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João 18:4-11

Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e disse-lhes: A
quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas,
que o traía, estava também com eles. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por
terra. Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus, o Nazareno.
Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois me buscais a mim, deixai ir estes, para se
cumprir a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi. Então, Simão Pedro,
que tinha espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha
direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha;
não beberei eu o cálice que o Pai me deu?

A cena acontece imediatamente depois da oração que Jesus teve após a última Ceia e o
lavamento dos pés dos seus discípulos. Nessa oração no Getsêmani, a angústia de Jesus foi
tanta que virou uma agonia. No evangelho de Lucas lemos que foi tanto assim que o seu suor
tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até o chão. E não é por acaso que Lucas
registra isso.
Desde o início da era cristã foi necessário enfatizar a encarnação de Cristo, pela heresia que
diz que o corpo físico de Jesus foi uma ilusão, que ele era imaterial, um espírito puro e,
portanto, não poderia morrer fisicamente. Mas na sua natureza humana, o corpo de Jesus
sofreu uma pressão gigante. O suor de sangue é uma rara condição humana. Chama-se
Hematidrose, associado a momentos de muita pressão ou stress. Estes estados emocionais
em extremo têm um impacto direto nos microvasos sanguíneos das glândulas sudoríparas, que
“explodem” e dão origem à saída de sangue, em simultâneo com o suor.
Mas o relato também destrói a heresia de que Jesus Cristo era meramente humano. O trecho
mostra que Jesus era onisciente, pois Ele sabia as coisas que sobre ele haviam de vir; mostra
que Jesus era O Santo, pois quando ele disse “Sou eu”, os seus inimigos recuaram e caíram
por terra, como Saulo caiu.
Contudo, Jesus assume sua condição de servo, pois sabia que no reino do seu Pai, todos
serviam. E Jesus serve até a morte de cruz. O servo estava instaurado o reino dos céus na
terra através do sofrimento. Mas, por que? Porque o representante dos homens perante Deus
tinha que ser esmagado; sua carne tinha que ser cortada segundo o pacto com Abraão que o
Senhor Deus fez consigo mesmo lá em Gênesis 15.
A instauração do reino dos céus, sendo Jesus Cristo O Rei do povo de Deus, seria
estabelecido pelo sofrimento de pagar o preço pelas nossas iniquidades, pelos nossos
pecados, pelos nossos crimes contra a santidade do Eterno.
Irmã, irmão… Jesus sofreu uma angústia real, igual à tua, à minha. Toda inquietação, todo
sentimento de impotência e desamparo nos lembra que não somos donos de nós mesmos ou
do que nos acontece. Que não estamos no controle.
Mas Jesus está ciente que o seu Pai tem o controle absoluto de todas as coisas, e mesmo na
sua agonía pelo que iria sofrer, ele diz: não beberei eu o cálice que o Pai me deu?
Amados, neste mundo viveremos situações de angústia, mas temos a certeza que Cristo
passou por este sentimento de angústia e fornece através do seu Espírito Santo os meios para
que nós possamos resistir os problemas da vida, porque seu reino já foi estabelecido.
Tempestades chegarão. Só poderemos nos sentir seguros nos braços de nosso Senhor que,
como amanhã Jonathan Simões nos lembrará, foram estendidos com pregos que o levaram até
a morte.

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