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HISTÓRIA
A partir de 1920, com a expansão da indústria farmacêutica, ocorreu uma
descaracterização das funções do farmacêutico e as farmácias hospitalares
converteram-se num canal de distribuição de medicamentos produzidos pelas
indústrias. Nos Estados Unidos, o período entre 1920 e 1940 foi marcado por um início
de reorganização em que ocorreu o estabelecimento de padrões para a prática
farmacêutica. Neste contexto surgiu, nos EUA, a farmácia clínica, ramo da farmácia
hospitalar que tem como meta principal o uso racional dos medicamentos. O
farmacêutico, além de suas atribuições relacionadas aos medicamentos, passa a ter
atividades clínicas voltadas para o paciente (ANTUNES, 2008).
Em 1973, a Lei nº 5.991 estabeleceu que toda farmácia (inclusive a farmácia hospitalar)
deve ser assistida por farmacêutico responsável técnico. Além disso, vale destacar
que a Assistência Farmacêutica é parte integrante do direito à saúde, assegurado
pela Constituição Federal e reafirmado pela Lei Orgânica de Saúde (Lei nº 8.080/1990)
e pela Política Nacional de Assistência Farmacêutica (Resolução CNS nº 338/2004). Em
relação aos hospitais públicos, em 2002, a Portaria nº GM/MS 1.017, publicada pelo
Ministério da Saúde, torna explícita a obrigatoriedade da presença de farmacêutico
responsável técnico inscrito no CRF para o funcionamento das farmácias hospitalares
e/ou dispensário de medicamentos integrantes do Sistema Único de Saúde.
OBJETIVOS
- Participar ativamente da seleção de medicamentos necessários ao perfil
assistencial do hospital realizada pela Comissão de Farmácia e Terapêutica;
- Efetuar o planejamento, aquisição, armazenamento, distribuição e controle
dos medicamentos e produtos para saúde;
- Implementar ações que contribuam para o uso seguro e racional de
medicamentos;
- Estabelecer um sistema eficaz, eficiente e seguro de distribuição de
medicamentos e produtos para saúde;
- Desenvolver e/o manipular formulas magistrais e/ou oficinais de produtos não
estéreis, destinados a atender necessidades específicas dos pacientes;
- Implantar sistema de farmacovigilância para identificação e prevenção de
reações adversas aos medicamentos;
- Atuar na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar subsidiando as
decisões políticas e técnicas relacionadas, em especial, à seleção, à aquisição,
ao controle de antimicrobianos, germicidas e saneantes;
- Contribuir com suporte técnico operacional nos ensaios clínicos com
medicamentos;
- Adequar‑se à realidade política, social, econômica, financeira e cultural da
instituição, observando os preceitos éticos e morais da profissão farmacêutica
da instituição;
- Realizar seguimento farmacoterapêutico de pacientes internados e
ambulatoriais, implementando o desenvolvimento da farmácia clínica;
PERFIL DO PROFISSIONAL
Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento
denominado The role of the pharmacist in the health care system (“O papel do
farmacêutico no sistema de atenção à saúde”) em que se destacaram sete qualidades
que o farmacêutico deve apresentar:
- Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde;
- Capaz de tomar decisões;
- Comunicador;
- Líder;
- Gerente;
- Atualizado permanentemente;
- Educador.
ATIVIDADES LOGÍSTICAS
Dispensação: é a principal atividade logística da farmácia hospitalar, sendo definida
como o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a
um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada
por um profissional autorizado (BRASIL, 2001). A dispensação deve ser realizada nas
quantidades e especificações solicitadas, de forma segura e no prazo requerido,
promovendo o uso adequado e correto de medicamentos e produtos para a saúde.
Seleção/ Planejamento
Seleção de Medicamentos é definida como um processo contínuo, multidisciplinar e
participativo, que determina e assegura os níveis de acesso aos medicamentos
necessários ao sistema de saúde. O processo baseia-se em critérios científicos e
econômicos, e fornece elementos necessários ao uso racional de medicamentos.
Aquisição
- Suprir as necessidades de materiais e medicamentos.
Recebimento
- Conferência: administrativa e técnica;
- Saldo: lançamentos de entrada no sistema informatizado;
- Código de barras: lote e validade;
- Rotina: (POP) descrito no manual;
Armazenamento
- Fluxo logístico e higienização;
- Temperatura ambiente;
- Os pisos e paredes devem ser laváveis e de cantos arredondados;
- A paletização tem sido muito utilizada para as embalagens de caixas;
- Os empilhamentos deve seguir a indicação do fornecedor;
- Para outras embalagens se utilizam o armazenamento em estantes ou
prateleiras.
Codificação
Há alguns critérios que podem ser seguidos:
- Classe do material: medicamentos, Correlatos, fios cirúrgicos;
- O primeiro e segundo dígito: indicam o grupo farmacológico: Exemplo: atuam
no SNC.
