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Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão

textual
20% PROGRESSO

Objetivos


Elaboração de respostas


Comunicação e expressão


Composição


Coesão textual

Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão


textual
20% PROGRESSO

Seção 1 - 
Objetivos

Seção 2 de 5
Elaboração de respostas

Em nossos atos de comunicação, ocorram eles oralmente ou por escrito, em


muitos momentos, somos levados à necessidade de elaborar uma resposta,
aqui entendida como aquilo que se diz ou é escrito para responder a uma
pergunta. 

Inicialmente, é preciso que se entenda que a elaboração de uma resposta


compreende a organização de um texto e, como tal, deve seguir alguns
princípios, e responder a algo não pode ocorrer de forma automática; como
produção de texto, a resposta deve ter clareza e deve ser organizada, de modo
que o interlocutor perceba que há um começo, um meio e um fim bem
esboçados. 

Em qualquer ato de interlocução, trabalhamos com os chamados elementos da


comunicação, são eles: a mensagem em si, ou seja, a informação transmitida;
o emissor, aquele que emite uma mensagem; o receptor, aquele que recebe a
mensagem; o canal, ou seja, o meio escolhido para o envio da mensagem; o
código, que compreende o sistema de sinais empregados no envio da
mensagem; o referente, objeto ou situação a que a mensagem se refere. 

Além da necessidade do conhecimento do código escolhido, da escolha de um


canal adequado e que não possua interferências (chamadas de ruídos em
comunicação), nossos interlocutores dependem da clareza, da organização e
da expressão dos nossos pensamentos para a compreensão das mensagens
enviadas. 

No momento em que elaboramos uma resposta, somos os emissores que


querem conquistar a compreensão de nossa mensagem e, levando em conta
nossos receptores, o contexto em que nos encontramos, nosso domínio sobre o
conteúdo a que se refere a pergunta feita e a forma como organizamos nossos
pensamentos, haverá facilidade ou não para que o receptor compreenda o que
desejamos com o envio da mensagem. 

Também, precisamos lembrar que “o destinatário da comunicação não é um


receptor passivo, mas um intérprete que decodifica e compreende a mensagem
de acordo com sua experiência humana e cultural” (ALVAREZ; BARRACA,
2002, p. 47); isto quer dizer que, durante o processamento da mensagem
enviada, pode ocorrer um afastamento entre a intenção do emissor e o
entendimento da parte do receptor. Por isso, os indicadores enviados precisam
ser claros para quem recebe a informação, no entanto, é preciso ressaltar que o
repertório de conhecimentos também pode interferir no processo, pois os
esquemas mentais e os conhecimentos adquiridos têm caráter bastante
individualizados. 

Se a situação do ato comunicativo é direta, através do diálogo, o emissor pode


contar com a comunicação não verbal, usando gestos e expressões, ou até
mesmo reformulando a mensagem.

CITANDO
Ora, quando falamos com alguém, não é só a palavra que está comunicando, e

sim, a soma de gestos, a intensidade da voz, as expressões faciais etc. Além

disso, uma conversa se constrói no momento que está ocorrendo. Tanto é que

sentimos que nosso interlocutor não está entendendo bem. Sabemos que tanto

os produtores de mensagens quanto os destinatários são, na verdade,

intérpretes, ambos sujeitos ativos na comunicação, que realmente só ocorre

quando se dá a troca entre eles, quando interagem efetivamente ao ato de

comunicação (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47).

Entretanto, se o ato comunicativo ocorre através da escrita, o emissor deve


fazer todo o possível para que a mensagem não tenha a necessidade de ser
refeita, pois nem sempre poderá contar com essa oportunidade.

Ao se deparar com um raciocínio desorganizado e sem clareza, o receptor não


conta com as pistas necessárias para o entendimento da informação enviada e,
mesmo que compreenda o código escolhido, terá dificuldades para chegar à
compreensão do enunciado pelo emissor, ou até mesmo não chegará a ela. 

Em situações de avaliação, comuns na esfera escolar, por exemplo, o


professor depende da clareza e da organização da resposta elaborada pelo
aluno para sua avaliação. Desse modo, o sucesso comunicativo de uma
resposta está atrelado aos cuidados que envolvem sua elaboração, quanto à
forma como é elaborada e quanto ao seu conteúdo.
AS CONVERSAÇÕES
As conversas costumam ter características mais ou menos informais,
envolvendo nossas esferas de atividades, entre amigos, entre colegas de
trabalho, nos ambientes de estudo e, sejam os falantes portadores de formação
escolar ou não, a comunicação pode ocorrer observando a fala e algumas
formas básicas de comunicação. 

Especificamente, as conversações envolvem acordos e negociações para as


tocas de turnos de interlocução, isto é, unidades que compreendem a
participação de cada um, auxiliando na formulação de textos dialogais, mas
nem sempre um interlocutor toma a palavra ao término da enunciação do
outro. Por vezes, ocorrem interrupções. 
Terra e Nicola (2008) ressaltam características particulares dos textos
conversacionais como:
 1
Emprego de linguagem verbal e de linguagem não verbal, com a utilização de
entonações, expressões faciais, gestos, olhares, movimentos, e até as roupas,
postura, penteados e adereços contribuem de alguma forma;
 2
Emprego de expressões fáticas, ou seja, aquelas que enfocam o canal de
comunicação, com uso de frases interjetivas, como “Certo?”, “Tudo bem?”,
“Claro!”, entre outras;
 3
Negociação constante para a troca de turnos de fala, muitas vezes
naturalmente, outras de forma sutil e, às vezes, de modo grosseiro.
Assim, em situação de comunicação oral, a elaboração de respostas está
sujeita às características dos textos dialogais ora mencionados, cabendo aos
interlocutores a sua observação.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indivíduo
não pode modificá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um
“contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão.
Apesar disso, ele também afirma que a fala é sempre individual e que a língua
é necessária para que a fala produza seus efeitos.

A utilização da fala e da linguagem dependem das competências


comunicativas dos participantes do ato comunicativo, formulando enunciados
(emissor/falante) ou atribuindo-lhes significados (receptor/ouvinte ou leitor).
Além disso, a ideologia e a cultura dos interlocutores também se evidenciam
na formulação e na leitura que fazem dos enunciados. Somam-se ao processo
as influências de aspecto psicológico dos indivíduos no momento exato do ato
comunicativo, tais como humor e capacidade de tolerância, que podem
interferir tanto na enunciação quanto na interpretação, além da formulação dos
enunciados, de modo que permitam ao interlocutor o reconhecimento de suas
formas (TERRA; NICOLA, 2008). 

Desse modo, encontramos, no que se refere à fala em sua produção, seja oral
ou escrita, dois mecanismos que participam do processo de escolha e seleção
das palavras e que interferem na organização e na combinação das mesmas,
conforme a determinação do falante e seus objetivos: a denotação e a
conotação. A utilização desses recursos depende das competências
comunicativas dos interlocutores. 

Entendemos por denotação a relação direta de significado que um nome


estabelece com um objeto da realidade. O uso denotativo de uma palavra
refere-se ao seu uso literal, restrito e objetivo, com o significado normalmente
encontrado nos dicionários. 

Por outro lado, a conotação faz referência a algo que uma palavra ou coisa
sugere, como se fosse uma ampliação do significado “comum”. O uso
conotativo de um termo exige que o interlocutor faça associações com
elementos de seu repertório, para que encontre sentido no enunciado. O uso
conotativo de um termo indica que o falante tem intenção literária e subjetiva.

Diagrama 1. Diferenciando denotação de conotação.


Observe o trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987),
poeta e contista brasileiro:

A noite dissolve os homens

A noite
desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me
perturbavam.

 A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,


nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a
total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os
guerreiros.

E o amor não abre caminho na noite.


A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes
cintilantes!
nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.

Aurora, entretanto eu te diviso,


ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.

O triste mundo fascista se decompõe ao contato de


teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas
que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório. [...]
Considerando o sentido denotativo da palavra “noite”, encontramos seu
significado no dicionário como tempo que transcorre entre o poente e o nascer
do sol. No entanto, o poeta faz uso do termo “noite” sob outros aspectos,
abraçando o sentido conotativo, que ainda depende da contextualização
quanto às preocupações apresentadas no momento de criação do poema. “A
noite dissolve os homens” é uma metáfora sobre os horrores do avanço
nazifascista, sobre o totalitarismo que trouxe perseguições políticas em nosso
país e o medo e a solidão do eu-lírico. 

Também se evidencia o uso da palavra “aurora”, que o dicionário apresenta

como a claridade que precede o nascer do sol e no texto pode ser entendida

como a esperança diante dos problemas percebidos pelo eu-lírico. 

Verifica-se, então, que os recursos usados causam uma transformação nos

significados das palavras, provocando alteração do pensamento, pois os


elementos da linguagem são desviados de seu uso normal, criando uma

linguagem nova (CAMPEDELI; SOUZA, 2003).

Assim, percebemos que o sucesso na comunicação e o uso que o indivíduo faz


da língua em seus processos comunicativos dependem não só do domínio do
código estabelecido entre os falantes e dos elementos da comunicação, mas
também da competência comunicativa dos interlocutores, da ideologia, da
cultura, do aspecto psicológico, das intenções e da seleção das palavras
durante o uso, trabalhando com os mecanismos de seleção e combinação de
signos, que não são aleatórios, pois estão relacionados à intenção do falante.

Diagrama 2. Fatores que interferem no sucesso da comunicação.


CONTINUE

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Elaboração de respostas


Comunicação e expressão


Composição


Coesão textual

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Seção 1 - 
Objetivos

Seção 2 de 5
Elaboração de respostas

Em nossos atos de comunicação, ocorram eles oralmente ou por escrito, em


muitos momentos, somos levados à necessidade de elaborar uma resposta,
aqui entendida como aquilo que se diz ou é escrito para responder a uma
pergunta. 

Inicialmente, é preciso que se entenda que a elaboração de uma resposta


compreende a organização de um texto e, como tal, deve seguir alguns
princípios, e responder a algo não pode ocorrer de forma automática; como
produção de texto, a resposta deve ter clareza e deve ser organizada, de modo
que o interlocutor perceba que há um começo, um meio e um fim bem
esboçados. 

Em qualquer ato de interlocução, trabalhamos com os chamados elementos da


comunicação, são eles: a mensagem em si, ou seja, a informação transmitida;
o emissor, aquele que emite uma mensagem; o receptor, aquele que recebe a
mensagem; o canal, ou seja, o meio escolhido para o envio da mensagem; o
código, que compreende o sistema de sinais empregados no envio da
mensagem; o referente, objeto ou situação a que a mensagem se refere. 

Além da necessidade do conhecimento do código escolhido, da escolha de um


canal adequado e que não possua interferências (chamadas de ruídos em
comunicação), nossos interlocutores dependem da clareza, da organização e
da expressão dos nossos pensamentos para a compreensão das mensagens
enviadas. 

No momento em que elaboramos uma resposta, somos os emissores que


querem conquistar a compreensão de nossa mensagem e, levando em conta
nossos receptores, o contexto em que nos encontramos, nosso domínio sobre o
conteúdo a que se refere a pergunta feita e a forma como organizamos nossos
pensamentos, haverá facilidade ou não para que o receptor compreenda o que
desejamos com o envio da mensagem. 

Também, precisamos lembrar que “o destinatário da comunicação não é um


receptor passivo, mas um intérprete que decodifica e compreende a mensagem
de acordo com sua experiência humana e cultural” (ALVAREZ; BARRACA,
2002, p. 47); isto quer dizer que, durante o processamento da mensagem
enviada, pode ocorrer um afastamento entre a intenção do emissor e o
entendimento da parte do receptor. Por isso, os indicadores enviados precisam
ser claros para quem recebe a informação, no entanto, é preciso ressaltar que o
repertório de conhecimentos também pode interferir no processo, pois os
esquemas mentais e os conhecimentos adquiridos têm caráter bastante
individualizados. 

Se a situação do ato comunicativo é direta, através do diálogo, o emissor pode


contar com a comunicação não verbal, usando gestos e expressões, ou até
mesmo reformulando a mensagem.

