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VIAGEM AO CORAÇÃO DA CIDADE

ADHEMAR DE OLIVEIRA
CENA 1

MENINO (Sentado no centro do palco.) — Hoje estou só. Sozinho. Tem


muitas horas que a gente fica sozinho. O que fazer? As vezes, quando estou só,
fico pensando, pensando. Outras eu falo comigo. Mas o que eu gosto mesmo é de
inventar histórias. (Luz abre; dirige-se para os atores no fundo do palco.) A gente
cria os personagens. (Toca os atores que se movimentam.) Inventa os lugares. (Os
atores se dispõem no palco, fazem fotogramas de ações.) E o fim da história é
sempre o começo de outra. E ai eu crio outra história, outra história. Hoje eu vou
viajar. (Os atores retiram as máscaras; se aproximam como amigos.)

AMIGO 1 — Eu também!

AMIGO 2 — Eu também!

AMIGO 3 — Eu também!

AMIGO 4 — Eu também!

AMIGO 5 — Eu também!

AMIGO 6 — Eu também!

MENINO — (Para o AMIGO 6.) — Você já viajou de quê?

AMIGO 6 — De navio no meio da água.

AMIGO 5 — Eu de trêm.

AMIGO 2— De avião.

AMIGO 1 — De ónibus.

AMIGO 3 — De helicóptero.

AMIGO 4 — Eu, eu, eu...

MENINO — De quê?

AMIGO 4 — Eu nunca viajei.

AMIGO 3 — Como?

AMIGO 6 — Nunca viajou?

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MENINO — Nunca viajou?

AMIGO 4 — Lembrei! Sim! Já viajei.

AMIGO 1 — Onde?

AMIGO 4 — Quando eu nasci.

AMIGO 1 — O quê?

AMIGO 4 — Quando eu nasci eu viajei. Pra cá. (Vibra).

AMIGO 1- (Zombeteiro.) — Que viagem boba!

AMIGO 2— Eu viajei para África.

AMIGO 6 — Eu viajei para China.

AMIGO 5 — Eu viajei para Montanhas.

MENINO — Calma, mas hoje vamos viajar até onde ninguém chegou. Uma
viagem sem mapa. Um lugar que não perto, mas também não é longe? Em cima
da terra, por baixo das águas, pontes, túneis? Nós precisamos fazer uma viagem
para encontrar os nossos corações.

AMIGO 5 — Nossos corações? O meu já está aqui.

AMIGO 4 — Não entendi, eu já tenho coração?

MENINO — Não? Esse coração é diferente, é o caração da nossa identidade!

AMIGO 3 — Eu vou!

AMIGO 2 — Vamos arrumar as coisas!

MENINO — O que é preciso para se fazer uma festa?

AMIGO 3 — Vamos precisar de lanternas! (Para o AMIGO1) Vem me


ajuda. (Saem de cena e entram com uma caixa de lanternas, entregam uma para
cada ator.)

AMIGO 4 — Vamos precisar de mochilas. (Sai do palco para buscar


bolsas.)

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AMIGO 5 — Precisamos de fotos, para registar o caminho! (Sai e volta com
uma maquina fotografica).

AMIGO 2 – Vamos precisar de água! (Sai e volta com garrafinhas de água.)

AMIGO 6 — Precisamos de cordas, para subir montanhas (Sai e volta com


alguns rolos de cordas).

MENINO — Acho que já temos tudo que precisamos, agora já podemos


começar, mas vamos fazer uma preparação.

(Começam um alongamento. Até que um imenso temporal, com relâmpagos,


trovão, vento, chuva, começa. Todos ficam espantados, saem de cena correndo
com medo. Fica apenas o Menino.)

MENINO — Não! Onde vocês vão? Começou a história agora e já estou


sozinho novamente. E o meu desejo, eu quero minha viagem?

(O Menino senta na beira do palco. Tossindo, entra a GUARDIÃ DOS


SONHOS. É um personagem misterioso e vem vestida com muitas cores, muitos
lenços, sinos pendurados na saia, quase um clochard. Traz uma cesta cheia de
lenços coloridos.)

