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Epígrafe: consiste em um texto inicial, que tem como objetivo abrir uma narrativa.
É, portanto, um registro escrito introdutório utilizado como diretriz do discurso
central por ser capaz de sintetizar de maneira modelar a filosofia do escritor.
A palavra ‘epígrafe’ tem origem do idioma grego e pode ser traduzida
aproximadamente como ‘escrita na posição superior’. Essa modalidade de
intertextualidade é utilizada quando um escritor se vale da passagem de uma obra
prévia para dar início ao seu próprio enredo.
Citação: é a referência a uma passagem do discurso de outra
pessoa no meio de um texto, entre aspas e normalmente
acompanhada da identidade de seu criador.
Texto Parafraseado:
“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!”
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)
Paródia: O termo “paródia” vem do grego (parodès) e significa “um canto
(poesia) semelhante a outro”. Trata-se de uma imitação burlesca muito
utilizada nos textos humorísticos, em que o sentido é levemente alterado,
geralmente pelo tom crítico e o uso da ironia.
Exemplo:
-Oh deputado, que mãos grandes o senhor tem -disse, então o eleitor
- É para te ajudar melhor
- Oh deputado, que mala grande o senhor tem!
- É para guardar melhor o seu dinheiro.
-Oh deputado, que conta bancária alta o senhor tem!
- É para administrar melhor o seu dinheiro.
-Oh deputado, quantos funcionários fantasmas o senhor tem!
-É para te roubar mais- e dizendo isto o deputado foi reeleito pelo eleitor, e o
Pastiche: diferente da paródia, o pastiche artístico e literário
trata-se da imitação de um estilo ou gênero e, normalmente,
não apresenta um teor crítico ou satírico. O termo “pastiche”
é derivado do latim (pasticium), que significa “feito de
massa ou amálgama de elementos compostos”, uma vez que
produz um texto novo, oriundo de vários outros. Atualmente,
o Pastiche pode ser visto como uma espécie de colagem ou
montagem, tornando-se recortes de vários textos.
O Pastiche nem sempre é grosseiro, como demonstra o romance Em
Liberdade, de Silviano Santiago, que é pastiche do estilo de
Graciliano Ramos. Ou os livros Amor de Capitu, de Fernando
Sabino, e Capitu – Memórias Póstumas, de Domício Proença Filho,
que reescreveram Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Tradução: esta intertextualidade é o ajustamento de um texto
composto em outro idioma à língua falada no país onde a obra é
traduzida.
Exemplo:
“Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.” (Che
Guevara)
Exemplo:
Ele me deu um “presente de grego”. (A expressão faz alusão à
Guerra de Troia, indicando um presente mal, o qual pode trazer
prejuízo)
A noção de intertextualidade nos permite incluir
referências práticas e discursivas da cultura, como
elementos que permitem a uma obra produzir efeitos de
sentido cuja comprovação será textual e não histórica. O
maior conjunto de informações que temos e o maior
acervo de leituras que carregamos é o principal
causador da intertextualidade. Com o
desenvolvimento intelectual, podemos ter esse conceito
nato em nossas vidas e assim produzir e aferir sentidos a
tudo que vemos e lemos.
A literatura é universal e podemos sempre encontrar diversas
referências e alusões nos mais diferentes textos em épocas
variadas. Na atualidade observa-se a abundante utilização da
intertextualidade na composição de diversos textos que surgem
da mídia. O aparecimento desse recurso na propaganda ou em
gêneros de cunho jornalístico faz com que esse fenômeno seja,
além de uma característica própria dos textos literários, um
recurso a que o enunciador lança mão para produzir textos
criativos e mais voltados para chamar a atenção do seu público
alvo.
Pode-se afirmar que o recurso da intertextualidade estaria mais
ligado à função poética da linguagem. A intertextualidade será, antes de
tudo, uma característica da produção verbal humana, de uma forma
generalizada. Os conceitos da intertextualidade e o da interação verbal
entre o enunciador e o enunciatário dos textos, gera um conceito de
polifonia textual, que ocorre quando “o autor pode fazer falar várias
vozes ao longo de seu texto”.
Vida e Obra
– Francisco Buarque de Hollanda
Quadrilha (Drummond)
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Poema de sete faces (Drummond)
Amigo velho
Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
No meio do caminho (Drummond)