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TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
GUSTAVO TINTORI
JÚLIA RODRIGUES
LIVIA NONATA
PIETRA MORAES
VITÓRIA NUNES
ESTUDOS CULTURAIS
CAMPINAS – SP
2022
APRESENTAÇÃO DO OBJETO
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Desde então, Anitta conquistou um espaço na música brasileira jamais
alcançado. “Da favela para a cidade. Da cidade, para outros estados, dos estados
para o país. E agora, para o mundo”. É exatamente isso, que sua apresentação no
Rock in Rio de 2019 representa, trazendo visibilidade para um ritmo tão
desvalorizado e marginalizado, pela primeira no palco mundo do festival. O cenário
recria os paredões de som da Furacão 2000 e o line-up foi montado com músicas
que representam a trajetória da artista.
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Ainda em 2021, Anitta lançou a música Envolver, em espanhol, que no
momento em que foi lançada já foi mais um sucesso garantido, mas em 2022 a
música alcançou outras proporções, se tornou a música mais ouvida no mundo
todo, alcançando o número um no spotify global. Nesse mesmo ano, o funk foi
reconhecido pela Academia Latina da Gravação como um subgênero da música
urbana, o que teoricamente dá mais chances para o funk no Grammy Latino. E
muitos creditam isso ao trabalho da Anitta, que também se tornou membro da
Academia.
Eleita pela Vogue como uma das 100 pessoas mais influentes e criativas do
mundo, Anitta é definida como um case de sucesso de marketing. Suas campanhas
e a maneira como optou para divulgar sua carreira e suas músicas possibilitaram
que ela explorasse os mais diversos recursos, transformando-a em alguém capaz
de alcançar patamares que nenhum outro cantor brasileiro conseguiu. Assim, ela
inovou e renovou o mercado brasileiro, abrindo espaço para que novas vozes
ganhassem força no cenário musical do país. E apesar de todos os empecilhos e
rejeições, Anitta segue firme em seu objetivo de mostrar a cultura brasileira para o
mundo.
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APRESENTAÇÃO DA TEORIA
O pensamento teve o seu início entre 1950 e 1960, e pode ser vinculada a criação
do Centro de Estudos Culturais Contemporâneos, na Universidade britânica de
Birmingham. Surge, primeiramente, a partir dos estudos do professor sociólogo e
teórico da comunicação e da cultura Raymond Williams, com contribuições do
historiador E. P. Thompson e do diretor do Centro de Birmingham na época, Richard
Hoggart.
O objetivo era não ser só mais uma disciplina acadêmica comum, e sim abrir um
debate revolucionário que fosse capaz de extinguir a distinção entre alta e baixa
cultura, permeando entre a criação de significados culturais e a disseminação na
sociedade contemporânea, e agora incitando na consideração de toda e qualquer
manifestação como relevante, independentemente do seu público, de suas raízes e
de seu modo de expressão.
A partir dos estudos, a cultura que antes trazia a ideia de associação com a arte,
passa a significar também as mais diferentes práticas sociais e modos de vida das
sociedades no geral. Passa a se perceber a mesma como algo muito diversificado,
existindo várias expressões culturais com características próprias: cultura popular,
cultura material, cultura imaterial, cultura erudita, cultura de massa, cultura corporal,
entre outras.
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características tanto dominantes quanto oposicionais. Com essa idealização o
teórico jamaicano Stuart Hall contribui para que nos estudos culturais, cada vez
mais o público passe a ser interpretado como ativo na recepção das mais variadas
manifestações, e que seja levado em conta que todo e qualquer processo que
coopere na formação de suas convicções será influenciado de acordo com a
realidade em que o indivíduo está inserido, ou seja, sua bolha.
ANÁLISE
"O funk toca desde os bailes de favela às festas dos milionários. Aliás, é bem
nessa hora que a pista ferve, convenhamos. Então, o que tem de errado com o
funk? Eu te respondo: nada. Lamentavelmente, existe uma mistura de preconceito
com ignorância sobre o assunto. Ainda há pessoas que preferem acreditar que, por
ter sido feito por gente da favela ou sem formação em música, o funk não mereça
destaque ou valor. Mas o valor é muito alto. Não só como entretenimento, mas
também econômico". Disse a Anitta em uma entrevista.