GUARDIÃ DOS SONHOS — Que esta chuva forte! Estou toda molhada!

MENINO — Quem é você? O que faz aqui nesta história?

GUARDIÃ DOS SONHOS (Meio desentendida) — Eu? Eu leio mãos. No


desenho das suas mãos consigo saber o que virá e o que não virá. Não posso parar.
levo vida de andando, sempre andando.

MENINO — Mas onde vc mora?

GUARDIÃ DOS SONHOS— Eu moro em todas as casas mundo. Conheço


todos os lugares. Castelos, pontes, rua, escolas, tudo isto é minha casa.

MENINO — Conhece o mundo inteiro?

GUARDIÃ DOS SONHOS — Menino, você pergunta demais. Você está


com medo de que? Deixa-me ler tua mão.

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MENINO (Mostrando as mãos.) — Esta ou esta?

GUARDIÃ DOS SONHOS — (Esta!) Mostra a esquerda. Fica perto do


coração do coração. (A GUARDIÃ DOS SONHOS segura a mão do menino. Faz
caras de bocas de pensativa.)

MENINO — O que vê?

GUARDIÃ DOS SONHOS — Eu veja quatro caminhos e um desejo.

MENINO — Sim! Eu tenho um desejo, mas a chuva atrapalhou. Fiquei só.

GUARDIÃ DOS SONHOS — Tem quatro caminhos. E todos terá que


percorrer. Vai ser igual a mim, um viajante. Nem montanhas, rio, vulcão, nada vai
podem te impedir.

MENINO — Como?

GUARDIÃ DOS SONHOS— O primeiro caminho está na da cabeça: terá


que atravessar um labirinto de ruas. (GUARDIÃ DOS SONHOS retira os lenços
amarelos da cesta e os prende no menino.) O segundo caminho vai precisar de
muita coragem: Porque eu vejo gigantes e um tunel escuro. (Prende os lenços
verdes.) Esta caminho, é o terceira, é o caminho da ajuda. (Prende os lenços
vermelhos.) O quarto caminho vejo danças e abraços, muita festa, mas o tempo
passa muito rápido nesse caminho, um minuto é igual há anos. (Prende os lenços
azuis.)

MENINO — Afinal, quem é você nesta história? Uma Fada?

GUARDIÃ DOS SONHOS — Quando chego todos se alegram, quando


parto todos despertam. (Vai saindo.) Pode me chamar de Fada que eu gosto. Eu
gosto muito. (Sai.)

(O labirinto foi todo montado em tecido. Os atores que circulam pelas ruas
com um pano montam um trem e cantam, circulando mais rápido pelo espaço.)

(PESSOAS andamos pelos labirintos de rua rápidos sem dar atenção para o
Menino, fazem sinal de rápido)

(MENINO tenta conversar com um)

MENINO – Oi!

PESSOA 1- Não posso conversar!

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MENINO – Oi! Onde eu estou?

PESSOA 2 – Estou com pressa não posso conversar!

MENINO — Que rua é esta?

(Tenta novamenta)

MENINO — Que rua é esta?

PESSOA 3 — Rua? Que rua?

MENINO — Porque ficou tão escuro?

PESSOA 4 — Porque você está sonhando e os sonhos não são muito claros?

MENINO — Eu tenho uma lanterna! (Pega a lanterna na mochila e clareia a


cena)

PESSOA 1 — Esta aqui é minha rua. Tem muitos meninos jogando bola.

PESSOA 2 — Está aqui é minha rua, tem muitos carros e pessoas.

PESSOA 3 — Minha rua é de terra. Quando chove fica, no ar,


um cheiro de terra molhada. É bom!

PESSOA 4 — Na minha rua mora uma menina linda, quero ser seu
namorado.
(As pessoas vão saindo de cena pelas suas ruas)

MENINO (Menino sai do palco.) — Minha rua ficou longe.

(A GUARDIÃ DOS SONHOS. Entra animada.)

