AutobiografiaNatanSilvaConfissesdeumexbispoCompleta Editado

Todos os direitos reservados a Natan Silva
Canal no You Tube – Natan Silva – Não Pague Por um Milagre

Página no Facebook Natan Silva – Confissões de um ex-bispo
Escrevi essa autobiografia com o objetivo de contar fatos sobre a
minha passagem pelo sistema religioso durante 20 longos anos. Alguns
deles, já foram abordados nos vídeos no meu canal do YouTube, porém
outros, ainda não.
A pergunta que não quer calar, é; porque publicar esses relatos no

formato de um e-book? Como sabem, eu tinha um canal na plataforma do
YouTube com 155 mil inscritos e 60 milhões de visualizações. Em
dezembro de 2018, o canal foi retirado do ar definitivamente, devido à três
reivindicações de direitos autorais. Abri outro canal, porém sei que a
qualquer momento, o mesmo poderá acontecer com esse também. Afinal,
as experiências que compartilho nos meus relatos, não são apenas
reveladoras, são também libertadoras para aqueles que se encontram
escravos do sistema.
Por esta razão, subi todos os vídeos em um local totalmente privado,

para que você, através dos links aqui disponibilizados, possa baixá-los
sempre que desejar e ainda compartilhá-los com um amigo ou familiar,
sem corrermos o risco de não os ter mais disponíveis. Basta copiar o link
correspondente ao vídeo desejado e colar na sua barra de endereços. Um
forte abraço e saiba que...
“Os melhores anos da sua vida, ainda virão”.
Autor: Natan Silva

AUTOBIOGRAFIA
NATAN SILVA
CONFISSÕES DE UM EX-BISPO
EU VI, VIVI E SOBREVIVI, PARA CONTAR TUDO!
A História revelada de um ex-bispo da igreja universal do reino de

Deus, contada de uma forma, jamais vista antes. Nessa autobiografia, eu
vou contar experiências impactantes de tudo o que vi e vivi nos bastidores
da instituição, além da minha luta pela sobrevivência, após a minha
saída.Também ensinarei passo a passo, tudo o que fiz para dar a volta por
cima, e transformar um limão que a vida me deu, em uma maravilhosa
limonada. Convido você a segurar na minha mão, vir comigo, e conhecer a
minha História. Afinal, hoje eu posso contar tudo!

Prefácio:
Quero dedicar essa autobiografia, primeiramente a Deus, que me

resgatou das trevas, para o reino do filho do seu amor. Ele nunca me
desamparou e, até aqui, tem me ajudado. Minha eterna gratidão, meu
Deus! Quando as minhas forças se esvairam e tudo indicava que eu não
conseguiria, ouvi uma voz susurrando; “você é um escolhido, não desista,
ele conhece o seu coração e vai te honrar”. É fiel e cumpriu todas as suas
promessas em minha vida. Aleluias!
Quero dedicá-la a todos que acreditaram em mim, mesmo quando

muitos me tratavam como a um caído e leproso. O que posso dizer, é que
hoje, a verdade veio à tona e, aqueles que duvidavam, reconhecem as
verdades ditas por mim e se inspiram nos valores éticos, morais e
espirituais, nos quais pauto a minha vida.
Os anos se passaram e a minha conduta continua ilibada, sem nunca

terem conseguido comprovar, nada que pudesse desabonar a minha
conduta, dentro ou, fora da Igreja universal do Reino de Deus. Gratidão é
a palavra que me define.

Introdução:
Meu nome, Natan Evangelista da Silva, idade, 48 anos. Hoje, um

empreendedor de sucesso e às vésperas de se tornar um Advogado. Mas
sempre fui movido por uma enorme compaixão pelas almas, que caminham
a passos largos para o inferno, dormindo o sono da morte. Amo os animais
e principalmente cachorros. O meu, é um York Shire terrier, que se chama

“Joe”. Sou o quinto Filho dentre oito irmãos, sendo cinco mulheres e três
homens.
Nasci em 20 de maio de 1972, no bairro do Rio Vermelho, em um
hospital que ficava às margens da orla da Cidade de Salvador, no Estado
da Bahia. Meu pai, (in memoriam), natural de Cachoeira se São Félix,
binterior da Bahia, um policial aposentado que, para complementar a renda
da família, passou a ganhar a vida como comerciante. Minha mãe, uma
costureira natural da cidade de Aramari, também interior do estado da
Bahia, que perdeu a mãe quando tinha apenas um ano de idade. Aos doze,
perdeu também a avó, por quem havia sido criada.
Sem ter como garantir a sua subsistência, veio para Salvador, morar
com um tio, irmão da sua mãe. Ainda adolescente, após engravidar, ela
decidiu largar um emprego à época comparado ao de uma funcionária
pública, para cuidar da minha irmã. Passou por muitas dificuldades, e
resolveu vender uma casa no interior, herança deixada pela minha avó.
Comprou um cômodo de madeira de um vão para recomeçar a sua vida na
capital.
Sem poder trabalhar e com uma criança pequena de colo para cuidar,
chegou a passar muita necessidade. Um dia, estando sozinha em casa com
a minha irmã mais velha, chegou a desmaiar de fome e quando voltou em
si, se deparou com a criança ao lado dela, chorando. Na época, teve de
recorrer ao dono de uma mercearia que havia próximo ao local onde ela
morava para comprar mantimentos e pagar aos poucos, a cada dinheirinho
que recebesse, advindos dos pequenos serviços de costuras que fosse
fazendo.

Esse senhor, solteiro e muito “generoso”, se afeiçoou à criança e
passou a tratá-la com todos os mimos, como se fosse a sua própria filha.
Pouco tempo depois, eles se casaram, nasceram eu e os meus irmãos e a
nossa família foi formada. Após vinte anos de convivência, resolveram
separar-se. Eu tinha treze anos à época e, com a separação, as minhas
irmãs ficaram com a minha mãe e eu decidi ficar com o meu pai, não porque
gostasse mais dele do que da minha mãe, mas por uma questão de
sentimento de compaixão, pois considerava-o idoso demais, no auge dos
seus setenta e cinco anos, para terminar os dias da sua vida, solitário e
sem maiores cuidados, depois de ter criado bravamente os oito filhos.
Morei com ele por três anos, período em que sempre me levava à igreja
universal, a qual conheceu, ouvindo os programas de rádio. Ele sempre
foi um Homem de muita fé, e quando ouvia as programações, colocava
um copo com água sobre o aparelho e participava diariamente das
orações. Ele e a minha mãe, haviam sido batizados na Igreja Assembleia
de Deus, onde fui apresentado à Deus no “altar”, assim que nasci. No ano
de 1988, aos dezesseis anos, passei a congregar com mais frequência a
igreja Universal e tomei a decisão de me batizar.
Assim, dei início à minha caminhada espiritual ou, minha “via crucis”.
Não posso negar que tive momentos muito bons, devido às amizades de
adolescência que fiz e algumas delas, conservo até os dias de hoje.
Também ao fato de que essa fase, foi a da minha inocência. Acreditava em
um mundo onde todas as pessoas eram verdadeiras, e não havia falsidade,
nem maldade.

Mesmo tendo passado a maior parte da minha vida ensinando a
muitos, os segredos de como adquirir prosperidade, eu nunca os havia
usado para o meu próprio benefício. Agora, era eu quem estava do outro
lado. Infelizmente ou felizmente, tem qualidades e talentos em nós, que só
descobrimos, quando por força das circunstâncias, necessitamos lançar
mão deles. E foi isso o que aconteceu comigo.
Só percebi que tinha um perfil para negócios, além de uma inteligência
financeira, voltada para o empreendedorismo, depois dos meus 35 anos,
quando me desliguei da IURD. É como diz um sábio ditado, que “há males
que vêm para o bem”. Lembro-me quando, desde pequeno, tinha
fascinação em consertar, bicicletas, relógios e até algumas canetas que
derramavam a tinta, para vender depois.
Sempre me destaquei em tudo o que fiz, sem nunca ter colocado um
único currículo, em uma única empresa, para conseguir o meu primeiro
emprego. Em meados do ano de 1988, com dezesseis anos completados
e, já tendo concluindo o ensino médio, com um bom desempenho, boas
notas no boletim escolar, aproveitamento de quase cem por cento, tendo
passado direto, sem ir para recuperação em nenhuma matéria em todos os
meus anos de estudos, fui recompensado nos últimos dois anos, com duas
vagas de estágio, oferecidas pela escola onde estudava.
No penúltimo ano, em 1987, recebi um telegrama em casa me
oferecendo um estágio no BANEB, banco do estado da Bahia, e com
apenas 16 anos eu já estava estagiando em um banco, ainda que pelo
período curto de um ano. No ano seguinte em 1988, recebi outro telegrama,
também em casa, para estagiar no RH da Petrobrás, onde fiquei também
durante mais um ano, ganhando um salário acima da média dos jovens da

minha idade, naquela época.
Com 18 anos, chegava a hora de me alistar e prestar o serviço militar.
Escolhi a Marinha do Brasil e, no ano de 2001, servi às forças armadas.
Durante os quatro primeiros meses de estudos, já me destaquei tirando
o primeiro lugar dentre todos os 239 marinheiros recrutas, condição essa
que me deu o privilégio de escolher onde eu queria servir durante aquele
ano e ainda me garantiu uma vaga de engajamento, o que fez de mim, o
único da turma 1/91, a ter uma vaga garantida para seguir a carreira militar.
Lembro-me com muita emoção do orgulho da minha mãe, amigos,
parentes e irmãos, no dia da formatura, quando me viram recebendo das
mãos do então Governador do Estado da Bahia, Antônio Carlos
Magalhães, uma placa que dizia; “AO MN RC, NATAN EVANGELISTA DA
SILVA, 1º COLOCADO DA EFRN DA TURMA 1/91”.

