada.
Daí nasce a possibilidade da co nstituição dos círculos de es-
tudo das oc orrências de ma terialização, com os fenôm enos de
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 110
Dificuldades do intercâmbio
Não podemos esquecer que o campo de oscilações mentais do
médium – envoltório natural e irremovível que lhe pulsa do espíri-
to – é o filtro de todas as operações nos fenômenos físicos.
Incorporam-se-lhe ao dinamismo psíquico os contingentes ec-
toplásmicos dos assistentes, aliados a recursos outros da Natureza;
mas, ainda aí, os elementos essenciais pertencem ao médium que,
consciente ou inconscient emente, pode interferir nas m anifesta-
ções.
A exteriorização dos princípios anímicos nada tem a ver, em
absoluto, com o aperfeiçoamento moral.
Cumpre des tacar, as sim, as d ificuldades p ara a m anutenção
de largo intercâmbio dilatado e seguro, nesse terreno.
Basta leve modificação de propósito na personalidade media-
nímica, seja em m atéria de in teresse econôm ico ou de conduta
afetiva, para que se lhe alterem os raios mentais. Verificada seme-
lhante metamorfose, esboçam-se-lhe, na aura ou fulcro energético,
formas-pensamentos, por vez es em compl eto de sacordo com o
programa traçado no P lano S uperior, ao m esmo tem po que peri-
gos consi deráveis assoma m na esfera do serv iço a fazer, de v ez
que a transform ação das ondas m ediúnicas imprime novo rum o à
força exteriorizada, que, desse modo, em certas ocasiões, pode ser
manuseada por entidades desencarnadas, positivamente inferiores,
famintas de sensações do campo físico.
Em tais sucessos, pe rturbações vari adas podem ocorrer, de-
sencorajando experiências magnificamente encetadas.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 111
Médiuns e assistentes
Todavia, é imperioso anotar que não somente o fulcro m ental
do médium intervém nas atividades em grupo.
Cada as sistente aí com parece com as os cilações q ue lh e s ão
peculiares, t angenciando a esfera m ediúnica em ação, e, se os
pensamentos com que interf ere nesse cam po diferem dos objeti-
vos traçados, com facili dade se erige, ig ualmente, em fator alter-
nante, por insinuar-se, de m odo indesejável, nos agentes de com -
posição da obra espe rada, im pondo desequilí brio a o conj unto,
qual acontece ao instrumento desafinado numa orquestra comum.
Disso decorrem os em baraços graves para o co ntinuísmo efi-
ciente dos agrupamentos que se formam, na Terra, para as chama-
das tarefas de materialização.
Se as en tidades espirituais sensatas e nob res estão dependen-
tes da faixa de ondas mentais do médium, para a condução correta
das forças ectoplasmáticas dele exteriorizadas, o médium depende
também da influência elevada dos circunstantes, para sustentar-se
na harmonia ideal.
É por isso que, se o m edianeiro tem o espírito parcialmente
desviado da me ta a ser atingida, sem dificuldade se rende, invigi-
lante, às so licitações dos acompanhantes encarn ados, quase sem -
pre i mperfeitamente habili tados pa ra os com etimentos em vista,
surgindo, então, as fraudes inconscientes, ao lado de perturbações
outras d e q ue s e queix am, aliás in consideradamente, o s m etapsi-
quistas, pois lidando com agen tes mentais, lon ge aind a de serem
classificados e catalog ados em sua natureza, não podem aguardar
equações imediatas como se lidassem com simples números.
tante, até certo po nto, servirem apen as com o índ ice de pod er
mental ou de sim ples inform ações s em ma ior p roveito pa ra a
Humanidade, tal o m ecanismo co mpreensivelmente fech ado em
que se encerram.
A ciência humana, porém, caminha na direção do porvir.
A nós, os Espíritos desencarnados, interessa, no plano extrafí-
sico, m ais am pla su blimação, para qu e façam os ajus tamento d e
determinados pr incípios me ntais, com r espeito à execução de
tarefas específicas.
E aos en carnados interessa a ex istência em plano moral mais
alto para qu e def inam, com exatid ão e p ropriedade, a su bstância
ectoplasmática, analis ando-lhe os com ponentes e protegendo-lhe
as manifestações, de modo a oferecerem às Inteligências S uperio-
res m ais seguros cabe dais de tr abalho, e quacionando-se, com os
homens e para os homens, a prova inconteste da imortalidade.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 114
18
Efeitos intelectuais
Nas ocorrências cotidianas
No estudo da m ediunidade d e efeitos in telectuais, pod emos
invocar as oc orrências coti dianas par a il ustrar a noss a c onceitua-
ção de maneira simples.
Basta exam inar o hábito, com o cristalização do ref lexo con-
dicionado específico, pa ra encon trá-la, a cada ins tante, n os p ró-
prios encarnados entre si.
Tomemos o hom em moderno buscando o jornal da manhã, e
vê-lo-emos procurando o setor do noticiário com que m ais sinto-
nize.
Se os ne gócios ma teriais l he definem o cam po de interesses
imediatos, assimilará, automaticamente, todos os as suntos comer-
ciais, em itindo oscilações cond icionadas aos pregões e avisos
divulgados.
Formará, então, largos racioc ínios sobre o m elhor m odo de
amealhar o s lu cros po ssíveis e, se o co metimento d emanda a
cooperação de alguém , buscá-lo-á, incontinenti, na pessoa de um
parente ou afeiçoado que lhe partilhe as visões da vida.
O sócio potencial de aventura ou vir-lhe-á as alegações e, m e-
canicamente, absorver-lhe-á os pensamentos, passando a incorpo-
rá-los na onda que lh e seja própria, mentalizando os problemas e
realizações previstos, em termos análogos.
Cada um de per si f alará na ação em perspectiva, com impul-
sos e resoluções individuais, embora a idéia fundamental lhes seja
comum.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 115
Mediunidade ignorada
Na pauta do reflexo condicio nado específico, surpreendemos
também vícios diversos, tão vulgares na vida social, como sejam a
maledicência, a cr ítica sistemática, os abus os da alimentação e os
exageros do sexo.
Esse ou aquele Espírito encarnado, sob o disfarce de um título
honroso qualquer, lança o m otivo inconveniente numa reunião o u
conversação, e q uantos lhe aderem ao mote passam a lançar osc i-
lações m entais n o pl ano m enos digno que lh es di ga re speito,
plasmando form as-pensamentos es tranhas, ent re as quai s per ma-
nece o conjunto em com unhão tem porária, do qual cada um se
retira exp erimentando excitação d e natureza inferi or, à ca ça de
presa para os apetites que manifeste.
Como é fácil reconhecer, cada qual foi apenas influenciado de
acordo com as su as inclinaçõ es, mas d ebita a si p róprio o s erros
que venha a perpetrar, conform e a onda m ental que deit ou de si
mesmo.
Tais n otas ajud am a co mpreender os m ecanismos da m ediu-
nidade de efeitos intelectuais em que encarnados e desencarnados
se associam nas m anifestações da chamada metapsíquica subjeti-
va.
