é uma etapa da história do cristianismo de aproximadamente
três séculos (I, II, III e parte do IV), que se inicia após a Ressurreição de Jesus (30 d.C.)[1] e termina em 325 com a celebração do Primeiro Concílio de Niceia.[2] É tipicamente dividido em Era Apostólica e o Período Ante-Niceno (desde a Era Apostólica até Niceia). A mensagem inicial do Evangelho foi espalhada oralmente, provavelmente em aramaico.[3] Os livros do Novo Testamento Atos dos Apóstolos e Epístola aos Gálatas registam que a primeira comunidade da igreja cristã foi centrada em Jerusalém[4] e tinha entre seus líderes Pedro, Tiago, João, e os apóstolos.[5] Os primeiros cristãos, como descrito nos primeiros capítulos dos Atos dos Apóstolos, ou eram judeus ou eram gentios convertidos ao judaísmo, conhecidos pelos historiadores como judeus-cristãos.[6]Tradicionalmente, o Cornélio, o Centurião, é considerado o primeiro gentio convertido.[7] Paulo de Tarso, depois de sua conversão ao cristianismo, reivindicou o título de Apóstolo dos Gentios.[8] A influência de Paulo no pensamento cristão se diz ser mais significativa do que qualquer outro autor do Novo Testamento.[9] Até ao final do século I, o cristianismo começou a ser reconhecido interna e externamente como uma religião separada do judaísmo rabínico.[10] Como mostrado pelas numerosas citações nos livros do Novo Testamento e outros escritos cristãos do século I, os primeiros cristãos tinham como regra de fé e prática os ensinamentos da Bíblia judaica - Antigo Testamento,[11] e em geral eles liam ou a versão grega (Septuaginta) ou a tradução aramaica (Targum), boa parte da qual está escrita em forma narrativa onde "na história bíblica Deus é o protagonista, Satanás (pessoas ou poderes malévolos) é o antagonista, e o povo de Deus são os agonistas".[12][13] Foi nesse período que o cânon do Novo Testamentofoi desenvolvido, com as cartas de Paulo, os quatro evangelhos, e várias outras obras dos seguidores de Jesus que também foram reconhecidas como Escrituras Sagradas. Das cartas de Paulo, especialmente a de Romanos, os cristãos criaram uma teologia baseada na obra expiatória de Cristo e na justificação pela fé. Essa teologia objetivava explicar todo o significado e os objetivos da Lei Mosaica. A relação de Paulo de Tarso e o Judaísmo é ainda hoje objeto de debates entre os cristãos protestantes, principalmente no que se refere a alteração do dia de descanso do sábado para o domingo.[14] Os pais da igreja desenvolveram a teologia cristã e as bases para a doutrina da Trindade. Logo no começo, os cristãos sofreram perseguiçõesesporádicas, porque se recusavam a adorar os deuses romanos e homenagear o imperador como um ser divino. Eles são considerados mártires. No século IV, Constantino aliou-se politicamente com o cristianismo e terminou com a perseguição aos cristãos promulgando o Édito de Milão. O que começou como um movimento religioso dentro do judaísmo do primeiro século tornou-se, até ao final deste período, a religião oficial do Império Romano. Segundo Will Durant, a Igreja cristã prevaleceu sobre Paganismo porque oferecia uma doutrina muito mais atraente e porque os líderes da igreja se dirigiam as necessidades humanas melhor do que seus rivais. [15]O Primeiro Concílio de Niceia marca o fim desta era e o início do período dos sete primeiros concílios ecumênicos (325 - 787). Foram três os historiadores que mais nos deixaram informações sobre esse período: Lucas, Hegésipo e Eusébio O termo Igreja Primitiva é utilizado para se referir a um período histórico do cristianismo e da Igreja entre 33 - 325.[47][48] O termo Igreja Primitiva refere-se a instituição e cristianismo primitivo às suas doutrinas. Neste período a Igreja estava engajada em diversas discussões acerca dos conceitos cristãos. Inicialmente cinco cidades surgiram como importantes centros da igreja: Roma, Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Constantinopla. A expressão "Igreja" (com I maiúsculo), se refere à Igreja como um todo, "igreja" (com i minúsculo) se refere às comunidades de fé locais,[49] essa distinção deve ser feita porque na Igreja Primitiva existia total unidade entre os cristãos como uma única Igreja Católica (que é Universal em grego), mas para se referir às comunidades cristãs locais se usa também o termo "igreja", como por exemplos as igrejas de Jerusalém, Roma e etc. A unidade da Igreja é comprovada já em Atos dos Apóstolos, no episódio do Concílio de Jerusalém, pois a igreja de Antioquia, de Corinto, de Éfeso mesmo estando separadas geograficamente, não são independentes, tendo de acatar a decisão do concílio como uma só Igreja (conciliarismo). História da instituição A Igreja Primitiva passou a se nomear Católica (que significa "Universal"), ainda no século I, o termo foi utilizado pela primeira vez pelo Bispo Inácio[50] de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi ordenado pelo próprio Pedro, [51]alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo para descrever a Igreja.[51] O termo Católica invoca o princípio de que desde o começo a Igreja foi universal, aberta aos gentios, em 200 o termo já era comumente utilizado. Em 64 ocorreria o Grande incêndio de Roma, o imperador romano Nero culparia os cristãos por este ato, e iniciaria a perseguição à Igreja, martirizando diversos cristãos notáveis tais como o Apóstolo Pedro.[carece de fontes] A perseguição continuaria até 313 quando seria publicado o Édito de Milão pelos dois Augustos, o imperador ocidental Constantino, e Licínio, o imperador oriental. Este édito de tolerância permitiu aos cristãos ter completa liberdade para praticar sua religião sem ser molestado, iniciando-se a Paz na Igreja.