Foto da confraternização realizada em 2018, pela turma da Marinha
em 2018, vinte e sete anos após, o cumprimento do serviço militar.
Hoje, temos um grupo no WhatsApp da turma 1/91 da Marinha, onde

mantemos as resenhas em dia e falamos sobre vários assuntos do dia a
dia. Por ele, uns, ajudam outros, que porventura estejam atravessando
alguma dificuldade financeira ou de saúde.

EFRN: Escola de Formação de Reservista Navais

Com a tarja de Sargento Aluno do 3º Pelotão no Peito.

Dia da formatura.
Nessa época, eu já frequentava a Igreja Universal, e vivia alimentado

por um desejo ávido de ajudar as pessoas. Através da “vocação” de ser um

missionário, pregar a palavra de Deus pelo mundo, levando a fé, esperança
e alento ao coração de pessoas desesperadamente desesperadas. Decidi
então, em janeiro de 1992, pedir baixa da Marinha e abri mão de uma
carreira militar promissora, à qual, se tivesse seguido, hoje, enquanto
escrevo esta autobiografia, estaria completando vinte e nove anos de
carreira militar, faltando apenas um ano, para ir para a reserva, o que
corresponde aqui fora à uma aposentadoria.
Lembro-me de como os meus companheiros de turma ficara perplexos
ao saberem da minha decisão, porque enquanto muitos queriam e
sonhavam com a carreira militar, eu estava abrindo mão e “pedindo baixa”.
Lembro-me como se fosse hoje, fui desligado da Marinha no dia 21 de
janeiro do ano de 1992, e no dia seguinte, 22 de janeiro, fui chamado para
cumprir a minha “missão” de missionário.
Iniciei como auxiliar de pastor aos 19 anos e, aos 20, já como pastor,
tomava conta de uma igreja com cem membros, no interior do estado.
Passei, pelas cidades de Alagoinhas/BA, São Sebastião do Passé/BA,
Cruz das Almas/BA, Santo Amaro da Purificação/BA, Santo Antônio de
Jesus/BA, Valença/BA, Feira de Santana/BA, Salvado/BA, São Paulo/SP,
Sorocaba/SP, Curitiba/PR, Ponta Grossa/PR, e Porto Alegre/RS.
Lembro-me, que certo dia, comecei a sentir fortes dores no peito e

não conseguia nem respirar direito. Fui ao médico e ele me disse, “a sua
máquina pifou por falta de reparos” e pediu que eu ficasse de repouso por
trinta dias. Eu trabalhava demais e não tinha tempo para almoçar na hora
certa. No ano de 1998, em uma época de copa do mundo, recordo-me que
o pastor regional ficava assistindo aos jogos da Seleção brasileira e me
mandava viajar para prestar contas em Salvador.

Eram quatro horas de viagem dirigindo, o que ocorreu naquela semana
todos os dias. Eu almoçava às quatro horas da tarde. Quando fiquei doente,
esse pastor simplesmente me encostou e disse ao outro pastor com o qual
eu morava em uma mesma casa; “o Natan é mole e que não sabe trabalhar
direito”. Ele orientou para que o pastor não me desse o microfone nas
reuniões. Por ser meu “amigo”, ele me relatou o ocorrido e, um dia, quando
falavam ao telefone, ele colocou o aparelho no meu ouvido para que eu
ouvisse a conversa. Saí dali dizendo; grave a data de hoje e o que vou lhe
dizer: A partir de agora, sou um leão ferido e ninguém vai me segurar.
Naquela semana, esse pastor regional começou a me oferecer para
outros regionais, como se eu fosse banana madura no final de feira. Fui
transferido, fiquei um ano nessa igreja e de lá, saí para ser o pastor principal
da Catedral, igreja sede de salvador. Um ano e meio depois, eu estava
sendo “consagrado” a bispo. Agora, aquele pastor Regional, ainda como
pastor, estava subordinado a mim, dependendo da minha assinatura e
autorização para conseguir as coisas que precisava para a igreja dele.
Ser um bispo da igreja, sempre foi um posto cobiçado por muitos
pastores, pois representava status, poder e, consequentemente
estabilidade, razão pela qual, muitos eram capazes de vender até mesmo
a própria alma para ao diabo para alcançar tal feito. Para mim, apenas
alcancei por ter me destacado, devido ao meu afinco e dedicação,
trabalhando cerca de vinte horas por dia, restando-me apenas quatro horas
para desfrutar de um lazer com a família, o asseio pessoal, fazer as
refeições diárias e tirar uma soneca, para depois, iniciar todo o ciclo

novamente, no dia seguinte.
Igreja sede, na Avenida San Martin, ano 2001

Igreja em Valença, ano 1999 Catedral em Salvador, ano 2001
Consagração a bispo Catedral em Salvador, ano 2001

Catedral em Salvador, ano 2001
Assim, durante vinte anos, sem ter tirado nem um mês de férias sequer
e “crescendo” em prestígio dentro da instituição, iniciava-se ali, um
processo de cansaço físico, mental e o maior de todos, que foi o espiritual.
Embora quando tenha entrado não aspirasse esse “crescimento” e
“reconhecimento” por parte da instituição, eles foram inevitáveis, como
consequência do meu desempenho. Agora, eu tinha uma vida
aparentemente tranquila e estabilizada e, porque não dizer regalada.
Recebia um salário mensal de R$ 6.000,00 (seis mil reais) e mais R$
6.000,00 (seis mil reais) como comissões extras, provenientes das vendas
dos jornais, totalizando R$ 12.000,00 (doze mil reais) de ganhos mensais.
Se considerarmos o salário mínimo da época no valor de R$ 350,00,
(trezentos e cinquenta reais), eu recebia o equivalente a (trinta e quatro) 34
salários mínimos, mensalmente.
Fotos com políticos, no “altar” da catedral da IURD na Bahia

No “altar” da IURD, recebendo os políticos Antônio Carlos Magalhães,
César Borges, Paulo Souto, Antônio Ymbassaí, Pedro Godinho, Zelinda
Novaes, Márcio Marinho e Tia Eron. Em épocas de eleições, eu recebia
ordens da cúpula da instituição para apresentar nas reuniões, os políticos
candidatos ao pelito daquela disputa eleitoral. Nesse dia, lembro-me de ter
recebido uma ligação de São Paulo, do Bispo responsável pela IURD no
Brasil, para fazer uma oração pelo então candidato à prefeitura de
Salvador, o Senador César Borges.
Assim, pregava para os membros, obreiros e pastores, que deveríamos
orar pela paz da Nação, por que na sua paz, teríamos paz. “Procurai a paz
da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua
paz vós tereis paz” (Jr. 29:7).

Para ter uma ideia, na época, um Deputado Federal ganhava esse
valor. Hoje em 2020, um ganha só de salário, aproximadamente R$
34.000,00, (trinta e quatro mil reais), fora a verba de gabinete. Nada mal,
não é? Seria esse o salário que eu estaria ganhando hoje, se ainda
estivesse como bispo da instituição. Assim, trabalhei arduamente até os
meus trinta e cinco anos.
Foi quando no ano de 2007, tomei a decisão mais radical e acertada
da minha vida; deixar de fazer parte do quadro de pastores e bispos da
igreja Universal do Reino De Deus e, consequentemente, abrir mão de toda
a “tranquilidade” e “estabilidade” adquirida durante os vinte árduos anos de
trabalho. Lembrando, que iniciei a minha trajetória aos 19 anos de idade,
quando saí da Marinha, mas eu havia iniciado mesmo os meus primeiros
passos aos 16 anos, quando ocorreu o meu batismo nas águas, dando-se
início a todo o processo de “preparação”.
O motivo? Estresse devido às cobranças para tirar dinheiro do povo,
além de não concordar com as mudanças de foco da igreja, a qual, agora
só priorizava a prosperidade em seus cultos, ou seja, o dinheiro em
primeiro lugar. Nos links que disponibilizei abaixo, você poderá assistir a
todos os vídeos onde falo sobre todos esses assuntos.
DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O BRUXISMO PROVENIENTE