Qual se observa nos ef eitos físicos, a ecl osão da força psíqui-
ca nos efeitos intelectuais pode surgir em qualquer idade f isioló-
gica, verificando-se, muita vez, a simbiose entre a entidade desen-
carnada e a entidad e encarnad a d esde o renas cimento d essa ú lti-
ma, pela ocorrência da conjugação de ondas.
Em todos os continentes, pode mos encontrar m ilhões de pes-
soas em tarefas dignas ou menos dignas – mais destacadamente os
expositores e artis tas da palav ra, na tri buna e na pena, como veí-
culos mais constantemente acessíveis ao p ensamento – s enhorea-
das por Espíritos de senfaixados do liam e físico, atendendo a
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 117
Mediunidade disciplinada
Imaginemos que certa personalidade se disponha a disciplinar
as energias medianímicas, segundo os m oldes morais da Doutrina
Espírita, c ujos post ulados s e de stinam a sol ucionar, tã o simpl es-
mente quanto possível, todos os problemas do destino e do ser.
Admitida ao cír culo da atividad e espiritual, recolherá na ora-
ção o ref lexo condicionado específ ico para exteri orizar as oscil a-
ções m entais próprias, no rum o da entidade de sencarnada que
mais de perto lhe comungue as ideações.
Decerto que, nos serviços de intercâmbio, experimentará lar-
go período de vacilações e dúvidas, porquanto, morando no centro
das próprias em anações e recolhendo a infl uenciação do plano
espiritual – com que, m uitas vezes, j á se en contra i nconsciente-
mente auto matizada –, a prin cípio supõ e qu e as ond as m entais
alheias incorporadas ao campo de seu Espírito não sejam mais que
pensamentos arrojados do próprio cérebro.
Ilhado no fulcro da consciên cia, d e aco rdo com a Lei do
Campo Mental que especifica obrigações para cada ser guindado à
luz da razão, habitualmente se tortura o medianeiro, perguntando,
imponderado. se não de ve interrom per o ch amado “desenvolvi-
mento mediúnico”, já que não cons egue, de imediato, discernir as
idéias que lhe p ertencem das id éias que pertencem a ou trem, sem
aperceber-se de que ele próprio é um Espírito responsável, com o
dever de resguard ar a própria vi da me ntal e de e nriquecê-la c om
valores mais elevados pela aquisição de virtude e conhecimento.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 118
Passividade mediúnica
Se o m édium consegue transpor , valoroso, a f aixa de hesita-
ções pueris, entendend o que im porta, acim a de tudo, o bem a
fazer, p rocura ofertar a reta co nduta, no ref lexo condicionado
específico da pr ece, à Es piritualidade Superi or, e passa, então, a
ser objeto da confiança dos B enfeitores desencarnados que lhe
aproveitam as cap acidades no amparo aos semelhantes, dentro d o
qual assimila o amparo a si mesmo.
Quanto mais se lhe acentu em o ap erfeiçoamento e a abn ega-
ção, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamen-
tos e, com is so, m ais s e lh e ag uçam as percepçõ es m ediúnicas,
que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as
suas disposições individuais.
Com base no m agnetismo enobr ecido, os inst rutores de sen-
carnados influenciam os mecanismos do cérebro p ara a fo rmação
de certos f enômenos, com o acont ece ao s m usicistas qu e tang em
as cordas do piano na produção da me lodia. E a ssim c omo a s
ondas sonoras se asso ciam na m úsica, as ondas m entais se con ju-
gam na expressão.
Se o instrumento oferece male abilidade mais avançada, mais
intensamente específico aparece o toque do artista.
Nessa base, identificamos a ps icografia, desde a estritam ente
mecânica até a in tuitiva, a in corporação em graus d iversos d e
consciência, as inspirações e premonições.
Conjugação de ondas
Vemos que a conjugação de onda s m entais surg e, p resente,
em todos os fatos mediúnicos.
Atenta ao reflexo condicionado da prece, nas reuniões doutri-
nárias ou n as experiências psíquicas, a m ente do m édium passa a
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 119
Clarividência e clariaudiência
Idêntico mecanismo preside o s fenômenos da clariv idência e
da cla riaudiência, porqua nto, pe la a ssociação a vançada dos r aios
mentais entre a entidad e e o m édium dotado de m ais amplas per-
cepções visuais e au ditivas, a v isão e a au dição se fazem diretas,
do recinto exterior para o campo íntim o, graduando-se, contudo,
em expressões variadas.
Escasseando os recursos ultra-sensoriais, surgem nos médiuns
dessa categoria a v idência e a au dição internas, m ais entranhada-
mente radicadas na conjugação de ondas.
Atuando sobre os raios m entais do medianeiro, o desencarna-
do transmite-lhe quadros e im agens, valendo-se dos centros autô-
nomos da visão profunda, localiz ados no diencéfal o, o u lhe co -
munica vozes e sons, utilizando-se da cóclea, tanto m ais perfeita-
mente q uanto m ais intensam ente se verif ique a com plementação
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 120
19
Ideoplastia
No sono provocado
Para ma ior c ompreensão de qualquer fe nômeno da transmis-
são m ediúnica, não nos será lícito esquecer a i deoplastia, pel a
qual o pensam ento pode m aterializar-se, cr iando for mas que
muitas vezes se revestem de longa duração, conforme a persistên-
cia da onda em que se expressam.
Entendendo-se que os poderes mentais são inerentes tanto às
criaturas desencarnadas quanto às e ncarnadas, é na tural que os
elementos p lásticos e o rganizadores da id éia se ex teriorizem dos
médiuns, com o tam bém dos co mpanheiros que lhes com ungam
tarefas e ex periências, es tabelecendo-se proble mas espontâneos,
cuja solução reclama discernimento.
Para clarear o ass unto, recordemos o circu ito de forças exis-
tente entre magnetizador e magnetizado, no sono provocado.
Se o prim eiro sugere ao segun do a ex istência de determinada
imagem, em certo local, de imediato a mente do “sujet”, governa-
da pelo toque positivo que a orienta, concentrará os próprios raios
mentais no ponto indicado, aí plasm ando o qua dro sugerido,
segundo o princípio da reflexão, pelo qual, como no cinematógra-
fo, a projeção de cenas repetidas mantém a estabilidade transitória
da imagem, com o movimento e som respectivos.
O hipnotizado contem plará, en tão, o de senho e stabelecido,
nas menores particularidades de tessitura, e se o hipnotizador, sem
preveni-lo, lhe coloca u m espel ho à frente, o sens itivo p ara log o
demonstra insopitável assom bro, ao f itar a gravu ra em dup la
exibição, p orquanto a im agem refletida p arecer-lhe-á tão real
quanto a outra.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 122
Interferências ideoplásticas
Mentalizemos o orientador desencarnado, numa sessão de ec-
toplasmia regu larmente controlada, quando es teja constituindo a
forma de u m braço co m os recu rsos exteriorizados do médium , a
planejar maior desdobramento do trabalho em curso. Se, no me s-
mo instante, o experimentador terrestre, tocando a forma tangível,
solicita, por exem plo: – “um a pulseira, quero um a pulseira no
braço” – , d e im ediato a m ente do m édium recolh e o im pacto da
determinação e, em vez de pr osseguir sob o contr ole benevolente
do operador desencarna do, passa a obedecer ao investigador
humano, centralizando, de m odo inconveniente, a própria onda
mental induzida sobre o braço já parcialmente m aterializado, a í
plasmando a pulseira, nas condições reclamadas.
