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1ª Frequência:
A ideia de uma europa como espaço territorial dotado de um sistema político, de uma
economia e de uma cultura cristã comum, remonta aos tempos do império de Carlos Magno.
A europa viveu durante séculos em permanentes conflitos de poder entre os seus Estados.
Depois da 1ª GM, criaram-se projetos para congregar os povos europeus numa europa unida.
No entanto os nacionalismos e os conflitos de interesses retardaram esse processo.
Depois da 2ª GM, desejava-se a paz duradoura, e a ideia da união europeia ressurgiu. Sentia-se
necessidade em estabelecer a paz e organizar em novos moldes a geografia e a política da
europa, criando um modelo de cooperação e de interdependência capaz de assegurar a
adoção voluntária de mecanismos que restringiriam as liberdades de ação dos Estados. Isso só
foi possível com um processo de integração económica.
Os fatores que conduziram para esse processo de cooperação entre Estados nacionais e de
integração europeia são:
Winston Churchill apela à reconciliação da frança com a Alemanha, e defende a criação dos
“estados unidos da europa”. Este discurso foi um dos principais fatores que mobilizaram os
europeístas.
-Corrente federalista – criação imediata de uma federação como Churchill tinha ideia
-Propor uma carta europeia dos direitos humanos e criação do respetivo tribunal
Alemanha, itália, bélgica, holanda e Luxemburgo assinam o tratado CECA, criador da primeira
comunidade europeia.
1- O tratado CECA:
O tratado de paris (18 de abril de 1951) cria a CECA. A CECA é a primeira pedra da construção
da comunidade europeia e resulta da proposta da declaração Schumann.
O tratado implicou uma clara limitação da soberania dos estados em favor de uma entidade
comum em setores da economia vitais para a época.
-Substituir as rivalidades antigas por uma fusão dos seus interesses essenciais, a
assentar, pela instituição de uma comunidade económica
O espaço económico europeu, hoje união europeia, inicia-se então a 1 de janeiro de 1958 com
a entrada em vigor do tratado de roma.
O anto único europeu é assinado em fevereiro de 1986 e introduz a primeira revisão de fundo
nos tratados (CECA, CEE e CEEA)
4- O tratado de Maastricht:
O tratado de Maastricht constitui um novo marco no processo da união política europeia, com
a criação da união económica e monetária.
O tratado de Maastricht cria a união europeia assente nas três comunidades – CECA, CEE e
CEEA – e completada por dois pilares de cooperação intergovernamental, o primeiro no
domínio da política de defesa e segurança comum (PESC) e o segundo pilar no domínio da
cooperação em matéria de justiça e assuntos internos (CJAI).
O tratado cria a união económica e monetária e define os requisitos para a adoção de uma
moeda comum.
Cria-se a cidadania europeia, afirma-se o mercado interno como espaço comum de liberdade,
segurança e justiça.
Afirma-se que a UE respeita os direitos fundamentais tal como afirma a CEDH e as tradições
constitucionais dos estados membros.
Esta fase apresenta como principal característica a instituição entre os estados membros de
uma política monetária comum conduzida através do BCE.
2ª- 1994 a 1998 – criação do instituto monetário europeu, futuro BCE. Os estados
membros começaram se a esforçar para cumprirem critérios de convergência nominal,
tais:
-estabilidade monetária
-estabilidade cambial
3ª- 1999 – adoção de uma moeda única. O instituto monetário europeu foi substituído
pelo BCE.
6 – Tratado de Amsterdão:
A união europeia que o tratado criou não substitui as comunidades europeias, mas associa-se
às novas políticas e formas de cooperação.
Do tratado resulta uma nova estrutura, a união europeia assente em três pilares:
3º- pilar administrativo – cooperação judiciária e policial entre os estado membros, nos
domínio da justiça e dos assuntos internos.
O tratado prepara a UE para o próximo alargamento aos países do leste europeu. Promove a
consolidação da UE e reforça o papel do cidadão através da proteção dos direitos
fundamentais.
8 – Tratado de Lisboa:
1957 – Os países fundadores – Bélgica, Alemanha, frança, Itália, Luxemburgo e Países Baixos
(Holanda)
1981 – Grécia
2004 – Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Polónia, República Checa, Letónia, Lituânia,
Malta e Chipre
2007 – Bulgária e Roménia
2013 – Croácia
O caráter original e único da união europeia resulta do facto de os estados membros terem
congregado parte da sua “soberania” em favor de instituições europeias, para ganhar força e
aproveitar os benefícios que resultam de uma nova escala, de uma maior dimensão.