(Fala.) — Tanta cor. (Mexe na cesta de lenços que depositou no chão.)


Distribuí montanhas de cores: azuis, amarelo, laranja, lilás, verde. Todas as cores
do arco-íris e mais algumas. Agora tenho que apanhá-las de volta. Eu não sou bem
uma fada. Eu sempre volto de onde saí. (Apanha a cesta e sai. Durante a fala da
Cigana, os Gigantes se colocam na boca do túnel, ao fundo do palco. Os
gigantes, em número de 3, são bonecos para os atores vestirem, e se caracterizam
pela sucata com que são fabricados. Eles são mercadores, têm o corpo coberto de

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latas e lixo industrial.)

MENINO (Entra pensativo.) — Caramba! Descobri um túnel. Se me lembro,


aquela Fada me falou do tunel. (Dirige-se para o túnel. Os Gigantes, balançando
as latas, começam um barulho infernal.)

GIGANTES 1, 2, 3 — Non, non, non. (Fecham a boca do túnel com o


corpo.)

MENINO — Eu quero passar.

GIGANTE 2— Não.

GIGANTE 1 — Para passar é preciso ter ouro.

GIGANTE 3 — Tem ouro?

GINGANTE 2 — Sim muito ouro?

MENINO — Nem ouro, mas preciso atravessar.

GIGANTE 1 — Não.

GIGANTE 3 — Aqui só passa se pagar.

GIGANTE 2 — O túnel é para quem tem ouro.

(O Menino faz uma investida. Os Gigantes o agarram e o jogam para trás. O


Menino, caído, mexe em suas coisas e descobre uma máquina fotográfica. Os
Gigantes fazem barulho. O Menino desce à platéia e começa a fotografar o
público. A cada 5 passos, bate 1 foto. Os Gigantes se intrigam. Vêm à boca de
cena.)

GIGANTE 1 —Que está fazendo?

GIGANTE 3 — Uma luz que abre sorrisos?

GIGANTE 2 — Que medo. Sai daí. (Puxa os 2 para trás. Eles permanecem.)

GIGANTE 1 — O que é isto?

MENINO — Isto é fotografia. Parece uma maquina de fazer ouro.

GIGANTE 1/3 — Fazer ouro!?

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GIGANTE 2 (Voltando à boca de cena e combinam.)

GIGANTE 1 (Afável.) — Vem para cá menino, vem. (Desconfiado, o


menino volta. Quando sobe os Gigantes se apossam dele e tomam a máquina.
Jogam o menino a um canto. Se reúnem os três e tentam fotografar.)

GIGANTE 3 (Não conseguindo.) — Onde está o ouro?

GIGANTE 1 — Você mentiu!

GIGANTE 2 — Vamos prender ele.

MENINO — Não é assim. Precisa se preparar. Tem uma regra.

GIGANTE 2 — Regra? Que regra?

MENINO — Devolvam que eu explico. (Os Gigantes se consultam,


discutem e devolvem.)

MENINO — Juram que vão fazer tudo o que eu mandar?

GIGANTE 1 (Sacudindo as latas.) — Juro.

GIGANTE 3 — Juro!

GIGANTE 2 — Eu não. (Gigante 1 dá-lhe um safanão). Juro!

MENINO — Primeiro formem uma fila. (Dois Gigantes se adiantam e ficam


em triângulo.) Não! Assim! (Dá três pulos indicando os lugares. Os Gigantes
também pulam.) Não. (Puxa a ponta do triângulo e acabam fazendo uma roda.)
Não! (Puxa o que está à sua frente e a fila se faz.) Agora é preciso amarrar.
(Enquanto amarra, diz para o público.) Fotografia coletiva, só amarrando.
(Amarra lata com lata e entrelaça os três.) Atenção: contem 5 passos para lá.
(Aponta a lateral.) Aí abram a boca e fazem ahhhh!! Pronto. Fotografia coletiva.
Atenção! Agora! (Entrega os objetos ao primeiro.)