CITANDO

Ora, quando falamos com alguém, não é só a palavra que está comunicando, e

sim, a soma de gestos, a intensidade da voz, as expressões faciais etc. Além

disso, uma conversa se constrói no momento que está ocorrendo. Tanto é que

sentimos que nosso interlocutor não está entendendo bem. Sabemos que tanto

os produtores de mensagens quanto os destinatários são, na verdade,

intérpretes, ambos sujeitos ativos na comunicação, que realmente só ocorre

quando se dá a troca entre eles, quando interagem efetivamente ao ato de

comunicação (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47).

Entretanto, se o ato comunicativo ocorre através da escrita, o emissor deve


fazer todo o possível para que a mensagem não tenha a necessidade de ser
refeita, pois nem sempre poderá contar com essa oportunidade.

Ao se deparar com um raciocínio desorganizado e sem clareza, o receptor não


conta com as pistas necessárias para o entendimento da informação enviada e,
mesmo que compreenda o código escolhido, terá dificuldades para chegar à
compreensão do enunciado pelo emissor, ou até mesmo não chegará a ela. 

Em situações de avaliação, comuns na esfera escolar, por exemplo, o


professor depende da clareza e da organização da resposta elaborada pelo
aluno para sua avaliação. Desse modo, o sucesso comunicativo de uma
resposta está atrelado aos cuidados que envolvem sua elaboração, quanto à
forma como é elaborada e quanto ao seu conteúdo.
AS CONVERSAÇÕES
As conversas costumam ter características mais ou menos informais,
envolvendo nossas esferas de atividades, entre amigos, entre colegas de
trabalho, nos ambientes de estudo e, sejam os falantes portadores de formação
escolar ou não, a comunicação pode ocorrer observando a fala e algumas
formas básicas de comunicação. 

Especificamente, as conversações envolvem acordos e negociações para as


tocas de turnos de interlocução, isto é, unidades que compreendem a
participação de cada um, auxiliando na formulação de textos dialogais, mas
nem sempre um interlocutor toma a palavra ao término da enunciação do
outro. Por vezes, ocorrem interrupções. 

Terra e Nicola (2008) ressaltam características particulares dos textos


conversacionais como:
 1
Emprego de linguagem verbal e de linguagem não verbal, com a utilização de
entonações, expressões faciais, gestos, olhares, movimentos, e até as roupas,
postura, penteados e adereços contribuem de alguma forma;
 2
Emprego de expressões fáticas, ou seja, aquelas que enfocam o canal de
comunicação, com uso de frases interjetivas, como “Certo?”, “Tudo bem?”,
“Claro!”, entre outras;
 3
Negociação constante para a troca de turnos de fala, muitas vezes
naturalmente, outras de forma sutil e, às vezes, de modo grosseiro.
Assim, em situação de comunicação oral, a elaboração de respostas está
sujeita às características dos textos dialogais ora mencionados, cabendo aos
interlocutores a sua observação.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indivíduo
não pode modificá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um
“contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão.
Apesar disso, ele também afirma que a fala é sempre individual e que a língua
é necessária para que a fala produza seus efeitos.

A utilização da fala e da linguagem dependem das competências


comunicativas dos participantes do ato comunicativo, formulando enunciados
(emissor/falante) ou atribuindo-lhes significados (receptor/ouvinte ou leitor).
Além disso, a ideologia e a cultura dos interlocutores também se evidenciam
na formulação e na leitura que fazem dos enunciados. Somam-se ao processo
as influências de aspecto psicológico dos indivíduos no momento exato do ato
comunicativo, tais como humor e capacidade de tolerância, que podem
interferir tanto na enunciação quanto na interpretação, além da formulação dos
enunciados, de modo que permitam ao interlocutor o reconhecimento de suas
formas (TERRA; NICOLA, 2008). 

Desse modo, encontramos, no que se refere à fala em sua produção, seja oral
ou escrita, dois mecanismos que participam do processo de escolha e seleção
das palavras e que interferem na organização e na combinação das mesmas,
conforme a determinação do falante e seus objetivos: a denotação e a
conotação. A utilização desses recursos depende das competências
comunicativas dos interlocutores. 

Entendemos por denotação a relação direta de significado que um nome


estabelece com um objeto da realidade. O uso denotativo de uma palavra
refere-se ao seu uso literal, restrito e objetivo, com o significado normalmente
encontrado nos dicionários. 

Por outro lado, a conotação faz referência a algo que uma palavra ou coisa
sugere, como se fosse uma ampliação do significado “comum”. O uso
conotativo de um termo exige que o interlocutor faça associações com
elementos de seu repertório, para que encontre sentido no enunciado. O uso
conotativo de um termo indica que o falante tem intenção literária e subjetiva.

Diagrama 1. Diferenciando denotação de conotação.


Observe o trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987),
poeta e contista brasileiro:

A noite dissolve os homens

A noite
desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me
perturbavam.

 A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,


nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a
total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os
guerreiros.

E o amor não abre caminho na noite.


A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes
cintilantes!
nas suas fardas.

A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...


Os suicidas tinham razão.

Aurora, entretanto eu te diviso,


ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.

O triste mundo fascista se decompõe ao contato de


teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas
que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório. [...]
Considerando o sentido denotativo da palavra “noite”, encontramos seu
significado no dicionário como tempo que transcorre entre o poente e o nascer
do sol. No entanto, o poeta faz uso do termo “noite” sob outros aspectos,
abraçando o sentido conotativo, que ainda depende da contextualização
quanto às preocupações apresentadas no momento de criação do poema. “A
noite dissolve os homens” é uma metáfora sobre os horrores do avanço
nazifascista, sobre o totalitarismo que trouxe perseguições políticas em nosso
país e o medo e a solidão do eu-lírico. 

Também se evidencia o uso da palavra “aurora”, que o dicionário apresenta

como a claridade que precede o nascer do sol e no texto pode ser entendida

como a esperança diante dos problemas percebidos pelo eu-lírico. 

Verifica-se, então, que os recursos usados causam uma transformação nos

significados das palavras, provocando alteração do pensamento, pois os

elementos da linguagem são desviados de seu uso normal, criando uma

linguagem nova (CAMPEDELI; SOUZA, 2003).

Assim, percebemos que o sucesso na comunicação e o uso que o indivíduo faz


da língua em seus processos comunicativos dependem não só do domínio do
código estabelecido entre os falantes e dos elementos da comunicação, mas
também da competência comunicativa dos interlocutores, da ideologia, da
cultura, do aspecto psicológico, das intenções e da seleção das palavras
durante o uso, trabalhando com os mecanismos de seleção e combinação de
signos, que não são aleatórios, pois estão relacionados à intenção do falante.

Diagrama 2. Fatores que interferem no sucesso da comunicação.


COMANDOS DE QUESTÃO E ELABORAÇÃO DE
RESPOSTAS
Muitas vezes, em processos de avaliação, principalmente nos ambientes
escolares, o indivíduo não alcança êxito por não conseguir elaborar respostas
que correspondam às questões que lhe são propostas, mesmo tendo se
preparado para elas. 

Uma resposta deve ser completa, como uma produção que deve fazer sentido
para o interlocutor, além de apresentar início, meio e fim bem delineados.
O comando de uma questão corresponde ao verbo ao redor do qual a
pergunta se concentra, aparecendo geralmente no modo imperativo, como
uma ordem, mas também pode estar subentendido, não aparecendo
explicitamente. Desse modo, é relevante que se compreenda bem os comandos
de questão e se obedeça a eles.
Observando que, quando se menciona discurso próprio, isso quer dizer que se
deve utilizar suas palavras, sem cópias de trechos motivadores ou outros,
obedecendo aos padrões da norma culta, principalmente em situações de
avaliação.

Tabela 1. Comandos de questão


Inúmeros são os comandos de questão utilizados em sala de aula, cabendo aos
indivíduos que se encontram nas situações em que são apresentados buscar o
conhecimento de seus conceitos, a fim de que resultados satisfatórios
correspondam aos seus esforços, fazendo-se entender por seus avaliadores.
CONTINUE

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Comunicação e expressão


Composição


Coesão textual

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textual
20% PROGRESSO

Seção 1 - 
Objetivos

Seção 2 de 5
Elaboração de respostas

Em nossos atos de comunicação, ocorram eles oralmente ou por escrito, em


muitos momentos, somos levados à necessidade de elaborar uma resposta,
aqui entendida como aquilo que se diz ou é escrito para responder a uma
pergunta. 

Inicialmente, é preciso que se entenda que a elaboração de uma resposta


compreende a organização de um texto e, como tal, deve seguir alguns
princípios, e responder a algo não pode ocorrer de forma automática; como
produção de texto, a resposta deve ter clareza e deve ser organizada, de modo
que o interlocutor perceba que há um começo, um meio e um fim bem
esboçados. 

Em qualquer ato de interlocução, trabalhamos com os chamados elementos da


comunicação, são eles: a mensagem em si, ou seja, a informação transmitida;
o emissor, aquele que emite uma mensagem; o receptor, aquele que recebe a
mensagem; o canal, ou seja, o meio escolhido para o envio da mensagem; o
código, que compreende o sistema de sinais empregados no envio da
mensagem; o referente, objeto ou situação a que a mensagem se refere. 

Além da necessidade do conhecimento do código escolhido, da escolha de um


canal adequado e que não possua interferências (chamadas de ruídos em
comunicação), nossos interlocutores dependem da clareza, da organização e
da expressão dos nossos pensamentos para a compreensão das mensagens
enviadas. 

No momento em que elaboramos uma resposta, somos os emissores que


querem conquistar a compreensão de nossa mensagem e, levando em conta
nossos receptores, o contexto em que nos encontramos, nosso domínio sobre o
conteúdo a que se refere a pergunta feita e a forma como organizamos nossos
pensamentos, haverá facilidade ou não para que o receptor compreenda o que
desejamos com o envio da mensagem. 

Também, precisamos lembrar que “o destinatário da comunicação não é um


receptor passivo, mas um intérprete que decodifica e compreende a mensagem
de acordo com sua experiência humana e cultural” (ALVAREZ; BARRACA,
2002, p. 47); isto quer dizer que, durante o processamento da mensagem
enviada, pode ocorrer um afastamento entre a intenção do emissor e o
entendimento da parte do receptor. Por isso, os indicadores enviados precisam
ser claros para quem recebe a informação, no entanto, é preciso ressaltar que o
repertório de conhecimentos também pode interferir no processo, pois os
esquemas mentais e os conhecimentos adquiridos têm caráter bastante
individualizados. 
Se a situação do ato comunicativo é direta, através do diálogo, o emissor pode
contar com a comunicação não verbal, usando gestos e expressões, ou até
mesmo reformulando a mensagem.

CITANDO

Ora, quando falamos com alguém, não é só a palavra que está comunicando, e

sim, a soma de gestos, a intensidade da voz, as expressões faciais etc. Além

disso, uma conversa se constrói no momento que está ocorrendo. Tanto é que

sentimos que nosso interlocutor não está entendendo bem. Sabemos que tanto

os produtores de mensagens quanto os destinatários são, na verdade,

intérpretes, ambos sujeitos ativos na comunicação, que realmente só ocorre

quando se dá a troca entre eles, quando interagem efetivamente ao ato de

comunicação (ALVAREZ; BARRACA, 2002, p. 47).

Entretanto, se o ato comunicativo ocorre através da escrita, o emissor deve


fazer todo o possível para que a mensagem não tenha a necessidade de ser
refeita, pois nem sempre poderá contar com essa oportunidade.

Ao se deparar com um raciocínio desorganizado e sem clareza, o receptor não


conta com as pistas necessárias para o entendimento da informação enviada e,
mesmo que compreenda o código escolhido, terá dificuldades para chegar à
compreensão do enunciado pelo emissor, ou até mesmo não chegará a ela. 