DO ESTRESSE
O tratamento custou R$ 47.000,00

Canal no You Tube – Natan Silva – Não Pague Por um MilagrePágina no Facebook Natan Silva
– Confissões de um ex-bispo
Agora, aos 35 anos de idade e tendo em mãos apenas R$ 6.000,00
(seis mil reais) provenientes de uma quinzena do salário que recebi
quando pedi o meu desligamento, além de uma dívida referente a
compromissos mensais adquiridos, no valor de R$ 5.200,00, (cinco mil e
duzentos reais), iniciava-se ali a minha “via crucis”.
Apenas R$ 800,00 (oitocentos reais) me sobraram para recomeçar a
minha vida. Esse dinheiro, terminei emprestando a um “amigo” com a
promessa de que me pagaria alguns dias depois. Como ele passava por
uma situação bem pior do que a minha, se é que posso falar assim, resolvi
fazer aquela “caridade”. Bem, quanto ao dinheiro que emprestei, espero
até hoje recebê-lo. Quem sabe eu o receba, com juros e correções
monetárias algum dia (risos).
Pela primeira vez na minha vida, eu teria de fazer uma tomada de
decisões relacionado às minhas finanças.
Recordo-me que era muito comum, ouvir dos líderes, nas reuniões da
instituição, o seguinte; se vocês pastores, saírem da “obra”, irão vender
limão na feira, pois não sabem fazer outra coisa na vida. A vida lá fora é
difícil e dura, pensem bem, porque depois que saírem, não tem mais volta.
Falavam isso, com a finalidade de nos lembrar constantemente, de que
estávamos nas mãos deles.
Bem, se fossemos olhar pelo lado lógico, eles estavam cobertos de
razão, afinal, iniciamos ainda muito jovens e abrimos mão dos nossos
estudos, família e oportunidades, para atender à uma “vocação”. Nos
dedicando 20 horas por dia, 365 dias por ano, não havia como ter
nenhuma outra habilidade que não fosse a de ministrar no “altar”. Com
isso, o medo tomava conta daqueles que pensavam em sair do

“ministério”. para dar novos rumos em suas vidas. Todos se sentiam
engessados e temerosos em sair e, só terem como única opção, a de
“vender limão na feira”. Como fomos ensinados desde o início da nossa
caminhada, que ser pastor era uma “vocação” e não uma profissão, ao
pedir o meu desligamento, assinei um termo, abrindo mão de receber
qualquer valor como pagamento pelos anos trabalhados no sistema e,
consequentemente, não tive assegurado nenhum direito, como FGTS e
outros benefícios, a que qualquer trabalhador comum tem.
Como fiz para sobreviver quando saí da Universal:

Pois bem, a vida tinha acabado de me dar um “limão” e agora eu
precisava fazer a escolha entre chupá-lo e sentir o seu azedume ou, fazer
com ele uma deliciosa limonada. Lembrei- me de um ditado que diz; “se a
vida lhe der um limão, faça com ele uma limonada”.
Sem ter casa para morar, carro para me locomover, condições para
alugar uma casa, nem mesmo móveis para mobiliá-la, tive de morar de
favor em uma casa que pertencia à minha mãe. Havia tomado a decisão de
pagar com o dinheiro que recebi na minha saída, R$ 5.200,00, (cinco mil e
duzentos reais) referentes aos compromissos adquiridos com as minhas
despesas mensais, e de emprestar os R$ 800,00 (oitocentos reais), ao meu
“amigo”, portanto, não me restou nenhum centavo para contar a história.
Morando de favor, sem um tostão no bolso, aos 35 anos de idade, sem
ter nenhuma profissão, nenhum conhecimento técnico em outra área, me
senti sem norte. Mas havia feito uma escolha, fazer com o limão, uma
deliciosa limonada. Então, respirei fundo e comecei a pensar no que iria
fazer para mudar aquela situação. É muito comum nesses momentos
difíceis, dar um “branco”, parece que a nossa mente fica bloqueada e nos
faltam as boas ideias. Ao mesmo tempo, eu sabia que qualquer coisa que
eu escolhesse fazer, seria uma aventura, um salto no escuro, vi que o que
precisava naquele momento, não era pensar muito e sim, agir e logo. Afinal,
eu não tinha nenhuma garantia de que qualquer coisa que eu fizesse daria
certo, então, eu precisava tentar.
Resolvi iniciar um negócio em sociedade com uma irmã, na garagem
desta casa onde eu morava, já que eu tinha a força, a determinação, e uma
bagagem de conhecimentos adquiridos, afinal, palestrava para cerca de dez
mil empresário. Ela, tinha a vontade e o talão de cheques.
Encontrei-me com um amigo de infância, o qual tinha uma Lan house.
Vi ali uma luz, já que podia pedir-lhe orientações acerca do negócio, e ter
uma consultoria de graça (risos). Então, passei a ir para a Lan house dele
todos os dias, ali observava como funcionava o negócio, aproveitando
para acompanhá-lo nas manutenções que fazia nos computadores e
assim, aprender ao máximo.
Uma semana depois, eu e minha irmã saímos e fomos às compras em
uma loja de computadores. Compramos seis máquinas e pagamos R$
6.000,00, (seis mil reais) divididos em dez cheques no valor de R$ 600,00
(seiscentos reais) cada. Pagamos também em cheques pré-datados, mais
R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), a um marceneiro para fazer
uma baia, na qual coubesse os seis computadores. A instalação, foi feita
pelo meu amigo, que deixou tudo funcionando perfeitamente. Assim,
estava montada em uma garagem, a Lan house que garantiria o meu
sustento pelos próximos meses.
Como fiquei feliz quando entrou o primeiro cliente para acessar a
máquina e pelo acesso me pagou uma moeda de R$ 1,00 (hum real). Era
a primeira renda que eu havia conseguido gerar, em todos os anos da minha
vida, através do suor do meu rosto, usando a minha inteligência financeira.

Mas havia outro problema, eu não entendia nada de computadores e muito
menos sobre Lan house. Matriculei-me em um curso semanal às sextas
feiras pela manhã, onde eu pagava R$ 35,00 (trinta e cinco reais), para ter
alguma base sobre instalação de programas, formatação e manutenção de
computadores. Entre um cliente e outro, sempre tirava um tempinho
diariamente, para ir conversar com o meu amigo e pegar algumas
orientações práticas.
Assim, iniciamos o primeiro mês faturando R$ 1.200,00 (hum mil e
duzentos reais). Tirávamos R$ 600,00 (seiscentos reais) para pagar o
cheque daquele mês e os outros R$ 600,00 (seiscentos reais), eram
divididos entre eu e a minha irmã. Pode parecer pouco, mas para mim,
estava sendo uma realização, já que tinha como fazer as compras do mês
e não passar fome.
Quando tudo parecia ir muito bem, comecei a sofrer uma perseguição
por parte de um obreiro do Universal. Ele trabalhava em um órgão da
prefeitura e tinha uma forte influência no mesmo. Um dia, através desse
amigo que tinha a Lan house, ele me enviou uma proposta para que eu o
ajudasse na sua campanha política à candidatura de vereador por
Salvador. Embora ele fosse obreiro da Universal, a igreja já tinha escolhido
o seu próprio candidato e ele decidiu lançar candidatura própria. Então,
propôs-me que eu lhe desse apoio, em troca de um futuro cargo de
prestígio na sua acessória, mas a condição para isso, era que eu
angariasse votos das pessoas de dentro da igreja, a qual eu ainda estava
frequentando.
Eu deveria usar todo o meu prestígio para isso. Eu tinha ali, diante doa
meus olhos, uma oportunidade de melhorar a minha condição financeira
aqui fora, mas teria que fazer um “trabalho sujo”. É claro, me recusei, e ele

mandou o seguinte recado, em forma de “ameaça”; “olha, você tem uma
Lan house aí em Periperi, não tem? e ela, não é legalizada, certo?
Cuidado que a fiscalização pode lhe fazer uma visitinha hein?” Mesmo
diante daquela situação eminente de perder a minha única fonte de renda,
não cedi à chantagem, não me intimidei, e Deus não permitiu que nada
acontecesse.
Graças a Deus, eu nunca passei fome. Ele foi fiel e sempre enviava
nos momentos mais delicados, uma providência divina, como se fosse um
maná que caia do céu em meio ao deserto. Era para que se cumprisse a
palavra que diz; “eu nunca vi um justo desamparado e nem a sua
descendência a mendigar o pão” isso é um fato. Glórias a Deus!
Lembro-me de uma ocasião em que eu não sabia o que ia comer
naquele dia e eu não tinha um centavo sequer no bolso, aí pensei no que
eu tinha para vender e transformar em dinheiro, era uma questão de
sobrevivência. Lembrei-me de um estabilizador de energia que tinha de
reserva em casa, desses que são usados em computadores, então apenas
pensei; vou levá-lo em alguma Lan house e oferecê-lo, para ver se consigo
algum dinheiro.
Foi maravilhosa essa experiência, pois assim que terminei de pensar,
tocou a companhia e quando desci as escadas, uma pessoa estava no
portão e me perguntou; “o senhor que é Natan?” E eu me identifiquei,
quando ele perguntou; “o senhor não tem nenhum estabilizador usado para
vender aí não? Pois o meu queimou agora e me indicaram vir aqui”. Subi
as escadas com lágrimas nos olhos para buscar o aparelho para vender a
ele, e ao mesmo tempo pensando; como é maravilhoso servir a um Deus,
que trabalha para aqueles que n’Ele esperam.
Deus é Provedor!!!
Foto de quando eu trabalhava na Lan house
Outra providência divina aconteceu, quando um dia, o gás acabou.