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como a literacy que explica que o indivíduo atribui a cultura a sua vida cotidiana, de
modo positivo, para além, observa-se, ainda, que a burguesia e a elite consomem o
funk em seu dia-a-dia, embora na maioria das vezes não considerem como uma
arte possuidora de valor. Além disso, a arte consumida pela massa não os domina e
aliena como uma única vertente existente, mas sim contribui para a sua formação
social como indivíduo, visto que abre espaço para as lutas de minorias em busca de
representatividade. Diante do exposto, Raymond Williams conclui em seu livro
“comunicação não é somente transmissão, é também recepção e resposta.” e o
objeto em questão (Anitta) influencia milhares de pessoas, principalmente pessoas
que vivem na periferia e mulheres que sonham em conquistar sua independência
financeira, evidenciando o impacto da cultura do funk em uma sociedade, como a do
povo brasileiro.
Dessa maneira, Stuart Hall complementa “os estudos culturais circulam pela
sociedade, com ênfase no papel da mídia como produtor-reprodutor da cultura e
também como espaço da luta simbólica", o conceito de Hall se aplica a cantora pela
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defesa da favela, da comunidade e ser representante deles, por estar levando a
cultura de uma minoria para o mundo, evidenciando a luta que enfrentam por toda
história da cultura brasileira, como não dignos de valor à sua arte.
E, como não basta a produção, a recepção mostra como isso de fato ocorre,
como a cantora interage com os diversos indivíduos em que ela atinge, despertando
a valorização de um grupo, com seu olhar preocupado com a minoria, além de ser
amada pelo público por sua arte, completamente possuidora de valor, e por
defender direitos e projetar igualdade.
CONCLUSÃO
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com reações simultaneamente dessemelhantes. Por exemplo, enquanto como
mostrado em nossa reportagem, muitos não apoiam a música de Anitta, outros 62,2
milhões apoiam ela a ponto de fazê-la alcançar o ápice de sua carreira mundial. A
diversidade dos públicos é vista no nosso dia-a-dia e até mesmo é perceptível que
mesmo nas maiores bolhas, ainda existem pessoas que pensam diferente, como
apontado pelos autores dos estudos culturais.
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REFERÊNCIAS
PRADO, Carol. Anitta relembra origem no Rock in Rio e leva funk ao Palco
Mundo pela 1ª vez em show sem conversa. G1, 2019. Disponível em
<https://g1.globo.com/pop-arte/musica/rock-in-rio/2019/noticia/2019/10/05/anitta-rele
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mbra-origem-em-1o-show-de-funk-do-palco-mundo-no-rock-in-rio.ghtml> Acesso
em: 16 de maio de 2022.
VALLE, Eduardo do. Com baile no Coachella 2022, Anitta cumpre promessa de
levar funk para o mundo. RollingStone, 2022. Disponível em
<https://rollingstone.uol.com.br/musica/coachella-anitta-acerta-ao-levar-versoes-de-s
i-palco-do-festival/> Acesso em: 19 de maio de 2022.
Anitta “Girl from Rio” – Uma análise do marketing musical. Audiency, 2021.
Disponível em <https://blog.audiency.io/girl-from-rio-anitta/> Acesso em: 19 de maio
de 2022.
Cenapop-Anitta defende o funk após criticas ao gênero “O que tem de errado?”. UOL,
2021. Disponivel em
<https://cenapop.uol.com.br/noticias/famosos/anitta-defende-funk-apos-criticas-ao-genero.ht
ml> Acesso em: 21 de maio de 2022.
LOPES, Rodrigo. Estudos Culturais – O que são? O que estuda? Quais os objetivos?
Gestão Educacional. Disponível em:
<https://www.gestaoeducacional.com.br/estudos-culturais-o-que-sao/> Acesso em: 29 de
maio de 2022.
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