Em situações de avaliação, comuns na esfera escolar, por exemplo, o


professor depende da clareza e da organização da resposta elaborada pelo
aluno para sua avaliação. Desse modo, o sucesso comunicativo de uma
resposta está atrelado aos cuidados que envolvem sua elaboração, quanto à
forma como é elaborada e quanto ao seu conteúdo.
AS CONVERSAÇÕES
As conversas costumam ter características mais ou menos informais,
envolvendo nossas esferas de atividades, entre amigos, entre colegas de
trabalho, nos ambientes de estudo e, sejam os falantes portadores de formação
escolar ou não, a comunicação pode ocorrer observando a fala e algumas
formas básicas de comunicação. 

Especificamente, as conversações envolvem acordos e negociações para as


tocas de turnos de interlocução, isto é, unidades que compreendem a
participação de cada um, auxiliando na formulação de textos dialogais, mas
nem sempre um interlocutor toma a palavra ao término da enunciação do
outro. Por vezes, ocorrem interrupções. 

Terra e Nicola (2008) ressaltam características particulares dos textos


conversacionais como:
 1
Emprego de linguagem verbal e de linguagem não verbal, com a utilização de
entonações, expressões faciais, gestos, olhares, movimentos, e até as roupas,
postura, penteados e adereços contribuem de alguma forma;
 2
Emprego de expressões fáticas, ou seja, aquelas que enfocam o canal de
comunicação, com uso de frases interjetivas, como “Certo?”, “Tudo bem?”,
“Claro!”, entre outras;
 3
Negociação constante para a troca de turnos de fala, muitas vezes
naturalmente, outras de forma sutil e, às vezes, de modo grosseiro.
Assim, em situação de comunicação oral, a elaboração de respostas está
sujeita às características dos textos dialogais ora mencionados, cabendo aos
interlocutores a sua observação.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indivíduo
não pode modificá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um
“contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão.
Apesar disso, ele também afirma que a fala é sempre individual e que a língua
é necessária para que a fala produza seus efeitos.

A utilização da fala e da linguagem dependem das competências


comunicativas dos participantes do ato comunicativo, formulando enunciados
(emissor/falante) ou atribuindo-lhes significados (receptor/ouvinte ou leitor).
Além disso, a ideologia e a cultura dos interlocutores também se evidenciam
na formulação e na leitura que fazem dos enunciados. Somam-se ao processo
as influências de aspecto psicológico dos indivíduos no momento exato do ato
comunicativo, tais como humor e capacidade de tolerância, que podem
interferir tanto na enunciação quanto na interpretação, além da formulação dos
enunciados, de modo que permitam ao interlocutor o reconhecimento de suas
formas (TERRA; NICOLA, 2008). 
Desse modo, encontramos, no que se refere à fala em sua produção, seja oral
ou escrita, dois mecanismos que participam do processo de escolha e seleção
das palavras e que interferem na organização e na combinação das mesmas,
conforme a determinação do falante e seus objetivos: a denotação e a
conotação. A utilização desses recursos depende das competências
comunicativas dos interlocutores. 

Entendemos por denotação a relação direta de significado que um nome


estabelece com um objeto da realidade. O uso denotativo de uma palavra
refere-se ao seu uso literal, restrito e objetivo, com o significado normalmente
encontrado nos dicionários. 

Por outro lado, a conotação faz referência a algo que uma palavra ou coisa
sugere, como se fosse uma ampliação do significado “comum”. O uso
conotativo de um termo exige que o interlocutor faça associações com
elementos de seu repertório, para que encontre sentido no enunciado. O uso
conotativo de um termo indica que o falante tem intenção literária e subjetiva.

Diagrama 1. Diferenciando denotação de conotação.


Observe o trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987),
poeta e contista brasileiro:

A noite dissolve os homens

A noite
desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me
perturbavam.

 A noite desceu. Nas casas, nas ruas onde se combate,


nos campos desfalecidos, a noite espalhou o medo e a
total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa os
guerreiros.

E o amor não abre caminho na noite.


A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes
cintilantes!
nas suas fardas.

A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem remédio...


Os suicidas tinham razão.

Aurora, entretanto eu te diviso,


ainda tímida, inexperiente das luzes que vais ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.

O triste mundo fascista se decompõe ao contato de


teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas
que avançam
na escuridão
como um sinal verde e peremptório. [...]
Considerando o sentido denotativo da palavra “noite”, encontramos seu
significado no dicionário como tempo que transcorre entre o poente e o nascer
do sol. No entanto, o poeta faz uso do termo “noite” sob outros aspectos,
abraçando o sentido conotativo, que ainda depende da contextualização
quanto às preocupações apresentadas no momento de criação do poema. “A
noite dissolve os homens” é uma metáfora sobre os horrores do avanço
nazifascista, sobre o totalitarismo que trouxe perseguições políticas em nosso
país e o medo e a solidão do eu-lírico. 
Também se evidencia o uso da palavra “aurora”, que o dicionário apresenta

como a claridade que precede o nascer do sol e no texto pode ser entendida

como a esperança diante dos problemas percebidos pelo eu-lírico. 

Verifica-se, então, que os recursos usados causam uma transformação nos

significados das palavras, provocando alteração do pensamento, pois os

elementos da linguagem são desviados de seu uso normal, criando uma

linguagem nova (CAMPEDELI; SOUZA, 2003).

Assim, percebemos que o sucesso na comunicação e o uso que o indivíduo faz


da língua em seus processos comunicativos dependem não só do domínio do
código estabelecido entre os falantes e dos elementos da comunicação, mas
também da competência comunicativa dos interlocutores, da ideologia, da
cultura, do aspecto psicológico, das intenções e da seleção das palavras
durante o uso, trabalhando com os mecanismos de seleção e combinação de
signos, que não são aleatórios, pois estão relacionados à intenção do falante.

Diagrama 2. Fatores que interferem no sucesso da comunicação.


COMANDOS DE QUESTÃO E ELABORAÇÃO DE
RESPOSTAS
Muitas vezes, em processos de avaliação, principalmente nos ambientes
escolares, o indivíduo não alcança êxito por não conseguir elaborar respostas
que correspondam às questões que lhe são propostas, mesmo tendo se
preparado para elas. 

Uma resposta deve ser completa, como uma produção que deve fazer sentido
para o interlocutor, além de apresentar início, meio e fim bem delineados.
O comando de uma questão corresponde ao verbo ao redor do qual a
pergunta se concentra, aparecendo geralmente no modo imperativo, como
uma ordem, mas também pode estar subentendido, não aparecendo
explicitamente. Desse modo, é relevante que se compreenda bem os comandos
de questão e se obedeça a eles.

Observando que, quando se menciona discurso próprio, isso quer dizer que se
deve utilizar suas palavras, sem cópias de trechos motivadores ou outros,
obedecendo aos padrões da norma culta, principalmente em situações de
avaliação.
Tabela 1. Comandos de questão
Inúmeros são os comandos de questão utilizados em sala de aula, cabendo aos
indivíduos que se encontram nas situações em que são apresentados buscar o
conhecimento de seus conceitos, a fim de que resultados satisfatórios
correspondam aos seus esforços, fazendo-se entender por seus avaliadores.
RESPOSTAS SUBJETIVAS E OBJETIVAS

De acordo com Houaiss (2004), o que é subjetivo está sujeito ao pessoal, não

havendo imparcialidade, e é tendencioso, não sendo concreto, exato ou

objetivo. Entendemos, então, que algo subjetivo é tudo o que é próprio do

sujeito ou relativo a ele, pertencendo ao comando de sua consciência e

baseado na sua interpretação individual e, sendo assim, pode não ser válido

para os demais. Além disso, o uso conotativo dos termos contribui para a

presença da subjetividade nos textos. 

Desse modo, entende-se que uma resposta subjetiva pode apresentar


elementos que podem interferir num processo comunicativo, comprometendo
situações de avaliação, por exemplo, pois possibilitam interpretações que
dependem do repertório individual de emissor e receptor, ou pode apresentar
um juízo de valor que não é compartilhado pelo receptor. 

Desejando fazer uso de uma resposta subjetiva, precisamos verificar se há


condições de entendimento, dentro do contexto, de acordo com o canal e o
código escolhidos, além das características de nosso interlocutor; ainda, se há
oportunidade para esse uso, o que nem sempre ocorre em situações de
avaliações na esfera escolar. 

Observando a possibilidade, precisamos garantir que ocorram pistas em nosso


texto, oral ou escrito, que permitam a recuperação do sentido desejado e se há
organização entre as partes que o compõem, para que o interlocutor
compreenda as opiniões e interpretações que nele apresentamos. 

Quanto à objetividade, de modo contrário à subjetividade, compreende a


qualidade daquilo que dá, ou pretender dar, uma representação fiel de um
objeto ou fato (HOUAISS, 2004), sendo assim, trazendo o uso dos termos que
exploram a denotação.
Quando desejamos fazer uso de respostas objetivas, buscamos
a verossimilhança com base na realidade para a apresentação de nossos
conteúdos, de forma isenta e impessoal, ou seja, sem a presença de nossas
opiniões ou sentimentos. 

Nesse caso, a organização e a concatenação das informações apresentadas,


além de sua veracidade, são elementos relevantes que devem ser preservados
e, para que não haja comprometimento quanto ao que é apresentado, a coesão
entre as partes da resposta, considerando início, meio e fim bem marcados,
formulados com clareza, forma e conteúdo, devem levar o interlocutor à
apropriação do sentido do texto elaborado.

EXPLICANDO

O conceito de verossimilhança prende-se à característica do que

é verossímil, ou seja, que aparenta ser ou é considerado

verdadeiro.

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Comunicação e expressão


Composição


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Comunicação e expressão

Comunicar é partilhar informações, pensamentos, sentimentos e opiniões,


tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
comunicativo. 

Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por


gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações,
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e
pela escrita (BERLO, 2003).

Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso


em: 16/08/2019.

A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a


comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 

A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa


sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 
A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados
também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem
apropriados para os diferentes meios de expressão.
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tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
comunicativo. 

Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por


gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações,
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e
pela escrita (BERLO, 2003).

Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso


em: 16/08/2019.

A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a


comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 

A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa


sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 

A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados


também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem
apropriados para os diferentes meios de expressão.
TEXTO E TEXTUALIDADE

Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de

interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases

não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado

juntas. Só podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes

estiverem ligadas e organizadas de tal modo que apresentem sentido. 


Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade
linguística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa
comunidade, ou seja, partilhamos uma mesma língua e seus códigos de
expressão, fazendo uso deles para nossas atividades de interação. 

A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que


é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O
uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas
de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa
(SARMENTO, 2012). 

Quando nos deparamos com um conjunto de palavras ou frases soltas que não
obedecem aos padrões de organização da língua, dizemos que não há
textualidade ou textura, por isso não apresenta sentido, pois não observa os
elementos de textualização necessários, não ocorrendo coesão, coerência,
informatividade e intertextualidade. 

Portanto, para que tenhamos um texto, a coesão é estabelecida com a ligação


entre as palavras, as frases, as orações e os períodos do texto. A coerência
contribui para o sentido não apresentando elementos em contradição entre
suas partes ou ideias; a informatividade apresenta a relevância das
informações fornecidas e a intertextualidade fornece a relação com outros
textos. Além disso, devemos considerar o a situação em que o texto está
inserido. 

Diagrama 3. Textualidade ou textura.


CONTINUE

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tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
comunicativo. 

Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por


gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações,
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e
pela escrita (BERLO, 2003).

Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso


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A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a


comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 

A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa


sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 
A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados
também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem
apropriados para os diferentes meios de expressão.
TEXTO E TEXTUALIDADE

Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de

interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases

não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado

juntas. Só podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes

estiverem ligadas e organizadas de tal modo que apresentem sentido. 

Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade


linguística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa
comunidade, ou seja, partilhamos uma mesma língua e seus códigos de
expressão, fazendo uso deles para nossas atividades de interação. 

A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que


é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O
uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas
de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa
(SARMENTO, 2012). 