Surgida a interf erência, o s erviço da Esf era E spiritual sof re
enorme d ificuldade d e ação, d iminuindo-se o prov eito da assem-
bléia encarnada.
E, na me sma pa uta, r equerimentos fúteis e p edidos deso rde-
nados dos circunstante s pr ovocam ocorrê ncias i deoplásticas de
manifesta inco ngruência, b aixando o teor das m anifestações, po r
viciarem a m ente m ediúnica, liga ndo-a à inf luência d e agen tes
inferiores que, não raro, passam a atuar com manifesto desprestí-
gio dos projetos de sublim ação, a pri ncípio a calentados pel o
conjunto de pessoas irmanadas para o intercâmbio.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 124
Mediunidade e responsabilidade
Decerto não invocamos o relaxamento para o governo das re-
uniões de ectoplasmia, nem endossamos a irresponsabilidade.
Recordamos simplesmente que a b ancarrota de m uitos círcu-
los organizados para o trato dos efeitos físicos e, notadam ente, da
materialização, se deve à própria incúria ou impertinência daque-
les que os constituem, na maioria das vezes indagadores e pedin-
chões i nveterados que de scambam, i mperceptivelmente, pa ra a
leviandade, comprometendo a obra ideada para o bem , porquanto
interpõem o s m ais es tranhos r ecursos n a ed ificação program ada,
provocando enganos ou fraudes inconscientes e in tervenções
menos desejáveis em resposta à irresponsabilidade deles mesmos.
Em outros fenômenos
Idênticos fenôm enos co m a ideo plastia por base são com uns
na fo tografia trans cendente, em seus vários tipos , porque, se o
instrumento m ediúnico e acom panhantes n ão dem onstram m ais
alta compreensão dos atributos que lhes cabem na mediação entre
os dois planos, prepond erando com a fo rça de suas p róprias osci-
lações mentais sobre as energias exteriorizadas, perde-se, como é
natural, o asc endente da Es fera Superior, que sulc aria a exper iên-
cia com o selo de su a presença ilum inativa, im pondo-se-lhe tão
somente a m arca dos encarn ados inq uietos, aind a in capazes d e
formar o cam po indispensável à receptividade dos ag entes de
ordem mais elevada.
Na mediunidade de efeitos in telectuais, a ideo plastia assume
papel extremamente importante, porque certa classe de pensamen-
tos co nstantemente rep etidos sobre a m ente m ediúnica m enos
experimentada, pode constrangê-la a tom ar certas im agens, man-
tidas pela onda m ental persistente, com o situações e personal ida-
des reais, tal qual uma criança que acreditasse estar contemplando
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 125
Na mediunidade aviltada
Onde os agentes ideoplásticos assumem caráter dos m ais sig-
nificativos desde épocas im emoriais no m undo, é justam ente nos
círculos do magismo, dentro dos quais a mediunidade rebaixada a
processos inferiores de manifestação se deixa aprisionar por seres
de posição primitiva ou por Inteligências de gradadas que cunham
idéias escravizantes para quantos se permitem vampirizar.
Aceitando s ugestões de primentes, quantos s e en tregam ao
culto da m agia av iltante arrem essam de si p róprios as im agens
menos dignas a que se vinculam , engendrando ta bus dos quais
dificilmente se desv encilham, à fa ce do terror que lhes instila o
demorado cativeiro às forças da ignorância.
Submetida a mente a idolatria desse jaez, passa a m anter, por
sua própria conta, os agentes com que se tortura, tanto mais inten-
samente quanto mais extensa se lhe revele a sensibilidade recepti-
va, porque, com m ais alevantado poder de plasm agem m ental, a
criatura mais facilmen te gera, para si m esma, tanto o bem que a
tonifica quanto o mal que a perturba.
E não se diga que o assunto vige preso a mero entrechoque de
aparências, de vez que a sugest ão é poder inc onteste, ligando a
alma, de maneira inequívoca, às criações que lhe são iner entes no
mundo íntim o, obrigando-a a recolher as result antes da treva ou
da luz a que se afeiçoe.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 126
20
Psicometria
Mecanismo da psicometria
Expondo algumas anotações em torno da ps icometria, consi-
derada nos c írculos me dianímicos por faculdade de pe rceber o
lado oculto do am biente e de ler im pressões e l embranças, ao
contacto d e ob jetos e docum entos, nos dom ínios da sensação a
distância, não é dema is t raçar sint éticas obser vações acer ca do
pensamento, que varia de criatura para criatura, tanto quanto a
expressão fisionômica e as marcas digitais.
Destacaremos, assim, que, em certos indivíduos, a onda m en-
tal a ex pandir-se, q uando em reg ime de “circuito fechado”, n a
atenção profunda, carreia consigo agentes de percepção avançada,
com capacidade de transportar os sentidos vulgares para além do
corpo físico, no estado natural de vigília.
O fluido nervoso ou força psíqui ca, a desarticular-se dos cen-
tros vitais, incorpora- se aos rai os de ener gia ment al ext erioriza-
dos, neles conf igurando o cam po de p ercepção q ue s e deseje
plasmar, segundo a dileção da vo ntade, conf erindo ao Espírito
novos poderes sensoriais.
Ainda aqui, o fenôm eno pode se r ap reendido, guardando-se
por base de observação as expe riências do hipnotism o com um,
nas quais o sensitivo – muitas vezes pessoa em que a força nervo-
sa está mais fracamente aderida ao carro fisiológico – deixa esca-
par com fa cilidade es sa me sma fo rça, qu e p assa, d e pro nto, ao
impacto espiritual do magnetizador.
O hipnotizado, na profu ndez da hipnose, po de, então, libertar
a sensibilidade e a m otricidade, transpondo as limitações conheci-
das no cosmo físico.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 127
Função do psicômetra
Clareando o assunto quanto possível, vam os encontrar no
médium de psicometria a individualidade que consegue desarticu-
lar, de m aneira au tomática, a fo rça nerv osa d e certo s nú cleos,
como, por exem plo, os da visão e da audição, tran sferindo-lhes a
potencialidade para as próprias oscilações mentais.
Efetuada a tran sposição, tem os a idéi a de que o medi aneiro
possui olhos e ouv idos a dis tância do env oltório denso, acrescen-
do, muitas vezes, a circunstância de que tal sensit ivo, por autode-
cisão, não apenas desassoci a os agentes p síquicos do s n úcleos
aludidos, mas também opera o desdobramento do corpo espiritual,
em processo rápido, acom panhando o m apa que se lhe traça às
ações no espaço e no tempo, com o que obté m, sem maiores em-
baraços, o montante de impressões e informações para os fins que
se tenha em vista.
Interdependência do médium
Como em qualquer atividade coletiva entre os homens, é for-
çoso convir que médium algum pode agir a sós, no plano comple-
xo da psicometria.
Igualmente, aí, o sensitivo está como peça interdependente no
mecanismo da ação.
