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Licenciatura em Música
A GUITARRA DE TRANSIÇÃO..........................................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................................................35
CONCLUSÃO ................................................................................................................................................35
ANEXOS .......................................................................................................................................................36
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INTRODUÇÃO
O que pretendemos com este trabalho é dar a conhecer o instrumento, perceber a sua
evolução física e sonora, e dar a conhecer um pouco das várias características sonoras que
pode ter e como podem variar de construtor para construtor. Desta forma poderemos
também ajudar a perceber como procurar uma guitarra de acordo com os gostos pessoais de
cada um.
Pode dizer-se que a guitarra clássica moderna foi desenvolvida recentemente. Até
meados do séc. XIX não havia distinção entre guitarra clássica e guitarra flamenco, apenas
guitarras espanholas. A sua transformação é contínua e talvez seja um dos instrumentos que
sofre mais mudanças e experimentações ao longo da história e da actualidade, o que levou a
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que hoje em dia existam vários tipos de guitarras e este seja um dos instrumentos ou até o
instrumento mais popular do mundo.
No séc. XIII e XIV em Espanha, pelo menos dois tipos de instrumentos eram
conhecidos como “guitarras”, a guitarra latina e a guitarra moresca, sendo a guitarra moresca
(segundo desenhos e manuscritos existentes) mais parecida com um alaúde do que com uma
guitarra, e a guitarra latina aparentar ter uma forma mais parecida com a guitarra actual do
que com a moresca, mas mais relacionada com os primeiros cordofones.
Ao mesmo tempo, o termo vihuela (em Espanha) e viola (em Itália) estavam a ser
utilizados para uma grande variedade de cordofones. Alguns eram tocados com um arco (de
arco) e outros com um plectro (de peñola) ou dedilhados (de mano). Destes três, a vihuela de mano
desenvolveu-se num tipo de guitarra.
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Ao longo do Séc. XIV e XV a forma da guitarra e da vihuela de mano sofreu algumas
alterações, ficando com as extremidades da caixa cada vez mais arredondados e com uma
forma de cintura mais encurvada.
No início do Séc. XVI, ambos os instrumentos adoptaram a forma que pode ser
reconhecida como a da guitarra apesar de os tamanhos, proporções e outros detalhes de
construção serem ainda bastante diferentes do que é comum hoje em dia.
No Séc. XVI, a Espanha era o país onde a guitarra e a vihuela eram mais
predominantes logo, a maior parte da informação relativa à forma, construção e modo de
performance da vihuela são provenientes desta. A vihuela era a versão mais aristocrática da
guitarra, tendo um estatuto equivalente ao do alaúde no resto da Europa. Fora de Espanha,
era apenas tocada na Itália (que estava politicamente e socialmente ligada à Espanha), mas
mesmo em Itália o alaúde era o mais predominante.
Informação mais precisa sobre a vihuela espanhola pode ser encontrada no “El
Maestro” (1535) de Luis Milán, o primeiro livro publicado sobre música da vihuela. Milán
mostra-nos que a vihuela tinha a forma de uma guitarra, e tinha seis cordas duplas afinadas
como as do alaúde com intervalos de 4ª, 4ª, 3ª, 4ª, 4ª. Informação ainda mais detalhada sobre
a vihuela pode ser encontrada num livro publicado mais tarde – “Declaración de Instrumentos
Musicales” (1555) de Juan Bermudo.