Quando nos deparamos com um conjunto de palavras ou frases soltas que não
obedecem aos padrões de organização da língua, dizemos que não há
textualidade ou textura, por isso não apresenta sentido, pois não observa os
elementos de textualização necessários, não ocorrendo coesão, coerência,
informatividade e intertextualidade. 

Portanto, para que tenhamos um texto, a coesão é estabelecida com a ligação


entre as palavras, as frases, as orações e os períodos do texto. A coerência
contribui para o sentido não apresentando elementos em contradição entre
suas partes ou ideias; a informatividade apresenta a relevância das
informações fornecidas e a intertextualidade fornece a relação com outros
textos. Além disso, devemos considerar o a situação em que o texto está
inserido. 

Diagrama 3. Textualidade ou textura.


TIPOS DE DISCURSO E CONTEXTO
O contexto em que um texto está inserido precisa ser observado, visto que
uma mesma frase pode apresentar significados diferentes em situações
distintas e para interlocutores distintos. Por isso, muitas vezes, observamos
alguém reclamar que não foi compreendido em suas intenções, pois sua frase
foi descontextualizada, ou seja, não foram observadas as condições em que
foram proferidas, acarretando interpretações indesejadas. 

Além disso, temos que considerar o discurso escolhido, entendendo o termo


discurso como o uso da língua em uma determinada situação de comunicação
entre interlocutores, constituindo o conjunto de enunciados de um emissor e
seu interlocutor, em um determinado momento em que se faz o uso da língua
(SARMENTO, 2012). 

O texto dá origem ao discurso e o discurso materializa a produção textual.


Cabe ao emissor do texto escolher a forma de apresentação de suas ideias
sobre temas diversos e a forma de manifestação de seu discurso. 
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tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
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Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por


gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações,
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e
pela escrita (BERLO, 2003).

Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso


em: 16/08/2019.

A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a


comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 

A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa


sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 

A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados


também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem
apropriados para os diferentes meios de expressão.
TEXTO E TEXTUALIDADE
Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de

interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases

não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado

juntas. Só podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes

estiverem ligadas e organizadas de tal modo que apresentem sentido. 

Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade


linguística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa
comunidade, ou seja, partilhamos uma mesma língua e seus códigos de
expressão, fazendo uso deles para nossas atividades de interação. 

A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que


é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O
uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas
de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa
(SARMENTO, 2012). 

Quando nos deparamos com um conjunto de palavras ou frases soltas que não
obedecem aos padrões de organização da língua, dizemos que não há
textualidade ou textura, por isso não apresenta sentido, pois não observa os
elementos de textualização necessários, não ocorrendo coesão, coerência,
informatividade e intertextualidade. 

Portanto, para que tenhamos um texto, a coesão é estabelecida com a ligação


entre as palavras, as frases, as orações e os períodos do texto. A coerência
contribui para o sentido não apresentando elementos em contradição entre
suas partes ou ideias; a informatividade apresenta a relevância das
informações fornecidas e a intertextualidade fornece a relação com outros
textos. Além disso, devemos considerar o a situação em que o texto está
inserido. 

Diagrama 3. Textualidade ou textura.


TIPOS DE DISCURSO E CONTEXTO
O contexto em que um texto está inserido precisa ser observado, visto que
uma mesma frase pode apresentar significados diferentes em situações
distintas e para interlocutores distintos. Por isso, muitas vezes, observamos
alguém reclamar que não foi compreendido em suas intenções, pois sua frase
foi descontextualizada, ou seja, não foram observadas as condições em que
foram proferidas, acarretando interpretações indesejadas. 

Além disso, temos que considerar o discurso escolhido, entendendo o termo


discurso como o uso da língua em uma determinada situação de comunicação
entre interlocutores, constituindo o conjunto de enunciados de um emissor e
seu interlocutor, em um determinado momento em que se faz o uso da língua
(SARMENTO, 2012). 

O texto dá origem ao discurso e o discurso materializa a produção textual.


Cabe ao emissor do texto escolher a forma de apresentação de suas ideias
sobre temas diversos e a forma de manifestação de seu discurso. 
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Um fato que deve ser considerado universal é que toda língua apresenta
variações, isto é, dependendo da situação de comunicação, naturalmente, o seu
uso acontece de forma variada devido ao seu caráter social. 

Geralmente, o usuário de uma língua reconhece a necessidade de adequação


às condições de uso em determinadas situações de interação comunicativa,
além de reconhecer quais os modelos mais prestigiados e a necessidade de
empregá-los em textos escritos. 

São denominados como níveis de linguagem, também chamados de níveis de

fala, os diferentes registros que o falante pode escolher em seus atos

comunicativos, fazendo uso da linguagem de acordo com os contextos em que

se encontra, seus interlocutores e suas intenções comunicativas.

Entretanto, a formação do emissor da mensagem e seu grau de escolaridade

podem interferir em suas escolhas, visto que os principais níveis de linguagem

compreendem o registro culto e o registro coloquial, sendo que o primeiro

exige aprendizagem nos bancos escolares.

O registro culto costuma ser observado em situações formais, predominando


na linguagem escrita, seguindo as normas estabelecidas pela gramática. Por
outro lado, o registro coloquial predomina em situações informais do nosso
cotidiano, quando a interlocução tem características descontraídas entre os
familiares, amigos e conhecidos. 

No entanto, é possível que o registro culto seja exigido em situações de


interlocução oral, como em palestras, por exemplo, e o registro coloquial
encontre espaço em textos escritos, como forma de aproximação com o
interlocutor, como percebemos em campanhas publicitárias.
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tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
comunicativo. 

Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por


gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações,
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e
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Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso


em: 16/08/2019.

A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a


comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 

A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa


sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 

A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados


também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem
apropriados para os diferentes meios de expressão.
TEXTO E TEXTUALIDADE

Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de

interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases

não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado

juntas. Só podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes

estiverem ligadas e organizadas de tal modo que apresentem sentido. 


Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade
linguística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa
comunidade, ou seja, partilhamos uma mesma língua e seus códigos de
expressão, fazendo uso deles para nossas atividades de interação. 

A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que


é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O
uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas
de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa
(SARMENTO, 2012). 

Quando nos deparamos com um conjunto de palavras ou frases soltas que não
obedecem aos padrões de organização da língua, dizemos que não há
textualidade ou textura, por isso não apresenta sentido, pois não observa os
elementos de textualização necessários, não ocorrendo coesão, coerência,
informatividade e intertextualidade. 

Portanto, para que tenhamos um texto, a coesão é estabelecida com a ligação


entre as palavras, as frases, as orações e os períodos do texto. A coerência
contribui para o sentido não apresentando elementos em contradição entre
suas partes ou ideias; a informatividade apresenta a relevância das
informações fornecidas e a intertextualidade fornece a relação com outros
textos. Além disso, devemos considerar o a situação em que o texto está
inserido. 

Diagrama 3. Textualidade ou textura.


TIPOS DE DISCURSO E CONTEXTO
O contexto em que um texto está inserido precisa ser observado, visto que
uma mesma frase pode apresentar significados diferentes em situações
distintas e para interlocutores distintos. Por isso, muitas vezes, observamos
alguém reclamar que não foi compreendido em suas intenções, pois sua frase
foi descontextualizada, ou seja, não foram observadas as condições em que
foram proferidas, acarretando interpretações indesejadas. 

Além disso, temos que considerar o discurso escolhido, entendendo o termo


discurso como o uso da língua em uma determinada situação de comunicação
entre interlocutores, constituindo o conjunto de enunciados de um emissor e
seu interlocutor, em um determinado momento em que se faz o uso da língua
(SARMENTO, 2012). 

O texto dá origem ao discurso e o discurso materializa a produção textual.


Cabe ao emissor do texto escolher a forma de apresentação de suas ideias
sobre temas diversos e a forma de manifestação de seu discurso. 
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Um fato que deve ser considerado universal é que toda língua apresenta
variações, isto é, dependendo da situação de comunicação, naturalmente, o seu
uso acontece de forma variada devido ao seu caráter social. 

Geralmente, o usuário de uma língua reconhece a necessidade de adequação


às condições de uso em determinadas situações de interação comunicativa,
além de reconhecer quais os modelos mais prestigiados e a necessidade de
empregá-los em textos escritos. 

São denominados como níveis de linguagem, também chamados de níveis de

fala, os diferentes registros que o falante pode escolher em seus atos

comunicativos, fazendo uso da linguagem de acordo com os contextos em que

se encontra, seus interlocutores e suas intenções comunicativas.

Entretanto, a formação do emissor da mensagem e seu grau de escolaridade

podem interferir em suas escolhas, visto que os principais níveis de linguagem

compreendem o registro culto e o registro coloquial, sendo que o primeiro

exige aprendizagem nos bancos escolares.

O registro culto costuma ser observado em situações formais, predominando


na linguagem escrita, seguindo as normas estabelecidas pela gramática. Por
outro lado, o registro coloquial predomina em situações informais do nosso
cotidiano, quando a interlocução tem características descontraídas entre os
familiares, amigos e conhecidos. 

No entanto, é possível que o registro culto seja exigido em situações de


interlocução oral, como em palestras, por exemplo, e o registro coloquial
encontre espaço em textos escritos, como forma de aproximação com o
interlocutor, como percebemos em campanhas publicitárias.
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
A língua, como um produto de interação social, apresenta mudanças
contínuas, recebendo novos termos em seu léxico, apropriando-se de palavras
de outras línguas, ocorrendo criações do falante (neologismos) que passam a
ser aceitas pela comunidade linguística como um todo, por isso essa
comunidade precisa garantir a manutenção de seu idioma. Para isso, em geral,
as escolas são encarregadas de apresentar as regras de seu uso em sociedade,
considerando o padrão de registro de maior prestígio, no caso, a norma
padrão. 

Assim, fica estabelecida uma forma de manutenção da norma padrão,


correspondendo àquilo que o falante utiliza com maior frequência, valorizada
socialmente e mais utilizada na esfera pública por imprensa, comércio,
indústria, universidade, governo etc. 

Entretanto, não podem ser desconsideradas as variações linguísticas, pois não


existe apenas uma norma totalmente correta ou melhor que outra, mas
diferentes variantes cujo emprego deve se adequar às condições de
comunicação, para que ocorra a interatividade entre os interlocutores
(SARMENTO, 2012).

EXPLICANDO

Neologismo corresponde a uma palavra criada na própria língua

ou adaptada de outra, ou a uma palavra antiga sendo utilizada

com sentido novo (MICHAELLIS, 2009). 

CONTINUE

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textual
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Comunicação e expressão


Composição


Coesão textual

Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão


textual
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Comunicação e expressão

Comunicar é partilhar informações, pensamentos, sentimentos e opiniões,


tendo como objetivo principal a influência entre os interlocutores no processo
comunicativo. 

Fazem parte da interação humana a comunicação falada, a ilustrada, feita por


gestos, realizada em grupos, com o falante consigo mesmo, por ações,
considerando grandes grupos (comunicação de massa), por sons, pelas artes e
pela escrita (BERLO, 2003).

Figura 1. A comunicação humana acontece de diversas formas. Fonte: Shutterstock. Acesso


em: 16/08/2019.

A comunicação através da escrita exige bem mais do falante do que a


comunicação oral e, muitas vezes, seu trabalho é tal que se assemelha a uma
espécie de tradução dentro da própria língua, devendo ser considerados vários
fatores para a elaboração de textos escritos carregados de sentido para os
interlocutores. Entre eles, encontramos a textualidade. 

A expressão escrita tem se tornado cada vez mais frequente em nossa


sociedade, em função do avanço da tecnologia, exigindo uma comunicação
rápida e de compreensão facilitada. Isso quer dizer que o compartilhamento de
informações exige que o usuário da língua tenha um domínio cada vez maior
dos diversos sistemas de códigos disponíveis, para que seus textos sejam
compreendidos tanto na esfera pessoal quanto na esfera profissional. 