GIGANTES — Um, dois, (Olham para trás e o menino está esfregando as


mãos.) três quatro, (O menino corre para o túnel.) cinco. (Estão fora de cena.)
Ahhhh!!! (Depois de um tempo os Gigantes param)
GIGANTE 1 — Acho que não funcionou.

GIGANTE 2 — Claro que não, ele nos enganou e passou sem pagar, e a
culpa e de vocês.

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GIGANTE 3 — E agora!?

GIGANTE 2 — Agora vamos nos soltar. (Saem amarrados em direção ao


túneo)

( O Menino volta para o palco. Senta no meio do palco, entram os


viajantes)

VIAJANTE 1 — Com licença, menino. Nós vamos descançar. Será por


pouco tempo.

MENINO — Pode sentar. Eu também acabo de chegar. Venho do mundo do


outra lado do túnel. Corri de gigates e ainda estou sem ar.

VIAJANTE 2 — Dizem que dou outro lado do turnel tem um rio que
conecta a terra às estrelas. Ele é colorido e aparece nos dias de chuva. As pessoas
chamam de arco-íris.

MENINO — Não vi, não. O que eu procuro é o meu Coração.

VIAJANTE 1 — Seu coração? (risada) Você não tem coração? Então está
morto?

MENINO — Não, não é esse coração (Apontando para o peito). É a minha


identidade, o que eu sou.

VIAJANTE 1 — Sei, não! Se não encontras, faz um coração igual a esse.


(Abre uma bandeira.) Levamos ele todos os lugares.

VIAJANTE 1 — Nosso coração está na bandeira. Quem recebe a gente


recebe também nosso coração.

MENINO — Que legal.

VIAJANTE 2 — (Levantando) Bom não podemos conversar muito,


precisamos continuar nossa viajem, vamos as Montanhas, lá tem uma cidade bem
pequena que quermos conhecer.

VIAJANTE 1 — Vem com a gente. Pode ser que o teu coração esteja nessa
cidade pequena. Nós ajudamos a procurar.

MENINO — Ok. Eu vou. (Todos saem. Do outro lado está entrando a


GUARDIÃ DOS SONHOS com sua cesta. A GUARDIÃ DOS SONHOS se coloca

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na boca de cena. No fundo do palco com uma luz fechada, os atores colocam
duas janelas em cena.)

GUARDIÃ DOS SONHOS — Afe! Já recolhi quase todos. Deixa-me ver!


(Põe a cesta ao chão, revira os lenços, revira outra vez.) Parece que agora só falta
um. Ih! É do Menino da viagem do coração. Está na hora! Tenho que achá-lo.
(Arruma os lenços e sai com pressa ao clarear a cena)

NINOTA (Aprecem com caixas com enfeites e começam a decorar o palco.)


— Não! Assim não! Primiero vamos arrumar as bandeirinhas, vamos eu ajudo!

NENA — Nosso sarau vai ficar lindo!

GENARO (Entra em cena com cadeiras de plásticos arrumando uma


platéia.) — Bom dia senhoras, já está tudo quase tudo pronto para a festa de hoje,
logo nossa poetisa famosa chegará.

NINOTA — Estou tão preocupada, outro dia aconteceu um temporal tão


feito, acabou a luz, hoje tudo tem que dar tudo certo. (Arrumando as cadeiras com
o Genaro).

NENA — Ninota, quem diria que a Marlene ia sair daqui, dessa cidade tão
pequena para ficar famosa com seus poemos em todas as cidades, fico com tanto
orgulho. (Para e fica imaginando e supirando.)

GENARO — Olha é a Marlene, ela já chegou

MARLENE — Bom dia, Oi Genaro, Ninota, Nena, que saudade de vocês,


que bom voltar para essa cidade.

GENARO — Oi Merlene! Que bom ver você novamente, quando você saiu
daqui era ainda tão pequena.

MARLENE — Estou muito feliz de apresentar minhas poesias aqui hoje,


esou feliz mais um pouco anciosa também.

