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JARDIM CAROLINA, UM EXEMPLO URBANÍSTICO PARA O

MUNICÍPIO DE IBAITI

O bairro Jardim Carolina, localizado no município de Ibaiti, se configura em um exemplo


de revitalização do espaço urbano. Porém, o cenário atual do bairro irá se alterar.

Por: Lucas R. Bento

Fonte: Incorplan

A ausência do Estado e a intensificação das políticas neoliberais potencializam os


problemas urbanos, inclusive em cidades pequenas, como Ibaiti. Assim sendo, surgem
meios para resolver os impasses, no entanto, as soluções apresentadas geralmente não
beneficiam de modo universal todos os moradores da cidade. Por exemplo, atualmente os
condomínios fechados mostram-se como uma opção para quem deseja mais segurança,
contudo, nem todas as pessoas possuem recursos para adquirirem uma propriedade nesses
locais exclusivos, restando a elas a necessidade de enfrentar a violência cotidiana dos
espaços abandonados pelo poder público. Além do mais, os condomínios fechados
fortalecem a segregação espacial.
Por conseguinte, no município de Ibaiti, a revitalização de uma área urbana
mostrou-se como um exemplo da importância da construção de um espaço urbano
agradável que propicie a apropriação socioespacial democrática. Porém, vale ressaltar que
o principal objetivo do loteamento e revitalização do bairro Jardim Carolina é a obtenção
de lucros para os promotores imobiliários que cada vez mais alteram as dinâmicas
sociais e espaciais das cidades. Apesar disso, a construção de um local público, sem os
muros que inviabilizam a circulação de pessoas, como nos condomínios fechados,
permitiu o surgimento de um local de lazer e de apropriação para a população em geral.
Assim, observa-se que a área se transformou em um grande parque para os habitantes
do município, visto que, pais levam seus filhos para se divertirem no local, pessoas
praticam exercícios físicos, etc. Dessa maneira, ao permitir que as pessoas exerçam seu
direito á cidade, o bairro, se transforma em um espaço democrático de interações
sociais.
No entanto, a construção desse bairro, em princípio, não objetiva a
democratização espacial, mas sim, o lucro. Assim sendo, conforme os diversos lotes
presentes na região forem sendo comercializados e novas residências surgirem, a ideia de
que a área é uma propriedade privada irá se acentuar. Logo, o bairro irá se ressignificar.
Dessa forma, provavelmente as pessoas que não possuem uma propriedade no local se
sentirão mais intimidadas em frequentarem o bairro, visto que, a noção de pertencimento
irá se alterar. Deste modo, o Jardim Carolina, se afundará na lógica do mercado
capitalista.
Em suma, a análise apresentada no texto nos faz refletir sobre a influência dos
promotores imobiliários nas questões socioespaciais das cidades. Assim, percebe-se que
esses atores não possuem compromisso com a construção de uma cidade democrática,
como também, potencializam a segregação espacial. Á vista disso, a luta pela
construção de uma cidade inclusiva para todos não pode cessar.

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