A capacidade de síntese, de organização e de clareza em seus enunciados


também têm sido condições para que as situações de interação escrita definam
o êxito dos diversos usos dos textos escritos. Igualmente, é preciso que tenha
conhecimento e condições de discernir quais os níveis de linguagem
apropriados para os diferentes meios de expressão.
TEXTO E TEXTUALIDADE

Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de

interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases

não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado

juntas. Só podemos afirmar que foi elaborado um texto se suas partes

estiverem ligadas e organizadas de tal modo que apresentem sentido. 

Como integrantes de uma sociedade, fazemos parte de uma comunidade


linguística quando fazemos uso de um mesmo idioma dentro dessa
comunidade, ou seja, partilhamos uma mesma língua e seus códigos de
expressão, fazendo uso deles para nossas atividades de interação. 

A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que


é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O
uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas
de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa
(SARMENTO, 2012). 

Quando nos deparamos com um conjunto de palavras ou frases soltas que não
obedecem aos padrões de organização da língua, dizemos que não há
textualidade ou textura, por isso não apresenta sentido, pois não observa os
elementos de textualização necessários, não ocorrendo coesão, coerência,
informatividade e intertextualidade. 

Portanto, para que tenhamos um texto, a coesão é estabelecida com a ligação


entre as palavras, as frases, as orações e os períodos do texto. A coerência
contribui para o sentido não apresentando elementos em contradição entre
suas partes ou ideias; a informatividade apresenta a relevância das
informações fornecidas e a intertextualidade fornece a relação com outros
textos. Além disso, devemos considerar o a situação em que o texto está
inserido. 

Diagrama 3. Textualidade ou textura.


TIPOS DE DISCURSO E CONTEXTO
O contexto em que um texto está inserido precisa ser observado, visto que
uma mesma frase pode apresentar significados diferentes em situações
distintas e para interlocutores distintos. Por isso, muitas vezes, observamos
alguém reclamar que não foi compreendido em suas intenções, pois sua frase
foi descontextualizada, ou seja, não foram observadas as condições em que
foram proferidas, acarretando interpretações indesejadas. 

Além disso, temos que considerar o discurso escolhido, entendendo o termo


discurso como o uso da língua em uma determinada situação de comunicação
entre interlocutores, constituindo o conjunto de enunciados de um emissor e
seu interlocutor, em um determinado momento em que se faz o uso da língua
(SARMENTO, 2012). 

O texto dá origem ao discurso e o discurso materializa a produção textual.


Cabe ao emissor do texto escolher a forma de apresentação de suas ideias
sobre temas diversos e a forma de manifestação de seu discurso. 
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Um fato que deve ser considerado universal é que toda língua apresenta
variações, isto é, dependendo da situação de comunicação, naturalmente, o seu
uso acontece de forma variada devido ao seu caráter social. 

Geralmente, o usuário de uma língua reconhece a necessidade de adequação


às condições de uso em determinadas situações de interação comunicativa,
além de reconhecer quais os modelos mais prestigiados e a necessidade de
empregá-los em textos escritos. 

São denominados como níveis de linguagem, também chamados de níveis de

fala, os diferentes registros que o falante pode escolher em seus atos

comunicativos, fazendo uso da linguagem de acordo com os contextos em que

se encontra, seus interlocutores e suas intenções comunicativas.


Entretanto, a formação do emissor da mensagem e seu grau de escolaridade

podem interferir em suas escolhas, visto que os principais níveis de linguagem

compreendem o registro culto e o registro coloquial, sendo que o primeiro

exige aprendizagem nos bancos escolares.

O registro culto costuma ser observado em situações formais, predominando


na linguagem escrita, seguindo as normas estabelecidas pela gramática. Por
outro lado, o registro coloquial predomina em situações informais do nosso
cotidiano, quando a interlocução tem características descontraídas entre os
familiares, amigos e conhecidos. 

No entanto, é possível que o registro culto seja exigido em situações de


interlocução oral, como em palestras, por exemplo, e o registro coloquial
encontre espaço em textos escritos, como forma de aproximação com o
interlocutor, como percebemos em campanhas publicitárias.
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
A língua, como um produto de interação social, apresenta mudanças
contínuas, recebendo novos termos em seu léxico, apropriando-se de palavras
de outras línguas, ocorrendo criações do falante (neologismos) que passam a
ser aceitas pela comunidade linguística como um todo, por isso essa
comunidade precisa garantir a manutenção de seu idioma. Para isso, em geral,
as escolas são encarregadas de apresentar as regras de seu uso em sociedade,
considerando o padrão de registro de maior prestígio, no caso, a norma
padrão. 

Assim, fica estabelecida uma forma de manutenção da norma padrão,


correspondendo àquilo que o falante utiliza com maior frequência, valorizada
socialmente e mais utilizada na esfera pública por imprensa, comércio,
indústria, universidade, governo etc. 

Entretanto, não podem ser desconsideradas as variações linguísticas, pois não


existe apenas uma norma totalmente correta ou melhor que outra, mas
diferentes variantes cujo emprego deve se adequar às condições de
comunicação, para que ocorra a interatividade entre os interlocutores
(SARMENTO, 2012).

EXPLICANDO
Neologismo corresponde a uma palavra criada na própria língua

ou adaptada de outra, ou a uma palavra antiga sendo utilizada

com sentido novo (MICHAELLIS, 2009). 

VARIANTES LINGUÍSTICAS E ESTILO


Variações linguísticas são as diferentes variações regionais, sociais e
históricas dentro de uma mesma língua. Entre elas, encontramos os dialetos e
os registros.

Os dialetos são resultantes de fatores regionais, com palavras e construções

que caracterizam os falantes de determinados espaços geográficos; de fatores

sociais, com a expressão de linguagem própria de grupos com interesses

comuns, caracterizando jargões profissionais, por exemplo, e formas de

expressão características de grupos de falantes de diferentes condições sociais,

econômicas ou culturais; de fatores relacionados às diferentes faixas etárias; e

de fatores relacionados ao sexo do falante, que escolhe palavras diferentes,

conduzindo conversas de modo distinto (SARMENTO, 2012).

Em geral, essas diferenças acontecem no campo lexical, pela escolha do

vocabulário, e no campo fonético, pois há mudanças na pronúncia e na

entonação usadas pelos falantes, ou seja, há os sotaques, facilmente

observados nos falantes de diferentes regiões .

Além disso, escolhas individuais resultam em estilos próprios, bastante


observados em textos literários, e estilos de época, observados pelo uso de
palavras e referências a determinados contextos, nos quais são verificados
recortes temporais, considerando épocas específicas e fatores históricos. 

A variação histórica permite que percebamos a mudança que a língua sofre no


decorrer do tempo, ocorrendo quanto à grafia (escrita), à pronúncia, à
semântica (significado), ao léxico (vocabulário) e à sintaxe da língua
(organização dos termos nas frases).
CONTINUE

Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão


textual
60% PROGRESSO

Objetivos


Elaboração de respostas


Comunicação e expressão


Composição


Coesão textual

Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão


textual
60% PROGRESSO

Seção 3 - 
Comunicação e expressão

Seção 4 de 5
Composição
A composição de textos depende das intenções do emissor, que faz escolhas
que precisam se adequar aos diferentes contextos e aos interlocutores
envolvidos ou previstos, e dos objetivos que pretende alcançar com sua
produção. 

De modo geral, nossas enunciações têm o objetivo de narrar fatos, realizar


descrições, argumentar em favor de nossas opiniões, ou dissertar, quando
explanamos nossas ideias e interpretações. 

A partir da determinação dos objetivos de nossos enunciados, buscamos


esquemas de produções textuais que as caracterizam e definimos as funções
que pretendemos com elas, considerando funções estéticas ou funções
utilitárias. 

A função estética ocorre quando exploramos as diversas potencialidades de


significado que as palavras carregam, utilizando a função poética e a
conotação, dando ênfase ao modo de dizer algo, de forma significativa e
diferente da usual, tentando impressionar nossos interlocutores. 

A função utilitária está presente em textos cujo maior significado encontra-se


no que é dito, utilizando a função referencial e a denotação, quando buscamos
a exatidão e as palavras designam os elementos aos quais tradicionalmente
estão associadas.
CONTINUE

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Comunicação e expressão

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Composição

A composição de textos depende das intenções do emissor, que faz escolhas


que precisam se adequar aos diferentes contextos e aos interlocutores
envolvidos ou previstos, e dos objetivos que pretende alcançar com sua
produção. 

De modo geral, nossas enunciações têm o objetivo de narrar fatos, realizar


descrições, argumentar em favor de nossas opiniões, ou dissertar, quando
explanamos nossas ideias e interpretações. 

A partir da determinação dos objetivos de nossos enunciados, buscamos


esquemas de produções textuais que as caracterizam e definimos as funções
que pretendemos com elas, considerando funções estéticas ou funções
utilitárias. 

A função estética ocorre quando exploramos as diversas potencialidades de


significado que as palavras carregam, utilizando a função poética e a
conotação, dando ênfase ao modo de dizer algo, de forma significativa e
diferente da usual, tentando impressionar nossos interlocutores. 

A função utilitária está presente em textos cujo maior significado encontra-se


no que é dito, utilizando a função referencial e a denotação, quando buscamos
a exatidão e as palavras designam os elementos aos quais tradicionalmente
estão associadas.
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE TEXTOS
A elaboração de um texto não corresponde a um trabalho fácil. É necessário
planejamento do que será colocado no papel, para que sejam garantidos os
elementos que tragam a textualidade que levará nossos pensamentos de modo
concatenado, com clareza, organização e sentido que permitam que o
interlocutor o recrie em si, confirmando o alcance de nossos objetivos com a
produção textual. 

A leitura e a retomada constantes de cada frase, oração, período ou parágrafo,

exigindo trabalho perseverante e atencioso, devem acompanhar o processo de

elaboração do texto a todo momento. É importante ressaltar que o hábito de

leitura de textos diversos contribui para que assimilemos formas de

composição que atendam a objetivos diferentes. 

Por fim, a revisão com a confirmação de que o planejamento foi seguido ou se


houve necessidade de reformulação de objetivos deve ser um momento de
igual importância, o qual retomamos nossas ideias e verificamos se
oferecemos ao interlocutor as condições para a compreensão do registro que
fizemos de nossos pensamentos. 

Além disso, a revisão sobre as regras que caracterizam o padrão culto e de


prestígio da língua deve ser alvo de especial estudo e atenção, pois o desvio de
determinadas regras leva abaixo o trabalho de produção e ao descrédito o
produtor do texto.
CONTINUE

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Composição

A composição de textos depende das intenções do emissor, que faz escolhas


que precisam se adequar aos diferentes contextos e aos interlocutores
envolvidos ou previstos, e dos objetivos que pretende alcançar com sua
produção. 

De modo geral, nossas enunciações têm o objetivo de narrar fatos, realizar


descrições, argumentar em favor de nossas opiniões, ou dissertar, quando
explanamos nossas ideias e interpretações. 

A partir da determinação dos objetivos de nossos enunciados, buscamos


esquemas de produções textuais que as caracterizam e definimos as funções
que pretendemos com elas, considerando funções estéticas ou funções
utilitárias. 

A função estética ocorre quando exploramos as diversas potencialidades de


significado que as palavras carregam, utilizando a função poética e a
conotação, dando ênfase ao modo de dizer algo, de forma significativa e
diferente da usual, tentando impressionar nossos interlocutores. 

A função utilitária está presente em textos cujo maior significado encontra-se


no que é dito, utilizando a função referencial e a denotação, quando buscamos
a exatidão e as palavras designam os elementos aos quais tradicionalmente
estão associadas.
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE TEXTOS
A elaboração de um texto não corresponde a um trabalho fácil. É necessário
planejamento do que será colocado no papel, para que sejam garantidos os
elementos que tragam a textualidade que levará nossos pensamentos de modo
concatenado, com clareza, organização e sentido que permitam que o
interlocutor o recrie em si, confirmando o alcance de nossos objetivos com a
produção textual. 

A leitura e a retomada constantes de cada frase, oração, período ou parágrafo,

exigindo trabalho perseverante e atencioso, devem acompanhar o processo de

elaboração do texto a todo momento. É importante ressaltar que o hábito de

leitura de textos diversos contribui para que assimilemos formas de

composição que atendam a objetivos diferentes. 

