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VAIDADE

A primeira imagem, a primeira ideia que me vem a mente, está nos versos do nosso Livro
da Lei, Eclesiastes, quando seu autor, o Sábio Salomão, traduz que tudo em nossas vidas é
vaidade . . . “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”

E tem sido nosso objeto de estudo não nos deixarmos levar pelos brilhos dos metais ou pelo
brilho dos holofotes, e como bem traduz, nosso TVPM, uma verdadeira exibição de egos.

A vaidade é então um sentimento complexo, que pode até confundir o seu sentimento
oposto, a humildade - até onde um sentimento de humildade não expressa de fato uma
vaidade . . .

Seria então a “modéstia, entenda-se humildade, é às vezes a forma mais orgulhosa da


vaidade” - o que chamamos de humildade vaidosa?

Assim quando penso no termo vaidade, sempre volto os olhos a uma passagem Bíblica,
descrita em Lucas, A Parábola do Fariseu e do Publicano.

Eis aí duas classes de Judeus que transitavam a Palestina aquele tempo dominado pelo
Império Romano
Os Fariseus eram uma classe de religiosos (judeus), que se vangloriavam de sua condição
de perfeição, consideravam-se perfeitos e gostavam de discutir assuntos espirituais.
Consideravam suas interpretações como únicas certas - assim tratavam os partidários de
outras crenças com ódio e desprezo. Vestiam-se bem, assumiam um semblante de doença,
de tristeza e usavam até um perfume peculiar que diziam ser dos céus e ainda se
vangloriavam de falar com Deus.
Os Publicanos por outro lado, eram considerados a pior classe de pessoas que existiam
àquele tempo - considerados piores que prostitutas e leprosos - Isso se devia ao fato que,
estando a Palestina sob o domínio do Império Romano, os dominados eram obrigados a
severos impostos - e quem os cobrava, corpo a corpo como povo, eram os Publicanos. O
ódio ainda era maior porque os cobradores de impostos eram escolhidos do próprio povo e
muitos se utilizavam dessa condição, de cobradores de impostos, para enriquecerem
ilicitamente, roubando do povo.

Na Parábola contada por Jesus, um dia, os dois, um Publicano e um Fariseu resolvem rezar
no seu Templo, na Sinagoga.

O Publicano entrou no Templo pela porta lateral e se recolheu a um recanto com pouca
iluminação e de joelhos, sem nem ter coragem de olhar para o Alto começou sua oração,
enquanto batia no peito: “O’h Deus, tem piedade de mim, sou um pecador”

O Fariseu escolheu, como de costume, um lugar de destaque no templo, sobre uma batente
alto e ficou de pé para que pudesse ser visto por todos - visto e ouvido. E rezava assim: O
Meu Deus eu te agradeço muito porque não sou um pecador, não sou semelhante a outros
homens que são ladrões e injustos - apontava o dedo para o Publicano e dizia: “não sou
como esse Publicano indigno que está ali ... Eu pago o dízimo de tudo que possuo“

A prece do Publicano era uma declaração de reconhecimento de sua condição de homem,


frágil, que buscava aperfeiçoamento moral, de reconhecimento de humildade
O Fariseu reivindica uma modéstia, uma humildade que não possui.
A prece do Fariseu uma declaração de vaidade

“vaidade das vaidades, tudo é vaidade”

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