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TERMODINÂMICA-CALOR E TRABALHO–TERMOD-I-5T

⇨ CALOR E TRABALHO

Calor é a energia que se transfere de um corpo, ou de um ponto para


outro de um mesmo corpo, movida somente pela diferença de
temperatura.
Para que haja transferência de calor, não há necessidade de massa
entre os dois corpos, exemplo, calor do sol que se transfere para a Terra.
Quando aquecemos uma extremidade de uma barra de metálica,
notamos que a outra extremidade também irá aquecer. A energia que vai
da extremidade aquecida para outra extremidade, chama-se calor, porque
se movimenta pela diferença de temperatura entre as extremidades.
Quando as duas extremidades da barra atingem a mesma
temperatura, cessa a transferência de calor e o corpo entra em equilíbrio
térmico.

⇨ Unidade de Calor
Define-se 1 caloria como a quantidade de calor necessária para elevar
1 grama de água a uma diferença de 1°C. Sendo essa unidade muito
pequena, costuma-se usar um múltiplo que é a kilocaloria.
No sistema Inglês, define-se o BTU (British Thermal Unit) (unidade
térmica Britânica), como a quantidade de calor necessária para aquecer 1
libra-massa de água de 1°F).

⇨ Modos de Transferência de Calor


A transferência de calor é o transporte de energia que ocorre
quando quantidades de matéria que apresentam temperatura diferentes,
são colocadas em contato térmico.

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• Condução: Transferência de energia entre moléculas. A taxa de
transferência de calor, é função de uma diferença de temperatura, e
expresso pela Lei de Fourier da condução.
Q=-K.A. dT/dx
O sinal negativo indica que a transferência de calor será da região
de temperatura mais alta, para região de temperatura mais baixa.
• Convecção: Na transferência de energia na forma de calor, ocorre
também a transferência de massa.
Q=h.A. ΔT
• Radiação: Quando a energia é transmitida na forma de ondas
eletromagnéticas.
Q= Ɛ.σ.A.T4S
⇨Trabalho
Um sistema termodinâmico produz trabalho quando toda energia
liberada pode ser convertida no aumento da energia potencial da posição
de um outro corpo.
Vemos que se um cilindro contendo um gás, e esse gás recebe calor
de uma fonte externa, aquece, dilata, elevando o corpo que está sobre o
êmbolo.
A energia que entra no gás, não foi utilizada na íntegra, para elevação
do corpo, pois parte dela, serviu para aquecimento do gás.

Fig.5.1-Ieno.G; Negro.L:Cilindro/Gás recebendo energia externa

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A energia presente no eixo de uma turbina, pode ser convertida na
elevação de energia potencial de posição de um corpo.

Fig.5.2-Ieno.G; Negro.L:Energia Potencial de Posição

A energia liberada através do eixo da turbina, se enquadra na


definição de trabalho.

⇨ Trabalho na Expansão de um Gás

Vamos verificar como calcular o trabalho produzido por um gás que


sofre uma expansão. Esse trabalho pode ser calculado por meio do produto
do peso do corpo pela diferença de altura (Z2-Z1), figura 5.1.

Para que toda energia utilizada na expansão do gás seja convertida


em levantamento do corpo, é necessário:
a)-Que a expansão do gás seja lenta, expansão quase estática.
b)-Ausência de atrito no sistema, desta forma, não há acréscimo de
trabalho adicional no levantamento do corpo.
A pressão do gás, pode ser calculada por meio do peso do corpo
dividido pela área do êmbolo.

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O volume do gás, pode ser calculado por meio do produto da sua
massa pelo volume específico.

Fig.5.2-Ieno.G; Negro.L:Equação para W gás a pressão constante

Esta equação se aplica no caso de dilatação de um gás, a pressão


constante.
Se a pressão for variável, como no caso da figura 5.3, a expressão para
o cálculo do trabalho, é obtida por meio de integral.

Fig.5.3-Ieno.G; Negro.L:Equação para W gás a pressão variável

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O deslocamento dz elementar do êmbolo, corresponde um trabalho
dw, tal que: dW = F. dz
Admitindo a hipótese da expansão quase estática, a pressão do gás
está perfeitamente definida e pode ser calculada por meio da força da mola
dividida pela área do êmbolo.