Acredite, naquele dia, mais uma vez, eu não tinha nenhum centavo no
bolso. Recordo-me que um botijão de gás custava R$ 30,00 (trinta reais),
tão pouco, mas para quem não tinha nada, era uma verdadeira fortuna.
Mas nunca senti tanta calma e tranquilidade no meu coração, como senti
naquele momento.
Eu estava diante do computador e despretensiosamente abri o site do
banco, onde eu tinha conta na época. Acessei, e qual não foi a minha
surpresa, quando me deparei com R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais)
nela. Esse dinheiro era referente à restituição do meu imposto de renda,
ainda dos meus ganhos na IURD, já que havia me desligado no ano anterior
e eu tinha direito a essa restituição retroativa. Só que a providência entra,
no fato de que o meu lote de restituição do imposto de renda, todos os anos
era o último, e sempre acontecia no mês de dezembro, onde
costumeiramente todos os anos pagava-se o primeiro lote. Só que
estávamos no mês de outubro. Coisas de Deus mesmo. Aí já sabe não é!
Além do botijão de gás, nada mal em aproveitar um dinheirinho extra para
fazer uma boa compra farta (risos).
Houve dias difíceis, dentre eles um em que comemos cuscuz com
calabresa na hora do almoço. Outro dia, em que tive que dividir, apenas um
pastel com um copo de suco, de valor ínfimo de R$ 1,50 (hum real e
cinquenta). Nunca passamos fome e nem precisamos comprar um real
fiado no mercado que havia em frente à minha casa, embora o dono fosse
meu amigo e havia disponibilizado crédito para comprarmos a hora que
desejássemos, mas Deus nunca permitiu pedirmos nada para ele. O nosso
Deus é realmente provedor.
A minha mãe, decidindo por não morar na casa, já possuindo outra
onde morava com a minha irmã mais velha, além de ver a situação
calamitosa em que eu me encontrava, resolveu me doar a casa. Agora eu
tinha ao menos um lugarzinho para chamar de meu e não precisava me
preocupar em pagar mais aluguel.
Seis meses depois os computadores já haviam sidos pagos e
havíamos comprado mais quatro, totalizando dez máquinas. O negócio ia
crescendo de vento em polpa.
O faturamento havia chegado a R$ 2.000,00 (dois mil reais), que
dividido em partes iguais, já me gerava uma renda de hum mil reais
mensais.
A minha irmã trabalhava pela manhã em um emprego e à tarde dava

plantão na Lan house, enquanto eu dava plantão pela manhã. Vendo que
o negócio era bom, ao ter sido demitida, investiu o dinheiro da rescisão,
alugou uma casa no mesmo bairro, desocupou a minha e abriu a sua
própria Lan house. Ela ainda tinha participação de 50% comigo na primeira
Lan house. Recordo-me que aos domingos e feriados, enquanto ela
folgava, eu trabalhava sozinho, e tudo o que entrava era 100% meu. Cerca
de R$ 100,00 (cem reais) por dia, que somando só os quatro domingos do
mês me geravam R$ 400,00 (quatrocentos reais), fora os feriados. Então,
agora que eu tinha R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais) mensais de
renda gerada. Pude fazer-lhe uma oferta e comprar os 50% da parte dela
na sociedade.
Dois anos depois de iniciarmos o negócio eu era 100% dono do
empreendimento, agora a minha renda mensal era de R$ 2.400,00 (dois mil
e quatrocentos reais).
Fazendo do limão, uma limonada.
Agora, já mais estabilizado e menos preocupado, comecei a pensar em

uma maneira de alavancar a minha vida financeira. Foi quando Deus
começou a iluminar a minha mente. Percebi que a casa onde eu morava
era muito grande, a primeira ideia que tive, foi a de alugar uma casa menor
em outro lugar, alugar a grande, e assim, me sobrar um dinheirinho. Mas
como a localização não era muito boa, as pessoas só procuravam casas
pequenas, de um quarto ou ainda que fossem de dois quartos, teriam de
ser com um precinho bem acessível.
Então pensei; como não tenho filhos, há muita área ociosa na casa,
que tinha três quartos, salas grandes, além de dois pavimentos com laje
livre, além de um subsolo, o qual dava para uma rua lateral. Tive então a
ideia de dividir os dois pavimentos em duas casas de um quarto cada,
construir uma no subsolo, e outra na laje livre. Na teoria, a ideia estava bem
definida em minha mente, mas executá-la, me custaria muito tempo e
dinheiro, o qual eu não tinha.
Foquei, e tomei a decisão de abrir mão de passeios e de comprar
qualquer coisa supérflua. Assim, todo o dinheiro que não ia para a
alimentação, era destinado à compra de blocos, cimento, areia, arenoso,
materiais elétricos e hidráulicos. Proporcionalmente R$ 400,00
(quatrocentos reais) para alimentação e R$ 2.000,00 (dois mil reais) para o
material de construção. Quanto à mão de obra, fiz uma permuta com um
pedreiro, o qual trabalharia em troca de garantir a sua moradia, em uma
das casas que ele construísse, sem que para isso, precisasse pagar o
aluguel.
Como podem imaginar, não foi nada fácil. Os meus dias e meses foram
longos, e vivia só para trabalhar, sem descanso, e aos poucos fui dividindo
as casas. Cada casa que eu dividia, eram novos banheiros, quartos e
cozinhas que tinham de ser construídos, além de ter de desmembrar toda
a parte elétrica e hidráulica.Terminei a construção das casas e agora podia
viver de uma * renda residual, proveniente dos aluguéis, além de ter
conseguido aumentar consideravelmente a minha carteira de ativos.
* Renda residual, é aquela com a qual você pode contar com ela todo
o mês, sem precisar trabalhar, ou seja, o seu dinheiro trabalha para
você, e não você trabalha para ele.
Não era muito ainda, pois as casas eram alugadas na época por
cerca de 200 a 300 reais, mas em compensação, eu tinha todo o tempo
disponível para me dedicar a outros meios para gerar mais renda. Somente
nessa época, pude dar R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) de entrada
em um carro, com dez anos de uso, e financiar R$ 10.000,00 (dez mil reais)
em quarenta e oito meses, com parcelas que cabiam no meu orçamento,
no valor de R$ 374,00 (trezentos e setenta e quatro reais). Estava me
sentindo um vencedor.
Mas ainda estava longe do meu objetivo. Então comecei a juntar o
dinheiro que antes usava para a construção das casas e que agora já não
usava mais, e pude comprar um ponto comercial que media 30 metros
quadrados, em um local mais privilegiado, perto da principal praça do
bairro. Aluguei o ponto, e passou a me gerar mais uma renda mensal.
Continuei com o meu foco de juntar dinheiro, pois agora eu queria comprar
o ponto comercial ao lado daquele que eu já havia comprado, o qual
pertencia ao mesmo proprietário. Este imóvel era bem maior, e ficava em
uma esquina, o que me possibilitaria a abertura de portas laterais.
Lembro-me de ter passado tardes olhando para aquele ponto e

imaginando como ficaria depois que eu o dividisse, e o transformasse em
três boxes comerciais. Eu estava totalmente descapitalizado, mas sabia
que iria conseguir o meu objetivo., continuei com o meu foco de juntar
dinheiro, e foi isso que fiz nos meses seguintes.
Um dia, passando pela avenida principal do bairro, vi uma placa em
forma de faixa, a qual anunciava a venda de uma casa. Parei o carro, liguei
para o número que estava no anúncio, e perguntei o valor do imóvel. A
pessoa do outro lado disse o valor, disse também que há alguns meses,
havia colocado a mesma casa à venda pelo dobro do valor, porém, que
devido a algumas dificuldades que ele estava passando, havia baixado o
seu valor pela metade.
Olhei a casa, muito antiga, porém muito espaçosa, medindo 150 m²,
com duas salas, três quatros, além de uma grande área lateral e na frente.
Barganhei o valor e ainda consegui um descontinho básico. Fechei negócio.
Esse é o poder do dinheiro n compra à vista. Iniciei uma reforma de cinco
meses, a qual valorizou o imóvel em cinco vezes mais, daquele valor que
paguei pela aquisição do mesmo. Esse valor que eu gastei com a reforma,
foi o mesmo que economizei no ato da compra da casa, uma negociação
50% abaixo do valor real de mercado.
Fotos reais da casa quando foi comprada:

Fotos da casa depois da reforma:

Canal no You Tube – Natan Silva – Não Pague Por um MilagrePágina no
Facebook Natan Silva – Confissões de um ex-bispo