E como é f artamente compreensível, se os com panheiros de-
sencarnados ou encarnados da oper ação a r ealizar não guar dam
entre si os ascendentes da harmonização necessária, claro está que
a onda mental do i nstrumento mediúnico somente em circunstân-
cias m uito esp eciais n ão se d eixará inf luenciar pelo s elem entos
discordantes, invalidando-se, de sse m odo, qualquer possibilidade
de êxito nos tentames empreendidos.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 129
Caso de desaparecimento
Noutro aspecto, im aginemos que de terminado o bjeto se ja
conduzido ao sensitivo para ser psicometrado, com vistas a certos
objetivos.
Para clarear a asserção, suponhamos que uma pessoa acaba de
desaparecer do quadro doméstico, sem deixar vestígio.
Buscas minuciosas são empreendidas sem resultado.
Lembra-se alguém de tomar-lhe um dos pertences de uso pes-
soal. Um lenço por exemplo.
A recordação é submetida a exame de um médium que reside
a longa distância, sem que informe algum lhe seja prestado.
O médium recolhe-se e, a brev e tempo, voltando da profunda
introspecção a que se entregou, descreve, co m m inúcias, a fisio-
nomia e o caráter do pr oprietário, reporta-se ao desaparecim ento
dele, ex plana so bre p equeninos in cidentes em torn o do cas o em
lide, esclarece que o dono desencarnou, de repente, e inform a o
local em que o cadáver permanece.
Verifica-se a exat idão de t odas as notas e, co mumente, atri-
bui-se ao psicômetra a autoria integral da descoberta.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 130
Agentes induzidos
Todos os objetos e am bientes psicometrados são, quase sem -
pre, francos mediadores entre a esfera f ísica e a esfera ex trafísica,
à maneira de agentes fortemente induzidos, estabelecendo fatores
de telementação entre os dois planos.
Nada difícil, portan to, entender que, ai nda aí. prev alece o
problema do merecimento e da companhia.
Se o consulente e o experimentador não se revestem de quali-
dades morai s re speitáveis par a o e ncontro do me lhor a obter ,
podem carrear à pres ença do s ensitivo elem entos desencarnados
menos afins com a tarefa sup erior a que se p ropõem e, se o in ter-
mediário humano não está espiritualmente seguro, a consulta ou a
experiência resulta em fracasso perfeitamente compreensível.
Nossas anotações, demonstrando o extenso campo da influen-
ciação dos desencarnados, em todas as ocorrências da psicom etri-
a, não excluem, como é natural, o reconhecimento de que a m até-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 131
21
Desdobramento
No sono artificial
Enfileirando algum as anotaçõe s co m resp eito ao desdo bra-
mento da pe rsonalidade, c onsoante as nos sas r eferências a o hi p-
notismo c omum, r ecordemos ai nda o fenôm eno da hipnose pro-
funda, entre o magnetizador e o sensitivo.
Quem possa observar além do campo físico , re parará, à m e-
dida se af irme a ordem do hipn otizador, que se es capa abu ndan-
temente do tórax do “s ujet”, caído em transe, um vapor branqui-
cento que, em se condensando qual nuvem inesperada, se conver-
te, habitualmente à esquerda do corpo carnal, numa duplicata dele
próprio, quase sempre em proporções ligeiramente dilatadas.
Tal seja o poten cial mais am plo da von tade que o dirige, o
sensitivo, desligado da veste fí sica, passa a m ovimentar-se e,
ausentando-se m uita vez do recint o da experiência, atendendo a
determinações recebida s, pode efetuar apontam entos a longa
distância ou transmitir notícias, com vistas a certos fins.
Seguindo-lhe a ex cursão, vê-lo-emos, porém , constantemente
ligado ao corpo somático por fio tenuíssimo, fio este muito super-
ficialmente comparável, de certo modo, à onda do radar, que pode
vencer im ensuráveis d istâncias, voltando, inalterá vel, ao cen tro
emissor, não obstante saberm os que semelhante confronto resulta
de todo im próprio para o fenôm eno que estudam os no campo da
inteligência.
Nessa fa se, o pa ciente exe cuta as orde ns que rec ebeu, de sde
que não constituam de srespeito ev idente à su a dign idade m oral,
trazendo informes valiosos para as realidades do Espírito.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 133
No sono natural
Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente apa-
rentada co m a anim alidade prim itivista, tem a m ente com o que
voltada para si m esma, em qual quer e xpressão de de scanso, t o-
mando o sono para claustro remançoso das impressões que lhe são
agradáveis, qua l cria nça que , à solta, procura sim plesmente o
objeto de seus caprichos.
Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característi-
ca as imagens com que se acalenta, sacando da memória a visuali-
zação dos próprios de sejos, im itando alguém que im provisasse
miragens, na antecipação de acontecimentos que aspira a concre-
tizar.
Atreita ao narcisism o, tão logo demande o sono, quase sem -
pre se detém justaposta ao veículo físico, como acontece ao con -
dutor que repousa ao pé do carro que diri ge, en tregando-se à
volúpia m ental com que alim enta os própri os im pulsos af etivos,
enquanto a máquina se refaz.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 134
Sono e sonho
Qual oc orre no a nimal de e volução s uperior, no home m de
evolução pos itivamente i nferior o de sdobramento da i ndividuali-
dade, por interm édio do sono, é quase qu e abso luto es tágio d e
mero refazimento físico.
No prim eiro, em que a ond a m ental é s implesmente f raca e-
missão de f orças fragmentárias, o sonho é puro re flexo das ativi-
dades f isiológicas. N o segundo, em que a onda m ental está em
fase iniciante de expansão, o sonho, por m uito tempo, será invari-
ável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.
Evolui, no enta nto, o pens amento na criatura que amadurece,
espiritualmente, através da repercussão.
Como no caso do sensitivo que, fora do envoltório f ísico, vai
até ao local sugerido pelo m agnetizador, tom ando-se a ordem
determinante da hipnose artifici al pel o reflexo condicionado que
lhe comanda as idéias, a criatura na hipnose natural, fora do veí -
culo som ático, possui no próprio desejo o reflexo c ondicionado
que lhe cir cunscreverá o âmbito da ação além da ro upagem fisio-
lógica, al ongando-se até ao local em que se lhe vincula o pensa-
mento.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 135
Concentração e desdobramento
Quantos se entregam ao labor da arte, atraem, durante o sono,
as inspirações para a obra que realizam, compreendendo-se que os
Espíritos enobrecidos assimilam do con tacto com as In teligências
superiores os motivos corretos e brilhantes que lhes palpitam nas
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 136
Inspiração e desdobramento
Dormindo o corpo denso, continua vigilante a onda mental de
cada um – presid indo ao sono ativo, quando registra no cérebr o
dormente as impressões do Espírito desligado das células físicas,
e ao sono passivo, quando a m ente, nessa condição, se desinteres-
sa, de todo, da esfera carnal.
Nessa posição, sintoniza-se com as oscilações de companhei-
ros desencarnados ou não, com as quais se harm onize, trazendo
para a vigília no carro de matéria densa, em forma de inspiração,
os resultados do in tercâmbio que levou a ef eito, porquanto rara-
mente con segue conscientizar as ativ idades q ue em preendeu n o
tempo de sono.
