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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO

Live Museu, Educação e Sociedade


BÁRBARA NEVES ALVES

Maricá
2021
Este episódio pandêmico na história tem se destacado de forma significante, devido
a todas as consequências advindas dos cuidados de prevenção à Covid-19.
Medidas como distanciamento social, uso de máscara e o fechamento de muitos
estabelecimentos fizeram emergir dificuldades nunca vividas anteriormente, ou
vividas de outras formas. Dessa forma, muitos museus se viram obrigados a fechar
suas portas para a visita física de seus públicos, condição esta que gerou desafios
ao funcionamento dessas instituições que, assim como todas as outras, precisou
reformular suas práticas e aumentar o uso da tecnologia no dia a dia. Este é um
assunto que tem tomado muitas de nossas conversas: como fazer uso da tecnologia
para dar continuidade à nossa vida? Como aplicar a tecnologia da internet em
serviços que, até então, eram em sua maioria presenciais? Essas questões agora
fazem parte do dia a dia de grande parte da população, inclusive dos profissionais
de museus. Como dito na live, o contato com a internet nos museus não é novidade,
pois há muito tempo já se faz uso desta para contato com o público, disseminação
de informação, e utilização da mesma como recurso de apoio às atividades dos
museus. O que difere o uso de sempre, do uso de agora, é que atualmente os
museus estão utilizando a internet como principal forma de comunicação,
considerando que a comunicação em forma de exposição presencial não é possível
nesse momento. Sendo assim, se muitas pessoas eram privadas de ter acesso ao
museu e suas formas comunicação, agora estão privadas do acesso a mais a forma
de comunicação do museu. É visto que a pandemia evidenciou, ainda mais, a
desigualdade social. Pois até mesmo a condição financeira está diretamente ligada
à taxa de transmissão da doença, quando os mais favorecidos podem optar por
isolamento doméstico confortável e os menos favorecidos moram em cubículos
divididos para grande número de moradores. E pra todo esse problema, não há
solução, como entendido na live. Não há medidas que solucionem a desigualdade
entre públicos, porque essa desigualdade existe primeiramente fora dele. São
desigualdades sociais, econômicas e raciais que exigem uma mudança extrema na
sociedade, envolvendo cada indivíduo no dia a dia. Sendo assim, apenas se
constata a posição de museus que reconhecem a situação de desigualdade entre
seus públicos, mas que entendem a impossibilidade de sanar o problema,
juntamente com medidas que visam amenizar está desigualdade. Porque, não há a
possibilidade de se resolver completamente, mas existem medidas que amenizam
essa enorme e crescente desigualdade. Enfim, considerando todo esse contexto,
muitos museus, colocando em prática seu papel social, optaram por apoiar causas
solidárias, como ceder seus espaços físicos para pontos de distribuição de cestas
básicas e até mesmo para implantação de posto de vacinação. Ou seja, é possível
afirmar que os museus estão atentos às demandas sociais, e se às demandas
sociais são as de tempos pandêmicos, que sejam atendidas. Ao se pensar na
atuação dos museus no pós-pandemia, momento tão almejado atualmente, é
desejado que faça-se valer todas as dificuldades vividas durante a pandemia. O
desejo comum é que todos os desafios enfrentados pela área, sirvam de
composição de uma escada, em que cada dificuldade representa um degrau. Ou
seja, que esse momento sirva para o progresso e crescimento dos museus e que,
quando os museus tiverem a possibilidade de atividades físicas e atividades online,
saibam usar os dois a seu favor. Além disso, no pós-pandemia, é possível também,
que se viva o que o professor Mário Chagas chama de "museu educador", em que
se viva a educação, em todos os sentidos, e por todos do museu - todos os
funcionários e funcionárias e seus públicos.

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