Bermudo confirma que a vihuela normal tinha seis cordas duplas. Também fala de uma
outra à qual chama de vihuela discant, que descreve como sendo uma guitarra larga mas com
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seis cordas duplas, e vários tipos de vihuelas de sete cordas duplas,
algumas que aparentam apenas ter existido a nível conceptual.
ouvido, muitas vezes pelos próprios intérpretes, e nem todos os ouvidos Comprimento:
109,4cm
tinham essa capacidade de precisão. Comprimento da
escala: Não está
completamente
O método matemático mais simples e mais usado era o de definido.
relações de números inteiros para encontrar o segundo, quarto, quinto, Comprimento da
Caixa de ressonância:
sétimo, nono e décimo trastes. Estes não encaixam como deveriam na 58,4cm
guitarra moderna devido a escala bem temperada, mas são postos de Largura da Caixa de
ressonância:
forma a dar os tons diatónicos da escala Pitagórica. O resto dos trastes Extremidade superior:
29.8cm Cintura:
para os meios tons são postos por ouvido. 25.7cm Extremidade
inferior: 32.8cm
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modelo típico das proporções da vihuela, mas que não podem ser tomados por certo devido a
ter sido escrito mais de cem anos após a vihuela ter caído em desuso. Existe ainda um
instrumento que é geralmente aceite como um tipo de vihuela, mas tem várias características
que sugerem que não é a vihuela mais comum do Séc. XVI.
Apesar dos termos “vihuela” e “guitarra” serem muitas vezes utilizados para ambos, a
maior parte dos estudos sugerem que a guitarra e a vihuela do Séc. XVI sejam consideradas
como instrumentos diferentes. A guitarra era um instrumento mais “humilde” (apesar de ter
lugar na corte de França em meados do Séc. XVI) e mais pequeno que a vihuela. Ilustrações
do início do Séc. XVI mostram que a guitarra apenas tinha quatro cordas duplas.
Ou seja, guitarra era uma vihuela mais pequena em tamanho, mas também em número
de cordas (segundo Sebastián de Covarrubias). Tinha, tal como a vihuela, normalmente dez
trastes, apesar de algumas terem apenas cinco ou seis que serviam para tocar música mais
simples.
A GUITARRA BARROCA
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provavelmente originou em Espanha por volta de 1550. “Orphenica
Lyra” (1554) de Miguel Fuenllana contêm várias músicas para a
guitarra barroca e traz-nos as primeiras provas concretas da sua
existência. Juan Bermudo também refere a guitarra barroca na sua
obra “Declaración de Instrumentos Musicales” (1555) na qual dá a entender
que ainda eram invulgares e de origem recente. A nível de afinação os
registos diferem, Fuenllana dá a entender que é igual à da vihuela de
seis cordas, sem a corda de cima, enquanto Bermudo diz que é igual à
da vihuela de quatro cordas, com uma corda aguda uma quarta acima. Fig. 2: Guitarra barroca
construída em Lisboa por
Apenas esta informação não nos permite concluir nada sobre as Belchior Dias em
Dezembro de 1581.
técnicas de construção da guitarra barroca. Comprimento: 76,5cm
Comprimento da escala:
Sabemos, por intermédio de alguns registos escritos da época, 55,4cm
que a guitarra barroca ganhou muita popularidade ao longo do século Comprimento da Caixa
de ressonância: 36,6cm
XVI e, nos inícios do século XVII, já tinha substituído por completo Largura da Caixa de
ressonância: Extremidade
a vihuela renascentista. Várias guitarras dessa época foram conservadas superior: 16.5cm
Cintura: 14.5cm
até aos dias de hoje, a maioria de construção italiana, e delas podemos Extremidade inferior:
20cm
tirar bastantes conclusões em relação às técnicas de construção dessa
Profundidade da Caixa
época. As guitarras italianas, datadas entre 1600 e 1630, embora sejam de ressonância:
Extremidade superior:
semelhantes a nível de forma, diferem bastante em tamanho e escala. 4cm Cintura: 6.5cm
Extremidade inferior:
Têm todas curvas pouco acentuadas e indentações pequenas, 5cm
começando aqui a notar-se algumas, embora poucas, semelhanças Há que salientar o seu
tamanho pequeno,
com a guitarra clássica moderna. Tanto costas lisas como curvas eram semelhante à sua
predecessora vihuela,
utilizadas e a ponte situa-se mais abaixo do que na guitarra moderna. contém poucos adornos e
tem um fundo curvo.