Muitos apelos do pla no terrestre são atendidos, integralmente
ou em parte, nessa fase de tempo.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 137
Desdobramento e mediunidade
As ocorrências referidas vigem na conjugação de ondas men-
tais, porque apenas excepcionalm ente co nsegue a criatura encar-
nada desvencilhar-se de todas as amarras naturais a que se prende,
adstrita às conv eniências e n ecessidades de redenção ou evolução
que lhe dizem respeito.
É imperioso notar, porém, que considerável número de pesso-
as, p rincipalmente as q ue se ad estraram para ess e fim , ef etuam
incursões nos planos do Espírito, transformando-se, muitas vezes,
em preciosos in strumentos d os B enfeitores d a Es piritualidade,
como oficiais de ligação entre a esfera física e a esfera extrafísica.
Entre os m édiuns dessa categori a, su rpreenderemos tod os os
grandes mís ticos da fé , porta dores de val iosas obs ervações e
revelações para quantos se decidam marchar ao en contro da V er-
dade e do Bem.
Cumpre destacar, en tretanto, a im portância do estudo para
quantos se vejam cham ados a se melhante gê nero de se rviço,
porque, segundo a Lei do Cam po Me ntal, cada Espí rito som ente
logrará chegar, do ponto de vist a da compreensão necessária, até
onde se lhe paire o discernimento.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 138
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Mediunidade curativa
Mente e psicossoma
Compreendendo-se o envoltório ps icossomático por te mplo
da alma, estruturado em bilhões de células a se caracterizarem por
atividade incessante, é natural imaginemos cada centro de força e
cada órgão por departamentos de trabalho, interdependentes entre
si, não obstante o caráter autônomo atribuível a cada um.
Semelhantes peças, no entanto, obedecem ao com ando m en-
tal, sediado no cérebro, que lh es mantém a coes ão e o equ ilíbrio,
por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento.
Temos, as sim, a s va riadas pr ovíncias cel ulares sofrendo o
impacto constante das radiações m entais, a lhes ab sorverem os
princípios de ação e reação dess e ou da quele teor, pelos quais os
processos da saúde e d a enfermidade, da harmonia e d a desarmo-
nia s ão a ssociados e des associados, c onforme a di reção que l hes
imprima a vontade.
Naturalmente não p odemos esqu ecer q ue o alim ento com um
garante a subs istência do corpo físico, através da perm uta contí-
nua de substâncias com a incessan te transformação de ener gia, e
isso acontece porque a força m ental conjuga substância e energ ia
na produção dos recurs os de apoio à existê ncia e dos elem entos
reguladores do metabolismo.
Além desses fatores, cabe- nos contar com os fatores m entais
para a sustentação de todos os ag entes da vida, que se fará dessa
ou daquela forma, segundo a qualidade desses mesmos ingredien-
tes.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 139
Sangue e fluidoterapia
Salientando-se que o sistema hemático no corpo físico repre-
senta o conj unto das ener gias ci rculantes no corpo esp iritual o u
psicossoma, energias essas tom adas em princípio pela m ente,
através da respir ação, ao r eservatório incom ensurável do fluido
cósmico, é para ele q ue nos compete voltar a aten ção, no estudo
de qualquer processo fluidoterápico de tratamento ou de cura.
Relacionados com os centros ps icossomáticos, os variados
núcleos da vi da s anguínea pr oduzem a s gra ndes coleti vidades
corpusculares das hemáci as, dos leucócitos, trom bócitos, m acró-
fagos, linfócitos, histiócitos, pl asmócitos, monó citos e ou tras
unidades a se dividirem, inteligentemente, em famílias numerosas,
movimentando-se em trabalho constante, desde os fulcros gerado-
res do baço e da m edula óss ea, do fí gado e dos gâ nglios, a té o
âmago dos órgãos.
Fácil entender que todo desreg ramento de na tureza fís ica ou
moral faz-se refletir, de imediato, por reações mentais conseqüen-
tes, sobre as pr ovíncias celulares, determinando situações favorá-
veis ou desfavoráveis ao equilíbrio orgânico.
O pensamento é a força que, devidamente orientada, no senti-
do de garantir o nível das entidades celulares no reino fisiológico,
lhes faci lita a mi gração ou l hes a celera a m obilidade para certos
efeitos de preservação ou defens iva, seja na improvisação de
elementos com bativos e im unológicos ou na im pugnação aos
processos patogênicos, com a intervenção da consciência profun-
da.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 140
Médium passista
Entendemos que a m ediunidade cu rativa s e reves te d a m ais
alta importância, desde que alicerçada nos sentimentos mais puros
da mais pura fraternidade.
É claro que não nos reportam os aos m agnetizadores que de-
senvolvem a s forç as que l hes sã o pec uliares, no tra to da sa úde
humana.
Referimo-nos, sim, aos intérpretes da E spiritualidade Superi-
or, consagrados à assi stência provi dencial aos enfer mos, par a
encorajar-lhes a ação.
Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente
aconselhável, tanto qu anto ao al uno de enfer magem, embor a não
seja m édico, se recom enda a a quisição de conhecim entos do
corpo em si. E do m esmo modo que esse aprendiz de rudimentos
da Medicina precisa atentar para a ass epsia do seu quadro de
trabalho, o m édium pa ssista ne cessitará vi gilância no seu cam po
de ação, porquanto de sua higien e espirit ual resu ltará o reflexo
benfazejo naqueles que se propo nha so correr. Eis po rque se lh e
pede a su stentação d e hábitos no bres e ativid ades lim pas, com a
simplicidade e a hum ildade por alicerces no serviço de socorr o
aos doentes, de vez q ue semelhantes fatores func ionarão à manei-
ra do tungstênio na lâmp ada elétrica, suscetível de irradiar a força
da usina, produzindo a luz necessária à expulsão da sombra.
O inv estimento cu ltural am pliar-lhe-á os recurs os p sicológi-
cos, facilitando-lhe a recepção das ordens e avisos dos instrutores
que lhe propiciem am paro, e o as seio mental l he consolidar á a
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 141
Mecanismo do passe
Tendo mencionado o fenôm eno hipnótico em diversas passa-
gens de nossas anotações, a ele recorreremos, ainda uma vez, para
definir o me dianeiro do pas se ma gnético por autê ntico represen-
tante do magnetizador espiritual, à frente do enfermo.
Estabelecido o cli ma de confiança, qual acon tece entre o d o-
ente e o médico preferido, cria-se a ligação sutil entre o necessita-
do e o socorrista e, por sem elhante elo de forças, ainda im ponde-
ráveis no mundo, verte o auxílio da Esfera Superior, na m edida
dos créditos de um e outro.
Ao toqu e d a energ ia em anante do pass e, com a sup ervisão
dos benfeitores desencarnados, o próprio enf ermo, na pauta da
confiança e do m erecimento de que dá testem unho, em ite ondas
mentais características, assimilando os recursos vitais que recebe,
retendo-os na própria constituição fisiop sicossomática, atrav és
das várias funções do sangue.
