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(1921-1998)
George
Escritora de ficção, tradutora e jornalista, pouco conhecida do grande público, M. J. Carvalho deixou
uma obra marcada pela reflexão sobre a solidão do ser humano. Recebeu vários prémios pela sua escrita
como romancista, contista, poeta, cronista e dramaturga.
Este conto coloca-nos perante uma personagem, George, que, no presente, “dialoga” com o passado
e com o futuro.
Linguagem:
- simples, mas perturbadora, comedida, pouco ornamentada, depurada, reduz-se ao essencial,
criando um discurso conciso e rigoroso, mas sugestivo.
- neste conto, o discurso direto conjuga-se com o monólogo interior, denunciando o estado de alma
da personagem, a sua consciência, as suas reflexões.
- a metáfora (ex: “perdeu a bússola”), a comparação (ex: “Andam lentamente… como quem luta sem
forças contra o vento”) e a imagem (“A rapariguinha frágil, um vime, que ela tem levado a vida inteira a
pintar…”) são recorrentes.
Estrutura – 4 momentos:
- apresentação de George, que percorre uma “larga rua” de um lugar ao qual regressa “depois de
mais de vinte anos”;
- explicação das razões que motivaram o regresso de George, evidenciando como que um corte
definitivo com o passado (“Vim vender a casa”) e com a jovem que dali saíra;
- diálogo com “uma senhora de idade”, “Uma velha de cabelos pintados de acaju”, anunciando a
metamorfose da figura feminina e o avanço do tempo;
- reflexão de George sobre a velhice, no seu regresso a “casa”.
Brevidade narrativa:
Unidade de ação Regresso às origens e reflexão sobre a vida e a complexidade
da natureza humana
Concentração do tempo Referência ao dia da chegada à terra natal, ao espaço da
infância e da juventude, e ao dia da partida, já no comboio que
sai dessa terra
Concentração do espaço A longa rua que George percorre no dia da chegada à terra
natal e o comboio de partida, de regresso a Amsterdão
Número limitado de personagens George (Gi e Georgina)