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LEVANTAMENTO DIAGNÓSTICO

REGIÃO OESTE - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP


ASPECTOS FÍSICO-TERRITORIAIS
LOCALIZAÇÃO TOPOGRAFIA CLIMA
O presente estudo trata-se de um levantamento diagnóstico urbano da Região Oeste de São José dos Campos, A área de São José dos Campos é subdividida em três zonas morfológicas do Planalto Atlântico: Serra da De acordo com o Relatório São José em Dados (2016) com base em dados de
Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, estado de São Paulo. Na imagem 1 é possível visualizar o limite Mantiqueira, Médio Vale do Paraíba e Planalto de Paraitinga. A Região Oeste é basicamente compreendida na Planície do 2004 a 2014 (10 anos), a temperatura média em São José dos Campos varia entre
administrativo da cidade, com seus Municípios confrontantes e suas regiões geográficas. Delimitada através da Lei Rio Paraíba do Sul que trata-se de uma faixa alongada no sentido nordeste-sudoeste no Médio Vale do Paraíba, 7,9° e 30,1° nos meses de julho (temperaturas mais baixas de inverno) e de 15,9° a
Complementar Municipal nº 612/2018 (legislação vigente sobre o assunto), a Região Oeste possui uma extensão separando a Serra da Mantiqueira do Planalto de Paraitinga. Na planície aluvial do Rio Paraíba do Sul a altitude é de 550 35° nos meses de fevereiro (temperaturas mais altas de verão), conforme gráfico
territorial de 4.419,50 ha (aproximadamente 44,2 km²) sendo 4,02% da extensão territorial da cidade e 12,49% da área metros acima do nível do mar, e à norte e sul dela predominam colinas com altitude máxima de 690 metros acima do da imagem 9. A média de chuvas é de 263 mm nos meses de Janeiro (chuvas de
urbana, tendo seus limites basicamente pelos rios Comprido e Paraíba do Sul onde confronta com o Município de Jacareí, nível do mar, como é possível visualizar na Carta Topográfica na imagem 5. verão) e de 17 mm em agosto (estiagem), conforme gráfico da imagem 10. Clima
pela Estrada de Ferro Central do Brasil - Ramal Parateí onde confronta com a Região Norte, córrego do Vidoca e Avenida Na divisa entre a área de ocupação urbana consolidada à sul na Região Oeste e a Área de Proteção Ambiental do Rio comum da região do vale.
Eduardo Cury onde confronta com a Região Centro e pela Rodovia Presidente Dutra onde confronta com a Região Sul, Paraíba do Sul, há locais delimitados no Mapa de Riscos de Escorregamento de Encostas do Plano Diretor de
conforme demonstrado na imagem 2. Desenvolvimento Integrado do Município de São José dos Campos (2018) como de risco 3 e 4, alto e muito alto
respectivamente, inseridas no loteamento Jardim das Indústrias, conforme demonstrado na imagem 6. Mesmo não
sendo constante e não possuir grande área esses locais de risco são os principais fatores topográficos que devem ser
considerados na Região Oeste

Imagem 9 - Média de precipitação em São José dos


Campos nos anos de 2004 a 2014 Imagem 10 - Média de temperatura em São José
Fonte: São José em Dados (2016) dos Campos nos anos de 2004 a 2014
Fonte: São José em Dados (2016)