O socorro, quase sem pre hesitante a principio, corporifica-se
à medida que o doente lhe confere atenção, porque, centralizando
as p róprias radiaçõe s sobre as províncias celulares d e que se
serve, lhes regula os movimentos e lhes co rrige a atividade, man-
tendo-lhes as m anifestações dentro de normas desejáveis, e, esta-
belecida a recom posição, volve a harm onia orgânica pos sível,
assegurando à me nte o ne cessário gover no do ve ículo e m que s e
amolda.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 142
Vontade do paciente
O processo de socorro pelo pass e é tanto mais eficiente quan-
to mais intensa se faça a ad esão daquele que lhe recolhe os bene-
fícios, de vez que a vo ntade do paciente, erguida ao lim ite máxi-
mo de aceitação, determ ina sobre si m esmo mais elev ados poten-
ciais de cura.
Nesse es tado de am bientação, ao influxo dos passes recebi-
dos, as o scilações m entais do enferm o se cond ensam, m ecanica-
mente, na direção do trabalho restaurativo, passando a sugeri-lo às
entidades celulares do veículo em que se expressam , e os milhões
de c orpúsculos do or ganismo fi siopsicossomático tendem a obe-
decer, instinti vamente, à s or dens re cebidas, sint onizando-se c om
os propósitos do comando espiritual que os agrega.
Passe e oração
O passe, com o gênero de auxí lio, inv ariavelmente ap licável
sem qua lquer contr a-indicação, é sempre valioso no tratamento
devido a os e nfermos de t oda c lasse, des de as c riancinhas t enras
aos pacientes em posição provecta na experiência física, reconhe-
cendo-se, no entanto, ser menos rico de resultados imediatos nos
doentes adultos que se m ostrem jungidos à in consciência tempo-
rária, por desajustes complicados do cérebro.
Esclareçamos, porém , que, em toda si tuação e em qual quer
tempo, cabe ao m édium passista buscar na prece o fio de ligação
com os plan os mais elevados da vida , porqua nto, at ravés da or a-
ção, contará com a presença sutil dos instrutores que atendem aos
misteres da Pr ovidência Divina, a lhe utilizarem os recursos par a
a extensão incessante do Eterno Bem.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 143
23
Animismo
Mediunidade e animismo
Alinhando apontamentos sobre a mediunidade, não será licito
esquecer algum as co nsiderações em torno do anim ismo ou con-
junto dos fe nômenos psí quicos produzidos com a co operação
consciente ou inconsciente dos médiuns em ação.
Temos a qui mui tas oc orrências que podem repontar nos f e-
nômenos me diúnicos de e feitos físi cos ou de e feitos i ntelectuais,
com a própria Inteligência enca rnada comandando manifestações
ou delas participando com diligência, numa demonstração de que
o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e at uar com os
seus recu rsos e im plementos ca racterísticos, como consci ência
pensante e organizadora, fora do carro físico.
A verificação de sem elhantes aconteciment os crio u en tre os
opositores da Doutrina Espírita as teorias de nega ção, porquanto,
admitida a poss ibilidade de o pr óprio Es pírito e ncarnado poder
atuar fora do traje fisiológico, apressaram-se os cépticos invetera-
dos a afirm ar qu e tod os os su cessos m edianímicos se reduzem à
influência de um a força nervosa que efetua, fora do corpo carnal,
determinadas açõ es m ecânicas e p lásticas, co nfigurando, aind a,
alucinações de variada espécie.
Todavia, os e stardalhaços e pa vores le vantados por es ses ar -
gumentos indébitos, ar redando para longe o otim ismo e a espe-
rança de tantas criaturas que co meçam confiantemente a iniciação
nos serviços da m ediunidade, não apresentam qualquer significa-
do substancial, porque é forç oso ponderar que os Espíritos desen-
carnados e encarn ados não s e f iliam a raças antagônicas que se
devam reencontrar em condições miraculosas.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 144
Obsessão e animismo
Muitas vezes, conform e as circunstâncias, qual ocorre no fe-
nômeno hipnótico isolado, pode ca ir a m ente nos estados anôm a-
los de sentido inferior, dom inada por forças retrógradas que a
imobilizam, tem porariamente, em atitudes e stranhas ou i ndesejá-
veis.
Nesse asp ecto, su rpreendemos m ultiformes proc essos de ob-
sessão, nos quais Inteligências desencarnadas de grande poder
senhoreiam vítimas in abilitadas à def ensiva, detendo-as, po r
tempo indeterm inado, em certos tipos de record ação, segundo as
dívidas cármicas a que se acham presas.
Freqüentemente, p essoas en carnadas, n essa m odalidade de
provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas,
mergulhadas nos m ais com plexos estados em otivos, quais se
personificassem entidades outras, quando, na realidade, exprimem
a si m esmas, a em ergirem da su bconsciência nos trajes ment ais
em que s e ex ternavam nou tras ép ocas, sob o fasc ínio co nstante
dos desencarnados que as subjugam.
Animismo e hipnose
Imaginemos um sensitivo a qu em o magnetizador intencio-
nalmente fizess e recu ar até es se ou aqu ele m arco do pretérito ,
pela deliberada regressão da m emória, e o deixasse nessa posição
durante semanas, meses ou anos a fio, e teremos exata compreen-
são dos casos m ediúnicos em que a tese do anim ismo é cham ada
para a explicação nece ssária. O “suj et”, nessa experiência, decla-
rar-se-ia como sendo a personalidade invocada pelo hipnotizador,
entrando em conflito com a realid ade objetiva, mas não deixaria,
por isso, de ser ele mesmo sob controle da idéia que o domina.
Nas ocorrências várias da alie nação mental, encontramos fe-
nômenos assim tipificados, reclamando larga dos e de p aciência e
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 146
Desobsessão e animismo
Nenhuma justif icativa existe pa ra qualquer recusa no trato
generoso de pers onalidades me dianímicas pr ovisoriamente e sta-
cionadas em sem elhantes p rovações, d e v ez que s ão, em si p ró-
prias, Esp íritos sofred ores ou co nturbados qua nto quaisquer ou-
tros que se m anifestem, exigin do es clarecimento e s ocorro. O
amparo espontâneo e o auxílio genuinamente fraterno lhes reajus-
tarão as ondas mentais, concurso esse que se estenderá, inevitável,
aos com panheiros do pretérito qu e lhes assediem o pensam ento,
operando a reconstituição de c aminhos ret os par a os se nsitivos
corporificados na Terra, tão im portantes e tão nobres em sua
estrutura q uanto aqu eles qu e os dou trinadores encarnados s e
propõem traçar para os amigos desencarnados menos felizes.
Aliás, é preciso dest acar que o esforço da escola, seja el a o
recinto con sagrado à in strução p rimária ou a in stituto corretivo,
funciona co mo recu rso renovador da m ente, equilibrando-lhe as
oscilações para níveis superiores.
Não há novi dade a lguma no i mpositivo da ac olhida ma gnâ-
nima aos o bsessos dessa natureza, hipnotizados por forças que os
comandam espiritualmente, a distância.
Animismo e criminalidade
Os ma nicômios e as pe nitenciárias est ão r epletos de irm ãos
nossos obsidiados que, alcançando o ponto específico de suas
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 147
24
Obsessão
Pensamento e obsessão
O estudo da obsessão, conjuga do à mediunidade, se realizado
em maior amplitude, abrangeria o exam e de quase toda a Hum a-
nidade terrestre.
