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Congregação Batista no Aracaju

Estudo devocional

10/01/2021

O Fariseu e o Publicano

Texto base: Lucas 18.9-14

Jesus sempre utilizou como ferramenta pedagógica a parábola. Utilizava-a para


ensinar o evangelho aos seus discípulos. Devido complexidade dos seus ensinamentos, as
histórias narradas por Jesus permitiam compreender verdades profundas, tanto o conceito
quanto sua aplicação.

Na ocasião Jesus estava entre os fariseus e seus discípulos, e vendo que haviam
pessoas ali cheias de si mesmas, aproveitou a oportunidade para ensinar a verdade.

Os fariseus eram conhecidos pela observância rígida, não apenas da Lei escrita, mas
da tradição oral. “Os guardiões da lei”. Jesus frequentemente expunha sua hipocrisia e
orgulho devido aos seu exibicionismo e falsa santidade. Já os publicanos, estes eram
cobradores de impostos para o império romano. O publicano era conhecido como ladrão,
avarento e sem coração. Os fariseus e outros religiosos se recusavam a conviver com
publicanos, para não serem contaminados.

Segundo a parábola os dois sobem ao templo para orar como era o costume deles. A
forma como este fariseu se põe a orar demonstra um certo deboche e um ar de
superioridade para com o publicano. A julgar pela sua oração, percebe-se orgulho e
arrogância em suas palavras, “[...] não sou como os demais homens [...] nem como este
publicano...” (v 10-12) Em resumo sua oração serviu apenas para massagear seu próprio
ego e humilhar o publicano.

Porém, de longe o publicano mal tinha condições de levantar a cabeça aos céus,
tomado pelo sentimento de vergonha e de humilhação devido ao seu pecado. Mesmo
assim, reconhecendo sua condição indigna, rogou ao Pai dizendo: [...] sê propício a mim
pecador! (v14).

Certamente para a surpresa de muitos que ouviam atentamente a parábola,


surpreenderam-se com seu final, [...] digo-vos que este (o publicano), desceu justificado para
sua casa e não aquele, porque todo aquele que se exalta será humilhado; mas o que se
humilha será exaltado.
A pessoa que pensa ser justa por meio dos seus próprios esforços não tem consciência
da sua própria natureza pecaminosa, da sua indignidade e da sua permanente necessidade
de ajuda, misericórdia e graça de Deus. Por causa dos seus destacados atos de compaixão
e de sua bondade exterior, tal pessoa acha que não precisa do favor de Deus. O publicano
por outro lado, estava profundamente consciente do seu pecado e culpa e,
verdadeiramente arrependido, voltou-se do pecado para Deus, suplicando perdão e
misericórdia. Essa atitude tipifica um verdadeiro filho de Deus.

Jesus deixou bem claro que a justificação e perdão de Deus não depende dos nossos
méritos e esforços, mas sim da sua maravilhosa graça que se manifesta em nós por meio do
seu Santo Espirito que abre os nossos olhos para que percebamos no nosso real estado de
condenação perante Ele (Rm 3.23). Uma das evidências desse quebrantamento é a
humildade. O reconhecimento da total impossibilidade de alcançar o favor de Deus por
seus próprios meios. Obediência e boas obras não servem como moeda de troca para
obtermos a salvação e o perdão dos nossos pecados. Se assim o fazemos, nossa motivação
está totalmente equivocada. Nossas boas obras devem e servem unicamente glorificar a
Deus e para testemunho Dele, e são frutos de um coração transformado por Deus. Não
somos salvos PELAS boas obras, mas PARA boas obras (Ef. 2.9)

Em nossa caminhada cristã, quanto mais nos aprofundarmos no conhecimento de


Cristo em sua palavra, seremos constantemente moldados à sua imagem e semelhança.
Arrogância, orgulho, soberba e autossuficiência não provêm de um coração regenerado,
mas são obras da carne.

Infelizmente muitos em nossas igrejas ainda agem como fariseus, esbanjando uma
falsa santidade e hipocrisia. Mascaram seu pecado, mas condenam sem misericórdia
aqueles que o fazem. Preferem esconder seus pecados ou ignorá-los ao invés de pedir
perdão e abandoná-los de uma vez por todas. Por fora possuem boa aparência de piedade,
mas por dentro são sepulcros caiados, (Mateus 23.27)

Avaliemos nossa conduta cristã diariamente, submetendo-a às santas Escrituras e nos


permitamos ser confrontados pela verdade nela contida e, se preciso for, sejamos por ela
desconstruídos, para que Cristo habite e reine em nós.

Lembremos das palavras de Tiago em sua carta no capítulo 4 verso 6: “Deus resiste
aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”

Miss. Ricardo e Ana Raquel

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