Equação.5.3-Ieno.G; Negro.L: Equaçãol Trabalho

Se representamos em um diagrama p.v, a transformação sofrida pelo


gás, verificamos que a área hachurada da figura 5.4, representa o trabalho
do gás por unidade de massa.

Fig.5.4-Ieno.G; Negro. L: Diag. pxv, W do gás por unidade de massa

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• Regime Permanente
Se as propriedades das partículas que passam por um ponto do
sistema permanecem constantes, durante um intervalo de tempo, então o
regime é permanente no ponto.

Quando o regime é permanente todas as propriedades são


constantes, isto é, não variam de um instante para outro, porém podem
sofre variações de um ponto a outro do sistema.
Na figura 5.5, as velocidades são diferentes nos pontos A e B, porém,
se em cada ponto eles permanecem inalteradas, o regime é permanente.
A velocidade em cada ponto dependerá da altura h da coluna de
água.
Se h é constante, resulta VA e VB constantes e o regime é permanente,
apesar das velocidades VA e VB.

Fig.5.5-Ieno.G; Negro. L: Veloc. Inalteradas, regime é permanente

Sendo h variável as velocidades VA dever variar em função da altura


h, e o regime é variado nos pontos A e B.

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5.6.2-Exemplo: O gás em um cilindro, sofre inicial um aquecimento, com
volume constante. Em seguida sofre uma expansão a pressão constante
devido a um aquecimento e ao movimento do êmbolo que prende o gás.
Pede-se:
a) – Calcular o trabalho desenvolvido pelo gás.
b) – Representar em um diagrama P x V. Sabe-se que o volume do cilindro
sofre uma variação de 0,5 m³.
Dados: Área do êmbolo Ae = 100 cm²
Peso de cada corpo G= 25 kgf
Massa do gás m= 5 kg
Desprezar o peso do pistão.

• Solução.
a) O Trabalho por unidade de massa, pode ser calculado pela expressão.

• Então:

• A área hachurada abaixo de V, resultando que:

= área hachurada

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• Mas de (2) a (3), tem-se pelo diagrama que a P = constante.

- P2A=P3=P

• Resultando:

O trabalho total do gás é obtido quando se multiplica o trabalho


específico (trabalho produzido por 1 kg do gás), pela massa total do gás
contido no cilindro.

b) Diagrama, PxV.

-O estado (1) da figura, representa o ponto inicial, antes do aquecimento


do gás.
-O estado (2) representa o gás após a primeira fase do aquecimento.

Para manter constante o volume, é necessário aumentar a pressão,


isto é, aumentar o peso que atua no êmbolo.

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- O estado (3) é o ponto final, após a segunda fase do aquecimento.

5.6.3-Exemplo: O gás do estado (1) do exercício anterior passa novamente


para o estado (3), mas por um outro processo diferente, que consiste em
um aquecimento a pressão constante seguido de um aquecimento a
volume constante. Pede-se:
a) - Calcular o trabalho nessa nova situação.
b) – Traçar o diagrama PxV.

• Solução

a)- Cálculo do Trabalho.

Mas:

- Resulta que:

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• Resulta que: W1-3 = p (V2B – V1)

P1=P2B=P

= área hachurada

• Cálculo do trabalho total.

b) – Diagrama PxV

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5.6.4-Exemplo: Um gás perfeito sofre uma compressão isotérmica
passando de 1 kgf/cm² para 5 kgf/cm². Sabe-se que na situação inicial o
volume ocupado pelo gás é de 2 m³. Calcular o trabalho necessário para a
compressão do gás.

• Solução:

Sabemos que pela equação de Clapeyron: P V = m R T

• Mas: m R é constante, resulta em: P.V/T, é constante.

• Para uma transformação Isotérmica, resulta que:

• O trabalho pode ser calculado por:

• Mas:

• Portanto:

• Resulta que:

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• Cálculo de V2:

• Cálculo do Trabalho:

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