Por fim, a revisão com a confirmação de que o planejamento foi seguido ou se


houve necessidade de reformulação de objetivos deve ser um momento de
igual importância, o qual retomamos nossas ideias e verificamos se
oferecemos ao interlocutor as condições para a compreensão do registro que
fizemos de nossos pensamentos. 

Além disso, a revisão sobre as regras que caracterizam o padrão culto e de


prestígio da língua deve ser alvo de especial estudo e atenção, pois o desvio de
determinadas regras leva abaixo o trabalho de produção e ao descrédito o
produtor do texto.
TEMA
O tema é o assunto que é desenvolvido no texto, seu desenvolvimento
depende dos conhecimentos adquiridos pelo emissor e do repertório que este
adquiriu até o momento da produção. 

É certo que, dependendo da etapa de escolarização de um indivíduo, da sua


falta de contato com um ensino formal ou da sua experiência de vida, há
fatores que podem acarretar limitações quando ao desenrolar de determinados
temas e subtemas, isto é, assuntos a eles relacionados. 

Entretanto, também é certo que podemos discorrer sobre os mais diversos


assuntos, de modo superficial ou específico, dependendo do contato que
tivemos com as informações em pauta, encontrando maior ou menor
facilidade para a elaboração de textos sobre eles. 

O ideal é que o emissor tente ampliar seu repertório constantemente, não se


limitando aos bancos escolares, mas buscando conhecimentos que ampliem
constantemente sua bagagem cultural através de leituras e pesquisas, tentando
conhecer diferentes linguagens e produções culturais, sempre que possível,
tomando contato com produções teatrais, musicais ou filmes e buscando livros
e revistas de conteúdos diversos para que possa com segurança escrever sobre
os mais diversos temas. 
CONTINUE

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Coesão textual

Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas


partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma
sequência lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações
que auxiliam o entendimento do texto.
A coesão textual permite que as ideias de um texto apresentem uma amarração
entre si, admitindo maior eficiência na produção de textos quanto à
comunicação, pois apresentam sentido para o interlocutor. 

Vários são os elementos linguísticos que se colocam a serviço da coesão


textual, cabendo ao enunciador sua melhor utilização, pois sua ruptura
provoca falta de sentido e consequente falta de entendimento por parte dos
interlocutores que recebem as mensagens. 

Esses elementos linguísticos referem-se ao uso de pronomes, sinônimos,


regências, concordâncias, inadequações e ambiguidades, entre vários outros.
O seu uso incorreto acarreta graves problemas no ato comunicativo. Observe
um exemplo que demonstra falta de coesão textual: 

“Eu sou um jogador onde que sempre sei que vou fazer muito. 

Fazem cinco anos que estou na seleção brasileira. 

Eu sou um jogador e aí é o problema, todos os jogos que joguei lutei muito

para marcar.

Numa copa do mundo falta pouquíssimo tempo. Acho que estou dentro desse

grupo, não sei se vou entrar lá, essa copa é para o meu pai. Eu sou uma pessoa

que desde cedo, eu sabia que eu ia lá estar jogando, defendendo o meu país,

onde que se nós todos quiséssemos nenhuma vez a copa estaria perdida"

(CAMPEDELI; SOUZA, 2003, p. 41).

Facilmente percebemos que os problemas apresentados pela falta de ligação


adequada entre as ideias desse texto, evidenciando problemas em sua
construção, comprometem não só o sentido do mesmo para o interlocutor, mas
também a imagem e o prestígio atribuído ao seu enunciador como falante da
língua. 

Aquele que escreve deve ter em mente que precisa fazer escolhas a cada passo
dado no texto, mantendo o raciocínio encadeado para que o outro o
compreenda. Não havendo coesão textual, esse trabalho fica perdido e,
havendo o domínio dos mecanismos linguísticos disponíveis na língua, o que
ocorre aos poucos, com maior fluidez, pode-se externar com sucesso seus
pensamentos no papel.

CITANDO

A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical e o

semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos,

observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e coerentes

dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos linguísticos que

fazem referência a um determinado campo semântico (NICOLA; TERRA, p.

98).

O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta
quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos
diversos sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019),
lembrando que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em
uma língua.

Desse modo, uma mesma palavra, dependendo da forma como é utilizada e do


contexto em que ocorre essa utilização, pode adquirir diferentes significados.
Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico,
podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”,
“quebrar”, “espatifar” etc. (PACHECO, 2019). 

Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos


lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao
conjunto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua. 

Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos,


observando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de
conhecimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser
formado por palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”,
“sindicato”, “profissional”, “operário”, entre outros (PACHECO, 2019). 
O conhecimento e a ampliação de nosso repertório quanto ao uso de campos
lexicais e de campos semânticos permitem que exploremos melhor os recursos
de coesão textual, evitando repetições de palavras, ocorrência que prejudica a
progressão textual e incomoda o interlocutor. 

Observe o problema de coesão apresentado devido à repetição dos termos no


exemplo a seguir: 

Mariana tentou desvendar as emoções da irmã e


fazer a irmã confessar seus sentimentos por Edward. 
- É uma pena que Edward não aprecie muito as
aquarelas – disse ela, pois sabia da paixão de Elinor
por pintura e quanto gostava de desenhar e, para
Marianne, pessoas enamoradas devem apreciar as
mesmas coisas na vida. 
- Como disse isso, Marianne? Edward não pinta ou
desenha, mas sabe bem avaliar o que os outros
produzem (CAMPEDELLI; SOUZA, 2002, p. 42).
Percebe-se que a sensação que temos é a de que o texto não sai do mesmo
ponto, não apresentando ideias novas, ou seja, não apresentando progressão
textual. Os interlocutores esperam que ocorra um processo de articulação
entre os termos, que provoque retomadas entre as informações lançadas e, ao
mesmo tempo, traga novas informações, ocorrendo, então, coesão e
progressão textuais.
CONTINUE

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Coesão textual

Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas


partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma
sequência lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações
que auxiliam o entendimento do texto.

A coesão textual permite que as ideias de um texto apresentem uma amarração


entre si, admitindo maior eficiência na produção de textos quanto à
comunicação, pois apresentam sentido para o interlocutor. 

Vários são os elementos linguísticos que se colocam a serviço da coesão


textual, cabendo ao enunciador sua melhor utilização, pois sua ruptura
provoca falta de sentido e consequente falta de entendimento por parte dos
interlocutores que recebem as mensagens. 

Esses elementos linguísticos referem-se ao uso de pronomes, sinônimos,


regências, concordâncias, inadequações e ambiguidades, entre vários outros.
O seu uso incorreto acarreta graves problemas no ato comunicativo. Observe
um exemplo que demonstra falta de coesão textual: 

“Eu sou um jogador onde que sempre sei que vou fazer muito. 
Fazem cinco anos que estou na seleção brasileira. 

Eu sou um jogador e aí é o problema, todos os jogos que joguei lutei muito

para marcar.

Numa copa do mundo falta pouquíssimo tempo. Acho que estou dentro desse

grupo, não sei se vou entrar lá, essa copa é para o meu pai. Eu sou uma pessoa

que desde cedo, eu sabia que eu ia lá estar jogando, defendendo o meu país,

onde que se nós todos quiséssemos nenhuma vez a copa estaria perdida"

(CAMPEDELI; SOUZA, 2003, p. 41).

Facilmente percebemos que os problemas apresentados pela falta de ligação


adequada entre as ideias desse texto, evidenciando problemas em sua
construção, comprometem não só o sentido do mesmo para o interlocutor, mas
também a imagem e o prestígio atribuído ao seu enunciador como falante da
língua. 

Aquele que escreve deve ter em mente que precisa fazer escolhas a cada passo
dado no texto, mantendo o raciocínio encadeado para que o outro o
compreenda. Não havendo coesão textual, esse trabalho fica perdido e,
havendo o domínio dos mecanismos linguísticos disponíveis na língua, o que
ocorre aos poucos, com maior fluidez, pode-se externar com sucesso seus
pensamentos no papel.

CITANDO

A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical e o

semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos,

observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e coerentes

dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos linguísticos que


fazem referência a um determinado campo semântico (NICOLA; TERRA, p.

98).

O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta
quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos
diversos sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019),
lembrando que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em
uma língua.

Desse modo, uma mesma palavra, dependendo da forma como é utilizada e do


contexto em que ocorre essa utilização, pode adquirir diferentes significados.
Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico,
podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”,
“quebrar”, “espatifar” etc. (PACHECO, 2019). 

Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos


lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao
conjunto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua. 

Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos,


observando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de
conhecimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser
formado por palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”,
“sindicato”, “profissional”, “operário”, entre outros (PACHECO, 2019). 

O conhecimento e a ampliação de nosso repertório quanto ao uso de campos


lexicais e de campos semânticos permitem que exploremos melhor os recursos
de coesão textual, evitando repetições de palavras, ocorrência que prejudica a
progressão textual e incomoda o interlocutor. 

Observe o problema de coesão apresentado devido à repetição dos termos no


exemplo a seguir: 

Mariana tentou desvendar as emoções da irmã e


fazer a irmã confessar seus sentimentos por Edward. 
- É uma pena que Edward não aprecie muito as
aquarelas – disse ela, pois sabia da paixão de Elinor
por pintura e quanto gostava de desenhar e, para
Marianne, pessoas enamoradas devem apreciar as
mesmas coisas na vida. 
- Como disse isso, Marianne? Edward não pinta ou
desenha, mas sabe bem avaliar o que os outros
produzem (CAMPEDELLI; SOUZA, 2002, p. 42).
Percebe-se que a sensação que temos é a de que o texto não sai do mesmo
ponto, não apresentando ideias novas, ou seja, não apresentando progressão
textual. Os interlocutores esperam que ocorra um processo de articulação
entre os termos, que provoque retomadas entre as informações lançadas e, ao
mesmo tempo, traga novas informações, ocorrendo, então, coesão e
progressão textuais.
TIPOS DE COESÃO TEXTUAL
A maioria dos falantes de um idioma consegue produzir oralmente textos com
razoável construção da textualidade, entretanto, nem sempre isso ocorre
durante a elaboração de textos escritos.

CITANDO

Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo

encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que

damos o nome de textualidade. O encadeamento que produz a textualidade

chama-se coesão. Podemos definir coesão, mais especificamente, dizendo que

se trata de uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente

em uma sentença A (ABREU, 2004, p. 13).

Durante as produções orais, as retomadas sem o devido processo de coesão


textual são mais toleradas e, facilmente, nós nos deparamos com construções
do tipo a seguir:

“Vá à feira e compre laranjas. Coloque as laranjas na sacola e, quando estiver

em casa, não se esqueça de colocar as laranjas sobre a mesa da cozinha, para

que as crianças, quando quiserem laranjas, possam pegar as laranjas”. 


Evidentemente, o termo A, ou seja, “laranjas”, não é recuperado de outra

maneira nas demais sentenças do texto, ocorrendo sério problema de falta de

coesão textual.

Na escrita, esse tipo de ocorrência não é tolerado e, em geral, os mecanismos


de coesão gramatical ocorrem por substituição, por conexão e por omissão. Já
os mecanismos de coesão semântica podem ocorrer por repetição lexical, uso
de sinonímia, de hiperônimos ou hipônimos, nesse caso, trabalhando com
campos semânticos e campos lexicais. 

Conhecer os recursos de coesão oferecidos pela língua faz parte da


preocupação de quem deseja apresentar textos cuja coesão trabalhe a favor de
uma elaboração que possibilite um texto com sentido para o interlocutor.
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Coesão textual

Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas


partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma
sequência lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações
que auxiliam o entendimento do texto.

A coesão textual permite que as ideias de um texto apresentem uma amarração


entre si, admitindo maior eficiência na produção de textos quanto à
comunicação, pois apresentam sentido para o interlocutor. 

Vários são os elementos linguísticos que se colocam a serviço da coesão


textual, cabendo ao enunciador sua melhor utilização, pois sua ruptura
provoca falta de sentido e consequente falta de entendimento por parte dos
interlocutores que recebem as mensagens. 