A nível decorativo os italianos faziam uso de carapaças de tartaruga,
marfim e ébano. Faziam gravuras elaboradas na caixa da guitarra e pintavam rosetas à volta
da boca da guitarra.
Após esta supremacia inicial italiana na construção da guitarra barroca surgiu uma
nova escola de luthiers, algures durante a década de 1640, em Paris. Esta escola, sob
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patronagem de Luis XIV, teve um período de grande reconhecimento até ao final do século.
As guitarras parisienses tinham as costas lisas e usufruíam de uma decoração mais elementar
quando comparadas às guitarras de construção italiana. Enquanto os construtores italianos
preferiam uma ornamentação complexa e extravagante, os parisienses gostavam de simples
padrões geométricos.
A GUITARRA DE TRANSIÇÃO
Ao longo dos anos seguintes, entre 1770 e 1850, a guitarra foi alvo de várias
alterações e muitas experiências no que diz respeito à sua construção. Ao longo deste espaço
de tempo, mudanças como a passagem de cinco para seis cordas, de cordas duplas para
cordas simples, mudanças para afinação moderna e técnicas de construção moderna
acabaram por acontecer de modo diverso nas várias partes da Europa.
Em Espanha, a evidência documental mais antiga sobre a guitarra de seis cordas é-nos
dada por Antonio Ballesteros na “Obra Para Guitarra de Seis Órdenes” (1780), o que nos
permite deduzir que a introdução da guitarra de seis cordas duplas ocorreu antes desta data.
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Relativamente à afinação, e segundo o livro “Arte de Tocar la Guitarra Española” (1799) de
Fernando Ferrandiére, as cordas estavam afinadas em uníssono à excepção do par mais
agudo que formava uma oitava.
Até então, tinha sido fortalecida apenas a parte inferior do corpo da guitarra, através
de barras laterais que faziam com que esta resistisse à força das cordas. No entanto, esta
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estrutura impedia a vibração do tampo. Neste método de construção, as barras corriam mais
ou menos longitudinalmente, com uma ligeira inclinação, o que eliminava a necessidade de
suportes transversais na parte inferior do tampo. Ao tampo era dada a força necessária para
resistir ao tocar das cordas, e a sua eficiência ao nível da vibração foi melhorada.
Esta forma de leque assumiu um papel importante para o som da guitarra e foram
muitos os construtores que trabalharam no desenvolvimento de modelos mais avançados
deste tipo de construções1.
1 Josef Benedit usou um sistema de três barras em leque, Juan Pagés desenvolveu
primeiramente um sistema de cinco barras em leque e depois um de “seven fan bars” e ainda José
Pagés que inicialmente usou um sistema simples de três barras em leque, mas à medida que a sua
carreira avançou foi utilizando sistemas cada vez mais complexos.
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de qualquer outro exemplo autêntico da guitarra de seis cordas e de todas as referências
literárias e musicais, o que nos leva a duvidar quer da originalidade da cabeça quer da
precisão da data.
No final do século XVIII e no início do século XIX, a guitarra de seis cordas assumiu
uma construção standard, com uma curvatura acentuada na parte superior e inferior do corpo.
Passaram a ser usadas pontes fixas2 em detrimento das pontes amarradas. A escala, ainda
que, de forma rudimentar, assumiu o padrão moderno, passando a estender-se ao longo do
tampo e até à “boca”.
No século XIX foram criadas muitas guitarras invulgares, sendo que, algumas tinham
trastes móveis, outras tinham corpos não usuais, bem como outras características. No
entanto nenhuma destas contribuiu verdadeiramente para o desenvolvimento da guitarra, que
viria a atingir o seu expoente máximo através de António de Torres Jurado, que introduziu o
instrumento clássico moderno na década de 1850.
No que diz respeito à história da guitarra clássica, uma das poucas etapas que pode ser
traçada com alguma certeza refere-se ao desenvolvimento da sua forma moderna, que desde
logo se associa ao espanhol Antonio de Torres, uma vez que os instrumentos por ele
construídos desde 1850 até à sua morte em 1892 são instantaneamente associados às
guitarras clássicas tal como as conhecemos nos dias de hoje.