Mas ainda faltava, um antigo sonho de consumo, que era o ponto
comercial de esquina, lembram? Um amigo de infância estava com
problemas familiares e me ofereceu um terreno, era uma área de praia, um
terreno de 40x40, medindo 1.600 m². Mais uma vez eu estava
descapitalizado e não tinha como comprá-lo, mas mesmo assim, fui olhar
o imóvel pessoalmente.
Fiquei encantado, pois além da área ficar localizada à margem da
rodovia, e estar totalmente cercada por muros de alvenaria, havia também
sido construído, um galpão de 100 m², que por si só, já valia o valor de todo
o imóvel. Pensei em uma maneira de não perder aquele negócio, afinal,
tratava-se de um imóvel que valia no mínimo três vezes mais que o valor
anunciado para a venda.
Coloquei a minha inteligência financeira para funcionar e me lembrei,
que eu tinha trocado aquele carro com dez anos de uso, por outro com dois
anos de uso, o qual já não era mais financiado. Imediatamente anunciei em
um site de vendas e um dia depois, eu já havia vendido. Foi um pouco
abaixo do seu real valor, mas pouco me importava, pois não conseguia
enxergar o que estava perdendo e sim, o que iria ganhar.
Vendi o carro e comprei o terreno à vista. Claro, agora tinha o terreno,
mas isso me custou ficar mais de três anos, tendo de me locomover de
ônibus e trem. O lado positivo disso foi que no início comecei a fazer
caminhadas forçadas, que mais tarde se tornaram uma prática que não
abandonei até os dias de hoje. Essa prática, fez com que eu perdesse, até
o momento em que estou escrevendo, 10 quilos (risos).
Coloquei o terreno no site de vendas por três vezes mais o valor que
eu havia comprado e, imediatamente recebi um email de uma pessoa
interessada, me perguntando se eu não tinha o interesse em trocar por
duas casas. Fui olhar imóvel, para ver se não se tratava de uma boa
oportunidade de negócio, E não é que eu estava certo? Com a minha
experiência adquirida no início, quando precisei dividir as casas, vi que os
imóveis eram grandes, com duas salas, garagem para dois carros, quintal,
e três quartos cada. Sabia que com um pequeno investimento, eu poderia
transformá-los em quatro casas de dois quartos cada, e vendê-las
individualmente. Assim, conseguiria dobrar mais uma vez, o valor que eu
havia investido no imóvel.
Mais uma vez eu fechei o negócio e iniciei as obras de reforma e
divisão dos imóveis. As obras duraram quatro meses, porém, quando ainda
estava no segundo mês, o proprietário que havia me vendido o primeiro
ponto comercial me procurou, dizendo que precisava vender o outro ponto,
exatamente aquele que eu tanto queria. Ele havia vendido a casa em que
morava e comprou outra em outro lugar, e só agora, três meses depois, ele
havia descoberto que se tratava de um ponto de venda de drogas. Ele
estava desesperado para sair de lá.
Ele falou que precisava de um determinado valor em dinheiro para
comprar outra casa, e se mudar daquele lugar. Disse que o restante eu
poderia pagar através de outros imóveis. Falei que não tinha nenhum
dinheiro e, na hora, me lembrei de oferecer- lhe as duas casas que eu havia
comprado, á quais eu já estava transformando-as em quatro. Essas casas
eram em um município que ficava distante da capital onde eu morava, há
uns cinquenta quilômetros. Para mim, era inviável mantê-las na minha
carteira de ativos, haja vista que demandaria tempo e mais dinheiro para
administrá-las.
Por outro lado, ele já havia morado nesse município e gostava muito
de lá, então, juntei a fome com a vontade de comer. Ele se interessou pela
proposta e dalí mesmo, saímos para ver os imóveis. Na mesma hora,
tomamos um ônibus, já que eu não tinha mais carro, e fomos. Ao chegar lá
ele ficou encantado, mas me disse que precisaria agora levar a sua esposa
no dia seguinte, para também avaliar e dar o veredito final.
Pronto, combinamos e, no dia seguinte, consegui que um primo meu
me levasse até lá de carro. Eu não podia perder aquele negócio. Como eu
estava convicto de que daria tudo certo, já levei o contrato preenchido, e
quando ela deu o sinal verde através da aprovação, dalí mesmo aproveitei
o carro e fomos direto para o cartório, reconhecer as assinaturas no
documento.
Enfim, eu havia comprado o tão sonhado ponto comercial de esquina,
que terminou me saindo pela metade do valor de mercado do imóvel.
Lembre-se de que, na verdade, me saiu pelo valor do carro que eu havia
vendido lá no início, quando comecei a fazer toda a transação de compras
e vendas dos imóveis.
Depois que comprei o imóvel, investi mais 10 mil reais, ao longo de
mais seis meses de obras. Dividi o imóvel, e transformei-o em três boxes
comerciais. O que valorizou o imóvel em três vezes mais do que o valor de
mercado, por está localizado na esquina de uma rua comercial, os quais
passaram a me gerar mais três valores de alugueres. Percebi o quanto
valeu à pena eu ter vendido o meu carro, pois agora, aquele valor pelo qual
eu o havia vendido, havia se multiplicado bastante, devido às negociações
que eu havia realizado. Nada mal, não é? Assim, consegui fazer do “limão”
que a vida me deu, uma deliciosa limonada.
Espero que através desta obra digital, consiga de alguma maneira ter
inspirado pessoas, as quais, devido aos revezes da vida, estão tendo de
recomeçar do zero, sentem-se como se as suas forças estivessem sendo
minadas, por estarem desprovidas de recursos, até mesmo os mais básicos
para garantir a sua subsistência. Elas ficam imaginando, como farão para
dar a volta por cima.

A “Igreja” que eu abri
Na época em que passei por dificuldades e vendia os meus ternos,

camisas, gravatas, cintos e sapatos para conseguir algum alimento para
comer. Conheci um pastor que foi até a minha casa para comprar as
roupas. Terminamos fazendo uma amizade que dura até os dias de hoje.
Ele tinha uma igreja tradicional e sempre me convidava para que eu fizesse
parte do ministério dele, mas eu me recusava, pois estava recém-saído
da IURD.
Ele se mostrava bastante solidário e mesmo assim me incentivava a
continuar com “a minha missão” de pregar a palavra de Deus. Ele insistiu
durante um ano e eu recusando. Um dia, ele me disse; já que o senhor não
quer fazer parte do meu ministério, porque não anuncia nas redes sociais
que estará fazendo uma reunião aos domingos pela manhã, já que o meu
culto é aos domingos pela noite e pela manhã a igreja ficava fechada?
Então, vi ali uma oportunidade de recomeçar de uma forma independente,
onde eu pudesse fazer o trabalho da forma como eu sempre desejei.
Naquele momento, o mais importante era não ter despesas com a

criação de uma estrutura, já que eu não tinha dinheiro. Nessa época, só
havia a rede social ORKUT, local onde anunciei que estaria fazendo as
reuniões, em um bairro chamado Pernambués. Qual não foi a minha
surpresa, quando percebi que pessoas se deslocavam de longe e
cruzavam a cidade para comparecerem à reunião.

Nessa época, agora já me sentindo mais confortável e atendendo a
muitos pedidos, então, tomei a decisão de abrir a igreja e retomei os
trabalhos missionários. Havia uma cobrança interior muito grande. O nome
escolhido foi “Igreja Internacional da fé”, mas que também tinha um
segundo nome registrado como “Igreja das Maravilhas de Deus”. Para isso,
eu precisava ter o básico para iniciar. Então, resolvi vender a Lan house.
Como eu tinha urgência, propus que a pessoa que a comprou, me pagasse
em forma de cadeiras brancas.
Fui com ela até o hipermercado Extra da Avenida Paralela, ela passou
o cartão e retirei 200 cadeiras brancas de plástico. Eu tinha um limite
grande de crédito, ainda resquício da minha conta como bispo da IURD,
então, tirei um empréstimo de R$ 3.600,00 (três mil e seiscentos reais) para
pagar a fiança de dois aluguéis, da locação do salão. Assim, pude começar
os trabalhos.
A igreja ficou por dois anos aberta, e com apenas quatro meses, eu já
tinha inaugurado quatro templos, porém, agora com as escamas negras do
antigo sistema religioso tendo sido tiradas, e os meus olhos espirituais já
abertos, eu havia escolhido pregar o evangelho verdadeiro, aquele que a
palavra do nosso Deus nos ensina, sem heresias nem manipulações
baratas, de homens gananciosos. Mas eu não imaginava que estaria diante
de um enorme desafio, já que agora, eu teria de abrir mão dos antigos
vícios e fazer uma obra que me deixasse com a consciência limpa.
Havia também esquecido, de que as pessoas que haviam me

procurado e se dispuseram a ajudar-me, haviam vindo da Universal,

trazendo consigo os vícios, além de um “espírito” diferente, daquele que eu
precisava no início do novo trabalho. Então, começaram as contendas,
intrigas, falatórios vãos, dentre outros. Durante os dois anos em que
permaneceu aberta, a igreja era mantida apenas com as ofertas
voluntárias, nunca fiz uma campanha sequer, na fé de nenhum
personagem bíblico para obter uma maior arrecadação de ofertas.
As pessoas eram livres para oferecer as suas doações de forma

voluntária. Tarefa muito difícil, pois elas vieram na sua esmagadora maioria
da Universal, trazendo consigo os velhos hábitos de ofertas de fé
sacrifícios. Elas não se sentiam movidas a doarem ofertas espontâneas de
amor e alegria. Eu enfrentava muitas dificuldades para manter o trabalho,
mas mesmo assim persistir, pois o que eu queria mesmo era apenas um
metro quadrado, para que eu pudesse pregar a palavra de Deus.
Enfrentei sérios problemas, pois algumas pessoas, ao perceberem que
eu “dependia” da sua ajuda, para dar sequência ao trabalho, começaram a
querer interferir na gestão da igreja, sentindo-se no direito de darem
opiniões e sugestões para a condução do mesmo, meramente visando os
seus interesses pessoais. Como ofereci resistência e me neguei a aceitar,
comecei a enfrentar uma forte oposição de uma pessoa dentro da igreja,
que era proprietária de uma escola.
Ela era bastante influente no local e em troca de cargos de trabalho na
sua instituição, “comprava” as pessoas, jogando-as contra mim. E não é
que conseguiu fazê-lo com maestria? Até mesmo com o proprietário do
imóvel onde funcionava a igreja, ela obteve sucesso. Ela tinha o desejo
em ser uma pastora, mas eu não a “consagrei”, como se dizia à época.

