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Estudo de Caso
Estudo de Caso
Imagine você procurando uma posição. Qual é o seu primeiro critério para a seleção das
empresas da qual pretende fazer parte? É o salário, o horário de trabalho, as atribuições
do cargo, a possibilidade de uma remuneração variável ou quem sabe, são os benefícios
sociais? Da mesma forma que você escolhe um critério para a seleção da empresa que
pretende fazer parte, as empresas também possuem critérios e procedimentos para a
seleção das pessoas com quem pretendem trabalhar. Assim, vale contar um caso
hipotético, mas que é muito comum em algumas empresas.
Com mais de quinhentos associados, um clube considerado muito bom, localizado entre o
centro e a zona sul da cidade do Rio de Janeiro, sua diretoria passa por algumas mudanças
e muitas decisões são tomadas sem apontar uma possível flexibilidade: “é assim que vai
ser e ponto final”, diz um dos diretores (e bate com a mão direita espalmada em cima da
mesa).
Uma das principais decisões consiste em realizar o mais rápido possível, um processo de
recrutamento e seleção, interno e externo, que possa trazer oxigênio para o clube e, mais
à frente, atualizar as habilidades e competências das pessoas recrutadas internamente e
selecionadas.
“Como presidente deste clube, sei que você gestor (estratégico) de pessoas, está bem
capacitado para realizar um excelente processo de recrutamento e seleção interno e
externo, mas em vista de acontecimentos desagradáveis como relacionamentos entre
pessoas aqui dentro, só tenho uma restrição a fazer: não aceitarei contratações de esposa
ou esposo de gente que trabalha conosco no clube. E desejo me referir a outro
acontecimento desagradável, ou você já esqueceu daquele processo que só fez gastar
muito dinheiro, recrutando nos locais e meios de comunicação equivocados”.
Uma das pessoas contratadas pelo recrutamento externo é Amélia Leali, uma jovem
solteira de vinte e poucos anos muito competente e carismática, formada em
administração de empresas com uma excelente experiência em marketing, para assumir a
supervisão da unidade comercial. No seu primeiro dia, é apresentada aos colegas e
conhece todas as unidades e as respectivas atividades. Muito simpática e atenciosa, logo
se identifica com seus colegas, e, como em todo grupo informal, logo é chamada para dar
“aquela esticada” depois do trabalho. Assim, começam as nights, as cervejinhas, os
passeios.
Com o tempo, as saídas passam a ser com as mesmas pessoas, e agora que já tem quase
um ano no clube, percebe que sente uma certa atração por Edgar Pereira, um jovem
bastante atraente, de trinta e cinco anos e quatro anos de clube, formado em ciências
econômicas e diretor da unidade financeira.
Regina Core, chefe do setor de treinamento, percebe que há algo acontecendo entre os
dois e sente que alguma decisão deve ser tomada e conversa com Paulo Vazi, o gestor
(estratégico) de pessoas.
Paulo levantou uma questão e deixou Regina sem saber o que falar. Ele queria saber qual
era o problema, porque não tinha visto nenhum comportamento não desejado. Não havia
beijos e abraços, não havia manifestações públicas de mais ou menos afeto. E ambos
faziam o trabalho acima do esperado.
Ou seja, havia competência. Regina apenas lembrou que o presidente não queria contratar
esposa ou esposo de gente do clube. E ficou claro que nem irmão seria aceito. Assim, com
os “pombinhos” namorando, Regina achava que mais cedo ou mais tarde alguém teria de
sair do clube.
Paulo insistiu e disse que não via problema algum até aquele momento. E o surgimento de
fatos novos iria exigir dele uma posição definitiva, mas por enquanto... nada a fazer.
Regina saiu da sala, tipo inconformada e passou um, dois dias pensando no “nada a fazer”
do Paulo. Até que numa quarta-feira Regina senta à mesa de Amélia e conversa vai,
conversa vem, Regina não resiste e vem a pergunta: “você está tendo um caso com o
Edgar (Ed)?”. Amélia ficou de todas as cores e respondeu rispidamente: “eu não estou
tendo um caso com o Ed, eu estou namorando o Ed, por que?” Regina faz um discurso
sobre as restrições do presidente, achando que iria ser ruim para os dois, ficarem de
namorinho pelos cantos do clube. Amélia se levantou e saiu sem dizer nada, mas irritada.
Amélia procurou o gestor (estratégico) de pessoas e teve uma conversa muito difícil para
ela. Paulo ouviu e ouviu e ouviu, mas nada disse. Agradeceu a presença de Amélia. Na
manhã seguinte, Regina é chamada por Paulo. A conversa foi muito difícil. E uma decisão
foi tomada.
Pois bem, neste estudo de caso gostaríamos que você (e os outros “vocês”, se assim
decidir o docente da disciplina) se colocasse na posição do gestor (estratégico) de pessoas
e tentasse descobrir o que aconteceu após a conversa que teve com Regina.
Evidentemente, gostaríamos que a classe fosse envolvida em sua apreciação. Qual seria a
melhor decisão a tomar, como proceder? Deveria o gestor conversar com Amélia e Edgar?
Mas afinal, o quê conversar, neste caso quais seriam seus critérios para o
questionamento? E mais, pense você em todo o caso, desde o primeiro momento, quando
o presidente resolveu contratar mais pessoas para o clube.
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