A união europeia situa-se então entre o sistema federal rígido existente nos EUA e o sistema
flexível de cooperação intergovernamental existente nas nações unidas.
Motivos de natureza política na base da criação faz comunidades europeias – espaço de paz,
liberdade, desenvolvimento e bem estar das populações.
Com o tratado de lisboa o sistema de integração funcional parece abrandar o passo em favor
do modelo federalista, uma vez que se deixa de falar em comunidades e se passa a falar na
união europeia que havia sido criada no tratado de Maastricht.
Tese internacionalista – à luz do direito, tanto as comunidades como a união foram criadas por
tratados internacionais e estes são para todos os efeitos a primeira fonte de direito europeu
vigente na união. Recusam a prevalência do direito da união europeia sobre os direitos
nacionais, especialmente sobre as constituições dos estados membros. Esta tese está em
declínio e tem vindo a perder terreno. A partir do tratado de lisboa surge a inquestionável
aceitação generalizada da subordinação.
Tese federalista – a união europeia seria (ainda não o é) um estado federal não só porque as
suas instituições beneficiam duma distribuição de competências dos Estados, mas também
porque apresenta uma estrutura orgânica idêntica à estrutura dos estados federais. Defendem
que os tratados devem ser equiparados às constituições dos estados federais. Apesar da
aproximação à tese federal, a união europeia não é uma federação.
A união europeia só tem as competências que lhe foram atribuídas pelos estados e que
constam especificamente nos tratados.
A união não é uma federação, porque após o tratado de lisboa, foi permitido aos estados que
estes pudessem abandonar a união (direito de secessão) quando estes bem entendessem.
Os objetivos iniciais eram, alcançar a paz duradoura e criação de uma solidariedade de fato
entre os estados europeus.
Com o tratado de Maastricht a união europeia entra numa nova fase em que os objetivos são
agora de cariz assumidamente político.
Com o tratado de lisboa os objetivos políticos, sociais e culturais são 3, a paz, os valores
universais do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do
Estado de direito e do respeito pelos direitos do homem, incluindo os direitos das minorias, o
pluralismo, a não discriminação, a tolerância a justiça, a solidariedade e a igualdade entre
homens e mulheres. Por fim, o bem estar dos seus povos.
Até ao tratado de lisboa, o TUE não faz nenhuma referência expressa à personalidade jurídica
da união europeia.
No entanto, o tratado acabava por não expressamente atribuir capacidade jurídica à união.
A constituição para a europa não passou de um projeto, posto que não logrou obter a
ratificação de todos os Estados membros, logo não se verificou a condição indispensável para a
sua vigência.
A união estabelece um mercado interno e uma união económica e monetária cuja moeda é o
euro.
-O direito originário
-O direito derivado
-O direito internacional
-O costume
-A jurisprudência
Os princípios gerais de direito são instrumentos a que o tribunal de justiça recorre para definir
os parâmetros da legalidade na interpretação e na integração das lacunas do direito originário
e do direito derivado e para averiguar da conformidade das medidas nacionais com o direito
da união.
A delimitação das competências da união rege-se pelo princípio da atribuição e o exercício
dessas competências rege-se pelos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade.
Em sentido estrito, são fontes da união, o direito originário (tratados) e o direito derivado (atos
adotados pelas instituições ou organismos da UE).
Em sentido amplo, são fontes todas as regras ou normas aplicáveis na ordem jurídica europeia,
mesmo que a origem seja exterior à própria união. Inclui-se aqui não apenas o direito europeu
originário e o derivado, mas também o internacional geral ou comum e bem assim as
convenções estabelecidas entre os estados membros para aplicação dos tratados e ainda os
princípios gerais de direito não escritos que sejam reconhecidos pelo tribunal de justiça.
Os tratados europeus:
-São convenções internacionais de tipo clássico, da vontade soberana dos Estados contraentes.
Os tratados (TUE e TFUE) ocupam, juntamente com as constituições dos estados membros, o
lugar de topo na hierarquia do direito vigente na ordem jurídica europeia e as suas disposições
prevalecem sobre todos os atos e normas de direito derivado e sobre os ordenamentos
jurídicos nacionais dos estados membros.
Por força do primado do direito da união europeia, o direito originário dos tratados prima
sobre qualquer regra sem exceção, pelo que todas as outras fontes de direito estão abaixo
deste direito originário.