Esses elementos linguísticos referem-se ao uso de pronomes, sinônimos,


regências, concordâncias, inadequações e ambiguidades, entre vários outros.
O seu uso incorreto acarreta graves problemas no ato comunicativo. Observe
um exemplo que demonstra falta de coesão textual: 

“Eu sou um jogador onde que sempre sei que vou fazer muito. 

Fazem cinco anos que estou na seleção brasileira. 

Eu sou um jogador e aí é o problema, todos os jogos que joguei lutei muito

para marcar.

Numa copa do mundo falta pouquíssimo tempo. Acho que estou dentro desse

grupo, não sei se vou entrar lá, essa copa é para o meu pai. Eu sou uma pessoa

que desde cedo, eu sabia que eu ia lá estar jogando, defendendo o meu país,
onde que se nós todos quiséssemos nenhuma vez a copa estaria perdida"

(CAMPEDELI; SOUZA, 2003, p. 41).

Facilmente percebemos que os problemas apresentados pela falta de ligação


adequada entre as ideias desse texto, evidenciando problemas em sua
construção, comprometem não só o sentido do mesmo para o interlocutor, mas
também a imagem e o prestígio atribuído ao seu enunciador como falante da
língua. 

Aquele que escreve deve ter em mente que precisa fazer escolhas a cada passo
dado no texto, mantendo o raciocínio encadeado para que o outro o
compreenda. Não havendo coesão textual, esse trabalho fica perdido e,
havendo o domínio dos mecanismos linguísticos disponíveis na língua, o que
ocorre aos poucos, com maior fluidez, pode-se externar com sucesso seus
pensamentos no papel.

CITANDO

A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical e o

semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos,

observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e coerentes

dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos linguísticos que

fazem referência a um determinado campo semântico (NICOLA; TERRA, p.

98).

O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta
quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos
diversos sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019),
lembrando que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em
uma língua.

Desse modo, uma mesma palavra, dependendo da forma como é utilizada e do


contexto em que ocorre essa utilização, pode adquirir diferentes significados.
Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico,
podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”,
“quebrar”, “espatifar” etc. (PACHECO, 2019). 

Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos


lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao
conjunto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua. 

Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos,


observando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de
conhecimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser
formado por palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”,
“sindicato”, “profissional”, “operário”, entre outros (PACHECO, 2019). 

O conhecimento e a ampliação de nosso repertório quanto ao uso de campos


lexicais e de campos semânticos permitem que exploremos melhor os recursos
de coesão textual, evitando repetições de palavras, ocorrência que prejudica a
progressão textual e incomoda o interlocutor. 

Observe o problema de coesão apresentado devido à repetição dos termos no


exemplo a seguir: 

Mariana tentou desvendar as emoções da irmã e


fazer a irmã confessar seus sentimentos por Edward. 
- É uma pena que Edward não aprecie muito as
aquarelas – disse ela, pois sabia da paixão de Elinor
por pintura e quanto gostava de desenhar e, para
Marianne, pessoas enamoradas devem apreciar as
mesmas coisas na vida. 
- Como disse isso, Marianne? Edward não pinta ou
desenha, mas sabe bem avaliar o que os outros
produzem (CAMPEDELLI; SOUZA, 2002, p. 42).
Percebe-se que a sensação que temos é a de que o texto não sai do mesmo
ponto, não apresentando ideias novas, ou seja, não apresentando progressão
textual. Os interlocutores esperam que ocorra um processo de articulação
entre os termos, que provoque retomadas entre as informações lançadas e, ao
mesmo tempo, traga novas informações, ocorrendo, então, coesão e
progressão textuais.
TIPOS DE COESÃO TEXTUAL
A maioria dos falantes de um idioma consegue produzir oralmente textos com
razoável construção da textualidade, entretanto, nem sempre isso ocorre
durante a elaboração de textos escritos.

CITANDO

Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo

encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que

damos o nome de textualidade. O encadeamento que produz a textualidade

chama-se coesão. Podemos definir coesão, mais especificamente, dizendo que

se trata de uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente

em uma sentença A (ABREU, 2004, p. 13).

Durante as produções orais, as retomadas sem o devido processo de coesão


textual são mais toleradas e, facilmente, nós nos deparamos com construções
do tipo a seguir:

“Vá à feira e compre laranjas. Coloque as laranjas na sacola e, quando estiver

em casa, não se esqueça de colocar as laranjas sobre a mesa da cozinha, para

que as crianças, quando quiserem laranjas, possam pegar as laranjas”. 

Evidentemente, o termo A, ou seja, “laranjas”, não é recuperado de outra

maneira nas demais sentenças do texto, ocorrendo sério problema de falta de

coesão textual.

Na escrita, esse tipo de ocorrência não é tolerado e, em geral, os mecanismos


de coesão gramatical ocorrem por substituição, por conexão e por omissão. Já
os mecanismos de coesão semântica podem ocorrer por repetição lexical, uso
de sinonímia, de hiperônimos ou hipônimos, nesse caso, trabalhando com
campos semânticos e campos lexicais. 

Conhecer os recursos de coesão oferecidos pela língua faz parte da


preocupação de quem deseja apresentar textos cuja coesão trabalhe a favor de
uma elaboração que possibilite um texto com sentido para o interlocutor.
A REFERÊNCIA TEXTUAL - RELAÇÕES
ANAFÓRICAS E CATAFÓRICAS
Inicialmente, precisamos conhecer a base das referências que ocorrem em um
texto, chamadas de relações anafóricas e relações catafóricas, pois são muito
importantes para a coesão do texto, articulando e relacionando as informações
nele presentes (NICOLA, 2010). 

As relações baseadas na anáfora apresentam a retomada de referentes que


aparecem antes delas. Observe o exemplo: 

“Maria pedira aos pais um cãozinho. Em poucos dias, eles perceberam que o
pequeno animal seria um problema para a arrumação da casa.” 

O termo “pais” aparece antes da retomada feita pelo pronome “eles". O


mesmo ocorre como termo “cãozinho”, que também aparece antes da
retomada feita com a palavra “animal”. Por outro lado, as relações baseadas
em uso de catáfora têm o referente apresentado depois, como no exemplo: 

“Finalmente, elas chegaram. Minhas velhas amigas vieram para meu


aniversário.”

Observe que o pronome “elas” vem explicitado posteriormente, ou seja, o seu


referente é “minhas velhas amigas”. 

Considerando as referências feitas, o uso de anáforas e catáforas é observado


quando ocorrem dentro do texto, tratando-se de referências endofóricas. Mas
também é possível a referenciação extratextual, ou seja, aquelas que fazem
referência a elementos que estão fora dele e que preenchem os significados,
remetendo-nos a situações do processo comunicacional, ou seja, as referências
são encontradas fora do texto e são chamadas de referências exofóricas.
Observe o exemplo: 

“Esse livro está sem identificação, mas é meu.”

Fazemos uso dos pronomes demonstrativos “este(s)”, “esta(s)” e “isto”


quando nos referimos a algo que está próximo do falante, mas fazemos uso
dos pronomes “esse(s)”, “essa(s)” e “isso” quando nos referimos a algo que
está próximo do nosso interlocutor. Nesse caso, é possível entender que o
livro em questão se encontra próximo do interlocutor do emissor da
mensagem. Essa informação não se encontra no texto, mas no contexto, ou
seja, na situação e, conhecendo o uso desses pronomes, é possível
compreender a mensagem que ele apresenta.

Diagrama 4. Relações por referenciação'.


Desse modo, com o uso de anáforas ou catáforas, quando utilizamos ideias de
espaço e tempo, sem definição, explorando pronomes demonstrativos ou
advérbios, tendo como objetivo fazer a localização de um fato em um
determinado espaço ou em um determinado tempo, usamos dêiticos. Alguns
deles são “lá”, “aqui”, “onde”, entre outros.
CONTINUE

Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão


textual
80% PROGRESSO

Objetivos


Elaboração de respostas


Comunicação e expressão


Composição


Coesão textual

Unidade 2 – Comunicação escrita, expressão, diversidade linguística e coesão


textual
80% PROGRESSO

Seção 4 - 
Composição
Seção 5 de 5
Coesão textual

Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas


partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma
sequência lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações
que auxiliam o entendimento do texto.

A coesão textual permite que as ideias de um texto apresentem uma amarração


entre si, admitindo maior eficiência na produção de textos quanto à
comunicação, pois apresentam sentido para o interlocutor. 

Vários são os elementos linguísticos que se colocam a serviço da coesão


textual, cabendo ao enunciador sua melhor utilização, pois sua ruptura
provoca falta de sentido e consequente falta de entendimento por parte dos
interlocutores que recebem as mensagens. 

Esses elementos linguísticos referem-se ao uso de pronomes, sinônimos,


regências, concordâncias, inadequações e ambiguidades, entre vários outros.
O seu uso incorreto acarreta graves problemas no ato comunicativo. Observe
um exemplo que demonstra falta de coesão textual: 

“Eu sou um jogador onde que sempre sei que vou fazer muito. 

Fazem cinco anos que estou na seleção brasileira. 

Eu sou um jogador e aí é o problema, todos os jogos que joguei lutei muito

para marcar.

Numa copa do mundo falta pouquíssimo tempo. Acho que estou dentro desse

grupo, não sei se vou entrar lá, essa copa é para o meu pai. Eu sou uma pessoa

que desde cedo, eu sabia que eu ia lá estar jogando, defendendo o meu país,

onde que se nós todos quiséssemos nenhuma vez a copa estaria perdida"

(CAMPEDELI; SOUZA, 2003, p. 41).


Facilmente percebemos que os problemas apresentados pela falta de ligação
adequada entre as ideias desse texto, evidenciando problemas em sua
construção, comprometem não só o sentido do mesmo para o interlocutor, mas
também a imagem e o prestígio atribuído ao seu enunciador como falante da
língua. 

Aquele que escreve deve ter em mente que precisa fazer escolhas a cada passo
dado no texto, mantendo o raciocínio encadeado para que o outro o
compreenda. Não havendo coesão textual, esse trabalho fica perdido e,
havendo o domínio dos mecanismos linguísticos disponíveis na língua, o que
ocorre aos poucos, com maior fluidez, pode-se externar com sucesso seus
pensamentos no papel.

CITANDO

A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical e o

semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos,

observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e coerentes

dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos linguísticos que

fazem referência a um determinado campo semântico (NICOLA; TERRA, p.

98).

O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta
quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos
diversos sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019),
lembrando que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em
uma língua.

Desse modo, uma mesma palavra, dependendo da forma como é utilizada e do


contexto em que ocorre essa utilização, pode adquirir diferentes significados.
Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico,
podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”,
“quebrar”, “espatifar” etc. (PACHECO, 2019). 
Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos
lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao
conjunto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua. 

Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos,


observando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de
conhecimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser
formado por palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”,
“sindicato”, “profissional”, “operário”, entre outros (PACHECO, 2019). 

O conhecimento e a ampliação de nosso repertório quanto ao uso de campos


lexicais e de campos semânticos permitem que exploremos melhor os recursos
de coesão textual, evitando repetições de palavras, ocorrência que prejudica a
progressão textual e incomoda o interlocutor. 

Observe o problema de coesão apresentado devido à repetição dos termos no


exemplo a seguir: 

Mariana tentou desvendar as emoções da irmã e


fazer a irmã confessar seus sentimentos por Edward. 
- É uma pena que Edward não aprecie muito as
aquarelas – disse ela, pois sabia da paixão de Elinor
por pintura e quanto gostava de desenhar e, para
Marianne, pessoas enamoradas devem apreciar as
mesmas coisas na vida. 
- Como disse isso, Marianne? Edward não pinta ou
desenha, mas sabe bem avaliar o que os outros
produzem (CAMPEDELLI; SOUZA, 2002, p. 42).
Percebe-se que a sensação que temos é a de que o texto não sai do mesmo
ponto, não apresentando ideias novas, ou seja, não apresentando progressão
textual. Os interlocutores esperam que ocorra um processo de articulação
entre os termos, que provoque retomadas entre as informações lançadas e, ao
mesmo tempo, traga novas informações, ocorrendo, então, coesão e
progressão textuais.
TIPOS DE COESÃO TEXTUAL
A maioria dos falantes de um idioma consegue produzir oralmente textos com
razoável construção da textualidade, entretanto, nem sempre isso ocorre
durante a elaboração de textos escritos.
CITANDO

Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo

encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que

damos o nome de textualidade. O encadeamento que produz a textualidade

chama-se coesão. Podemos definir coesão, mais especificamente, dizendo que

se trata de uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente

em uma sentença A (ABREU, 2004, p. 13).