2 Eram feitos pequenos buracos na ponte e com ajuda de cavilhas de madeira (em forma de
pin) as cordas eram fixadas.
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Torres foi provavelmente aquele que mais contribuiu para a evolução das qualidades
da guitarra, em comparação com outros construtores. Ao contrário do violino, a guitarra é
um instrumento cujas propriedades acústicas se alteram ao longo do tempo, como tal, não é
possível realizar uma avaliação deste tipo de instrumento que se possa considerar completa.
Apesar desta constatação, algumas das guitarras de Torres conservaram-se em condições
possíveis de serem tocadas, o que permitiu comprovar a opinião dos seus contemporâneos,
que afirmavam que os instrumentos deste construtor possuíam uma beleza tonal e uma forte
projeção que eram fora do vulgar e pertenciam a uma classe diferente de todas as outras
presentes na época.
No entanto, sabemos que Torres iniciou a sua atividade como construtor em meados
de 1850. A partir daí atingiu uma reputação considerável e as suas guitarras foram usadas por
guitarristas de renome da época, tais como Julián Arcas e Francisco Tárrega.
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No entanto o seu maior feito foi o desenvolvimento das “fan strutting”, cujas
importâncias acústicas foram por ele demonstradas através da sua guitarra “papier-mâché”, e
de diversas experiências em que testou vários “strutting patterns”, de onde surgiu o modelo
“seven-fan” que passou a ser o seu modelo standard. Este modelo combinado com o
alargamento do corpo da guitarra, deu aos seus instrumentos um som mais forte e rico, cuja
gama de resposta de tons se tornou mais ampla do que a dos instrumentos dos seus
antecessores. As suas guitarras tinham um tom limpo, equilibrado, firme e arredondado.
Para além de tudo isto, Torres foi também responsável pela normalização da escala da
guitarra, que passou não apenas a ser mais larga e mais espessa, mas também a ter um
comprimento de 65cm3. Esta alteração possibilitou que a guitarra alcançasse o seu volume
máximo sem prejudicar a clareza do som. Relativamente à decoração, as suas guitarras
tinham apenas uma roseta simples e poucos embutimentos decorativos. É de salientar
também, que as pontes voltaram ao anterior sistema “tied bridges” (pontes amarradas).
Apesar de não ter tido alunos ou sucessores imediatos, muitos foram os construtores
que após a sua morte adotaram o seu modelo de construção, tais como: Vicent Arias, José
Ramirez I4 e o seu irmão Manuel Ramirez. Estes últimos constituíram uma verdadeira
“escola” de construção de guitarras e muitos dos seus sucessores e alunos tornaram-se
3 Este comprimento passou a ser o mais utilizado nas construções de guitarras a partir desta
altura
4 O negócio da família continuou até aos dias de hoje e as suas guitarras continuaram a ser
muito populares entre a comunidade guitarrista. Hoje em dia o negócio é gerido por Amalia
Ramirez.
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grandes construtores, dos quais fazem parte: Enrique Garcia, Marcelo Barbero, José Ramirez
III, entre outros.
Para esta análise optamos por nos focar em dois pontos: a duração/sustém da guitarra
e a quantidade de harmónicos. Para isso utilizámos a comparação entre a análise do espectro
sonoro e da onda entre cada guitarra em diferentes notas e diferentes técnicas próprias do
instrumento, possibilitando assim uma análise mais completa e coerente.
Os dados poderão não estar na escala real para facilitar a comparação de dados.
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(revestida a metal) em três instantes, vendo assim qual é mais rica em harmónicos e em que
zona, e como se mantêm ao longo do tempo.
O ataque foi feito em todos os instrumentos da mesma forma, pela mesma pessoa e
com a mesma intensidade, logo qualquer ruído do trastejamento deve-se ao próprio
instrumento não aguentar com a mesma dinâmica. O microfone encontra-se perto da
extremidade inferior direita do tampo dos instrumentos em todas as gravações.