- O terceiro e quarto dígito: A subdivisão do grupo farmacológico: ansiolíticos;
- O quinto e sexto dígito: indicam o princípio ativo: fentanil.
Inventário
Movimentações de estoques:
- Apuração contábil: balanço anual – valor do estoque;
- Controle:curva ABC.
Distribuição
A dispensação de medicamentos, é o ato farmacêutico referente à distribuição dos
Medicamentos mediante análise prévia das prescrições médicas, de modo a oferecer
informações de sua boa utilização bem como da preparação das doses que se devem
administrar. A dispensação de medicamentos é uma atividade técnico-científica de
orientação ao paciente, devendo ser exclusividade de profissional tecnicamente
habilitado – o farmacêutico.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), Farmácia Hospitalar e outros
serviços de saúde definem-se como “unidade clínica, administrativa e econômica,
dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital ou serviço
de saúde e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de
assistência ao paciente”.
AREAS:
- Emergência (PS);
- Central (dispensação/gerenciamento);
- Cirúrgica;
- Oncológica (hematologia);
- Clínica (enfermaria);
- Almoxarifado
- UTI.
INFECÇÃO HOSPITALAR
As infecções hospitalares podem ser definidas como aquelas adquiridas após a
admissão do paciente e que se manifestam durante a internação ou após a alta,
quando puderem ser relacionadas com a internação ou procedimentos hospitalares;
A maior parte das vezes os locais mais encontradas são feridas cirúrgicas, trato
urinário e pulmonar;
Controle CCIH
Elaboração de normas e rotinas para a limpeza e desinfecção dos ambientes,
estabelecendo a frequência, tipo de desinfetante, especialmente em áreas críticas,
como berçários, centros cirúrgicos ou UTI, por exemplo;
1998: A Portaria 2.616 é a legislação mais recente, revoga a portaria 930 e amplia as
atribuições de CCIH no Hospital;
Farmácia Hospitalar
O serviço de farmácia tem como objetivo promover o uso racional de medicamentos,
portanto em conjunto com a Comissão de controle de infecção hospitalar, a farmácia
desenvolve ações relacionadas ao controle de antimicrobianos e racionalização do
uso de germicidas;
Risco de Contaminação
Contaminação de medicamentos
- Existem dificuldades para a identificação de um surto devido à contaminação
de um medicamento, não há protocolos para caracterização e o estudo
microbiológico dos casos suspeitos e suas possíveis fontes de contaminação;
Contaminação na indústria
- Esta contaminação é geralmente disseminada no tempo, espaço e entre várias
instituições. Só pode ser identificada se um rigoroso sistema de vigilância for
implantado;
Contaminação na Farmácia
- Geralmente envolve a contaminação de soluções usadas na formulação de um
produto ou um equipamento, freqüentemente bomba de infusão ou seringa,
usado na formulação ou preparação de um fluído estéril. A recomendação dos
testes de esterilização realizados durante o processo de manipulação permite
a identificação e a correção destas falhas;
Soluções oftálmicas
- Cuidados devem ser tomados com estas soluções. Sua contaminação ocorre
principalmente no uso, podendo ser responsável por epidemias de infecção
hospitalar;
Soluções Parenterais
- Ampolas- Seu conteúdo deve ser passado imediatamente para uma seringa, e
qualquer sobra descartada;
- Frascos de múltiplas doses - A tampa sofrer desinfecção com solução de ação
rápida (álcool a 70%). Não devem ser utilizados indefinidamente e, uma
inspeção para visualização de turvação ou alteração do seu conteúdo deve
ser feito;
- Soluções de produtos liofilizados – A tampa deve sofrer a desinfecção (álcool a
70%) antes da introdução da solução para reconstituição. Mantendo-se a
estabilidade deve existir orientação para manipulação e estocagem adequada;
O mau uso dos antimicrobianos nos hospitais do País é uma situação crítica,
portanto as tendências atuais é o desenvolvimento de um programa de
racionalização de antimicrobianos;
Tem a finalidade de evitar a infecção da ferida operatória, não tendo objetivo prevenir
a ocorrência de infecção em outros sítios orgânicos. A droga deve ser prescrita pouco
antes ou no início do procedimento cirúrgico, na indução anestésica;
- Procedimento limpos;
- Potencialmente contaminados.
O antibiótico deve ser administrado em doses adequadas e por tempo suficiente para
combater o germe contaminante e não provocar alterações na microbiota normal;
Farmacêutico:
- O farmacêutico tem a responsabilidade de contribuir para a prevenção e
controle da infecção hospitalar;
- O grande número de antimicrobianos disponíveis reforça a necessidade do
trabalho integrado entre médicos, farmacêuticos, anestesiologista,
enfermeiras e membros de CCIH para orientar a utilização destes fármacos;
- O farmacêutico deve assegurar que o paciente receba o antimicrobiano no
momento que necessita, na dose, via e frequência de administração corretas,
por período adequado;
- É fundamental estabelecer protocolos de uso de antimicrobianos que
também considere o fator custo.