Durante as produções orais, as retomadas sem o devido processo de coesão


textual são mais toleradas e, facilmente, nós nos deparamos com construções
do tipo a seguir:

“Vá à feira e compre laranjas. Coloque as laranjas na sacola e, quando estiver

em casa, não se esqueça de colocar as laranjas sobre a mesa da cozinha, para

que as crianças, quando quiserem laranjas, possam pegar as laranjas”. 

Evidentemente, o termo A, ou seja, “laranjas”, não é recuperado de outra

maneira nas demais sentenças do texto, ocorrendo sério problema de falta de

coesão textual.

Na escrita, esse tipo de ocorrência não é tolerado e, em geral, os mecanismos


de coesão gramatical ocorrem por substituição, por conexão e por omissão. Já
os mecanismos de coesão semântica podem ocorrer por repetição lexical, uso
de sinonímia, de hiperônimos ou hipônimos, nesse caso, trabalhando com
campos semânticos e campos lexicais. 
Conhecer os recursos de coesão oferecidos pela língua faz parte da
preocupação de quem deseja apresentar textos cuja coesão trabalhe a favor de
uma elaboração que possibilite um texto com sentido para o interlocutor.
A REFERÊNCIA TEXTUAL - RELAÇÕES
ANAFÓRICAS E CATAFÓRICAS
Inicialmente, precisamos conhecer a base das referências que ocorrem em um
texto, chamadas de relações anafóricas e relações catafóricas, pois são muito
importantes para a coesão do texto, articulando e relacionando as informações
nele presentes (NICOLA, 2010). 

As relações baseadas na anáfora apresentam a retomada de referentes que


aparecem antes delas. Observe o exemplo: 

“Maria pedira aos pais um cãozinho. Em poucos dias, eles perceberam que o
pequeno animal seria um problema para a arrumação da casa.” 

O termo “pais” aparece antes da retomada feita pelo pronome “eles". O


mesmo ocorre como termo “cãozinho”, que também aparece antes da
retomada feita com a palavra “animal”. Por outro lado, as relações baseadas
em uso de catáfora têm o referente apresentado depois, como no exemplo: 

“Finalmente, elas chegaram. Minhas velhas amigas vieram para meu


aniversário.”

Observe que o pronome “elas” vem explicitado posteriormente, ou seja, o seu


referente é “minhas velhas amigas”. 

Considerando as referências feitas, o uso de anáforas e catáforas é observado


quando ocorrem dentro do texto, tratando-se de referências endofóricas. Mas
também é possível a referenciação extratextual, ou seja, aquelas que fazem
referência a elementos que estão fora dele e que preenchem os significados,
remetendo-nos a situações do processo comunicacional, ou seja, as referências
são encontradas fora do texto e são chamadas de referências exofóricas.
Observe o exemplo: 

“Esse livro está sem identificação, mas é meu.”

Fazemos uso dos pronomes demonstrativos “este(s)”, “esta(s)” e “isto”


quando nos referimos a algo que está próximo do falante, mas fazemos uso
dos pronomes “esse(s)”, “essa(s)” e “isso” quando nos referimos a algo que
está próximo do nosso interlocutor. Nesse caso, é possível entender que o
livro em questão se encontra próximo do interlocutor do emissor da
mensagem. Essa informação não se encontra no texto, mas no contexto, ou
seja, na situação e, conhecendo o uso desses pronomes, é possível
compreender a mensagem que ele apresenta.

Diagrama 4. Relações por referenciação'.


Desse modo, com o uso de anáforas ou catáforas, quando utilizamos ideias de
espaço e tempo, sem definição, explorando pronomes demonstrativos ou
advérbios, tendo como objetivo fazer a localização de um fato em um
determinado espaço ou em um determinado tempo, usamos dêiticos. Alguns
deles são “lá”, “aqui”, “onde”, entre outros.
RECURSOS DA COESÃO TEXTUAL
Conhecer os recursos de coesão textual oferecidos pela língua é importante
para o falante em usos de textos verbais realizados oralmente, mas,
primordialmente, em textos verbais escritos. Desse modo, chamaremos a
atenção quanto a alguns desses recursos com base em Viana (2011), Terra e
Nicola (2010). Assim, temos:
 Uso de pronomes do caso reto (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas) e do
caso oblíquo (átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, se; tônicos:
mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, ele, ela, nós, conosco, vós, convosco, si,
consigo, eles, elas). Os pronomes pessoais retos podem exercer a função de
sujeito de uma oração, isso quer dizer que são os elementos sobre os quais se
faz uma declaração. Os pronomes pessoais oblíquos, na maior parte das
ocorrências, completam os sentidos de verbos.

Os pronomes pessoais têm carga significativa plena quando relacionados a


substantivos, por exemplo: 

“Maria é nossa prima, ela viajará conosco para a Europa na semana que


vem.” 

“Gostei do aspecto daquele doce. Comprei-o para o nosso lanche.”


 Uso de pronomes possessivos: aqueles que associam a ideia de posse às
pessoas do discurso, relacionando a coisa possuída com a pessoa do
possuidor, por exemplo: 
“João presentou suas ideias à gerência do banco.”
 Uso de pronomes relativos: aqueles que retomam um termo
antecedente, introduzindo orações, veja: 
“Comprei os livros de que precisava para meus estudos.”
 Uso de pronomes demonstrativos: aqueles que, no contexto textual,
relacionam-se a uma pessoa do discurso e indicam a posição do substantivo
em relação ao que se declara dele: 

“Preciso que esta caneta esteja sempre comigo.”

O uso de “esta” indica que a caneta está próxima do falante.


 Uso de pronomes indefinidos: são aqueles que se referem à terceira
pessoa do discurso de modo impreciso, indeterminado e genérico, conforme o
exemplo: 

“Choro, lamentação, reclamação, nada o fará mudar de ideia.”

É importante ressaltar que, no caso de uso de palavras fóricas, isto é, de


palavras que preenchem seu significado pela associação a um referente, como
é o caso dos pronomes, o distanciamento entre a palavra fórica e seu referente
pode provocar ambiguidade, ou seja, duplo sentido, ou até mesmo a ruptura da
sustentação coesiva (TERRA; NICOLA, 2010), portanto a leitura e a releitura
constantes devem tentar evitar problemas desse tipo.
 Exploração de elipse: a elipse é a omissão do termo que fica
subentendido, mas cuja recuperação é fácil dentro do texto, como ocorre em:

“Comprei muitas frutas ontem.”

A desinência verbal de “comprei”, demonstrando a flexão do verbo na


primeira pessoa do singular, indica que o agente da ação corresponde ao
emissor da mensagem: “eu”, mas isso não está escrito no texto, ocorrendo um
apagamento de um termo. 
 Uso de advérbios: termos que dão as coordenadas sobre localização no
espaço e no tempo dos elementos a que se referem e que podem aparecer no
contexto textual, como no exemplo: 

“As crianças brincaram muito no parque; elas sempre se divertem muito lá.”

Observando a coesão por conexão, temos o uso de conectivos, ou seja,


conjunções e preposições, responsáveis pela ligação de elementos linguísticos
como palavras, frases, orações e períodos, não desempenhando funções
sintáticas, mas estabelecendo ligações e carregando noções semânticas (de
sentido). O uso indevido de conectivos pode trazer ao texto problemas sérios
de sentido.

Temos ainda expressões que funcionam como ordenadoras dentro dos textos,
tais como “em resumo”, “por um lado”, “por outro lado”, “então” etc. Elas se
encarregam da organização das informações no texto. 

Os principais mecanismos da coesão semântica, ou seja, relacionadas ao


sentido, correspondem a:
 Repetição de um mesmo item lexical: consiste na reiteração de um
termo ou de termos pertencentes a uma mesma família lexical. É bom ressaltar
que essa exploração é comum em textos literários e pouco recomendável em
textos de caráter objetivo. 
 Uso de sinonímia: baseia-se na substituição de um termo por outro ou
por uma expressão que possua equivalência de significado. 
 Uso de hiperonímia: a exploração de hiperônimos consiste no emprego
de uma palavra de sentido genérico que designa toda uma classe ou todo um
conjunto. 
 Uso de hiponímia: a exploração de uma palavra que que designa
elemento pertencente a uma classe ou a um conjunto. 

A exploração da coesão semântica é resultante do conhecimento de diferentes


campos lexicais e de diferentes campos semânticos, já que se baseia no
emprego de termos pertencentes a um repertório associado a uma determinada
realidade, ciência ou estudo (TERRA; NICOLA, 2010). 

Podemos "elencar" ainda outros recursos usados para a coesão, tais como o
uso de uma parte de um nome ou só o sobrenome para evitar repetições, uso
de perífrases, ou seja, expressões formadas por várias palavras que ficam em
lugar de outra, termos genéricos, associações, paráfrases, entre outros. 

Cabe ao falante da língua procurar conhecer seu idioma e os mecanismos que


regem sua utilização, para que tire melhor proveito da língua como
instrumento de produção e retomada de sentidos. 

Agora é a hora de sintetizar tudo o


que aprendemos nessa unidade.
Vamos lá?!
SINTETIZANDO
Mesmo como usuários de uma língua, dominando os diversos mecanismos de
divulgação de nossas ideias e fazendo diariamente a utilização dos diferentes
códigos utilizados pela comunidade linguística, é comum encontrarmos
dificuldades no momento de elaboração de registros escritos de nossos
pensamentos.

Desde a elaboração de respostas em situações dialogais ou por escrito, temos


que lidar com fatores de uso que dependem do repertório adquirido através
das experiências vividas pelos interlocutores, quando utilizam comandos de
questões ou respostas baseadas em denotação (uso literal dos termos da
língua) ou conotação (uso das palavras com sentido figurado). 

No momento de elaboração de textos, precisamos garantir que eles


apresentem textualidade, observando a organização das ideias, a clareza, a
coesão, a coerência, a informatividade e a intertextualidade, respeitando a
verossimilhança interna ou externa, de modo que os interlocutores consigam
recuperar os sentidos propostos.

Considerando os diferentes níveis de linguagem, precisamos ter a capacidade


de fazer a adequação de nossos enunciados de acordo com os contextos e os
interlocutores pretendidos, fazendo uso das variações que observem a norma
padrão, considerada culta e de prestígio social, ou as linguagens coloquiais,
respeitando as diversidades e variantes linguísticas, resultantes de fatores
regionais, sociais e históricos. 

Quanto aos conteúdos de nossos textos, é preciso que façamos o planejamento


e a organização de ideias, preparando-nos quanto às possibilidades de
exploração de diferentes temas, ampliando nossas experiências e nosso
repertório de conhecimentos, para que a informatividade se faça presente em
nossas produções e, observando as formas de elaboração dos textos,
precisamos fazer opções conscientes de acordo com nossos interesses. 

Por fim, precisamos conhecer e explorar os diferentes recursos de coesão


textual oferecidos pela língua, explorando relações referenciais, baseadas em
substituições, pelo uso de conectivos e estabelecendo relações semânticas que,
por sua vez, dependem de conhecimentos de diferentes campos lexicais e
semânticos. 

Dessa forma, o domínio quanto à elaboração de textos depende de prática de


leitura e de composição de textos escritos. Precisamos conhecê-las para que
nossas produções atuem em favor da conquista de nossos interesses em
sociedade. 
CONTINUE

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