A informação relativa às diferenças desta guitarra para uma convencional foi pedida
em estilo entrevista a Carlos Abreu por correio electrónico.
A vihuela é de 5 cordas duplas e uma corda simples (a mais aguda), utilizando trastes
de tripa e de metal (na zona mais aguda). A sua foto poderá ser vista em anexo.
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COMPARAÇÃO DE AMPLITUDE E DURAÇÃO
Alhambra 4P
Alkis
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Omega
Vihuela
Em termos de sustém, verificámos que a vihuela é a que tem mais, apesar de o seu
volume ser muito maior no ataque e rápidamente se perder e o seu âmbito ser menor. A sua
onda sugere que a continuidade do som se deve à vibração por simpatia de todo o
instrumento e cordas.
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Quanto às guitarras, confirmámos que as guitarras de maior qualidade (Omega e
Alkis) têm maior volume e projecção, sendo a alkis a predominante a nível de sustém. No
entanto, a onda da Alkis é a que mais depressa se dispersa na sua amplitude. Isto deve-se ao
facto da guitarra ser nova e ser de pinho (o pinho necessita de anos de uso para ganhar mais
vibração de harmónicos e ganhar mais volume sonoro), logo aqui podemos também ver o
potencial que a guitarra poderá vir a ter.
Alhambra 4P
Alkis
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Omega
Vihuela
Aqui verificámos que apesar das cordas terem sido todas soltas, no caso das cordas
presas a vibração do instrumento era mais alimentada ao longo do tempo, enquanto que aqui
a onda apenas desce progressivamente. Mais uma vez a vihuela é a que mantém um maior
volume inicial (apesar do volume geral ser menor devido ao instrumento ser mais pequeno).
A Omega é a que a onda oscila mais (devido à vibração ser alimentada por vibrações de
harmónicos por simpatia) e neste caso a Omega foi a que teve maior amplitude, apesar de se
poder ver que o potencial futuro da Alkis poderá vir a ser bastante gratificante.
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Corda presa grave revestida a metal (Dó2 quinta corda s/apoio)
Alhambra 4P
Alkis
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Omega
Vihuela
Neste caso a vihuela ficou muito próxima das guitarras, chegando mesmo a
ultrapassar os valores da Alkis. Apesar disso, logo após o ataque a sua amplitude desce
consideravelmente mas a alimentação da vibração prolonga-lhe o sustém. Podemos verificar
que a guitarra omega tem uma onda parecida com a vihuela, mas mais progressiva. A guitarra
com maior amplitude foi a Omega, seguida da Alhambra (as guitarras com mais uso), mas foi
a Alkis que se manteve com uma maior sustém do pico de amplitude inicial e com uma onda
mais progressiva.
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Corda solta grave revestida a metal (Mi1 sexta corda s/apoio)
Alhambra 4P
Alkis
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Omega
Vihuela
Neste caso podemos ver que a vihuela ja tem uma onda mais progressiva ao longo do
tempo. Aqui também já é notável a possibilidade de maior dinâmica nas guitarras de melhor
qualidade, apesar de ser a alhambra a que teve maior sustém ao longo do tempo. A guitarra
omega continua a mostrar características anteiormente vistas e a alkis também.
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Corda presa aguda nylon (Mi3 terceira corda s/apoio)
Alhambra 4P
Alkis
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Omega
Vihuela
Aqui é notável a grande diferença entre as guitarras com mais uso (Alhambra e
Omega) e a nova (Alkis). Pelo formato da onda podemos concluir que as guitarras com mais
uso ganham mais vibração de harmónicos ao longo do tempo, pelo que a onda ganha mais
curvas. Devido a isso é também a guitarra que atinge menor dinâmica mas já tem um sustém
muito parecido às outras duas guitarras. A vihuela tem um ataque com bastante amplitude
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mas rápidamente se dispersa. Neste caso podemos também verificar que a onda da guitarra
omega tem características parecidas com a da vihuela.