Para piorar a minha situação, o contrato do imóvel havia sido feito no
nome dela, uma espécie de fiadora, pois tinha uma forte influência no local.
Ao contrariar os seus interesses, ela iniciou uma campanha contra mim,
pelo simples fato de não permitir que a mesma transformasse a “casa de
Deus” em um clube religioso. A situação tornou-se insustentável, pois
essas pessoas se aproveitaram da minha dependência, da minha atual
situação econômica e, sabedoras de que a igreja dependia das suas
doações para manter-se aberta, usavam isso como uma moeda de troca
para querer me “chantagear” e fazer com que eu me condicionasse aos
caprichos pessoais delas. Devido ao caráter de Deus em mim, jamais
aceitei, além de nunca ter vendido a minha alma para o diabo, preferia parar
o trabalho, do que ceder a essas “chantagens”.
Eles colocaram outro “pastor” em meu lugar para dirigir o trabalho. Moral
da história; ele fugiu e levou todas as cadeiras novas que ela havia
comprado para a “igreja”. Quando já me preparava para abortar o projeto,
um pastor que havia sido meu auxiliar, o qual tinha o seu próprio ministério,
apareceu inesperadamente em minha casa, me propondo juntar as
“igrejas”, tornando-as em apenas uma. Como ele dispunha de certo poder
econômico, eu via ali a possibilidade de sair daquela dependência
financeira e me desvencilhar daquelas pessoas problemáticas. Enfim, não
precisar fechar a “igreja”.
Tinha tudo para que o trabalho decolasse, então, resolvi aceitar,
porém, deixando bem claro, que não abriria mão dos meus princípios
morais, éticos e espirituais, os quais foram imediatamente aceitos pelo
mesmo. Iniciamos a parceria que durou pouco mais de três meses.
No dia da inauguração de mais um templo na cidade de Feira de Santa

na, haviam reunidas mais de duas mil pessoas, além da presença de
alguns cantores gospel consagrados, como, o Irmão Lázaro, dentre ouros.
Todos me esperavam para a realização do culto de inauguração, mas eu
não compareci. O pastor me ligava desesperadamente e eu não queria
atendê-lo, pois estava disposto a colocar um fim naquela “parceria”.
Depois de muita insistência, eu o atendi, dizendo que não
compareceria e que ele mesmo fizesse o culto. Motivos? Divergências de
ideias e quebra de princípios, que haviam sido acordado entre nós, os
quais, deveriam ser basilares para a “parceria”. Para mim, os fins devem
sempre justificar os meios. A partir daquele dia, decidir me afastar e deixar
a igreja sob os cuidados desse pastor. Já não me sentindo mais motivado
a continuar, devido aos desapontamentos que tive com as pessoas que se
juntaram a mim, decidir então, parar definitivamente.
A minha passagem pela Igreja Mundial do Poder de Deus
Lembro-me de que um dia, após a minha saída da IURD, recebi um

telefonema de um bispo da Igreja Mundial. Ele havia sido pastor da
Universal, inclusive, foi ele que havia me “evangelizado” para a IURD. Ao
tomar conhecimento do meu desligamento, resolveu me ligar. Ele
trabalhava ao lado do “Apóstolo” Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do
Poder de Deus. Me disse que o “Apóstolo” estava do lado dele naquele
momento, e desejava falar comigo.
Perguntou se eu podia atendê-lo. Disse que não o atenderia, pois

naquele momento, havia acabado de sair e queria dar um tempo para mim

mesmo. Passaram-se anos e esse bispo quando soube que eu havia
encerrado os meus trabalhos no ministério que abri, tornou a me procurar,
indo na minha casa e me convidando mais uma vez, para fazer parte do
quadro de pastores da Igreja Mundial do poder de Deus. Eu não conhecia
o ministério, tudo o que eu sabia, através de informações de terceiros, era
que a “igreja” trabalhava diferente da universal, então, para não continuar
fora do “altar”, resolvi aceitar.
Encontrei muita resistência para que me deixassem entrar no
ministério, devido ao fato de eu ter sido um bispo renomado da universal
e, consequentemente, representar alguma “ameaça”, ao poder dos que ali
estavam a mais tempo. Não queriam aceitar o meu ingresso na instituição.
Após algumas entrevistas, fui integrado ao quadro de pastores da Mundial,
com a condição de começar os trabalhos apenas como pastor e não como
bispo da instituição.
Além de mim, havia apenas outros dois bispos dissidentes da
universal, fazendo parte da instituição. Ambos entraram como bispos, pois
já eram conhecidos do “Apóstolo”, inclusive, um deles teve o seu
casamento feito pelo próprio “Apóstolo” e, o outro, era seu amigo de muitos
anos. Eu era o único que não tinha nenhum laço de amizade com o
“Apóstolo”, motivo pelo qual, tive que iniciar como pastor. Mas havia
conseguido um grande feito, principalmente porque o bispo que era o
segundo na hierarquia da igreja mundial, o Josivaldo Batista, não queria a
minha entrada na instituição.
Eu não o conhecia, e nunca havia tido nenhum contato com ele. O que
me diziam, era que ele estava com medo de que eu representasse uma
ameaça, e futuramente viesse a ocupar uma posição de destaque dentro

da igreja. Nem eu sabia que era tão conhecido e temido assim. (risos).

Ingressei nos quadros de pastores da Mundial e nos primeiros quatro
meses, fiquei na sede do estado da Bahia. Assim, me foi dada uma reunião
para fazer na sexta-feira pela manhã, dia esse em que o templo não era
muito frequentado. As pessoas que já me conheciam da universal,
souberam que eu estava ali, bem ao lado, já que a sede da Mundial, ficava
a 50 metros da sede da universal em Salvador.
Em apenas um mês, sem ter nenhum programa de rádio nem televisão,

e mesmo em um dia considerado “fraco” e “deserto”, tendo o seu maior
culto do dia frequentado por apenas 32 pessoas, com um mês após ter
iniciado o trabalho, já não comportava mais ninguém sentado. O templo
tinha capacidade para 600 pessoas. Iniciei o trabalho e tive de abrir outra
reunião à noite, a qual, já iniciou também, com pessoas em pé no salão.
Sempre foi comum no meu “ministério”, e mais uma vez, comecei a
enfrentar o ciúme do bispo líder do Estado, haja vista, as minhas reuniões
estarem mais cheias do que as dele.
Mandava que o seu pastor de confiança, o qual era o segundo do
Estado, vigiar as minhas reuniões, repassar para ele, todas as informações
e, ainda, que controlasse o início, término dos cultos, volume do som e
outras coisinhas bobas. Também, que me colocasse para carregar cadeiras
e caixas todos os dias. Um dia, após eu ter terminado o culto com cinco
minutos de atraso, esse pastor disse que “eu estava atrapalhando todo o
trabalho da igreja” e outras coisinhas mais.
Então, virei uma “fera” e fui tirar satisfações com ele, que negou tudo.

Mas diante das “ameaças” que lhe fiz, de que iria esperar o bispo chegar
para falar sobre a sua atitude, ele “amarelou”, dizendo que reconhecia que
havia errado e me pediu desculpas.
A parte administrativa da mundial era um caos. A desorganização
imperava em tudo. Confesso que já estava a ponto de pedir para sair.
Quando completou quatro meses da minha estrada, ele me transferiu para
Manaus. No início, não entendi o porque havia me mandado para um lugar
tão distante. Mas ao chegar lá, o bispo do Estado me contou, que a
alegação dele, havia sido que ouviu falar que eu tinha uma igreja aberta, e
temia que eu arrastasse o povo comigo.
Tudo era um subterfúgio para me tirar do caminho dele e não ficar
envergonhado, já que as minhas reuniões na sexta-feira, já davam mais
pessoas que as dele no domingo (risos). Quando cheguei à Manaus, o
bispo que lá estava, muito amigo dele por sinal, era um dos que havia sido
bispo na Universal. Pediu que eu fizesse o mesmo trabalho que estava
fazendo na Bahia, inclusive, no mesmo dia que era a sexta-feira. Mais uma
vez, iniciei a reunião com apenas 40 pessoas e, com um mês, a “igreja” que
tinha a capacidade para mil e quinhentas pessoas, também não
comportava mais ninguém.
Mais uma vez, enfrentei um via crucis, porque o bispo que lá estava
era da pior espécie. Fazia negócios escusos, como a troca de todas
poltronas do templo que eram compradas através de um “parceiro” dele de
São Paulo, com valores superfaturados, além do recebimento de “propina”
dos pastores que ele havia trazido de outros estados e colocado nas
“igrejas” que mais arrecadavam ofertas. Em troca, no final de cada mês,
eles deveriam lhe dar um valor em dinheiro. Quando soube que eu havia

descoberto todo o esquema, tentou “comprar” o meu silêncio, propondo que
eu esperasse apenas um mês, pois o “Apóstolo”, iria realizar uma
concentração no boibódromo e me indicaria para ser reconhecido como
bispo da igreja.