NINOTA — Não precisa ficar nervosa Marlene, nós viemos aqui para te
assisitir, e estamos muito felizes.

MARLENE — Obrigado!

NENA- (Vindo do fundo do palco) – Pronto já está tudo pronto Marlene, já


está tudo arrumado, as pessoas já estão de sentando e você pode começar quando
quiser.

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GENARO — Então vamos nos sentar também senhoras, para ficarmos nos
melhores lugares (Genaro convidade Nena e Ninota para sentar próximo a ele.)

NINOTA (Sentando na cadeira.) — A Marlente é uma artista muito


talentosa.

(Luz vai diminuindo em resistência, luz em pino na Marlena começa a


aumentar. Marlene começa a declamar poesias, o Menino e os viajantes chegam,
sentam-se nas cadeiras e acompanha a apresentação. A última poesia falar de
sonhos, de imaginação e de dormir, blackout quase total, luz só na Marlene.
Quando marlene termina, deita como se dormisse blackout todal.
Luz colorida do sonho sobe em resistência. A GUARDIÃ DOS SONHOS
entra em cena e com lenços coloridos de sua cesta vai tocando em todos, que se
levantam e vão saindo do palco. Ficando apenas o Menino.)

MENINO — (No centro do palco.) Você é a Fada que leu os meus


caminhos!

GUARDIÃ DOS SONHOS — Eu li os teus caminhos, mas não sou Fada. Eu


te acompanhei até aqui. Daqui, mas agora você continua sozinho. Eu vim buscar
os meus lenços. (Apanha os primeiros lenços: amarelos.)

MENINO — O que vcoê falou aconteceu. Andei pelas ruas, tuneis (A


GUARDIÃ DOS SONHOS apanha os lenços verdes.)

MENINO — Nas ruas, eu precisei de luz. Eu venci Gigantes. (A GUARDIÃ


DOS SONHOS pega os lenços vermelhos.)

MENINO — Encontrei amor, amigos e vi uma linda apresentão. (A


GUARDIÃ DOS SONHOS toca os lenços azuis.) Me fala quem você é?

GUARDIÃ DOS SONHOS (Segurando pela ponta dos lenços azuis.) — Eu?
Eu sou a Guardiã dos Sonhos. Eu entrego felicidade para todos. Agora eu parto,
mas logo eu volto. Porque tenha certeza que você não sonhará apenas uma vez. (A
Guardião, ao falar o último texto, retira o lenço azul e lentamente vai se reti-
rando de cena. O Menino fica sozinho no centro do palco, como no início.)

MENINO — Eu hoje inventei uma história. Uma história que me levou


longe, me fez correr, me fez brigar, me fez sonhar. E me trouxe de volta à minha
solidão. (Todos os atores do início retornam.)

AMIGO 1 (Mostrando a mão.) — Oi Menino! Eu encontrei o meu coração a


minha identidade. (Mostra a mão.) Estava em uma cidade com muitos carros e

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pessoas. (Na mão, pintado um coração.)

AMIGO 2 (Mostrando o braço.) — Oi o meu coração estava na bandeira de


um viajante. (Mostra o coração.)

AMIGO 3 (Traz um coração pintado no rosto.) — Este coração estava nas


mãos de uma poeta.

AMIGO 4 (Com um coração na testa.) — Eu achei este coração em um


tunel.

AMIGO 5 (Com o coração pintado no ombro.) — Este coração estava nas


mãos de uma senhora.

AMIGO 6 — O coração que eu achei balançava na saia de uma misteriosa


mulher, parecia uma Fada. (Sobre o peito, um coração.)

MENINO — (Olhando-se). Mas eu, eu não tenho o coração que vocês


acharam. Eu não achei o meu coração.

AMIGO 6 — Então a gente faz um para você. (Tira um pincel e tinta e,


rapidamente, pinta um coração no peito do menino. Todos se alegram, se
levantam e cantam.)

Menino – (Fala final)

Poema final. (uma fala explicando e uma poesia entre o menino e os amigos)

FIM.

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Anotações
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