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Floresta Nebular

O QUE SÃO?
• São florestas de altitudes elevadas que permanecem parcialmente coberta por nuvens
em grande parte do ano;

• Três tipos distinguíveis de acordo com a característica de estrutura vegetal


(GRUBB, 1977); grau de ocorrência de musgo (FRAHM e GRADSTEIN, 1991) e
fração de precipitação que atinge o solo e na fração de precipitação que atinge o solo
(BRUIJNZEEL, 2001).

 Floresta Montana Nebular Inferior  altura média das árvores de 15 – 33


metros, cobertura de musgo de 25-50% e média de temperatura mínima abaixo de
18ºC (BRUIJNZEEL,2011)
 Floresta Montana Nebular Superior  altura média das árvores de 2 - 18
metros, cobertura de musgo de 70-80% (BRUIJNZEEL,2011)
 Floresta Nebular Sub-Alpina  média máxima de temperatura abaixo dos
10ºC e altura média de 1,5 – 9 metros (KITAYAMA,1995; HEMP, 2005)
ONDE ESTÃO?
• 6,6% do total de florestas tropicais montanas (1,4% do total das florestas tropicais
do mundo);

• Faixa de densa cobertura nebulosa  geralmente encontrada entre 1200 – 2500 m


de altitude, mas pode atingir mais de 3000 m ou iniciar abaixo de 1000 m;

• A situação das Florestas Tropicais Nebulares é crítica, encontrando-se no topo da


lista dos ecossistemas mais ameaçados, na maioria fragmentadas em pequenas áreas
(ALDRICH et al., 1997).
IMPORTÂNCIA
• Muitos recursos dessas florestas são direta ou indiretamente relacionados com a
formação dessas nuvens;

• A frequência de nevoeiros afeta desde o aporte de água por meio da chuva oculta,
passando pelas alterações dos componentes hidrológicos do ecossistema
(INGRAHAM & MATTHEWS, 1988), alterando a oferta de nutrientes
(WEATHERS & LIKENS, 1997), concentração de poluentes (EAGER & ADAMS,
1992) e condicionando a distribuição de espécies vegetais (KEERFOT, 1968);

• A chuva oculta ocorre quando as massas de ar úmidas são interceptadas


horizontalmente, se acumulam sobre as folhas do dossel, que ao se saturarem,
gotejam para o piso da floresta (FERREIRA et al., 2005; BARBOZA, 2007;
GABRIEL & JAUZE, 2008) ou ficam retidas nas partes aéreas da vegetação e
voltam à atmosfera via evaporação (GARCIA-SANTOS et al., 2004). Sua
contribuição varia entre 5-20% do valor total da precipitação pluviométrica nas
florestas úmidas tropicais (BRUIJNZEEL & PROCTOR, 1995).
IMPORTÂNCIA
• Nas florestas da Costa Rica, onde os efeitos orográficos são marcados pelas
condições geológicas peculiares, o volume de água por interceptação horizontal
alcança 15% da média diária de precipitação (EUGSTER et al., 2006);

• Na África do Sul a chuva oculta é responsável por 90% da precipitação total, sendo
os 10% restantes complementados pela precipitação pluviométrica (cerca de 250
mm) (OLIVIER & RAUTENBACH, 2002). Ela é utilizada como fonte de
abastecimento para consumo humano (água potável), nas regiões de escassez de
água (OLIVIER & RAUTENBACH, 2002; SHANYENGANA et al., 2002).
RISCOS
• A distribuição dispersa e naturalmente fragmentada associada com a estreita faixa de
altitude deve ser considerada, tornando as Florestas Nebulares altamente vulneráveis
à mudança climática (BRUIJNZEEL, 2011);

• As maiores ameaças às florestas nebulares são: conversão destas florestas em áreas


de agricultura, pastoreio, caça, fogo, colheita de madeira (essas não são manejadas
devido à inclinação e baixo crescimento das árvores), construção de estradas,
mineração, desflorestamento para cultivos de drogas (e.g. ópio na Colômbia e coca
na Bolívia, Colômbia, Venezuela e Peru), além da invasão por espécies exóticas
(BUBB, 2004).
• As mudanças climáticas podem acarretar em perda de biodiversidade, mudança na
faixa altitudinal de ocorrência das espécies, ampliação da área de ocorrência de
espécies hoje limitadas a altitudes menores e possível desaparecimento das Florestas
Nebulares (FOSTER, 2001);

• As mudanças climáticas estão destinadas a afetar os processos hidrológicos


específicos de Floresta Montana Nebular influenciando diretamente (mudanças na
frequência e densidade de nevoeiro e quantidade e intensidade de precipitação) e
indiretamente (mudanças na quantidade e composição de epífitas e briófitas nas
copas) além de mudanças no balanço hídrico e uso da água (BRUIJNZEEL, 2011);

• 68 % da Floresta Nebular do México poderá desaparecer até 2080 devido às


alterações climáticas e mais de 90% dessas florestas que hoje são protegidas por lei
não estarão adequadas climaticamente para o ecossistema em 2080. Além disso,
considerando que as florestas não protegidas (apenas 12% da Floresta Tropical
Nebular mexicana são protegidas) fossem desmatadas, 99% de todo o ecossistema
poderia ser perdido através de uma combinação da mudança climática e a perda de
habitat.

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