Fotos da sede da Igreja em Salvdador e Manaus, na sexta-feira

Reunião em Manaus - Sexta-feira à tarde
Reunião em Manaus - Sexta-feira à noite

O que não aconteceu. Percebendo ele, que eu não havia aceitado a
sua proposta, me transferiu para Curitiba. No dia da concentração realizada
pelo “Apóstolo”, o outro pastor que também trabalhava na sede, e que era
conivente com toda a sujeira, foi indicado e consagrado a bispo. Ele me
transferiu para Curitiba, dizendo que eu estava indo assumir uma “igreja”
sede regional, que o bispo de lá era amicíssimo dele e já haviam
conversado sobre o assunto.
Viajei e, ao chegar em Curitiba, qual não foi a minha surpresa, quando
nem sequer fui atendido pelo bispo do Estado, passei o dia inteiro sentado
em uma poltrona no salão do templo e, à noite, veio o segundo do estado
dizendo que eu iria para Londrina, interior do Estado do Paraná. Um pastor
nos levou para a Rodoviária, nos colocaram em um ônibus, viajei por sete
horas, até que cheguei por volta das duas da madrugada. Não havia
ninguém me para me receber e conduzir-me até a “igreja”. Amanhei ali na
rodoviária e quando o dia clareou, fui até a “igreja” sede, onde imaginava
que assumiria a tal região.
Quando lá cheguei, o pastor regional sequer sabia que eu estava indo
para lá. De imediato, ligou para o bispo do Estado, o qual o orientou a me
colocar em uma pequena igreja, em uma cidade do interior do Paraná
chamada Cambé, na qual frequentavam umas 100 pessoas e uns 10
obreiros. Fiquei uma semana nessa igreja e não liguei para ninguém,
porém, por ser muito conhecido, logo a notícia se espalhou e recebi uma
ligação do bispo responsável pela igreja no Estado de Pernambuco.
Esse Bispo, havia sido meu auxiliar pela Universal e pediu que eu fosse
trabalhar lá com ele. Comprou as passagens e quando eu já estava no
aeroporto, recebi outra ligação, dizendo que não era mais para eu viajar.
Não entendi o que estava acontecendo, e voltei para a “igreja”. Chegando

lá, recebi a ligação de outro bispo, que era responsável pela igreja no Rio
de Janeiro, dizendo que já tinha autorização para que eu fosse trabalhar
com ele na sede do Estado do Rio. Viajei para o Rio e fiquei na Sede
Estadual por quatro meses. Ali se iniciou a pior fase da minha passagem,
de um ano e meio pela Mundial.
Eu estava como pastor e não como bispo. Havia hierarquicamente

acima de mim, outro bispo que era o segundo do Estado. Mais uma vez, o
meu trabalho se destacou mais do que o desse bispo, ao ponto de que,
quando o bispo responsável pelo Estado viajou para Israel, me deu como
incumbência fazer as reuniões principais dele, bem como os seus
programas de televisão. Que sina (risos). Mais uma vez, enfrentaria a fúria
provocada pelo ciúme por parte do bispo que era o segundo do estado,
afinal, pois pela lógica, essa incumbência seria dele.
Quando o bispo retornou de Israel, o templo sede em Piedade no Rio
de Janeiro não comportava mais uma pessoa sequer, nem no salão e nem
no mezanino superior. Estava completamente lotado! Ele fez a reunião, em
seguida me colocou no carro dele e saímos, pois, ele disse que queria
conversar um pouco comigo. Dentro do carro, me disse que havia sido
transferido para o Estado de São Paulo e que ficariam na sede do Estado
de São Paulo, o “Apóstolo”, ele e eu, à frente do trabalho. Falou que iria
primeiro na frente, e três dias após eu iria também.
Sede da Igreja Mundial do Rio de Janeiro em Piedade

Pedi a ele que não me deixasse na Sede, pois o bispo que estava indo
assumir o Estado, era o segundo do “Apóstolo” na hierarquia da igreja,
Josivaldo Batista, era muito amigo desse outro bispo, segundo do Estado
e eu temia sofrer represálias. Ele me disse que não queria me colocar em
uma “igreja”, porque temia que três dias depois, quando eu tivesse que
viajar, o bispo agora responsável pela “igreja” no Rio de Janeiro, não
autorizasse a minha ida para São Paulo.
Mas, mesmo assim resolveu me mandar assumir a Sede regional em
Petrópolis. De fato ele tinha razão. Tentou por diversas vezes me levar
para São Paulo e não foi autorizada a minha transferência, afinal, quem
estava lá, tinha muita autoridade dentro da instituição e ele não teve como
fazer nada.
Assim que assumi a “igreja”, esse bispo segundo do Estado me
chamou, e disse que o bispo que estava lá em Petrópolis, lhe dava todo o
mês uma quantia de (10) dez mil reais. Disse que agora eu deveria

continuar fazendo em seu lugar. Aí entendi o porque, aquele bispo ficou
durante dois longos anos naquela Cidade e ninguém mexia com ele.
Recusei-me a aceitar a proposta dele e isso foi decisivo para desencadear
o meu processo de saída, porque a partir dalí, não tive mais paz.
Em apenas um mês, após ter assumido a “igreja”, comprei as máquinas
de ar condicionado, no valor de sessenta mil reais. Instalei-as, e deixei tudo
funcionando. Aluguei quatro horas diárias de programa em uma televisão
local, e trabalhava incansavelmente para o “crescimento” da” igreja”. Na
minha passagem por Petrópolis, enfrentei uma das piores épocas, pois as
fortes chuvas castigaram a cidade e precisei prestar o serviço de
solidariedade, assistencialismo e conforto às famílias desabrigadas.
Usei o programa de televisão para pedir mantimentos, agasalhos e
iniciei um forte movimento na cidade, o qual, ganhou destaque na mídia
local. Isso fez com que a igreja tivesse uma perda considerável na
frequência de pessoas, haja vista haverem tidos muitos deslizamentos de
barrancos, que impossibilitavam o acesso das pessoas ao templo.
Era terrível o barulho das sirenes, anunciando que as pessoas

deveriam deixar as suas casas, devido ao grande risco de deslizamento de
terra. Famílias inteiras foram desabrigadas e levadas para escolas da
Cidade. Lembro- me que passei a semana inteira visitando esse locais e
distribuindo alimentos. Confesso que as cenas, até hoje, não me saem da
cabeça. São nesses momentos, que repensamos os nossos valores e
resignificamos a nossa vida.
Fotos da tragédia em Petrópolis no ano de 2013


Recordo-me que um dia eu estava fazendo um jejum de 24 horas em
cima do altar, sem poder descer para nada, sequer para ir ao banheiro. De
repente, quem chega na igreja? O mesmo bispo que estava lá por dois
anos, me dizendo que era para eu arrumar as minhas coisas e ir para a
sede do estado, porque ele havia vindo assumir a igreja de novo.
Não entendi nada e, ao mesmo tempo, entendendo tudo, pois sabia
que havia alguma trama diabólica por trás daquilo tudo. Tive de quebrar o
propósito, descer do altar, viajar para o Rio de janeiro, e ir até a sede para
saber o porque, do motivo de ter sido substituído. Fui informado que um
pastor tinha reclamada de mim na sede. Pasmem! O motivo? Sempre que
havia reuniões na cidade mundial, nós tínhamos de levar ônibus, e durante
a semana, as pessoas pagavam antecipadamente as passagens. Quando
chegava o dia da viagem, esse pastor ia pedindo contribuições ao povo

dentro do ônibus, sem a minha autorização e, o mais grave. é que ficava
com o dinheiro para ele.
Eu o chamei, o reprendi e o orientei a que não fizesse mais aquilo.
Porém, ele tornou a fazer e, por isso, o mandei ir para a Sede do Estado.
Esse pastor também era amicíssimo desse bispo segundo do Estado, que
uniu o útil ao agradável, se aproveitando da situação e, querendo voltar
a receber novamente os seus dez mil reais de propina, armou todo o circo.
Então, contei o ocorrido ao bispo responsável. Ele não sabia de nada que
havia ocorrido e mandou que eu retornasse e reassumisse a igreja
novamente. Foi o suficiente para que o outro bispo ficasse com mais raiva
de mim. Mas ele não desistiu.
Como na época em que era pastor, ele havia passado lá por essa
igreja de Petrópolis, havia um grupo de cinco obreiras que eram muito
ligadas a ele, as quais, foram manipuladas a criar um verdadeiro “inferno”
dentro da igreja. Elas já haviam até dado tapa na cara da esposa de um
pastor regional que passou por lá. Criaram problemas com o pastor
que estava trabalhando comigo e ligaram para esse bispo.
Ele de imediato, mandou que eu tirasse esse pastor de lá, eu disse
que não iria tirá-lo, opor não haver motivos que justificasse. Na “igreja”
tinha 55 obreiros. Eu os reuni, e perguntei quem tinha alguma coisa
contra, e que tinha a favor do pastor. Apenas essas quatro obreiras
tinham “algo” contra, e todos os demais, só tinham a favor. Aluguei um
ônibus, os coloquei dentro, e desceram para a sede do Rio, para depor a
favor do pastor.
Quando lá chegaram, esse bispo segundo, não permitiu que eles
chegassem até o bispo principal, dizendo que o problema estava