O direito derivado é constituído pelos atos unilaterais dos órgãos da UE adotados de acordo
com as regras constantes dos tratados. O direito derivado constitui um autêntico direito
produzido de forma autónoma, pelas diversas instituições, no exercício das competências
normativas atribuídas pelos tratados.
-Diretivas – atos jurídicos através dos quais a autoridade competente, fixa aos
destinatários um resultado que deve ser obrigatoriamente alcançado no interesse
comum. Os meios e as formas para alcançar esse resultado, fica ao critério do
destinatário escolher. O órgão competente para emanar diretivas, por regra geral é o
Conselho. Em princípio a diretiva não possui caráter geral, pelo facto de que os seus
destinatários são perfeitamente identificados.
-Princípio da proporcionalidade
-Princípio da igualdade
Estes princípios gerais de direito têm como denominador comum a proteção dos direitos
fundamentais.
-Paz duradoura.
No início optou-se por um modelo de integração funcional, o que resultou na prioridade dada
aos objetivos económicos, nomeadamente através da criação de um mercado comum,
evoluindo para uma união económica e monetária, ficando para segundo plano os fins de
ordem social, cultural e política.
A proteção dos direitos fundamentais constitui um dos princípios básicos do direito da união
europeia.
Em 2009, o tratado de lisboa consagra a carta dos direitos fundamentais como parte
integrante do ordenamento jurídico da união europeia.
A preocupação com o respeito e a proteção dos direitos fundamentais está presente, desde o
início, no processo de integração europeia, mesmo que nos tratados instituidores das 3
comunidades não constasse nenhuma referência expressa a essa matéria.
Com o tratado de Amsterdão, inovou-se na matéria dos direitos fundamentais, assumindo que
ao tribunal de justiça passa a caber a competência de fiscalizar e controlar o respeito pelos
direitos fundamentais por parte das comunidades e da união.
A legalidade dos atos dos órgãos passa agora a depender também do respeito pelos direitos
fundamentais.
O respeito pelos direitos fundamentais passou também a ser igualmente uma condição de
adesão para que qualquer Estado candidato possa se tornar membro da união europeia.
O tratado de lisboa passa a considerar o respeito pelos direitos fundamentais como um valor
da união europeia.
A ordem jurídica da união europeia passou a dispor de um elenco agora ampliado de direitos
fundamentais, consagrados expressamente nos tratados como valores da união e que a par de
outros princípios gerais de direito passam a ter de ser respeitados como fonte de direito,
colocados que estão, por essa via, no grau mais elevado do direito originário da união
europeia.
Do novo figurino dos direitos fundamentais, tal como resulta estabelecido pelo tratado de
lisboa, em especial do artigo 6º do TUE, ressaltam como aspetos mais marcantes os seguintes:
-Importância da CDFUE
-Valor da CEDH
A CDFUE foi proclamada pela comissão, pelo conselho e pelo parlamento a 7 de dezembro de
2000. Com o tratado de lisboa passou a ter o mesmo valor jurídico dos tratados.
Sob orientação do tribunal de justiça, os juízes dos estados membros só têm competência para
assegurar que a carta seja respeitada pelos estados membros quando aplicam o direito da
união.
A carta integra, no direito da união europeia todas as fontes de direito referentes aos direitos
fundamentais, fontes que passam a ser parte do “adquirido” da união em matéria de direitos
fundamentais.
A carta enumera direitos num catálogo centrado nos seguintes valores básicos e estruturantes:
-Dignidade humana
-Liberdades fundamentais
-Igualdade
-Solidariedade
-Justiça
A união europeia não é parte, por enquanto, na CEDH. Todos os estados membros, no entanto
são partes nela.
As competências da união europeia respeitam os domínios em que a união pode atuar e estão
limitadas pelo princípio da especialidade, que determina que a capacidade de ação da união
europeia está limitada pelos seus fins, sendo que os seus órgãos e instituições só podem
praticar os atos necessários para prosseguir os fins da união.
Os órgãos e as instituições da união não podem invadir as competências dos outros órgãos
para cumprimento das disposições dos tratados.
Competências exclusivas da união – artigo 3º nº1 e nº2 do TFUE, este último, no plano da ação
externa.
Os estados membros exercem a sua competência na medida em que a união não tenha
exercido a sua. Os estados membros voltam a exercer a sua competência na medida em que a
união tenha decidido deixar de exercer a sua.
São partilhadas todas as competências que o tratado não tenha incluído nas competências
exclusivas da união do artigo 3º ou nas competências complementares dos artigos 5º e 6º.