Expressamos tal conceito, à face do pensamento que age e re-
age, carreando para o em issor to das as fecundaçõ es felizes ou
infelizes que arr emessa de si pr óprio, a de terminar par a c ada
criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de
emoção e conduta a que se afeiçoe.
Enquanto se não aprim ore, é cer to que o Espírito padecerá,
em seu instrum ento de m anifestação, a resultante dos próprios
erros. Esses desajustes, como é na tural, não se limitam à comuni-
dade das células físicas, quando em disfunções múltiplas por força
dos agentes m entais v iciados e enfermiços; esten dem-se, m uito
especialmente, à constituição do co rpo espiritual, a ref letir-se no
cérebro ou gabinete com plexo da alma, aí ocasionando os diver-
sos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados
dos fenôm enos psico-sensoriais que produzem alucinações e
doenças da mente.
Perturbações morais
Não nos propom os analisar aqui as personalidades psicopáti-
cas, do p onto de v ista d a Ps iquiatria, n em focalizar as cham adas
psicoses de involução, ou as demências senis, claramente necessi-
tadas de orie ntação mé dica; r ecordaremos, contudo, que na reta-
guarda dos desequilíbrios m entais, se jam da id eação ou da afeti-
vidade, da atenção e da m emória, tanto quanto por trás de enfer-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 149
Zonas purgatoriais
Entendendo-se que todos os delinqüentes deitam de si oscila-
ções m entais d e terrív el caráte r, con densando as reco rdações
malignas que albergam no seio, compreenderemos a exis tência
das zonas purgatoriais ou i nfernais como regiões em que se com-
plementam as temporárias c riações do rem orso, as sociando arre-
pendimento e amargura, desespero e rebelião.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 150
Reencarnação de enfermos
Dos ab ismos ex piatórios, vo lvem à reen carnação qu antos se
mostram inclinados à recu peração dos valores m orais em si m es-
mos.
Transportados a novo berço, comumente entre aqueles que os
induziram à queda, quando não se vêem objeto de am orosa ternu-
ra por parte de co rações que por eles renunciam à imediata felici-
dade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar.
Contudo, renascem no corpo ca rnal e spiritualmente jungidos
às linh as in feriores de que são advindos, a ssimilando-lhes, facil-
mente, o influxo aviltante.
Reaparecem, desse m odo, na arena física. Mas, vi a de regra,
quando não se m ostram retardados mentais, desde a infância, são
perfeitamente classificáveis entre os psicopatas amorais, segundo
o con ceito da “ moral insanity”, vulgarizado pe los ingleses, de-
monstrando m anifesta perversidade, na qual se re velam constan-
temente bru talizados e ag ressivos, petulantes e pé rfidos, indif e-
rentes a qual quer noçã o da di gnidade e da honra, conti nuamente
dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício.
Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de re-
abilitação da Espiritu alidade desenvolvem-se, no ambiente huma-
no, enquadráveis entre os psicopatas astênico s e abúlicos, fanáti-
cos e h ipertímicos, ou id entificáveis c omo rep resentantes d e
várias doenças e delírios psíquico s, incl usive aberr ações sexuai s
diversas.
Obsessão e mediunidade
Tais enfermos da alm a, tantas vezes submetidos, sem resulta-
do satisfatório, à insulina e à convulsoterapia, quando recomenda-
dos a o a uxílio dos templ os e spíritas, poderão ser ti dos como
médiuns? S em dúvida, são m édiuns doentes, afinizados com os
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 152
Doutrina Espírita
Forçoso é consi derar que a at ividade religiosa, digna e v ene-
rável, em qualquer se tor da ed ificação h umana, exp rime s ocorro
celeste aos desajustes morais de quantos se d emoram na re encar-
nação, buscando a restauração precisa.
E, com preendendo-se q ue elevada percen tagem das persona-
lidades humanas traz, no im o do pr óprio ser, raízes e b rechas de
comunhão com o pretérito de sombra, através das quais são susce-
tíveis de sofrer os mais estranhos processos de obsessão oculta – a
se reavivarem, constantes, nos diversos períodos etários que cor-
respondem ao tem po de formação dos débitos cárm icos que bus-
cam equacionar no corpo terrestre –, é justo encarecer, assim , a
oportunidade e a ex celência do amparo moral da Doutrina Espíri-
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 153
25
Oração
Mediunidade e religião
Misturada à m agia vulgar, a m ediunidade é d e todos os tem-
pos no mundo.
Confundida entre os totens e manitus, nas raças primitivas, al-
teia-se, g radativamente, e su rge, s untuosa e com plexa, n os tem -
plos in iciáticos do s povos antigos, ou reba ixada e d esordenada,
entre os magos da praça pública.
Ocioso seria en umerar suces sos e prof ecias, constantes dos
livros sagrados das religiões, nas épocas anciãs.
A cada passo, nas recordações de todas elas, encontram os re-
ferências a manifestações de anjos e demônios, evocações e men-
sagens de se res desencarnados, visões e s onhos, encantamentos e
exorcismos.
Grandeza da oração
Observamos em todos os m omentos da alma, seja no repouso
ou na atividade, o reflexo condic ionado (ou ação independente da
vontade que se segue, imediatamente, a uma excitação externa) na
base das operações da m ente, ob jetivando esse ou aquele gênero
de serviço.
Daí r esulta o i mpositivo da vi gilância s obre a noss a pr ópria
orientação, de vez que som ente a conduta reta su stenta o reto
pensamento e, de posse do reto pensamento, a or ação, q ualquer
que seja o nosso grau de cultura intelectua l, é o m ais elevad o
toque de indução para que nos coloquemos, para logo, em regim e
de comunhão com as Esferas Superiores.
De es sência div ina, a p rece se rá se mpre o ref lexo p ositiva-
mente sublim e do Espírito, em qualquer posiç ão, por obri gá-lo a
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 156
Equilíbrio e prece
É indispensável com preender qu e a Intel igência encar nada
conta com múltiplos meios de preservar o corpo físi co em que se
demora.
Além dos inestimáveis serviços da pele e da mucosa intestinal
que o defendem das intr omissões indébitas de elementos físicos e
químicos, prontos a l he arruinarem a es tabilidade, o h omem con-
segue m obilizar todo um sistem a de quim ioterapia bacteriana,
atualmente em plena evolução para mais ampla eficiência, com a
antibiose ou atuação bacteriostática levada a efeito por determina-
das unidades m icrobianas sobre ou tras, na vangua rda dos proces-
sos imunológicos.