resolvido e que o pastor permaneceria na igreja. Assim aconteceu. Eu
decidi então, tirar as quatro obreiras da “obra” por rebelião. Elas
ligaram para o bispo, que de imediato me ligou, mandando que eu as
recolocasse novamente. Recusei-me, dizendo que se ele quisesse
poderia mandar outro pastor para o meu lugar, mas que enquanto eu
fosse pastor daquela “igreja”, elas não seriam obreiras.
Comprei uma verdadeira briga. Ele por sua vez, não pode fazer nada,
afinal, eu estava agindo dentro das “normas espirituais” e também, do
próprio ministério. Recordo-me de um dia que cheguei na sede e o bispo
responsável pelo Estado me disse; Natan, eu não quero saber desse
negócio de você está protegendo pastor, só porque é seu conterrâneo
não, viu? Então, revelei a ele o ocorrido e falei que inclusive que eu havia
mandado os cinquenta e um obreiros para falar com ele, e não
permitiram.
Na mesma hora, ele perguntou ao bispo segundo se era verdade, o
qual, não pode mentir, porque tinha os obreiros como prova. Ele deu uma
bronca no bispo segundo e me mandou tirar as quatro obreiras, ao que
respondi; já foram tiradas (risos). Depois disso, foi um verdadeiro
“inferno”. Uma série de acontecimentos que caracterizavam um
verdadeiro complô contra mim, com a finalidade de me prejudicar.
No meu primeiro mês na igreja, entraram no escritório e roubaram
todas as ofertas, se aproveitando de um dia que eu viajei para participar de
uma reunião na sede do Rio de Janeiro. Levaram o dinheiro do pagamento
dos aluguéis das residências, e das igrejas da região. Os seguranças da
igreja de Petrópolis à época, são testemunhas. Fiquei receoso em relatar
ao bispo responsável, haja vista, que eu sabia já estarem procurando um

motivo para me tirar de lá. E o que mais me intrigava, era que o escritório
não foi arrombado.
Fui investigando, investigando, e descobri que haviam várias pessoas
na igreja, amigas do bispo anterior, que tinham as chaves da porta, dadas
por ele. Por não saber, não troquei as fechaduras e chaves do mesmo. Já
haviam acontecido algumas coisas estranhas nessa igreja, pois as paredes
do escritório da mesma, era todo queimado quando lá cheguei. Falaram
que haviam arrombado as paredes do escritório, a qual dava para os fundos
da igreja. Roubaram o cofre e depois tocaram fogo, para apagar as provas
do crime.
Cheguei para assumir a igreja no dia 21 de janeiro. A arrecadação do
mês da “igreja” dava R$ 135 mil reais. O bispo que estava lá, me passou a
“igreja” com R$ 59 mil reais arrecadados, alegando que as maiores ofertas
entrariam no final do mês; como se eu fosse algum inexperiente. Eu sabia
que àquela altura do mês, as arrecadações já deveriam estar somando o
equivalente a 80% do total mensal. Além disso, deixou R$ 48 mil reais de
aluguéis de 16 igrejas da região e das casas dos pastores sem pagar.
A alegação dada, foi que sempre pagava esses aluguéis, no final do
mês. Moral da História; nos últimos nove dias do mês, só entraram mais R$
15 mil reais de ofertas e o mês da igreja fechou em R$ 74 mil reais. Eu não
podia falar nada, para não sofrer represarias. No mês de fevereiro, tive de
pagar todas as despesas dos alugueis atrasados do mês anterior, e do mês
atual, para normalizar a situação.
Sendo que, os R$ 48.000,00 do mês anterior, não puderam ser
contabilizados, porque senão, prejudicaria o bispo anterior, o qual era
amigo do segundo bispo do Estado. Caso eu fizesse, estaria assinando au

tomaticamente a minha Sentença.
Eu tinha receio, pois as ofertas ficavam guardadas na minha casa, de
domingo para segunda feira. Os seguranças tinham ordem para ficarem
apenas na igreja, e não podiam me acompanhar até em casa, portanto, eu
ficava vulnerável e me tornava um alvo fácil para os bandidos, e qualquer
outro tipo de armação.
Uma quinta feira, recebi uma ligação de um pastor amigo meu, que me
falou “bispo, está indo um pastor aí para assumir a “igreja” no lugar do
Senhor”. Quando fui avisado, pensei; não vale mais à pena, continuar sobre
essa pressão e perseguição. No momento em que recebi a ligação, eu
estava na rua, então, retornei para casa, peguei as minhas coisas,
coloquei-as no carro, deixei as chaves da casa na portaria do prédio e
peguei estrada para a Bahia. Não dei satisfação para ninguém. Assim, foi
a minha passagem pela igreja mundial do poder de Deus.

O QUE VÍ E VIVI, NA UNIVERSAL.
Medo de Morrer
https://bityli.com/CXyZu
Calúnia ou difamação, entenda o jogo de xadrez da cúpula da

Universal.
https://bityli.com/TVgEED

A História revelada de Natan Silva
https://bit.ly/3xpE5d0
A farsa da Arca da Aliança na Universal.

https://bityli.com/aqSje

Estava quase morrendo.
https://bityli.com/NciNno
Fui expulso, ou expulsei da minha vida?

https://bityli.com/FjXZyn

A máxima da Igreja Universal
https://bityli.com/kRnQp

Porque alguns bispos que sa´ram não denunciam?
https://bityli.com/oCPvS

Essa é apenas a minha opinião sobre as igrejas
https://bityli.com/HssIi

Edir Macedo, realizando a minha consagração a Bispo da IURD.
Considerações finais
Como viram, não foi nada fácil, mas também, não dependi das
pessoas, nem esperei que alguém de alma generosa me ajudasse. Foi
preciso muito foco e, vontade. Espero também, ouvir em breve a sua
história de sucesso e compartilhar com você da alegria inenarrável da
sua vitória, para juntos tomarmos a "limonada", feita com o "limão" que
a vida te ofereceu.
Cordialmente! Natan Silva
Que o nosso corpo ajoelhado, seja a expressão de uma alma

prostrada diante de Deus e uma vida de obediência a Ele. E
quando nos levantarmos, levemos conosco, o propósito de servir,
Àquele a quem adoramos (Mt.4.10).

AutobiografiaNatanSilvaConfissesdeumexbispoCompleta Editado

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

AutobiografiaNatanSilvaConfissesdeumexbispoCompleta Editado

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Canal no You Tube – Natan Silva – Não Pague Por um Milagre

A pergunta que não quer calar, é; porque publicar esses relatos no

Por esta razão, subi todos os vídeos em um local totalmente privado,

“Os melhores anos da sua vida, ainda virão”.

Autor: Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

A História revelada de um ex-bispo da igreja universal do reino de

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Quero dedicar essa autobiografia, primeiramente a Deus, que me

Quero dedicá-la a todos que acreditaram em mim, mesmo quando

Os anos se passaram e a minha conduta continua ilibada, sem nunca

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Meu nome, Natan Evangelista da Silva, idade, 48 anos. Hoje, um

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Hoje, temos um grupo no WhatsApp da turma 1/91 da Marinha, onde

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Nessa época, eu já frequentava a Igreja Universal, e vivia alimentado

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Lembro-me, que certo dia, comecei a sentir fortes dores no peito e

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Igreja sede, na Avenida San Martin, ano 2001

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Consagração a bispo Catedral em Salvador, ano 2001

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Fotos com políticos, no “altar” da catedral da IURD na Bahia

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O BRUXISMO PROVENIENTE

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Como fiz para sobreviver quando saí da Universal:

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Outra providência divina aconteceu, quando um dia, o gás acabou.

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Fazendo do limão, uma limonada.

Agora, já mais estabilizado e menos preocupado, comecei a pensar em

Lembro-me de ter passado tardes olhando para aquele ponto e

Fotos reais da casa quando foi comprada:

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Na época em que passei por dificuldades e vendia os meus ternos,

Naquele momento, o mais importante era não ter despesas com a

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Havia também esquecido, de que as pessoas que haviam me

Todos os direitos reservados a Natan Silva

As pessoas eram livres para oferecer as suas doações de forma

Todos os direitos reservados a Natan Silva

Todos os direitos reservados a Natan Silva

A minha passagem pela Igreja Mundial do Poder de Deus

Lembro-me de que um dia, após a minha saída da IURD, recebi um

Perguntou se eu podia atendê-lo. Disse que não o atenderia, pois

Todos os direitos reservados a Natan Silva