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PACIENTE TERMINAL

Bioética é a reflexão sobre a


adequação ou inadequação de
ações envolvidas com a vida.
Bioética e Terminalidade
BENEFICÊNCIA - Evitar submeter o paciente a intervenções
cujo sofrimento resultante seja muito maior do que o benefício
eventualmente conseguido.

NÃO-MALEFICÊNCIA - Evitar intervenções que determinem


desrespeito à dignidade do paciente como pessoa.

AUTONOMIA - O exercício do princípio da autonomia na


situação do paciente terminal, em razão da dificuldade e
abrangência de tal decisão, mesmo para aqueles que não
estejam emocionalmente envolvidos, deve ocorrer de uma
maneira evolutiva e com a velocidade adequada a cada caso.
Em nenhum momento, essa decisão deve ser unilateral, muito
pelo contrário, ela deve ser consensual da equipe e da família.
Bioética e Terminalidade
Se há um consenso de que um paciente, mesmo em estado
crítico, será beneficiado com um determinado tipo de
medicação e procedimento, a despeito de que o produto
esteja escasso, preservam-se os princípios da beneficência
e da autonomia sobre os da justiça.
- Cuidado Paliativo não é abandono terapêutico!
Eutanásia
Eutanásia - originalmente definida como a boa morte; no grego eu -
bom e thanatos - morte. Nos dias de hoje, a isto acrescentou-se
mais um sentido: o da indução, ou seja, um apressamento do
processo de morrer.

• Só se pode falar em eutanásia se houver um pedido voluntário e


explícito do paciente – se este não ocorrer, trata-se de
assassinato, mesmo que tenha abrandamento pelo seu caráter
piedoso. E é só neste sentido que difere de um homicídio, que
ocorre à revelia de qualquer pedido da pessoa.

São legais na Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Colômbia.


Quando praticado contra a vontade é Homicídio.
Distanásia
Distanásia: é a manutenção dos tratamentos invasivos em
pacientes sem possibilidade de recuperação, obrigando as
pessoas a processos de morte lenta, ansiosa e sofrida; é morte
lenta, ansiosa e com muito sofrimento.

A distanásia é sempre o resultado de uma determinada ação ou


intervenção médica que, ao negar a dimensão da mortalidade
humana, acaba absolutizando a dimensão biológica do ser
humano.

Distanásia
"Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento".
“Distanásia significa prolongamento exagerado da morte de um
paciente. O termo também pode ser empregado como sinônimo
de tratamento inútil. Trata-se da atitude médica que, visando
“salvar a vida” do paciente terminal, submete-o a grande
sofrimento. Nesta conduta não se prolonga a vida propriamente
dita, mas o processo de morrer. Em termos mais populares a
questão seria colocada da seguinte forma: até que ponto se deve
prolongar o processo do morrer quando não há mais esperança
de reverter o quadro?”
Ortotanásia
Seguindo a sequência da aplicação dos princípios éticos, tão
logo seja definido que o paciente não é mais salvável, nossos
esforços devem ser dirigidos no sentido de promover e priorizar
o seu conforto, diminuir o seu sofrimento, e evitar o
prolongamento de sua vida "a qualquer custo".
Essa postura está muito distante da promoção do óbito, como
proposto pela eutanásia que, à luz dos conhecimentos atuais,
não se enquadra nem no princípio da beneficência nem no da
nãomaleficência.

A Ortotanásia, entendida como possibilidade de suspensão de


meios artificiais para manutenção da vida quando esta não é
mais possível (desligamento de aparelhos quando o
tratamento é fútil, não promovendo recuperação e causando
sofrimento adicional), não é um ato ilícito.

Ou seja, a conduta de desligar equipamentos será lícita se não


significar encurtamento da vida, obedecendo ao princípio de
não maleficência.
Programas de cuidados paliativos - opção à
eutanásia, ao suicídio assistido e à distanásia
• Seriam os cuidados paliativos um caminho entre a eutanásia, o
suicídio assistido e a distanásia? Uma possibilidade de
operacionalização da ortotanásia? A morte na hora certa?

• Pacientes de cuidados paliativos têm grande possibilidade de


terem aliviados seus sintomas incapacitantes e sua dor e há
grande preocupação da equipe em relação à qualidade de vida
e a dignidade ao paciente gravemente enfermo, favorecendo a
possibilidade de viver sua própria morte, um respeito por sua
autonomia e não o abandonando à própria sorte.
NOVO CÓDIGO DE ÉTICA
MÉDICA
BRASILEIRO INCLUI CUIDADOS
PALIATIVOS
Alguns destaques do
Código de Ética Médica (2009):
- Capítulo I:
• A autonomia tem sido um dos itens de maior destaque.

Inciso XXI - No processo de tomada de decisões profissionais,


de acordo com seus ditames de consciência e as previsões
legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes,
relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por ele
expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente
reconhecidas.

- Capítulo I (cont):
• O novo Código reforça o caráter anti-ético da distanásia,
entendida como o prolongamento artificial do processo de morte,
com sofrimento do doente, sem perspectiva de cura ou melhora
- Aparece aí o conceito de cuidado paliativo:
Inciso XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o
médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e
terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua
atenção todos os cuidados paliativos apropriados.
Cuidados Paliativos
“Paliativo” - do latim pallium: manto ou capote
• “Conjunto de medidas capazes de prover uma melhor
qualidade de vida ao doente portador de uma doença
que ameace a continuidade da vida e seus familiares
através do alívio da dor e dos sintomas estressantes,
utilizando uma abordagem que inclui o suporte
emocional, social e espiritual aos doentes e seus
familiares desde o diagnóstico da doença ao final da
vida e estendendo-se ao período de luto”. (WHO,
2002).
SUICÍDIO ASSISTIDO

Suicídio assistido é o suicídio perpetrado com a ajuda de


outra pessoa. O termo é muitas vezes usado como sinónimo
de suicídio medicamente assistido, que é o suicídio praticado
com a ajuda de um médico que, de forma intencional,
disponibiliza à pessoa as informações ou os meios
necessários para cometer suicídio, incluindo
aconselhamento sobre doses letais de fármacos e prescrição
ou fornecimento desses fármacos

O suicídio medicamente assistido é muitas vezes confundido


com eutanásia. No entanto, na eutanásia quem administra o
meio pela qual se dá a morte é o próprio médico, sendo
geralmente uma dose letal de um fármaco, enquanto no
suicídio medicamente assistido é o próprio paciente quem se
auto-administra o fármaco
No suicídio medicamente assistido é obrigatório que a
pessoa tenha plena posse das suas capacidades mentais e
que voluntariamente expresse o desejo de morrer e que
requisite uma dose de medicamentos que ponha termo à
vida.

É necessário que a pessoa seja um doente terminal com um


prognóstico de seis meses ou menos de vida para que possa
requisitar uma dose letal de um fármaco que possa auto-
administrar para pôr termo à vida.

O suicídio medicamente assistido é legal


na Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Canadá, Suíça,
Colômbia, Alemanha...

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