Alhambra 4P
Alkis
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Omega
Vihuela
Neste caso verificámos que a guitarra omega é a que tem uma projecção mais fraca
apesar do seu sustém ao longo do tempo ser muito parecido. Também difere na forma dos
exemplos anteriores mantendo aqui uma onda muito mais progressiva e menos curva o que
nos leva a pensar que esta nota seja muito escura nesta guitarra. A alkis continua a mostrar
características anteriormente vistas e a vihuela já mostra um ataque com mais presença e
duração, tendo também mais vibração ao longo do tempo e uma onda mais progressiva
(apesar de continuar a ganhar mais vibração ao longo do tempo como nos casos anteriores).
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COMPARAÇÃO DE PREDOMINÂNCIA DE HARMÓNICOS
Aqui podemos verificar que o som da alhambra é mais rico em harmónicos graves do que
agudos, com tendência a haver uma maior perda de harmónicos agudos ao longo do tempo
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Já no caso da Omega, a perda de harmónicos não é tão acentuada como nas
anteriores guitarras e a quantidade de harmónicos agudos é superior às guitarras anteriores, o
que sugere um tímbre mais rico.
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Podemos verificar que, das guitarras, a guitarra de menor qualidade (Alhambra) é a
que contem menor número de picos de harmónicos, logo terá um tímbre mais pobre.
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Corda presa grave revestida a metal (Do2 5ª corda s/apoio)
Neste caso podemos verificar que existe uma perda de harmónicos graves sobretudo
do primeiro instante para o segundo, e uma grande perda de harmónicos agudos do primeiro
até ao terceiro.
Na guitarra Alkis verificámos que não existe uma perda muito acentuada de
harmónicos (excepto nas extremidades) mas sim uma perda gradual.
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Na guitarra Omega podemos verificar que do primeiro instante para o segundo a
maior perda é dada nos harmónicos mais agudos, não havendo grandes oscilações nos
harmónicos graves e médios. No entanto, até ao terceiro instante, existe uma perda grande
de harmónicos, o que sugere que o tímbre nesta guitarra é pouco rico em harmónicos na
zona grave (antes mencionado em relação à sua dupla caixa).
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Na vihuela, podemos observar que a perda de harmónicos é bastante semelhante à
guitarra Omega, o que sugere que também será mais fraca a nível de tímbre nos graves.
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BIBLIOGRAFIA
Documentação Cibernética
(s. a.) (s. d.). “About Alkis”, http://www.alkis-guitars.com/. (acedido em: 24 de Junho de
2012)
(s. a.) (s. d.). “Catálogo”, http://www.alhambrasl.com/. (acedido em: 21 de Junho de 2012)
Monografias
Evans, Tom ; Evans, Mary Anne (1982) Guitars: music, history, construction and players from the
Renaissance to rock. Great Britain: Facts on File
Henrique, Luís L. (1951) Acústica musical. 2ª ed. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de
Educação e Bolsas, cop. 2007. XXII, 1130 pp.410-414
Huber, John (1991) The development of the modern guitar. EUA: Bold Strummer
Tyler, James (1980) The early guitar: A history and Handbook. London: Oxford University Press
CONCLUSÃO
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Tímbre: A guitarra de menor qualidade destacou-se pela negativa, tendo um tímbre
mais fraco em relação à riqueza de harmónicos. Já a guitarra Omega revelou ter
características muito semelhantes às da vihuela, o confirma que não é uma guitarra comum e
terá uma sonoridade mais parecida com instrumentos antigos. A guitarra Alkis, revelou ter
um tímbre neste momento rico e com muito potencial para uma guitarra que ainda é nova.
Com os valores e conhecimentos aqui adquiridos, é possível fazer uma escolha mais
específica do instrumento para os guitarristas e saber as suas origens e formas de construção.
ANEXOS
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