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Origem da guitarra portuguesa

A origem Guitarra Portuguesa remota para a Idade Média,


descendente da cítola, que evolui ao longo dos anos passando
pela cítara e por fim a Guitarra Portuguesa.

Começando por ser um instrumento comum nos salões da alta


burguesia acabou por se tornar atualmente num instrumento
popular nas mãos do povo.

A Guitarra Portuguesa é um instrumento muito difundido em


Portugal, um símbolo do sentimento Lusitano do povo
Português. Tem um timbre inconfundível, de tal que onde quer
que esteja, qualquer português a reconhece nos primeiros
acordes. É um instrumento carregado de simbolismo, da sua
longa aliança com o Fado. Destino, Fado e saudade são palavras
que naturalmente se associam à Guitarra Portuguesa.

A Guitarra Portuguesa é um cordofone constituída por seis


pares de cordas com diversas afinações, mas a que enraizou foi a
afinação de Fado, Si Lá Mi Si Lá Ré. A técnica de tocar este
instrumento de cordofone baseia-se num dedilhar especial
demão direita, usando as unhas do dedo indicador e o do
polegar.

Existem três tipos de guitarra portuguesa: a Guitarra de Lisboa,


a do Porto e a de Coimbra, com diferentes tradições de fabrico. A
de Lisboa é a mais pequena das três, com caixa baixa
arredondada e é a que possui o som mais brilhante. A de
Coimbra é maior, com o corpo assumindo uma forma mais
aguçada. A do Porto é semelhante à de Lisboa, uma das
principais diferenças reside na parte superior da guitarra a de
Coimbra possui uma lágrima embutida, enquanto que a de
Lisboa apresenta um caracol.
https://www.youtube.com/watch?v=bDl76uc4mfk

Compositor
Mário Pacheco é filho do guitarrista António Pacheco. Estudou
os grandes mestres Armandinho, Artur Paredes, Carlos Paredes,
Pedro Caldeira Cabral e Fontes Rochas. A partir dessa
aprendizagem construiu um estilo próprio, que esteve ligado às
grandes vozes do fado.
Como executante, destaca-se acompanhando Alfredo
Marceneiro, Hermínia Silva, Max, Ada de Castro, Fernando
Maurício, Paulo de Carvalho, Jorge Fernando, Mísia, Camané,
Ana Moura, Mariza e Amália Rodrigues.
Como compositor compõe para Carlos Zel, Mísia, Paulo
Bragança, Ana Sofia Varela. Camané Cuca Roseta, Carlos do
Carmo, Mariza, Amália e entre outros nomes importantes
https://www.youtube.com/watch?v=s2TLCGcj6y8
https://madeinportugalmusica.pt/livre-mario-pacheco/

Fado
A história do Fado pode começar a ser contada com sólido grau
de certeza a partir do sec. XIX, nascido nos contextos populares
da Lisboa. Cantava-se Fado principalmente em momentos de
convívio e lazer ou eventos festivos, nos bairros típicos, quer nas
ruas, tabernas, cafés de camareiras e casas, quer em operetas e
teatro de revista (um género desta arte). Expressado de forma
muitas vezes espontânea, cantava a narrativa do quotidiano,
amores e dissabores, vitórias e derrotas, alegria e dificuldades,
recorrendo à gíria e ao calão. A primeira cantadeira de fado de
que se tem conhecimento foi Maria Severa Onofriana.

O fado encontra-se na sua origem em a contextos sociais e


lugares físicos associados a marginalidade e transgressão, em
ambientes frequentados por prostitutas, faias, marujos,
boleeiros e marialvas. Ambientes periféricos, potencialmente
perigosos, mas que surtem desejo e atração. O caracter
boémio do Fado na sua matriz, com o misto de emoção e perigo,
conferiu-lhe uma aura especial que perdura até hoje.

A partir das primeiras décadas do século XX o fado vai-se


divulgando e começando a ser conhecido em todas as franjas da
sociedade. Para tal contribuem o apreço popular, a publicação
de periódicos que se consagram ao tema, e novos espaços
performativos. O Fado começa a também a ser visto sob uma
perspetiva comercial. Começa também a ser nacional.
Prova disso é o aparecimento das companhias de fadistas
profissionais a partir da década de 30, espetáculos, com elencos
de qualidade, e a sua circulação pelos teatros de norte a sul do
País, ou mesmo em digressões internacionais. Invenções técnicas
como o microfone elétrico, em 1925, a rádio, o cinema com
sonoridade, e mais tarde, a televisão em 1957, permitiram a sua
gravação e difusão por todo o território nacional. Acresce nos
dias de hoje, o mundo digital e a internet.

 
A maneira como as expressões culturais centenárias como o
Fado, sofrem transformações na sua história, também é
influenciada por motivos políticos e económicos.  Com o golpe
militar de 28 de Maio de 1926, veio a Ditadura (1926-1933) e
mais tarde Estado Novo de Salazar e Marcelo Caetano (1933-
1974). Isto teve profundo impacto no fado, que foi elevado a
categoria de símbolo cultural nacional, expressão de
portugalidade, ou do que é ser português. É também durante
este longo período que o Fado se afirma no palco internacional,
primeiro nas colónias e Brasil, e depois pelo mundo. Ícone deste
período áureo é a fadista Amália Rodrigues (1920 - 1999),
considerada ainda hoje como a “Rainha do fado”.
Em paralelo, o Fado tornou-se mais moral, apolítico,
carecendo da intervenção e provocação da sua origem. Os
artistas, companhias, salas de espetáculos eram vigiados de
perto. As letras passavam pela censura do regime. Afetou o
carácter de improviso que faz parte da sua matriz e induziu á
profissionalização de todos(as) aqueles que estavam ligados á
sua criação e expressão.
Com a revolução de Abril de 1974 é instaurado o Estado
democrático e a influencia da cultura de massas, da globalização,
da liberdade de pensamento e expressão. O fado sofre um
bocado nos anos de transição devido ao seu passado como
símbolo da ditadura, mas rapidamente acede ao consenso
nacional como património musical português. Figuras
incontornáveis desta nova transformação do fado foram Amália
Rodrigues e Carlos do Carmo, principalmente na década de 80.
A partir dos anos 90 o fado oferece, definitivamente,
nos circuitos da música internacional com fadistas como,
Camané, Mariza, Carminho, Mísia, Cristina Branco, Cuca Roseta,
Gisela João, Ana Moura. Apenas para dar alguns exemplos.
Atualmente o fado tem também sido explorado em mistura
com outros géneros e estilos de música. Para além do tradicional
ou típico, o Fado tornou-se experimental.

https://conservatoriodemusicadesantarem.pt/guitarra-
portuguesa/
ttps://www.youtube.com/watch?v=s2TLCGcj6y8

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