VEGETAÇÃO
São José dos Campos está dentro do bioma da mata atlântica, habitat de
diversas espécies de animais silvestres, entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios,
como lobo-guará, sagui-da-serra-escuro, jaguatirica, onça-parda, lontra, veado
Imagem 1 - Limite administrativo do Município de São José dos Campos, seus Imagem 2 - Delimitação da Região Oeste e seus confrontantes mateiro, serpentes e o ameaçado de extinção gavião-pega-macaco.
Municípios limítrofes e suas regiões geográficas Fonte: GeoSanja – Acessado em: 22/10/2020 A Região Oeste de São José dos Campos está inserida no perímetro urbano
Fonte: GeoSanja – Acessado em: 22/10/2020
da cidade, portanto grande parte de seu território foi desmatado para a
implantação dos loteamentos. Ainda assim, existe uma grande Área de Proteção
GEOLOGIA Imagem 5 - Cartas Topográficas do IBGE com cotas de nível atingindo 690
metros do nível do mar nas colinas à norte e 550 metros na planície do Rio
Imagem 6 - Delimitação das áreas de risco alto (em vermelho) e muito alto
(em roxo) nas quadras do Jardim das Indústrias Ambiental da várzea do Rio Paraíba do Sul, mas a maior parte do seu território
Paraíba do Sul ao centro Fonte: GeoSanja – Acessado em: 24/10/2020
De acordo com o Relatório São José em dados (2016) há uma grande diversidade de rochas na extensão territorial Fonte: Autores (2020} também foi desmatada por conta da exploração agropecuária. As principais
de São José dos Campos. O Serviço Geológico do Brasil - Superintendência Regional de São Paulo (2006), com apoio da áreas florestadas na Região Oeste são fragmentos florestais nas margens do Rio
Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo executou o Projeto Carta Geológica do
HIDROGRAFIA Paraíba do Sul e a área do Parque Ribeirão Vermelho no Urbanova.
Brasil ao Milionésimo - Programa Geologia Brasil, de onde derivou o mapa da Geologia do Estado de São Paulo que São José dos Campos é o maior Município da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que se estende pelos estados No restante de São José dos Campos o cenário se repete. A maior parte das
delimita as diferentes formações geológicas no estado. A Carta Geotécnica do Município de São José dos Campos foi de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Rio Paraíba do Sul resulta da confluência dos rios Paraibuna e Paraitinga áreas florestadas estão fragmentadas nas margens dos rios. Mesmo possuindo
elaborada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (1996) e incorporado ao Banco de Dados Geográfico do na cidade de Paraibuna e percorre 1.150 km até sua foz em São João da Barra, Estado do Rio de Janeiro, passando por atualmente a preservação permanente da faixa de mata ciliar garantida por lei,
Município e delimita as porções de solo na extensão territorial da cidade. Através dessas fontes foi possível identificar as São José dos Campos transversalmente, se iniciando na Região Oeste (imagem 7), e seguindo pelas regiões Norte e Leste historicamente foram realizados desmatamentos nas áreas adjacentes ao rio.
formações rochosas, demonstradas na imagem 3, e os tipos de solo da região oeste de São José dos Campos, até o Município vizinho de Caçapava. Portanto, mesmo sendo considerada área de preservação permanente, não
demonstrado na imagem 4. As águas da bacia do Rio Paraíba do Sul são usadas principalmente para abastecimento, diluição de esgotos, possui muito de meio ambiente à se preservar nos locais. Muito dessa ausência
irrigação e geração de energia hidroelétrica. Também há o uso voltado para pesca, aquicultura, recreação e navegação, de vegetação no entorno do Paraíba se dá por conta da constante exploração
mas esses usos são em cidades mais próximas à foz, na Região de São José dos Campos as águas do Paraíba do Sul são minerária da região, com as cavas de areia que pouco obedecem a legislação que
poluídas principalmente pela exploração mineral (cavas de areia) em Jacareí. regulamenta suas atividades.
Sendo a principal drenagem do Município, na Região Oeste o Rio Paraíba do Sul recebe águas de afluentes à sua
margem direita, do rio Comprido e do córrego Vidoca (elementos de limite da Região Geográfica), de grande importância ANÁLISE SWOT
pois drenam as águas da malha urbana da cidade, trechos das regiões Sul, Centro e do Município limítrofe Jacareí.
O Instituto Geológico (2017) calculou o perigo de inundação das bacias do estado de São Paulo a partir de atributos Fatores Internos - Forças Fatores Internos - Fraquezas
das unidades básicas de compartimentação (UBC) e dividiu o grau de perigo em seis classes de P0 a P5, onde P0
representa uma probabilidade nula a quase nula de ocorrência de inundação e P5 a probabilidade máxima de ocorrência. Preservação do meio ambiente com a Existência de áreas de risco de
Na Região Oeste a maior extensão territorial está enquadrada no grau de risco P0, e na planície aluvial do Rio Paraíba há proibição da extração de areia; baixo escorregamento; áreas de cavas
ocorrências de graus P2 e P, conforme delimitado na imagem 8, não havendo grandes riscos de inundação. risco de inundação desativadas sem uso

Fatores Externos - Oportunidades Fatores Externos - Ameaças

Existência de fragmentos florestados Dano ambiental na região por conta das


que garantem a preservação ambiental cavas de areia desativadas, além do
Imagem 3 - Distribuição das formações geológicas na Região Oeste de São José Imagem 4 - Distribuição dos tipos de solo na Região Oeste de São José dos
dos Campos-SP com dados da Carta Geológica do Brasil Campos-SP com dados da Carta Geotécnica de São José dos Campos
consumo de areia que não produz
Fonte: Autores (2020) Fonte: Autores (2020)
Tabela 1 - Análise estratégica cruzada dos fatores internos e externos dos aspectos físico-territoriais
Há ocorrência de sedimentos terciários do grupo Taubaté (Formação Pindamonhangaba) entre a região centro-sul, Fonte: Autores (2020)
e parte da região oeste (zona do Médio Vale do Paraíba). Ao longo das calhas dos rios Paraíba do Sul, Comprido e Vidoca
(elementos de limite da região oeste) há ocorrência de sedimentos aluvionares recentes, que constituem depósitos de
areias, cascalheiras, siltes e argilas resultantes dos processos de erosão, transporte e deposição a partir de áreas-fonte
diversas nas margens, fundos de canal e planícies de inundação de rios. Esses depósitos aluvionares são de grande
importância para a indústria da construção civil, por conta da extração de areia. Mesmo sendo a maior consumidora desta
matéria-prima segundo Becker e Filho (2017), São José dos Campos atualmente não permite a extração de areia no
Município, mantendo a proibição desde 1994, sendo as maiores produtoras e exportadoras de areia as cidades vizinhas CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO – ARQUITETURA E URBANISMO – 8 BC
Jacareí e Caçapava. Nas margens do Rio Paraíba do Sul, entre Jacareí e Pindamonhangaba, havia 84 cavas inativas no ano Imagem 7 - Rio Paraíba do Sul adentrando o Município pela Região Oeste, Imagem 8 - Delimitação das áreas de risco de inundação da Região Oeste, PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL – PROF. DOUGLAS SANTOS SALVADOR
de 2006 segundo Lobato et al (2009), sendo 7 em São José dos Campos. As áreas das cavas inativas são contaminadas, de conforme dados do Banco de Dados Geográfico de São José dos Campos com dados do Instituto Geológico
difícil recuperação ambiental e representam grandes áreas abandonadas. Fonte: Autores (2020} Fonte: Autores (2020) HIAGO CARDOSO, WILLIAM PINHEIRO E WILLIAM MAXIMIANO 30/11/2020
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DIAGNÓSTICO OESTE-SJC – ASPECTOS FÍSICO-TERRITORIAIS Sem escala

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