É possível, então, coib ir, com relativ a s egurança, a febre ti-
fóide, as disenterias, a tuberculose, as riquetsioses, a psitacose, as
infecções pulmonares e urinárias, etc.; entretanto, não acontece o
mesmo, quando nos reportam os à at mosfera psicológica em que
toda criatura se submerge na vida social do Planeta.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 157
Prece e renovação
Na floresta m ental em que avança, o hom em freqüentemente
se vê defrontado por vibrações subalternas que o golpeiam de rijo,
compelindo-o à f adiga e à irrit ação, sej am elas pr ovenientes de
ondas enferm iças, partidas do s desencarnados em posição de
angústia e que lhe partilham o c lima psíquico, ou de oscilações
desorientadas dos pr óprios compa nheiros t errestres de sequilibra-
dos a lhe respirarem o ambiente. Todavia, tão logo se envolva nas
vibrações ba lsâmicas da pr ece, ergue-se-lhe o pe nsamento ao s
planos sublimados, de onde recolh e as idéias transformadoras dos
Espíritos benevolentes e amigos, convertidos em vanguardeiros de
seus passos, na evolução.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 158
Mediunidade e prece
A mediunidade, na ordem superior da vida, esteve sempre as-
sociada à oração, para converter-se no instrumento da obra ilum i-
nativa do mundo.
Entre os egípcios e hindus, chineses e persas, gregos e ciprio-
tas, gauleses e rom anos, a prece, expressa ndo i nvocação ou lou-
vor, adoração ou m editação, é o ag ente refletor do P lano Celeste
sobre a alma do homem.
Orando, Moisés recolhe, no Sinai, os m andamentos que ali-
cerçam a ju stiça de to dos os tempos e, igual mente em prece, sej a
nas margens do Genesaré ou em pleno Tabor, respirando o silên-
cio de Getsêmani ou nos braços da cruz, o Cristo revela na oração
o reflexo condicionado de natureza divina, suscetível de facultar a
sintonia entre a criatura e o Criador.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 159
26
Jesus e mediunidade
Divina mediunidade
Em nos reportando a qualquer estudo da m ediunidade, não
podemos olvidar que, em Jesu s, ela assum e to das as característi-
cas de exaltação divina.20
Desde a ch egada do E xcelso Benf eitor ao Pl aneta, obser va-
se-lhe o pe nsamento sublime penetrando o pe nsamento da Huma-
nidade.
Dir-se-ia qu e n o es tábulo s e reúnem pedras e arbustos, ani-
mais e c riaturas hum anas, r epresentando os divers os reinos da
evolução ter restre, pa ra r eceber-lhe o pri meiro t oque me ntal de
aprimoramento e beleza.
Casam-se os hinos singelos dos pastores aos cânticos de amor
nas vozes dos m ensageiros espi rituais, saudando Aquele que
vinha libertar as nações, não na forma social que sempre lhes será
20
Em “A Gênese” (pá gs. 293 e 294, FEB, 12ª e dição). Anota Allan
Kardec, com referência aos fenômenos da mediunidade em Jesus:
“Agiria com o m édium nas curas que operava? Poder-se-á c onsiderá-lo
poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediá-
rio, um instrumento de que se servem os Espíritos dese ncarnados, e o
Cristo nã o precisava de a ssistência, pois que era ele quem ass istia os
outros. Agia por si m esmo, em vi rtude do seu poder pessoa l, c omo o
podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças.
Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos
e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse
só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele
era médium de Deus.” (Nota indicada pelo Autor espiritual)
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 160
Médiuns preparadores
Para recepcionar o influxo m ental de Jesus, o Eva ngelho nos
dá notícias de um a pequena congregação de médiuns, à feição d e
transformadores elét ricos conj ugados, p ara acolh er-lhe a força e
armazená-la, de princípio, antes que se lhe pudessem canalizar os
recursos.
E longe de anotarmos aí a p resença de qualquer instrum ento
psíquico m enos seguro do ponto de vista m oral, encontram os
importante núcleo de medianeiros, desassombrados na confiança e
corretos na diretriz.
Informamo-nos, assim , nos apon tamentos da Boa Nova, de
que Z acarias e Is abel, os pai s de Joã o Bat ista, precursor do Mé-
dium Divino, “eram am bos just os perante D eus, andando sem
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 161
Efeitos físicos
Cedo com eça p ara o Mestre Div ino, ergu ido à pos ição de
Médium de Deus, o apostolado excelso em que lhe caberia carrear
as noções da vida imperecível para a existência na Terra.
Aos doze anos, assenta-se entre os doutores de Israel, “ouvin-
do-os e interrogando-os” 26, a provocar admiração pelos conceitos
que exp endia e a en tremostrar a s ua co ndição de in termediário
entre culturas diferentes.
21
Lucas, capítulo 1, versículo 5.
22
Lucas, capítulo 1, versículo 30.
23
Mateus, capítulo 1, versículo 19.
24
Lucas, capítulo 2, versículo 25.
25
Lucas, capítulo 2, versículo 37.
26
Lucas, capítulo 2, versículo 46.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 162
27
João, capítulo 2, versículos 1 a 12.
28
João, capítulo 6, versículos 1 a 15.
29
Marcos, capítulo 4, versículos 35 a 41.
30
Marcos, capítulo 6, versículos 49 e 50.
31
Lucas, capítulo 9, versículos 28 a 32.
32
João, capítulo 7, versículo 30.
33
João, capítulo 12, versículos 28 a 30.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 163
Efeitos intelectuais
No c apítulo dos ef eitos in telectuais ou , s e q uisermos, n as
provas da me tapsíquica s ubjetiva, que recon hece a in teligência
humana co mo possu idora d e ou tras v ias de con hecimento, além
daquelas que se cons tituem dos sentidos no rmais, reco nhecemos
Jesus nos mais altos testemunhos.
A dis tância da s ociedade h ierosolimita, vaticina os sucessos
amargos que culminariam com a sua morte na cruz.34 Utilizando a
clarividência que lhe era peculiar, antevê Simão Pedro cercado de
personalidades inferiores da esfera extrafísica, e avisa-o quanto ao
perigo que isso representa pa ra a fraq ueza do ap óstolo.35 Nas
últimas instruções, ao pé dos am igos, conf irmando a profunda
lucidez qu e lhe caracterizava as a preciações pe rcucientes, de-
monstra conhecer a perturbação consciencial de Judas 36, a despei-
to da s dúvida s que a ponderação s uscita en tre os ouv intes. Nas
preces de G etsêmani, aliando clarividência e clariaud iência, con-
versa com um mensageiro espiritual que o reconforta.37
Mediunidade curativa
No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas
mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada
expressão. Pa ralíticos e stendem-lhe me mbros mi rrados, obte ndo
socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos.
34
Lucas, capítulo 18, versículos 31 a 34.
35
Lucas, capítulo 22, versículos 31 a 34.
36
João, capítulo 13, versículos 21 e 22.
37
Lucas, capítulo 22, versículo 43.
Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz 164
Evangelho e mediunidade
A pr ática da me diunidade nã o es tá som ente na passagem do
Mestre entre os homens, junto dos quais, a cada hora, revela o seu
intercâmbio con stante com o Plano Superior, seja em co lóquios
com os emissários de alta estirpe, seja em se dirigindo aos aflitos
desencarnados, no socorro aos obsessos do caminho, mas também
na e quipe dos c ompanheiros, a os quais se ap resenta em pesso a,
depois da m orte, ministrando instruções para o e difício do Evan-
gelho nascente.
38
Mateus, capítulo 9, versículo 22.
39
Mateus, capítulo 9, versículo 29.
40
João, capítulo 5, versículo 14.
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